Cooperação Brasil / Suécia não para: Sueca SSC vai construir base em Alcântara

Lançamento do foguete brasileiro VSB-30  em 27/11/2011, Esrange Suécia

Virgínia Silveira | De Gothenburg e Satenäs (Suécia)

A SSC (Swedish Space Corporation) vai construir dois centros de lançamento para o foguete brasileiro VLM (Veículo Lançador de Satélites), em Alcântara, no Maranhão, e no Centro Espacial de Esrange, na Suécia. O primeiro passo para viabilizar o plano é assinatura de um acordo de parceria com o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), que coordena o desenvolvimento do foguete. A assinatura deve ocorrer em dezembro.

O acordo, segundo o diretor do DCTA, brigadeiro do ar Alvani Adão da Silva, prevê o intercâmbio de informações e de recursos humanos na área de desenvolvimento e de operações de lançamento, assim como de tecnologias de propulsão espacial e de propelentes ecológicos, entre outros projetos. A parceria, ainda segundo o brigadeiro, é desdobramento de um acordo especial assinado entre as Agências Espaciais do Brasil (AEB) e da Suécia (SNSB), em fevereiro.

A responsável pela área de tecnologia da SSC, Anna Rathsman, disse planeja utilizar o VLM para o lançamento de micro e nanossatélites para o mercado europeu. A executiva afirmou que não tem uma projeção do mercado global para veículos na categoria do VLM, mas que uma estimativa inicial feita pela SSC prevê o lançamento de pelo menos dois foguetes por ano do Centro de Esrange.

Segundo o Valor apurou, por apresentar um baixo custo de produção e de complexidade técnica, além de um ciclo de desenvolvimento rápido, o VLM tem um mercado potencial superior a dez lançamentos por ano.

O diretor do DCTA disse a SSC já definiu o local para a construção do sítio de lançamento em Esrange. “Estudos já feitos por especialistas indicam a existência de um mercado promissor para o VLM, tendo em vista que não existe nenhum outro foguete dedicado para atender a essa faixa de mercado (lançamento de cargas úteis de 120 a 150 quilos)”, afirmou.

Os concorrentes do VLM são foguetes de grande porte, que levam pequenos satélites de carona. O VLM teria um custo de lançamento baixo, inferior a US$ 10 milhões. Seu desenvolvimento é feito pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), órgão de pesquisa e desenvolvimento do DCTA, em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que financia parte do projeto, avaliado em R$ 100 milhões.

O próximo passo do projeto do VLM é a contratação da fabricação da parte estrutural do motor foguete, o S50. A empresa Cenic já concluiu o projeto de desenvolvimento do motor. Feito em fibra de carbono, o S50 será o maior motor foguete já construído pelo IAE. A Avibras fez o estudo de viabilidade de carregamento do motor com propelente (combustível).

O DLR utiliza o foguete brasileiro VS-40 para o experimento científico Shefex, considerado o principal programa espacial da Alemanha. De acordo com o DCTA, os alemães querem utilizar o foguete VLM para o lançamento do experimento Shefex 3 (da sigla em inglês Sharp Edge Flight Experiment), que irá testar o comportamento de novos materiais e tipos de proteção térmica necessários para o desenvolvimento de tecnologia de voos hipersônicos e de veículos lançadores reutilizáveis.

O vice-diretor do IAE, coronel aviador Avandelino Santana Júnior, disse que o teste de qualificação em voo do VLM deverá acontecer em dois anos. A fabricação do foguete será feita pelo setor espacial brasileiro. Ele afirmou que o VLM é um foguete configurado para lançar micro e nanossatélites de sensoriamento remoto, experimentos científicos e com aplicação meteorológica em baixa altitude.

A SSC já mantinha um relacionamento próximo ao DCTA desde 2005, por meio da utilização dos foguetes de sondagem VSB-30 (desenvolvidos pelo IAE), que fazem o lançamento de cargas científicas e tecnológicas em ambiente de microgravidade.

Com faturamento de 524 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 71 milhões) por ano e mais de 600 funcionários, a SSC fornece serviços de gestão de satélite e de lançamento de foguetes e balões, além do desenvolver subsistemas para aplicações aeroespaciais.

Valor Econômico

Para efeito de esclarecimento – konner: (VLM) Veículo Lançador de Micros satélites

Fonte: Panorama Espacial

18 Comentários

  1. por isso votamos na continuação
    sabe por que porque senão os sites de defesa iriam ficar apenas com noticias de novidades boas apenas do exterior
    agora é a hora de inauguração de várias obras e benfeitorias que estão em fase de acabamento
    mesmo o tcu atrasando , mesmo os ambientalistas e ongns atrapalhando
    e novos contratos e novas metas sairão do papel
    desse jeito os sites de conteúdo militar estão cheios de informações como nunca antes
    pois eu me lembro como era uma noticia a cada 12 meses
    final do ano EU quero alias nos queremos a assinatura com as baterias anti aéreas russas e ano que vem a dilma pode visitar o Obama a gente deixa e ve se assina contratos de defesa também com os americanos !

  2. A Suécia tem grandes contribuições a prestar ao país e nós também por outro lado podemos ser muito importantes no suprimento de uma série de produtos que eles não tem como ambicionar por uma série de fatores. Portanto, alem do dinheiro as trocas e parcerias será muito conveniente a ambos os países. Louvo isso.

  3. Já tinha lido essa… se bem que deveria ter parado na segunda linha ao ler “VLM (Veículo Lançador de Satélites)”… acho que tem algumas ‘toneladas’ de diferença entre VLM e VLS…

  4. “Feito em fibra de carbono, o S50 será o maior motor foguete já construído pelo IAE.”

    ———————————

    “O grande diferencial do motor S-50, é o seu envólucro. Diferente da maioria dos anteriores que são metálicos, este vai ser construído usando materiais compostos, o que reduz o peso total e o tempo de produção de dezoito para três meses.” (Wikipédia)

    Em imagem de Maio/2012, mock up do Motor S50 em desenvolvimento no IAE:

    https://3.bp.blogspot.com/-FDUH7ngvDy4/T752J3EI1QI/AAAAAAAAI8w/wIx03aNa7P4/s1600/Visita+de+Alem%C3%A3es+e+Suecos+ao+IAE+-+8.jpg

  5. Se tivéssemos comprado o Rafale teríamos ganho um CD-R com alguns desenhos da fuselagem do Rafale como transferência de tecnologia.
    Se tivéssemos comprado o Super Hornet teríamos ganhado um tapinha nas costas e um thank you !
    Realmente a decisão a favor do Gripen a cada dia que passa se mostra mais acertada.

    • Com relação aos americanos você acertou, mas com relação ao Rafale teríamos ganho submarinos nucleares e convencionais e um helicóptero EC 735 e outros de lambuja tipo Esquilo, Pantera … sem maldade…..rs rs rs

  6. Eu venho falando que temos muito a aprender com a Suécia eles tem exelente Know-how em várias áreas mas não tinham força política para vender seus produtos nos concorridos mercado de armas, nos somos para eles a oportunidade de venderem seus exelentes produtos, gostaria de ver uma versão do Guarani armado co esse canhão Bofors de 40mm ou quem sabe uma futura versão Gunship do K-390.

    Bofors 40mm 3P – All Target Round: http://youtu.be/wewaCdSW4yc

  7. Precisamos fazer uma parceria com a SAAB na área de radares de superfície

    Giraffe 1X e Sea Giraffe 1X para curto alcance, com AESA na banda X e funções 3D;
    Giraffe 4A e Sea Giraffe 4A, de médio a longo alcance, combinando vigilância aérea, defesa aérea e localização de fogo inimigo numa única unidade AESA de banda S;
    Giraffe 8A, de longo alcance , incluindo capacidade de detecção de mísseis balísticos, com AESA na banda S;
    Giraffe AMB e Sea Giraffe AMB, modelos já existentes de radares de vigilância e comando e controle para defesa aérea baseada em terra, de curto e médio alcance, operando na banda C e aprimorados agora em alcance e cobertura;
    Arthur, sistema de localização de armas de longo alcance, operando na banda C, que detecta e localiza fogo inimigo.

    http://www.aereo.jor.br/2014/05/12/saab-amplia-sua-gama-de-radares-de-superficie/

  8. O programa espacial brasileiro caminha(?) com a lentidão das geleiras. Como costuma dizer o Giancarlos, quem viver verá.

    • Sabe Marcelo, as vezes acho que nós é que somos pouco informados sobre nossos avanços. Como podemos perceber a maioria das informações e descobertas nossas vem de fontes dos blogs caso contrario sequer saberíamos e poderíamos sentir algum orgulho de nós mesmos. Acho que nosso governo é omisso na divulgação de nossas potencialidades mais que nossa inverídica incapacidade. E se olharmos mais a fundo veremos que os grupos nacionais de imprensa se esforçam por mostrar nossas mazelas sem se preocupar em mostrar em igual proporção nossas virtudes que são muito maiores. Então conclusão que chego é que governos e mídia nacional, nesse aspecto, trabalham de mãos dadas para manter nossa cidadania acreditando num deslumbramento apenas ao que vem de fora. Sds.

      • Perfeito, Julio. Quando foi que você viu os reais problemas brasileiros sendo discutidos na TV? provavelmente NUNCA. Eu também não. Isso é muito triste. Como lutar contra tais forças, que tem a capacidade de lançar fatos importantes e concretos à inexistência? honestamente, acho muito difícil fazê-lo através do voto, a despeito do discurso corrente, politicamente correto, das virtudes democráticas. A verdade é que nossa democracia é meramente formal, estamos enxugando gelo. Até quando? posso lhe assegurar que nosso tempo tem limites. Nunca duvidei da capacidade dos brasileiros. Dê condições a esse povo e verá as maravilhas que somos capazes de fazer.

    • “Alemanha e Brasil estudam utilizar o VLM para transportar o veículo alemão Shefex 3 em uma trajetória de reentrada na atmosfera terrestre em 2017”.

      Então presumo que para cumprir a missão acima, até 2017 já esteja plenamente operacional e que , necessariamente, tenham sido realizados lançamentos de teste do VLM, anteriores à Missão Shefex 3…

  9. A relação estrategica entre Brasil e Suecia é interessante.Os dois não são competidores diretos e sim complementares.

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