Gripen NG na FAB: “Sem dúvida, foi a melhor coisa que aconteceu para o Brasil, para a Força Aérea”

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“Sem dúvida, foi a melhor coisa que aconteceu para o Brasil, para a Força Aérea”

Força Aérea Brasileira (FAB), 02/10/2014

Com essa frase, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, resumiu a importância da aquisição dos caças Gripen NG para a Força Aérea Brasileira (FAB). A declaração foi feita nesta quarta-feira (01/10) durante o encontro com as “Velhas Águias”, que reuniu cerca de 150 oficiais reformados e da reserva no Clube da Aeronáutica de Brasília para tratar das novidades da FAB.

“Essa reunião foi maravilhosa, ainda mais para quem está na inatividade poder saber o progresso que está acontecendo”, disse o Major-Brigadeiro Silas Rodrigues, que foi para a reserva em 1982. “A gente se atualiza do que está acontecendo. Estar informado é sempre muito importante”, completou o Coronel Brival Bello Souza, na reserva desde 1991. Encontros com militares da reserva fazem parte da agenda de outubro do Comandante da Aeronáutica como parte das comemorações do “Mês da Asa”.

Na palestra de ontem, o Tenente-Brigadeiro Saito recebeu o agradecimento do Tenente-Brigadeiro Lélio Viana Lobo, Ministro da Aeronáutica nos anos 90.

Renovação

De acordo com o Tenente-Brigadeiro Saito, a aquisição dos 36 caças Gripen NG será um marco para a FAB e o objetivo é futuramente adquirir mais unidades para substituir os caças A-1 e F-5. As novas aeronaves chegarão ao Brasil para ocupar o lugar dos Mirage 2000, aposentados em dezembro de 2013.

A palestra também abordou o KC-390, aeronave que será apresentada oficialmente ainda este mês pela Embraer e com primeiro voo planejado para 2014. Foram ainda esclarecidos detalhes sobre o recebimento de novas aeronaves, como as três unidades adicionais do SC-105 Amazonas, os helicópteros H-36 e as Aeronave Remotamente Pilotadas Hermes 450 e Hermes 900.

O apoio ao desenvolvimento da indústria brasileira foi um ponto de destaque. “Isso vem desde a criação da Aeronáutica”, afirmou o Brigadeiro Saito. Em sua apresentação, disse que a Embraer já entregou, até hoje, mais de 600 aeronaves para a FAB. Há ainda a participação de dezenas de empresas em projetos como o desenvolvimento do Link BR2 e dos mísseis MAA-1B, A-Darter e MAR-1. O Comandante da Aeronáutica ressaltou ainda que já estão totalmente integrados à frota os mísseis Python 4 e Derby, além do Litening, equipamento para designação de alvos.

A palestra de duas horas de duração também abordou temas como gestão de recursos, política de pessoal, unidades de saúde e tráfego aéreo. O Brigadeiro Saito lembrou de projetos do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), como o novo software utilizado por controladores de tráfego e a implantação de novos procedimentos de voo.

Fonte: Força Aérea Brasileira (FAB)

12 Comentários

  1. “Manter a soberania no espaço aéreo nacional com vistas à defesa da pátria”.
    Então a missão foi por água abaixo há décadas, e com o que está nas mãos dos pilotos latinos, vai continuar por água abaixo.

    “Sem dúvida, foi a melhor coisa que aconteceu para o Brasil, para a FAB”
    Sem dúvida foi a melhor coisa, mas está longe das melhores das coisas que poderiam ter acontecido.
    Meu amigo, para quem tem F-5/A-1 e Mirage 2000, foi um salto gigantesco. Mas operacionalmente…vai adiantar o que?
    A FAB é o piloto que entrou na Fórmula 1 correndo com um Opala. Trocou o Opala por um Civic. E agora vai trocar o Civic por um BMW 535. É um puta carro, mas a corrida é Fórmula 1. 🙁

    • Melkor,

      A FAB não ganha apenas no salto tecnológico ou capacidades em si. Ganha em doutrina… A diferença do Gripen para outros é justamente a simplicidade de operação, o que abre um leque de possibilidades de utilização que antes não existiam.

      Para se entender o Gripen, deve se entender o propósito para o qual ele foi concebido. E esse é justamente operar desdobrado, com o mínimo de infraestrutura. A facilidade e racionalidade da manutenção foram prioridade aqui, e não somente o desempenho em si.

      Pequenos destacamentos operando em bases remotas ou improvisadas, com a mínima infraestrutura, é um exemplo de sua utilização; coisa que seria extremamente difícil de se fazer com o Flanker ou outros contemporâneos. Em suma, é exatamente o que o Brasil precisa para poder operar com eficácia em zonas de difícil acesso.

      • RR, Concordo que o Gripen se enquadra muito bem dentro da doutrina dele, conheço esse mosquito desde que o primeiro protótipo capotou em frente ao Karl Gustav em 1989. Ele é baixinho, facilitando a manutenção e rearmamento. Decola de rodovias remotas e sem infra-estrutura, tem o menor custo por hora de vôo, compartilhas dados,etc.
        Mas quando ele encontrar com um Flanker, um Typhoom, um Rafale, um F-35, o piloto adversário não vai querer saber de onde ele decolou, quanto custa a hora de vôo, quanto tempo demorou para ser rearmado, etc. Está voando é o que interessa. Quando eles se encontrarem, de onde ele decolou não fará diferença. Um sistema de monitoramento do espaço aéreo mais eficiente que inclua AWACS de longo alcance e caças 4.5G ou 5G pesados e manobráveis é o que mais vai fazer a diferença. O Gripen não se aguenta em dogfighter com nenhum dos acima citados, com exceção do F-35 que me parece outro tijolo. O radar vai detectar depois dos adversários, e os mísseis pode-se dizer que estão mais ou menos no mesmo pé, com alguma diferença. Em resumo, não acredito que seja um caça para ser o Principal vetor da FAB.

      • Melkor,

        Os defeitos de software, que ocasionaram os dois primeiros acidentes, já foram a tempos resolvidos; antes da entrega para a Flygvapnet. Salvo engano, houveram outros três acidentes com perda total de material, que tiveram causas diversas. Pode se dizer que tem sido uma operação normal, se comparado com outros tipos ocidentais.

        O Gripen é um delta com canard de estabilidade relaxada e FBW pleno… É páreo para qualquer caça no dogfight. A versão destinada ao Brasil terá um radar AESA poderoso, e que será bastante inovador sobre muitos aspectos. O PS-05, que equipa o Gripen C, já é um excepcional radar, que nada deve aos seus contemporâneos ( aliás, provou ser extremamente eficaz e confiável ). Some a isso o RCS naturalmente diminuto, e terá um caçador bastante esguio… Quanto a armas, o C já usa basicamente o mesmo arsenal dos outros eurocanards e caças americanos.

        Tempo de rearmamento, de onde se decola, e custo operacional são importantíssimos, pois eles é que dizem quando, onde e como o caça é operado.

        Tem razão quando diz que o que interessa é estar voando. E caça que ganha a guerra é caça que voa mais… De nada adianta ser um super caça, se ele fica um dia inteiro parado no chão para fazer uma troca de motor ou leva mais de quinze minutos pra ser reabastecido e rearmado… Isso, em operações reais, é crítico… E o mesmo raciocínio ( caça que ganha é caça que voa mais ), de uma forma ou de outra, nos leva a custo operacional. Também não adianta nada ter o super caça se ele vai ficar no chão por falta de manutenção…

        Ao decolar de campos improvisados, se pode chegar onde outros não chegam; ou reforçar o tempo de permanência em determinada região, diminuindo o tempo de reação. E nas imensidões remotas do Brasil, isso é importantíssimo.

      • Interessante RR, concordo com ambos seus comentários. O Gripen será sim um marco para uma evolução e se possível absorção de tecnologia para uma futura caminhada solo como fizemos com o AMX mas também concordo com o Melkor que estamos numa corrida de fórmula com com patinetes. O ideal seria ter fechado com o Gripen mas também ter tido a coragem de trazer um esquadrão de prateleira ao peso de um SU, F15 ou mesmo o F18!
        Abraço,

      • Henrique,

        Entendo o que diz, mas creio ser melhor apostar as fichas na padronização, adotando um modelo que não precisa ser necessariamente o de melhor performance, mas que seja bom o bastante. Isso, em termos de custo, manutenção e operação, é muito vantajoso.

        Pense da seguinte forma:

        O que vale mais? Um esquadrão de F-15 baseado em Anapolis, ou, pelo mesmo custo operacional, ter até dois esquadrões de Gripens baseados em Anapolis e, por exemplo, Manaus…?

        Ao apostar em uma aeronave mais barata e de custo operacional menor, se pode ter um maior numero da mesma disponível. Isso significa mais bases preenchidas, o que reforça a presença de uma força do ar onde se precisa dela, permitindo um tempo menor de reação a qualquer situação.

        A rigor, o que importa mesmo hoje é um equilíbrio entre tecnologia embarcada e performance. E o Gripen conseguiu isso.

    • giancarlos,

      F-16 logo estará fechando a linha de produção. É provável que até 2025 ele já esteja sendo substituído em peso pelo F-35 em praticamente todos os operadores ocidentais. Seria uma escolha interessante no primeiro FX, mas hoje existem opções mais condizentes com os cenários atuais e futuros. No meu entender, adotar o Viper hoje só se for em ultimo caso…

      Quanto ao Flanker, esse já está a caminho da obsolescência… E seria inaceitável para a FAB ter uma aeronave que já teria mais de 40 anos de projeto em pleno século XXI ( o mesmo valendo para o Fulcrum e toda a geração americana da mesma época; aí incluso o F-16 ).

      Diferente de F-16 e Flanker, o Gripen é um legítimo caça de quarta geração, elaborado dentro de conceitos muito mais avançados e que estão presentes somente em seus contemporâneos ( Typhom, Rafale e F-18 E/F ), tais como o baixo RCS, racionalidade maior de manutenção ( a nova geração foi projetada para ser mais simples que suas antecessoras ); e alguns deles são praticamente exclusivos dessa máquina. Nunca antes existiu numa aeronave dessa performance com tamanha simplicidade de operação/manutenção.

      Mesmo que se possa incluir tecnologia novas em tipos já antigos, o fato é que as limitações inerentes aos projetos dessas máquinas não podem ser corrigidas. Por mais que se refinem, jamais terão as melhores características da nova geração ( sendo o baixo RCS o principal fator ).

  2. Se a palestra fosse assim, eu acreditaria mais na FAB. O brigadeiro saito falaria assim, compramos 36 Gripens para teatros de baixa e média intensidade. E estamos em negociação com os EUA para comprar 100 Aeronaves modelo F35A para teatros de alta intensidade.E estamos em negociações com Embraer para iniciar o projeto de um bombardeiro bimotor moderno. no estado da arte para substituir o AMX pensamos em comprar 60 unidades desse projeto.
    Esse seria o pronunciamento interessante de ser ouvido.

    • Com fim de restrições e boicotes ao nosso programa espacial? A espionagem de nossos governantes? Agregado a um acordo comercial entre iguais, com redução de tarifas e barreiras em todas as áreas? Uma parceria no nível existente com o Canadá e a Austrália ou o velho sistema colonial?

  3. tiosam
    8 de outubro de 2014 at 20:00

    Se a palestra fosse assim, eu acreditaria mais na FAB. O brigadeiro saito falaria assim, compramos 36 Gripens para teatros de baixa e média intensidade. E estamos em negociação com os EUA para comprar 100 Aeronaves modelo F35A para teatros de alta intensidade.E estamos em negociações com Embraer para iniciar o projeto de um bombardeiro bimotor moderno. no estado da arte para substituir o AMX pensamos em comprar 60 unidades desse projeto.
    Esse seria o pronunciamento interessante de ser ouvido. ===== Seria mt bom ouvir tais palavras;ou q ele dissesse q estão estudando a possibili// de comprarem, ainda q de prateleira, 25 calças Su-35″S” e ou os novos Mig 35, q tem radar AESA..eu enviaria p ele uma medalaha de HONRA ao MÉRITO por olhar de forma tão contundente a defesa de Pindorama e operacionalidade da n FAB..Sds. 😉

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