EUA enviam armas pelo ar a combatentes curdos em Kobane

Ítens são destinados à resistência contra “Estado Islâmico”. Curdos confirmaram recebimento do equipamento, fornecido pelas autoridades curdas iraquianas. Turquia diz estar ajudando combatentes a cruzar a fronteira.

Pela primeira vez, os militares dos Estados Unidos lançaram do ar, nas imediações de Kobane, armas, munição e suprimentos médicos para os curdos que lutam contra os jihadistas do “Estado Islâmico” (EI) naquela cidade síria situada na fronteira com a Turquia. Os curdos sírios confirmaram nesta segunda-feira (20/10) o recebimento do material.

O porta-voz das Unidades de Proteção Popular (YPG) Boulat Jan disse à agência curda Welati que “uma grande quantidade de armas e munição chegou a Kobane”. Outro porta-voz das YPG, Redur Xelil, agradeceu o apoio dos EUA e afirmou que espera novos fornecimentos.

“Sem dúvida, a chegada das armas mudará o curso dos combates”, comentou Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Ele informou que foram fornecidas armas leves e de médio porte, metralhadoras, armas antitanques, munições e suprimentos médicos.

O comando militar dos EUA, Centcom, informou sobre “vários” voos bem-sucedidos de fornecimento, realizados por um avião de transporte do tipo C-130. O material, incluindo armas de pequeno porte, foi fornecido pelas autoridades curdas do Iraque. O Centcom parte do princípio que o material vai possibilitar aos combatentes curdos continuarem resistindo contra a milícia jihadista EI.

Fornecimento pode irritar Ancara

Kobane vem sendo palco de intensos combates entre os radicais islâmicos e a resistência curda. A aliança militar liderada pelos EUA bombardeia há semanas posições do EI na cidade. No fim de semana, houve, de acordo com o Centcom, 11 novos ataques aéreos.

Cerca de 135 ataques aéreos f

oram realizados em Kobane pela aliança internacional

Os militares americanos computam um total de 135 ataques aéreos da aliança internacional contra o EI em Kobane. A seu ver, há indícios de que, combinados à resistência das forças curdas em solo, os ataques dificultaram o avanço dos jihadistas na cidade, ao matar centenas de combatentes do EI e destruir diversos equipamentos e posições dos radicais sunitas.

O fornecimento de armas aos curdos pelos Estados Unidos pode vir a irritar o governo turco. Ainda no domingo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reiterou sua rejeição a armar os combatentes curdos na Síria. O partido curdo sírio PYD, cujo braço armado luta em Kobane luta contra o EI seria, segundo ele, um “grupo terrorista”, assim como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), proibido na Turquia.

Temia-se que o fornecimento de armas aos curdos pelos Estados Unidos pudesse vir a irritar Ancara. Ainda no domingo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reiterou sua rejeição a armar os combatentes curdos na Síria. O partido curdo sírio PYD, cujo braço armado luta em Kobane contra o EI seria, segundo ele, um “grupo terrorista”, assim como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), proibido na Turquia.

Mudança de estratégia

Entretanto, nesta segunda-feira, o governo da Turquia parece ter mudado de estratégia. O ministro do Exterior turco, Mevlut Cavusoglu, disse que o país está ajudando combatentes curdos peshmerga a atravessar a fronteira para se unirem à batalha contra o EI em Kobane.

Cavusoglu disse que a Turquia não quer ver a cidade fronteiriça nas mãos dos jihadistas. “Estamos cooperando com a coalizão [internacional]. Queremos nos ver livres de todas as ameaças na região”, disse o ministro, que, porém, não comentou o fornecimento de armas pelos EUA.

A ajuda dos combatentes peshmerga pode fazer grande diferença do lado curdo, que vem contando com o apoio dos ataques aéreos e agora também dos suprimentos internacionais.

Os militantes curdos resistem há quase cinco semanas aos ataques dos jihadistas do EI em Kobane e conseguiram no domingo entrar na parte oriental da cidade, ocupada pelo EI, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Uma cooperação mais estreita entre curdos e a aliança militar internacional aparentemente ajuda a deter o avanço do EI em Kobane. “Houve na última semana intensas trocas de informações entre ambos os lados”, disse Rami Abdel Rahman, do Observatório Sírio. “Assim, a coalizão foi capaz de almejar mais diretamente posições do EI em Kobane.”

MD/dpa/afp/rtr/ap

Fonte: DW.DE

7 Comentários

  1. Que tipo de armamento os EUA estão despejando do ar para os curdo combaterem o EI ? Não acredito que sejam os modernos fuzis SCAR-L e SCAR-H pois os Americanos não vão querer no caso da tomada da cidade pelo EI que apareçam tais armas em imagens de posse dos extremistas, eu acho que no maximo o M16 pelado sem ascessorios para se contrapor aos AK-47 dos estremistas ou a CIA vai dar um forcinha com alguns AK-47 do mercado negro da esquina.

    • São munições e fuzis, metralhadoras, granadas, “bazucas”…

      Más atenção! O fornecedor destes armamento e munições, quem os está bancando…São os curdos iraquianos, que fizeram um acerto com o EUA, para que entregasse os armamentos via aérea…

  2. por LUCENA
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    ( … ) Pela primeira vez, os militares dos Estados Unidos lançaram do ar, nas imediações de Kobane, armas, munição e suprimentos médicos para os curdos que lutam contra os jihadistas do “Estado Islâmico” (EI) naquela cidade síria situada na fronteira com a Turquia. Os curdos sírios confirmaram nesta segunda-feira (20/10) o recebimento do material. ( … )
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    Qual é a possibilidade muito desses itens cair nas mãos das criaturas da CIA.

    • por LUCENA
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      NO IRAQUE, A COLIGAÇÃO DEFENDE OS SEUS INTERESSES PETROLÍFERAS.
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      (*) fonte: http://www.voltairenet.org/article185640.html
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      De acordo com a Agência Internacional de Energia, órgão da OCDE, os bombardeamentos da coligação (coalizão-Br) norte-americana contra o Emirado Islâmico paralisaram a pilhagem do petróleo iraquiano, mas não têm tido efeito sobre o do petróleo sírio.
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      No seu relatório mensal, a AIE precisa que o Emirado Islâmico comercializava a 15 de Agosto 70 000 barris por dia, dos quais 10.000 vindo da Síria e 60.000 do Iraque. Agora não vende mais de 20 mil por dia, equitativamente roubados dos dois países.
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      De acordo com a AIE, o petróleo roubado foi exportado sobretudo através do oleoduto ligando Doura, no Iraque, ao porto de Ceyhlan na Turquia, e por camião (caminhão-Br) do campo de Ajeel, no Iraque, através do Curdistão iraquiano. O número de camiões teria caído de 120 a 10 por dia.
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      A campanha de bombardeios da Coligação norte-americana começou quando a limpeza étnica já estava terminada na zona sunita do Iraque e começava na Síria. Em nenhum momento, ela visou os interesses estratégicos do Emirado Islâmico, ou teve impacto no campo de batalha. Ela não tem, pois, por objectivo impedir a limpeza étnica, mas sim defender os interesses petrolíferos ocidentais no Iraque.
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      Na Síria, os bombardeios não diminuíram a quantidade de petróleo roubado, apenas privaram o Emirado Islâmico de gasolina refinada.

  3. Isso vai dar m#* os caras não aprendem essas armas irão parar nas mãos do EI e vai desestabilizar ainda mais a região.
    Agora Partido dos Trabalhadores do Curdistão isso aí nós sabemos que que não é boa coisa e governo turco que abra os olhos com eese partido.

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