Defendseas a nova aposta da STX France

Defendeseas STX (6)Tradução e adaptação: E.M.Pinto

Além de BPC da Classe Mistral e dos navios de logísticos da  família Bravo, desenvolvidos em cooperação com a DCNS, o estaleiro STX France de Saint-Nazaire desenvolve a sua própria oferta no segmento de fragatas e corvetas.

Como tal, orgulha-se da Fragata de Vigilância de Nova Geração, um modelo modernizado da classe  Floreal das quais 8 unidades  foram produzidas na década de 90 e 2000 para a França e Marrocos. Mais importante, o grupo industrial francês foi a surpresa o revelar esta semana um novo conceito corveta.

Denominada Defendseas, a corveta foi criada no âmbito do programa de pesquisa e desenvolvimento de novos conceitos de navios militares e civis, lançado em 2013 e é apoiado por uma equipe dedicada.

Aproveitando o progresso feito através ECORIZON, processo pelo qual STX França alcançou ganhos significativos de desempenho energético e ambiental, o conceito Defenseas ilustra todas as inovações tecnológicas desenvolvidas pelo estaleiro naval em uma arquitetura otimizada cujo objetivo de atender às necessidades da marinha.

No final, este conceito é apresentado como uma caixa de ferramentas flexíveis, reunindo diferentes idéias que podem ser inteligentemente integradas em um navio. Tudo depende das necessidades operacionais do cliente.

 Um hangar sob uma plataforma retrátil

O estaleiro tem alavancado a sua experiência em embarcações civis e militares para reunir em uma única plataforma de soluções comprovadas. A verdadeira inovação da Defenseas, reside no fato de sua arquitetura e layout serem flexíveis. A corveta se distingue pela primeira vez por um engenhoso sistema de implementação do helicóptero.

O dispositivo baseia-se num elevador na posição alta que se encaixa entre as duas partes com uma plataforma retráctil. Assim, o volume normalmente ocupado pelo hangar geralmente conectado a superestrutura, passa a se livre, com espaços de armazenamento concentradas no nível mais baixo, que permite separar as funções de armazenamento e de sistemas vitais da embarcação, enquanto racionalizar o uso de volumes .

Reconfigurável, dependendo da missão, o espaço de cerca de 500 metros quadrados tem três grandes espaços (geralmente três para acomodar barcos pesados ​​9,5 metros e comandos) e quatro slots para contentores de 20 pés (ou mais barcos de comandos, ou mesmo veículos militares leves).

O lançamento das embarcações é realizado através de uma rampa traseira, ou por  duas portas no casco, que possui a capacidade de implantar duas  embarcações simultaneamente. Os meios utilizados para a manipulação, concentradas em torno de um único guindaste, são os mesmos.

A superestrutura sobressaltada por uma ponte panorâmica que oferece 360 ​​° permite a visão total do navio e a operação é comandada de 6 e 8 de estações de trabalho. Abaixo da torre principal fica posicionado o abrigo para o armazenamento de um UAV.

A Defendseas pode ser armada com 12 mísseis superfície-ar em lançamento vertical (tipo VL Mica) montado na parte traseira da cabine de pilotagem, possui capacidade de lançamento para 4 mísseis Exocet MM40 armazenados em duas rampas duplas e um canhão de 76mm na frente, dois canhões de 20 mm tele-operados posicionados na proa e duas metralhadoras 12,7 milímetros nas laterais.

Também é possível integrar sistemas superfície-ar do tipo Sinbad RC. Tudo é complementado por um radar 3D e miras optrônicas. A integração dessas armas, bem como a carga de concepção da superestrutura foram projetadas para melhorar a discrição navio .

O modelo apresentado na Euronaval é uma corveta de 2500 toneladas a 90 metros de comprimento e 15 metros de largura. A velocidade máxima é de 25 nós, com um alcance de 6.000 milhas em 12 nós. Sua capacidade de alojamento é de 70 pessoas.

Fonte: Mer et Marine

15 Comentários

    • rprosa, KLM,

      O projeto da nova corveta da MB quer me parece ser muito bom. Se observarmos as demais classes similares, julgando pelos dados que foram divulgados, penso que ela em nada deverá a alguns contemporâneos de nossa época; e o mesmo pode ser dito dos novos NaPaOc-BR.

      • Meu Nobre RR

        perdoe me porem discordo

        Quando olho esse projeto da corveta BR

        Parece uma Gambiarra moderna

        Preferia ver uma trasferencia de tecnologia da DCNS

        Para Brasil com apoio da Thales Francesa

        ai sim seria uma mudanca e nao um projetinho t

        tapa buraco

        sds meu nobre RR

      • Arespeito

        NaPaOc-BR.

        recentemente comprandos

        pode ser defini simplismente

        COMO NAVIO DO CANHAOSINHO

        Projetetado para um pais menor que o Brasil

        e aproveitado pela Marinha Brasileira

        e por ai vai meu Nobre RR

  1. Essa nova classe aparenta empregar conceitos muito similares aos LCS americanos e a classe Visby sueca, embora as classes Freedon e Independence aparentem ter um potencial maior, e a Visby é uma corveta pouco mais pesada que as patrulhas classe Macaé… Pelo armamento e pelo ( aparente ) tamanho, poder-se-ia considerar um navio do porte de uma fragata.

    • _RR_ e Topol, sejamos pragmáticos, as futuras Tamandarés são derivadas ainda do projeto das Fragatas Classe Niterói, construídas no Arsenal de Marinha a partir do projeto da Vosper Thornycroft MK10, sendo este projeto da Vosper uma evolução do MK1 da década de 1960, sendo também que a Niterói foi entregue a MB em 1974, bem como deste projeto da Vosper derivaram o navio escola Brasil e as corveta Barroso.

      Assim, por mais que retrofitarmos e melhorarmos o projeto das MK10, ainda assim, teremos por base um projeto da década de 1970, na mais otimista das hipóteses.

      Se analisarmos as embarcações que hoje estão em uso nas mais diferentes marinhas do mundo, veremos que a busca pela design que propicie a furtividade radar e sonar necessária, a economia de combustível, a persistência em combate, a proficiência em meios eletroeletrônicos que permitam a segurança na operação e na concretização dos objetivos para se possuir uma máquina bélica de elevado custo, bem como o conforto da tripulação, implicam necessariamente no desenvolvimento de belonaves com perfil cada vez mais refinado.

      Da mesma forma, devemos analisar que nossas Tamandarés somente estarão navegando na mais otimista das hipóteses 5 /8 anos e que navegaram nas cores da MB por pelo menos mais 30 anos, ou seja quando começarem a navegar já estarão obsoletas.

      Neste sentido, não se mostra producente investir num projeto que já nasce natimorto e que também não poderá ser objeto de muitas melhorias no futuro, em função da limitação do projeto, que já está nos estertores de seu desenvolvimento.

      Desta forma, seria muito mais viável que a MB investisse num novo design em parceria com estaleiros de outras nacionalidades para se desenvolver sim uma nova classe de corvetas a partir do zero, projeto este que traria inegável ganho a indústria naval nacional, bem como possibilitaria o desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva de materiais, instrumentos e modelos de construção, coisa que não obteremos com o desenvolvimento das Tamandarés, que já se demonstra um projeto cansado e antiquado, por mais que se melhores continuará a ser uma Kombi melhorada.

  2. Projeto interessantíssimo… não parece ser uma boa corveta, tão pouco um bom OPV… e aquela proa vertical… quem já serviu num “Bico Fino” da MB tem uma boa idéia de como é!

    O mecanismo de suspensão e armazenamento do helicóptero é interessante, mas certamente muito propenso a problemas… principalmente numa situação de conflito… melhor e mais simples seria um simples hangar telescópico.

    Ta aqui o vídeo mostrando como aquela tranqueira funciona: http://bit.ly/1GJGbSP

    Tal qual a barroso (assim com b minúsculo mesmo)… um projeto bem aquém (na minha opinião) para nossos tempos!

  3. Olá KLM ( 10 de novembro de 2014 at 20:29 ),

    A questão que sempre impera é custo/benefício.

    No caso do NaPaOc-BR, é evidente que um navio melhor armado, como uma corveta, poderia cumprir a função. Contudo, uma corveta fará a patrulha por custo de corveta… Assim sendo, para tarefas policiais, nada mais lógico que um meio a altura ( nem demais, nem de menos )… Aliás, um canhão de 76mm, como está previsto para os novos NaPaOc-BR, é um poder de fogo e tanto para um patrulheiro oceânico… Uma peça Bofors 57mm Mk3 já dava e sobrava…

  4. Caros rprosa, KLM.

    Quanto as Tamandaré, também se trata de manter know-how na construção de navios; isto é, de forma totalmente independente. Essa classe também é uma afirmação de que o País pode construir seus próprios meios, se necessário ( o que é também uma forma de dissuasão ). E a capacidade de criação, no sentido real, é coisa que não se transfere. No máximo, se consegue uma base para se seguir adiante e criar por si mesmo ( coisa que as Vosper/Niterói garantiram ).

    Eu concordo que a base do projeto é um navio que hoje já pode ser considerado obsoleto. Mas ainda digo que se os amigos observarem bem essas embarcações, irão perceber certos detalhes que as colocam sim muito próximas de projetos contemporâneos. A seguir:

    – Silos de lançamento vertical. Essa modificação exige um trabalho imenso, no sentido de acomoda-los. Aqui, portanto, já se pode perceber as diferenças internas que certamente haverão…

    – Aplicação de técnicas de forma para redução do RCS no casco. É perceptível outros detalhes, como os reparos dos MM40 parcialmente ocultos pelas amuradas, além de outros dispositivos. De fato, a lateral é bem limpa, o que, até onde sei, reduz a visibilidade eletrônica.

    http://1.bp.blogspot.com/-e4wWpd1-7b8/UmvKKjhDcDI/AAAAAAAABnQ/iaRG9OaDpzI/s1600/CV03-07.jpg

    http://2.bp.blogspot.com/-l8f3EakLZWA/Um106LHkr8I/AAAAAAAACT4/kBx-NBwYfj8/s1600/CORVETA+3.jpg

    http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2013/10/CV03-05.jpg

    – A presença de um hangar aparentemente mais espaçoso. A menos que meu golpe de vista esteja muito equivocado, pode acomodar um Lynx com sobra… Creio que poderia até mesmo acomodar um Sea Hawk.

    Enfim, a nova Tamandaré, pelo que observo, não deve nada a projetos modernos, como a K130 alemã ou a classe Kamorta indiana, tanto no desenho como no armamento ( em outras marinhas, ela poderia facilmente ser considerada uma fragata ). Na verdade, diria até que a classe brasileira é mais bem equilibrada… A própria Barroso, que é um senhor corvetão ( ! ), tem um desenho típico dos anos 90, e que pode ser considerado bom o bastante para essa década até o final da próxima ( quando muito provavelmente será descomissionada ).

    E os NaPaOc-BR, absolutamente nada devem aos modernos OPVs lançados por quaisquer estaleiros que eu já tenha lido…

  5. Eu reafirmo a posição, sou mais as Barroso Mod., e obsoleto é a ultima coisa que se poderá dizer sobre essas corvetas, que estarão incorporando um excelente radar multimodo Artisan 3D e o sistema de mísseis AA Sea Ceptor, o sistema mais parrudo que esse país já viu, além dos mísseis exocet MM40 para guerra de superfície, não se esqueçam de levar em conta também que nossa corveta está armada com um Super Lynx para batalha ASW que faz muita diferença em varios tipos de missões…Seu sistema de propulsão CODOG lhe permitirá velocidades acima de 30 nós e grande autonomia já que utiliza combinação diesel ou gás…
    Um “pequeno” ponto negativo do projeto é seu próprio desenho que aparecerá maior no radar inimigo, embora eu acredite que nada escapa aos modernos radares de busca de superfície atuais, pode fazer o formato de casco que quiser, se for de metal e estiver na superfície dentro do seu campo de cobertura o radar vai pegar…

Comentários não permitidos.