Putin ordena retirada de tropas russas da fronteira com a Ucrânia

Ordem partiu poucos dias antes de encontros entre autoridades da Rússia com representantes de governos americano e europeus. Cerca de 17 mil soldados estacionados na fronteira ucraniana devem voltar para suas bases.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a retirada das tropas russas estacionadas próximo à fronteira com a Ucrânia. A medida foi anunciada pelo Kremlin na noite de sábado (11/10), poucos dias antes de um encontro para tratar das negociações de paz do conflito que atinge o leste ucraniano desde abril.

De acordo com o porta-voz do governo russo Dmitry Peskov, Putin ordenou que os cerca de 17,6 mil soldados envolvidos em operações desde o início do verão em Rostov, no sul do país, retornem para suas bases. Autoridades ucranianas e ocidentais viam a presença de tropas russas próximo à região ucraniana controlada por separatistas pró-Rússia como uma provocação.

O Kremlin, no entanto, sempre afirmou que as tropas estacionadas em Rostov estavam participando de treinos de verão. Mas a Ucrânia e países Ocidentais acusavam a Rússia de estar fornecendo armas, especialistas e combatentes para os rebeldes ucranianos.

A presença de tropas russas nessa região foi uma das razões para a imposição de sanções pelos Estados Unidos e União Europeia à Moscou. Em retaliação, a Rússia baniu a importação de alimentos vindos dos países ocidentais envolvidos na medida.

Semana de reuniões

A ordem de Putin foi dada poucos dias antes de dois encontros importantes para o país. Na terça-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, tem uma reunião com o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, em Paris.

Na sexta-feira é o dia do encontro entre Putin, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e líderes europeus em Milão para negociar o fim do conflito na Ucrânia que já matou mais de 3,6 mil pessoas, segundo a ONU. Além da presença do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, é esperada a participação do premiê britânico, David Cameron, e da chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, na reunião.

“Eu não espero que essa negociação seja fácil. Mas eu estou otimista”, afirmou Poroshenko no sábado. O último encontro entre o presidente ucraniano e Putin aconteceu em agosto e serviu de base para um pacto de trégua que está em vigor desde o início de setembro.

A retirada das tropas pode ser vista com um sinal de boa vontade de Putin. Uma das condições ocidentais para não aplicar sanções ao país era esse recuo dos soldados russos que estavam na região fronteiriça próxima à zona de conflito na Ucrânia. No mês passado, Merkel declarou que ainda não considerava voltar atrás na medida devido ao rumo da situação.

Apesar da trégua na região declarada no dia 5 de setembro, o combate entre separatistas e tropas do governo continua. Em Donetsk, explosões foram ouvidas durante o fim de semana na região do aeroporto.

CN/rtr/dpa/apf/ap/lusa

Fonte: DW.DE

Putin se reunirá com líder ucraniano na Itália nesta semana

O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, anunciou neste sábado que se reunirá com seu colega russo, Vladimir Putin, para discutir o conflito armado no leste do país durante uma cúpula prevista em Milão (Itália) na próxima semana.

“Em Milão vou me reunir com o presidente da Federação russa, Vladimir Vladimirovich Putin”, declarou Poroshenko durante uma viagem a Kharkiv (leste da Ucrânia).

O Kremlin já mencionara a possibilidade do encontro durante a cúpula ASEM (Diálogo Ásia-Europa) que reunirá líderes da União Europeia e de vários países asiáticos.

A chanceler alemã, Angela Merkel, os primeiros-ministros italiano, Matteo Renzi, e britânico, David Cameron, e outros líderes da União Europeia também participarão do encontro, acrescentou o presidente ucraniano.

Esta reunião teve um precedente em 6 de junho, com a participação do presidente francês, François Hollande, de Merkel, Putin e Poroshenko, à margem das celebrações do 70º aniversário do desembarque da Normandia.

No fim de agosto, Putin e Poroshenko tiveram um encontro privado à margem da cúpula regional de Minsk, em Belarus.

Kiev e o Ocidente acusam a Rússia de entregar armamento pesado aos separatistas do leste da Ucrânia e de ter mobilizado tropas na zona, o que é desmentido por Moscou.

AFP

Fonte: Terra

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