Raio-x da violência no Brasil em 10 pontos

Polícia prende suspeito em operação contra traficantes na favela da Rocinha (RJ), em 4 de novembro

O número de assassinatos no Brasil atingiu a marca de 50.806 vítimas no ano de 2013, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Isso significa que em média uma pessoa é morta a cada 10 minutos no país.

A marca é 1,6 vezes maior que os homicídios cometidos no México no mesmo período (30.632, segundo o governo local) e cinco vezes maior que as mortes ocorridas no Iraque em 2013 (9.742, segundo levantamento da ONG Iraq Body Count).

Segundo o relatório do Fórum, o número de assassinatos ficou praticamente estagnado em relação ao ano de 2012. Embora o número total de mortes tenha crescido 1,1%, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes – medição usada para levar em conta o crescimento da população no país – caiu de 25,9 em 2012 para 25,2 em 2013.

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O Estado que mais registrou homicídios em números absolutos foi a Bahia, como 5.440 vítimas e uma taxa de 36,1 mortos por 100 mil habitantes.

A pesquisa da entidade também analisou outros tipos de crime e aspectos da segurança pública no Brasil. Leia abaixo algumas das principais constatações do levantamento.

Sistema penitenciário superlotado

O número de detentos nas cadeias e penitenciárias do Brasil subiu de 551.622 em 2012 para 574.027 em 2013, segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O país ocupa o quarto lugar no ranking mundial de encarceiramento atrás de Estados Unidos, China e Rússia.

Perfil do preso

O Fórum constatou ainda que a maior parte da população carcerária é formada por homens (93%), negros (61%) e com idades entre 18 e 29 anos (54%).

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Morosidade da Justiça

O levantamento também aponta que 40% dos presos no país ainda estão a espera de julgamento – problema que na opinião da organização poderia ser resolvido “com mais celemridade do sistema Judiciário”.

Estupros podem chegar a 143 mil

O número de estupros denunciados às autoridades em 2013 no Brasil ultrapassou os 50 mil casos e atingiu patamar semelhante ao registrado no ano anterior.

Contudo, a organização afirmou que segundo pesquisas internacionais apenas cerca de 35% dos casos desse tipo de crime costumam ser notificados às autoridades pelas vítimas – que temem sofrer com a discriminação. Por isso, a estimativa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública é que tenham ocorrido mais de 143 mil casos no ano passado no país.

Mas considerando-se apenas os casos registrados, o Estado de São Paulo é palco de quase um quarto dos casos – 12.057. O número é porém 6,4% menor que o registrado na mesma região no ano anterior.

Roubo de veículos

Os brasileiros tiveram mais de 228 mil veículos roubados em 2013, o que gera uma média de 26 casos registrados a cada hora. O número é quase 13% maior que o registrado no ano anterior. O roubo de carros é maior em São Paulo.

Letalidade da polícia

Ação policial durante protesto no último dia da Copa do Mundo

As forças de segurança do Brasil matam seis vezes mais que os policiais norte americanos.

Segundo o documento, em cinco anos policiais brasileiros mataram 11.197 pessoas. Nos Estados Unidos, uma marca semelhante (11.090 pessoas mortas) só foi atingida em 30 anos.

Vítimas policiais

No mesmo período, 490 policiais foram assassinados.

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Custo da violência

O Fórum concluiu que a violência gerou um custo aos cofres públicos de R$ 258 bilhões – cerca de 5% do Produto Interno Bruto do país. Os gastos incluem os gastos governamentais com segurança pública, sistema carcerário, atendimento de saúde às vítimas, além da contratação de segurança privada e seguros.

Ricos acreditam mais no jeitinho

Mais de 80% dos pesquisados no levantamento Índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), apurado pela Fundação Getúlio Vargas, disseram entender que é fácil desobedecer as leis e que quando as desobedecemos seria possível “dar um jeitinho”.

Entre os entrevistados , 86% dos que recebem mais de oito salários mínimos disseram acreditar no “jeitinho”. Entre os que recebem até um salário mínimo, o percentual foi de 69%.

Fonte: BBC Brasil

4 Comentários

  1. Qdo olhamos p à ação das n policias ficamos apavorados, a população ianks e 2 x á nossa , e eles ñ matam tanto qto a nossa.Relatórios da ONU, dizem q são crimes sobre o famoso “auto de resistência”, temos de conviver c os chamados bandidos legalizados, sim, pq quem tomo a lei na mão , violou a lei, logo..,Qual é a razão p o aumento da contravenção? p o aumento da criminali//? Pobreza? Afinal o q está levando homens e mulheres a entrar nessa?! E possível reverter essa tendência?!?! Como?!?!.. Sds. 🙁

  2. Sempre buscam colocar como se houvesse um preconceito,discriminação ou perseguição racial no Brasil.
    O cara não tira a vida de outro ou rouba por ser negro.
    A indole do ser humano é como a iris dos olhos ou digitais dos dedos.Se o cara não presta ele não vai prestar sempre.
    A grande maioria negra é trabalhadora,sofrida e pobre mas isso é um assunto que traz sequelas desde a abolição da escravatura.
    Não acredito em fechamentos de portas ou negações embora elas existam mas não são regras.
    Aquele que tem boa indole e vontade de vencer independe de cor ou condição social para conseguir.
    No aspecto violencia ela é sequela de descasos e injustiças de um sistema inoperante,corrompido,obsoleto e desacreditado.
    No aspecto truculencia policial é o reflexo de uma sociedade desleixada,mal acostumada,egoista,individualista,potencializado pela falta de incentivo,adequada formação,valorização e acima de tudo tolerancia zero com desvios.
    Nas materias relativas a invasões de comunidades e implantações de UPPs eu sempre fui contra a filosofia e metodos usados.Agente de segurança é agente de segurança e deve estar a parte para cumprir e fazer cumprir a lei e não um agente social do Estado,psicologo,advogado.
    A convivencia gera intimidade que cria relacionamento,amizade,facilitando envolvimento.
    Ate mesmo a experiencia adiquirida no Haiti eu sempre afirmei que não se encaixa a nossa realidade.
    Vivemos uma guerra e não se vence guerras ofertando presente e regalias ao inimigo.
    Primeiro se derrota o inimigo e depois se entra com socialização.
    Nos EUA,na França e em muitas outras nações desenvolvidas as intervenções são sempre contundentes e violentas.Ninguem fala nada mas gostam de darem pitacos nos problemas dos outros.
    So existe uma forma de se derrotar o crime.Com ferro e fogo.

    • Meu caro 1maluquinho, vou mais adiante, digo que todo e qualquer ser humano só melhora com um bom sistema onde as penalisações sejam severas e sem chances de serem desvirtuadas. Exemplos de países que adotaram o rigor e se deram bem não faltam. Outro dia vi sobre Taiwan, lá as leis impõem penalisações a todos que de alguma maneira infrinjam contra o coletivo, lá, segundo a reportagem o indece de violecia é reduzidissimo. Aqui no Brasil e sua hierarquização social as penalidades sã criadas para os pobres, como o chicote ros escravocratas de antigamente, para enquadrar. Nunca me esqueço do exemplo que ví quando da implantaçao do codigo de transito. Os que viviam reclamando do rigor eram justamente os com poder de comunicar, vi jornalista local dizer que havia um exagero na aplicação da lei e de certa forma justificava as surras que alguns cidadão delinquentes aplicavam em fiscais de transito aqui na cidade que moro. Um dos nossos grandes problemas e termos leis irrecorriveis para alguns e nào para todos. Sds.

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