Brasil e Alemanha querem postura mais dura da ONU sobre espionagem

Um ano após proposta de resolução que condena vigilância ilegal e arbitrária, novo texto apresentado às Nações Unidas pelos dois países chama interceptação de metadados como atos “altamente intrusivos”.

Brasil e Alemanha querem que a ONU adote uma postura mais dura com relação a atos de espionagem, reforçando uma resolução anterior sugerida pelos dois países e já adotada pela organização.

O texto reformulado e enviado nesta quinta-feira (06/11) aos 193 membros das Nações Unidas agora também inclui metadados. A nova proposta sugere que a vigilância, a interceptação de comunicações e a coleta de dados pessoais, de maneira ilegal ou arbitrária – inclusive de metadados – sejam consideradas atos “altamente intrusivos”.

Metadados são detalhes das comunicações, como números telefônicos, duração de chamadas, hora e local de acesso a contas de e-mail, páginas visitadas na internet.

Para os governos brasileiro e alemão, tais atos “violam o direto à privacidade, podem interferir na liberdade de expressão e contrariam os princípios básicos de uma sociedade democrática, especialmente se promovidas em grande escala”.

Os dois países querem ainda que os membros da ONU formulem iniciativas para combater violações do direito à privacidade sobre um indivíduo ou de maneira maciça.

O Terceiro Comitê da Assembleia Geral da ONU, que lida com assuntos relacionados a direitos humanos, deve votar a proposta já no final deste mês. A nova resolução pode ser levada para votação pela Assembleia Geral em dezembro. Resoluções aprovadas pelas Nações Unidas não têm caráter vinculativo, mas podem ter peso em decisões políticas efetivas.

A resolução que existe atualmente foi apresentada por iniciativa da presidente Dilma Rousseff, e da chanceler federal alemã, Angela Merkel, em novembro do ano passado. A iniciativa vinha sendo planejada há algum tempo, mas ganhou mais força após o escândalo sobre supostos grampos nos telefones celulares das duas líderes pela Agência de Segurança Nacional (NSA) americana.

MSB/rtr/dpa

Fonte: DW.DE

15 Comentários

  1. Espero estar enganado mas a ONU é uma associação de países que pouco servem alem de ser um porto seguro para burocratas e aspones.
    Dificilmente a Dilma e a Merkel conseguirão apoio, fora do tradicional apoio verbal, e hipócrita para essas reivindicações. A ONU hoje se tornou apenas um grande cartório cuja principal função é dar carta Branca aos países do chamado “ocidente” para bombardear outros países mais frágeis e desalinhados nos diversos continentes, mas principalmente no Africano.

  2. Se a dona for visitar o iankSS a convite, vai ter de fazer um gesto + audacioso e esperto: colocar a ABIN nos calcanhares dos agentes da CIA/NSA ,dentro das terras Brasilis, na moita, calada, sem alarde p ñ afugentar à mosca, qto menos verborragia melhor. E vamos torcer p um bom êxito n empreitada. Estamos precisando de q os mesmos comprem + produtos Brasucas e p ontem…eles ñ são confiáveis.Sds. 😉

  3. Dona Dilma, se você quer que ninguém te espione a melhor forma de fazer isso é fechar a janela.
    Quem sabe agora com essa parceria com a China, dessa vez o CBERS 4 seja lançado com sucesso e a partir daí passaremos a ter mais privacidade nas nossas comunicações, e no futuro, novos satélites de comunicações e um satélite militar de vigilancia.
    É isso que temos que fazer para não ser espionados, ficar esperneando na ONU não adianta nada e só mostra fraqueza.
    Quem depender do “olho gordo” americano vai ser espionado, seja quem for, a melhor saída é não depender deles, ter independencia é ter soberania.

    • Desculpe meu bom amigo Topol mas acho muito perigosa uma parceria com a China. O que vai ocorrer é que ao invés dos EUA quem vai nos espionar é a China. Se o Brasil quiser se ver livre, precisa desenvolver seus próprios meios. E não teremos independência e soberania nos alinhando a Russos e Chineses. Muito pelo contrário. Seremos, apenas e tão somente, uma peça na estratégia deles de confrontação com o Ocidente.

      • Alinhamentos unilaterais seja com quem for não são vantajosos porém diversificar nosso leque de relacionamentos estratégicos proporciona “saídas” em eventuais situações de crise com “A” ou “B”.
        Quanto a sermos espionados pela China já que estamos em parceria no projeto, se eles nos espionarem ficaremos sabendo na hora já que o controle das informações será compartilhado e também poderemos espiona-los se caso quisermos, coisa que não ocorre hoje nas comunicações, apenas os EUA detém o controle das informações e cobram uma espécie de “aluguel” pelo serviço realizado por seus satélites e claro sempre que lhes é conveniente dão aquela espiadinha básica para adquirir informações privilegiadas importantíssimas, o que lhes permite estarem sempre um passo adiante na sua capacidade única de intervir em diversos setores, decisões, compras, vendas, parcerias, embargos, aprovações ou desaprovações dependendo do caso, tudo que lhes proporciona acima de tudo LUCRO.

        “Se o Brasil quiser se ver livre, precisa desenvolver seus próprios meios.”

        Concordo, é exatamente isso que estamos fazendo, o CBERS é aprendizado, depois de adquirido partiremos para um projeto 100% próprio

        E não estamos sendo peões de estratégia oriental de confronto contra o ocidente capitalista, no meu ponto de vista a neutralidade do Brasil frente a nova guerra fria proposta pelos dois blocos age como uma ponte que diminui a diferença politico-economica-cultural, diminui as diferenças, aproxima as relações e diminui as chances de um conflito.

      • Função primária de sensoriamento remoto (no módulo de carga útil onde ficam instalados os sensores e câmeras) mas tem a capacidade de comunicações também, (módulo se serviço) que além dos controles necessários a operação do satélite transporta um módulo de telecomunicações aberto.

  4. Eles investem muito em espionagem e com certeza não vão parar…Observar que eu disse “investem”, não gastam…

    Porque pelo tamanho das verbas destinadas à espionagem, este é um ramo que deve dar muito retorno financeiro aos yankees.

    “Segurança” é só uma justificativa para esta atividade, os principais objetivos da espionagem estadunidense é obter vantagens financeiras (licitas e ilícitas), espionagem industrial/tecnológica, chantagens, derrubar governantes e colocar fantoches no seu lugar, controle do negócio do narcotráfico internacional, etc…
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    31/10 2014

    “Os Estados Unidos gastaram cerca de US $ 136 bilhões nos exercícios de 2013 e 2014 com a coleta de informações, de acordo com números do governo.

    Segundo dados divulgados pelo escritório do Diretor de Inteligência Nacional (DNI) e do Departamento de Defesa, a inteligência dos Estados Unidos, uma federação de 17 agências de espionagem do governo, devoraram cerca de US $ 80 bilhões em 2011.

    Os números mostram que a Agência Central de Inteligência consumiram a maior parte do dinheiro de US $ 68 bilhões aprovados pelo Congresso no ano fiscal de 2014, que terminou em setembro.

    De acordo com os dados, o Congresso também entregou 68.000 milhões dólares para as agências de inteligência no ano fiscal de 2013.

    As autoridades não fornecem uma divisão do orçamento de inteligência ou detalhes sobre como o financiamento foi utilizado.

    Ao Congresso só são dadas informações sobre o total do orçamento atribuído a Comunidade de Inteligência dos EUA a cada ano, quando é convidado a aprovar o orçamento, melhores especificaçõs de gastos para as agências de espionagem não são divulgados.”

    Com base em documentos obtidos pela NSA denunciante Edward Snowden, “The Washington Post” publicou em agosto do ano passado os detalhes dos níveis de gastos das agências de espionagem estadunidenses ‘no orçamento fiscal ano 2013.

    De acordo com o relatório do “W.Post”, a CIA foi o gastador top , sendo concedidas 14.700 milhões dólares do orçamento de inteligência. A Agência de Segurança Nacional (NSA) foi classificada como a segunda gastador topo, ficando com 10,8 bilhões dólares do orçamento de 52,6 bilhões dólares alocados para o Programa de Inteligência Nacional (PIN).

    O NIP é distinto do Programa de Inteligência Militar, que normalmente custa aos contribuintes americanos algo entre US $ 20 e US $ 25 bilhões a cada ano.

    Vazamentos de Snowden também revelaram que a CIA e a NSA receberam um aumento de 56 e 53 por cento, respectivamente, em seus orçamentos desde 2004.

  5. Concordo com o topol, quem não quer ser espionado que crie meios para evitar a espionagem, utilize de contra inteligência, desenvolva seus meios de defesa cibernéticos, pois não adianta ficar fazendo discursos inflamados e continuar com as portas abertas a bisbilhotisse de terceiros, pois não são apenas os americanos que dão uma olhadinha por cima de nossos muros, mas França, Rússia, China,Argentina, etc., também dão suas espiadinhas.

  6. Concordo com os amigos de que devemos investir mais em contra espionagem MAS QUEM DEVE TOMAR E DAR A RESPOSTA AOS ESPIÕES SÃO OS ESPIONADOS E NÃO A ONU POIS ELA JA PROVOU ESTAR NAS MÃOS DELES QUANDO O BRASIL TROCOU O FORNECEDOR DO FX2 TOMOU A ATITUDE CORRETA E ELES INTENDERAM O RECADO OU ALGUEM DUVIDA DE QUE OS EUA SERIAM OS VENCEDORES CASO A ESPIONAGEM NÃO TIVESE VINDO A TONA.

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