Putin e Poroshenko em Milão: Poucos avanços

Da esq. para a dir.: Vladimir Putin, Matteo Renzi, Angela Merkel, em Milão

Drones poderão fazer monitoramento da fronteira entre Rússia e Ucrânia, mas presidentes dos dois países prosseguem em impasse no tocante aos conflitos na região.

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Petro Poroshenko, começaram a discutir a possibilidade de que drones passem a monitorar a fronteira entre os seus países. A informação foi dada pelo primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, ao fim da cúpula que reuniu representantes de mais de 50 países europeus e asiáticos em Milão nesta sexta-feira (17/10).

Ainda não se chegou, porém, a um consenso para colocar fim aos conflitos entre separatistas pró-Rússia e tropas ucranianas no leste do país, que se arrastam há seis meses. Tampouco há sinais de que Putin e Poroshenko chegarão a um acordo, seja para reforçar o cessar-fogo na região, seja para colocar fim ao bloqueio no fornecimento de gás russo ao país vizinho.

“Não consigo ver nenhum avanço aqui até agora”, comentou a chanceler federal alemã, Angela Merkel, que também se encontra em Milão. Assim como o presidente francês, François Hollande, ela participa das reuniões entre Putin e Poroshenko, na tentativa de destravar os impasses.

“Vamos continuar as conversas. Houve progressos em alguns detalhes, mas a questão principal são as continuadas violações à integridade territorial da Ucrânia”, disse Merkel, que se encontrara com Putin na noite anterior. Segundo a imprensa, a chefe de governo havia se mostrado desapontada com a falta de “ânimo construtivo” do russo.

Ao sair do encontro na manhã desta sexta-feira, Putin classificara as conversas como “positivas”. Em seguida, porém, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, comentou que “certos participantes” haviam tomado uma postura “completamente não neutra, não flexível e não diplomática” em relação à Ucrânia.

A terceira rodada de negociações, no fim do dia, terá a mediação dos presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Barroso. Eles pretendem já preparar o terreno para um possível acordo entre Moscou e Kiev sobre o fornecimento do gás, na semana que vem, quando os dois países do Leste voltam à mesa de negociações, dessa vez em Bruxelas.

Dirigentes da Rússia, Ucrânia e de potência europeias reúnem-se em Milão

Choque na fronteira

O monitoramento da fronteira entre Rússia e Ucrânia constitui um ponto decisivo no processo de paz na região. Países do Leste Europeu acusam os russos de oferecer treinamento e enviar combatentes para o leste ucraniano – onde, apesar do acordo de cessar-fogo acertado em setembro, confrontos sangrentos continuam ocorrendo em algumas áreas. A Rússia, porém, nega as acusações.

A fim de aumentar a pressão sobre o Kremlin, a UE e os Estados Unidos vêm impondo sanções contra os russos. Em março último, a Rússia anexou a península da Crimeia, até então parte do território ucraniano. Em resposta às sanções ocidentais, Putin decretou medidas econômicas contra o Ocidente.

A crise levou, ainda, a Rússia a suspender o fornecimento de gás para a Ucrânia, alegando dívidas do país. A UE teme que a medida possa levar a interrupções no abastecimento em toda a Europa durante o inverno. O gás russo atende cerca de um terço da demanda no continente europeu, e cerca de metade dele passa pelos gasodutos ucranianos.

MSB/dpa/rtr

Fonte: DW.DE

2 Comentários

  1. Interessante notar ,sem o gas russo a ucrania morre-ra de frio ,sem a grana da europa a russia morre-ra de fome , mas a russia ainda possui duas cartas na manga ,uma delas seria fazer chantagem atomica, a outra seria vender suas mulheres para arabes e chineses !

    • Pior é que a Rússia já faz as duas coisas.
      Ameaçou usar armas nucleares se a OTAN intervisse na Ucrânia e tem um site onde se pode escolher uma esposa russa, existe até um filme sobre isso.

      Uma coisa que não entendo é:
      Se as pessoas aqui dizem que a Rússia não tem nada a ver com o conflito e não está se metendo pq então os dois presidentes estão negociando?

      Fontes civis russas já falam em mais de 300 russos mortos na Ucrânia e quase 1000 feridos o que confirma exatamente as afirmações da OTAN de que realmente há tropas russas participando dos combates.

      A Rússia deveria repeitar a soberania da Ucrânia e oferecer asilo para cidadãos que quiserem ser russos. Quem quer ser russo que mude para a Rússia.

      Putin está apoiando uma guerra civil exatamente como os EUA fazem na Síria, a diferença é que na Síria o governo é uma ditadura sanguinária enquanto na Ucrânia é uma democracia.

      Essa conversa de que a CIA manipulou metade da população ucraniana e que os anti russos são todos “neonazistas sionistas” não convence ninguém, é óbvio que se o povo estivesse satisfeito com a pareceria com a Rússia a propaganda americana não teria poder nenhum.

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