Relações comerciais Rússia / Chile entraram em um novo patamar

Após a introdução das contrassanções russas proibindo a importação de produtos oriundos dos EUA e UE, as relações comerciais da Rússia com o Chile entraram em um novo patamar. Não é por acaso que o diretor de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações Exteriores chileno, Andrés Rebolledo, vê a situação atual como “uma janela de grandes oportunidades para fortalecer a posição no mercado russo”.

O volume de negócios entre a Rússia e o Chile está aumentando, e essa tendência se reflete nos índices comerciais. De acordo com a diretora do Centro de Pesquisas Econômicas do Instituto da América Latina, Ludmila Simonova, em 2004 as exportações do Chile para a Rússia totalizaram US$ 96 milhões. “Dez anos depois, essas exportações estão na faixa dos US$ 654 milhões”, aponta a especialista.

Os principais produtos importados pela Rússia são peixe congelado (43,9%), uva (10,9%), vinho (7,7%), carne de porco (7,6%), maçã e pera (5%), além de outras frutas frescas (4,8%). “O volume do comércio bilateral em 2014 deverá ultrapassar US$ 1 bilhão. Atualmente operam na Rússia mais de cem empresas chilenas, e esse número não para de aumentar”, diz Simonova.

No domingo passado (9), os presidentes da Rússia, Vladímir Pútin, e do Chile, Michelle Bachelet, se reuniram em Pequim, onde se encontram para participar da cúpula da Apec. “Muito em breve, ainda este ano, iremos assinalar o 70º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os nossos países, disse Pútin no início das conversações. “Mas nossas relações precisam ser complementadas com comunicações em diferentes direções e que correspondam às nossas possibilidades econômicas.”

Na ocasião, o assessor de imprensa do Kremlin, Dmítri Peskov, confirmou que os países pretendem intensificar a cooperação no que se refere ao fornecimento de alimentos e produtos agrícolas. “Do lado russo foi apresentada a proposta para que os produtores agrícolas venham para o mercado com preços mais competitivos”, disse Peskov.

O Chile, que é o segundo maior produtor de salmão do mundo, também demonstrou disponibilidade para triplicar as exportações para a Rússia, segundo informações do jornal chileno “Diario Financiero”. “O Chile envia mensalmente entre 2,5 e 3 mil toneladas de salmão à Rússia e agora podemos aumentar até 7 ou 8 mil toneladas”, disse o diretor-geral da empresa Camanchaca, Ricardo Garcia, citado pelo jornal.

Outras 12 empresas chilenas vão fornecer frutos do mar e peixe à Rússia, após obterem autorização do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária (Rosselhoznadzor).

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Do comércio à pesquisa

O governo chileno também demonstra interesse em criar uma zona de livre comércio com os países da União Aduaneira (Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão). “Contamos com o seu apoio no âmbito da Comissão Econômica da Eurásia”, disse Bachelet durante a reunião bilateral de domingo. Para avançar os acordos, a ministra para integração e macroeconomia da Comissão Econômica da Eurásia, Tatiana Valovaia, visitará Santiago no final do mês.

“Nas esferas de cultura e defesa, contamos agora com a ampliação e aprofundamento dessa cooperação com a Rússia”, acrescentou Bachelet. Segundo o assessor de imprensa da presidência, a reunião de Pútin com a líder chilena também abordou a questão da parceria em trabalhos de pesquisa na Antártida, onde existem bases de ambos os países.

Fonte: Gazeta Russa

5 Comentários

  1. Como dirão os reaças nacionais, essa comunistazinha está traindo seu verdadeiro amigo. Rsrsrs. E ainda usando sua invenção. kkkkkkk

  2. A Russia sofre uma perseguição por conta do medo de algumas potências globais em relação as suas capacidades de liderança, bélica e econômica. As sanções que foram impetradas sobre a Rússia foram na verdade um ótimo vetor para tirar o grande urso da inércia, e mostrá-lo suas capacidades de crescer e de ajudar o mundo a encontrar o caminho da multipolaridade, e alianças como estas descritas acima, nos mostram que todos veem na Russia um porto seguro, onde podem apoiar seus investimentos, estabelecer acordos e parcerias que trarão lucratividade e progresso para os dois lados, recebendo acima de tudo, respeito a soberania…coisa que não vemos no ninho da águia.

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