Vírus EBOLA e a ordem mundial

A julgar por tudo, a civilização ocidental está perante um novo desafio. Até finais de outubro, com a probabilidade de 75%, o vírus ebola irá atingir a França e com a probabilidade de 50% – o Reino Unido.

O anúncio foi feito por especialistas da Universidade do Nordeste de Boston (EUA), que, sob a direção do professor catedrático Alex Vespignani tentaram modelar a propagação do vírus na África Ocidental e a sua eventual expansão para fora do continente africano.

Muitos peritos têm qualificado a hipótese como pessimista demais. Todavia, acabaram por reconhecer que a epidemia se vai alastrando em flecha, fazendo aumentar o número de vítimas.

Segundo as estimativas mais recentes da OMS, o surto da febre ebola na África Ocidental já matou mais de 3 mil pessoas. Na semana passada, foi internado o primeiro cidadão dos EUA contaminado com o vírus. Aqui, aliás, a realidade vem correspondendo às previsões.

Conforme as avaliações prévias, o risco de propagação do vírus para os EUA constituíra, em finais de outubro, 70%. O primeiro caso de contaminação foi registrado na Europa, a saber, na Espanha. Mas o maior risco vai correndo a França, já que a epidemia tem afetado os países francófonos, ou seja, as antigas colônias francesas.

Assim, se não forem tomadas medidas drásticas, até ao mês de fevereiro, o vírus irá atingir 1,5 milhões de pessoas, o que pressupõe cerca de um milhão de casos letais. As previsões se assentam no fato de o vírus não poder ser sujeito a mutações. Quanto à Europa, nos próximos seis meses, o número de vítimas poderá subir no continente, atingindo a fasquia de 40 mil pessoas. No entanto, aqui tem de ser levado em conta um elevado nível de serviços médicos.

De qualquer modo, a história desconhece surtos da doença dessa envergadura. Há quem argumente que o ebola, sendo não muito suscetível a mutações, permitirá aos especialistas elaborar vacinas e remédios sem ter grandes receios por essa causa, considera o virusólogo Alexander Butenko:

“A vacina já está quase pronta, passando por testes necessários. Mas a vacina não é um remédio, segundo opinam alguns especialistas. É, antes, um meio de profilaxia. Para conseguir uma boa proteção será necessário algum tempo, por exemplo, um mês. Como se sabe, o plasma do sangue de sobreviventes contem anticorpos e pode ser eficaz nos primeiros dias de enfermidade”.

Seja como for, a vacina ainda não foi inventada. Por isso, na sua ausência, os cientistas e médicos recomendam limitar os contatos com os países abrangidos pela epidemia. Segundo tal lógica de raciocínio, o único meio eficaz contra a propagação do vírus terá sido um isolamento completo, o que entra em contradição com o princípio de globalização.

As guerras virtuais, os processos migratórios, a aceleração dos ritmos de urbanização na falta de infraestruturas necessárias, vêm criando condições propícias para a eclosão de uma série inteira de crises. A questão do ebola, ao fim e ao cabo, se esbarra com a imperfeição sistémica da doutrina de neoliberalismo.

É possível que a Humanidade esteja em condições de lidar com esse mal. Mas a seguir ao ebola poderá bater à porta um novo desafio e novas desgraças até que aprendamos a alterar a nossa atitude para com os princípios fundamentais da ordem mundial.

 

Fonte: Voz da Rússia

Entenda como o ebola é transmitido

Por que a equipe médica na África parece não estar imune, apesar das medidas para evitar o contágio? Entre as razões, a persistência do vírus, certos costumes e a resistência à medicina ocidental.

Na África Ociental o vírus do ebola já fez mais de mil vítimas. Apesar dos grandes esforços de médicos, Organização Mundial da Saúde (OMS) e organizações humanitárias, o vírus vai se espalhando cada vez mais.

Ao contrário da gripe, a transmissão do ebola se dá apenas pelo contato direto com os fluidos corporais de pessoas infectadas, como sangue, urina, fezes ou suor. O vírus é extremamente resistente e sobrevive também durante muito tempo nas superfícies de objetos.

Quando um enfermo deixa fluidos corporais sobre uma mesa ou tampa de vaso sanitário, por exemplo, o vírus se mantém longamente ativo, e outras pessoas podem se contaminar. Outra situação perigosa é o óbito, pois o vírus do ebola não morre imediatamente com o paciente, mas permanece no cadáver, como fonte de contaminação.

Os pesquisadores acreditam ter sido assim que a atual epidemia se alastrou. Consta que, em dezembro de 2013, um menino se infectou no contato com um morcego caçado para ser comido. Assim, o chamado “paciente zero”, ou seja, o primeiro a carregar o vírus da epidemia, contaminou também as pessoas imediatamente à sua volta.

Importância de medidas de precaução

Ao entrar no corpo, o vírus se espalha com velocidade e destrói os vasos sanguíneos. Além disso, ele prejudica o processo de coagulação e provoca fortes reações inflamatórias. O sistema imunológico não consegue responder com rapidez suficiente: a pressão sanguínea cai velozmente e os pacientes morrem de falência múltipla de órgãos.

Como as formas de transmissão do vírus são conhecidas, os médicos deveriam poder se proteger da infecção. Apesar disso, cada vez mais membros das equipes médicas se contaminam.

O Instituto Bernhard Nocht, a maior organização alemã de pesquisa de doenças tropicais, presume que as rigorosas medidas de segurança para pessoal médico não foram ou não puderam ser cumpridas, seja por falhas de formação e esclarecimento no tratamento de pacientes, seja por falta do material necessário, como desinfetantes para as vestes de proteção.

Aspecto cultural do alastramento

Teoricamente, a epidemia poderia ser logo debelada, mas isso não depende apenas dos médicos. Faz parte do combate ao ebola também o esclarecimento da população, pois certos costumes são um obstáculo à extinção do vírus.

O Instituto Bernhard Nocht recomenda que também sejam consultados antropólogos, pois, em muitas das regiões afetadas na África, o significado do funeral é maior do que o de um nascimento ou casamento. Os mortos ficam na proximidade da família por algum tempo, são velados e tocados. E assim o vírus, que ainda sobrevive por vários dias, é transmitido às pessoas saudáveis.

Muitos africanos consideram que sua doença é uma maldição, que os persegue por vingança de um inimigo ou de uma divindade; ou que o vírus foi trazido pelos brancos aos seus países. Muitos rejeitam a medicina convencional e não se deixam tratar, muito menos por brancos.

A chave para combater o ebola está no esclarecimento. Os infectados devem ser encorajados a procurar ajuda nos ambulatórios. E os familiares precisam saber como se proteger do contágio.

Fonte: DW.DE

4 Comentários

  1. por LUCENA
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    Devemos lembrar que , devido um momento de lucidez do americanófilo do FHC ( justiça seja feita ) , no qual o seu ministro da saúde fora José Serra, o Brasil ( o anão diplomático ) com a sua diplomacia do atabaque, consegui na ONU, o direito de qualquer país derrubar a patente de um remédio caso houver a necessidade de usá-lo em uma epidemia.
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    O governo americano na época ( W. Bush ), protestou essa atitude do “anão” más, as circunstância fizeram a vaca-sagrada dos americanófilos , hipocritamente, em utilizar essa prerrogativa ( graças ao Brasil ), quando os EUA se viu envolvido em um ataque interno por antrax. 😀
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    Na época em que o Brasil fora criticado pelos EUA por ter feito aquilo, muitos americanófilos como sempre,desceram o pau no coitado do Brasil …. com sempre fazem … hipócritas ! … 😉

  2. pior que os governos mundiais no mesmo papinho furado que não vai chegar que esta distante
    minha geração viu a mesma historia no caso da aids
    não ira chegar casos isolados , e etc etal

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