A Rússia e a China planejam realizar pagamentos mútuos em rublos e yuans, o que reduziria a influência do dólar sobre o setor de energia global e, no futuro, de acordo com especialistas, poderia levar ao aumento da pressão inflacionária sobre os Estados Unidos. Essa decisão deverá se tornar parte da estratégia de reorientação da Rússia para os mercados asiáticos.
Durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), o presidente da Rússia, Vladímir Pútin, declarou que a Rússia e a China planejam realizar pagamentos mútuos em rublos e yuans.
“No longo prazo, os cálculos em rublos e yuans são muito promissores. Isso significa que, se fizermos a transição para uma operação de larga escala, a influência do dólar no setor de energia global, por exemplo, vai diminuir”, disse o presidente russo.
Após a declaração, o maior banco russo, o Sberbank, começou a realizar financiamento de crédito em yuans. Desde o início do ano, o volume de pagamentos em yuans entre empresas russas e chinesas, através da filial do Extremo Oriente do outro banco estatal russo, o VTB, cresceu 73%.
Vantagens mútuas
“A transição para pagamentos em moedas nacionais no comércio entre a Rússia e a China é mutuamente vantajosa em termos de interação dentro do Brics”, diz o chefe do departamento de análise da empresa de investimentos Russ-Invest, Dmítri Bedenkov. Segundo ele, essa transição é especialmente importante para a Rússia nas condições das sanções econômicas da União Europeia e dos Estados Unidos.
“É um objetivo real, existem forças financeiras que estão interessados na realização de pagamentos não em dólares”, diz o diretor-geral da empresa de consultoria Arkaim, Aleksandr Dorofeev. No entanto, segundo ele, também existem forças nos EUA interessadas em manter o dólar como a principal moeda em transações internacionais.
“Esse processo já começou, mas os líderes mundiais não querem prestar muita atenção à essa recusa ao dólar. Com exceção do presidente russo”, completou Dorofeev.
Principais limitações
As transições em rublos e yuans são realizadas nas bolsas de valores de Moscou e de Xangai desde dezembro de 2010. No entanto, a China continua a manter restrições sobre operações de câmbio para empresários russos com a moeda chinesa. Em setembro, o vice-ministro das Finanças da Rússia, Aleksêi Moiseiev, declarou que caso a China remova essas restrições, Rússia e China poderão realizar quase 50% do comércio bilateral em yuans e rublos.
As maiores empresas russas já estão trabalhando ativamente com a moeda chinesa.
“Uma parte dos fundos disponíveis da nossa empresa estão em moedas asiáticas, sobretudo em dólares de Hong Kong e em yuans”, diz o diretor-geral da maior produtora de níquel do mundo, a Norilsk Nikel, Vladímir Potânin.
De acordo com o analista da holding de investimento Finam Anton Soroko, a decisão de se livrar do dólar é uma das medidas mais agressivas que, a longo prazo, poderá ter um impacto significativo sobre o desenvolvimento da economia mundial.
“Nas últimas décadas, países cujo poder econômico aumentou, como, por exemplo, a China e os da União Europeia, começaram a reduzir sua dependência do dólar”, diz Soroko.
“A maior parte do comércio mundial é realizado em dólares americanos, mas a nova tendência pode, a longo prazo, levar à expulsão dos dólares de volta para os Estados Unidos, o que poderia aumentar a pressão inflacionária sobre a economia do país”, completou Soroko.
Fonte: Gazeta Russa
Se continuarem deste jeito, vão desejar ter uma moeda comum, akela proposta p os BRICAS’s. Outros vão seguir o exemplo.Sem poder de gerir a grana mundial, começa o Ocaso…quem viver verá.Sds. 😉
Quem tentou se livrar do dolar como moeda foi premiado com guerra ,veja o exemplo de Saddan e Kadafi.Quero ver agora com China e Russia seguindo o caminho.
Essa é uma verdade incontestavel.
O Brasil já possui um grande número de acordos de negociação em moedas nacionais próprias com seus parceiros comerciais, em especial, com o Mercosul.
Espero que Brasil entre nessa de aumentar seus negocios em moedas proprias. O mundo precisa de nivelamento economico sem faborecimentos a estados que deveriam ser iguais nos direitos e obrigações.