Japão procura entrar no mercado de submarinos convencionais

Esse mercado vai crescendo a cada ano que passa devido ao aumento das capacidades operacionais e da importância política desse tipo de armas. Há já muito que o Japão tem encarado a frota de submersíveis e de meios de luta antissubmarina com as suas prioridades incondicionais. Como é evidente, os submarinos Soryu se reputam como um dos melhores tipos de submersíveis convencionais. Nesse contexto, a questão que se coloca é essa: poderá o Japão vir a ser um concorrente sério para os outros países exportadores de submarinos?

Convém notar que não obstante o abrandamento das restrições, a política nipônica na esfera de exportações contínua sendo muito conservadora. Além disso, muitos subsistemas de submarinos japoneses têm a origem estrangeira.

As mais usadas nessa vertente têm sido as tecnologias e componentes dos EUA. Os submarinos nipônicos, por via se regra, se dotam de mísseis Harpoon e sistemas hidro-acústicos norte-americanos. Segundo a tradição existente, isto permite aos EUA bloquear a exportação de submarinos desse tipo para qualquer outro país.

Face a um elevado nível das características do Soryu, é pouco provável que os EUA admitam o seu fornecimento para a Índia ou para o Vietnã. Uma vez que a Rússia tem exportado suas armas aos países que se encontram fora da influência norte-americana, a eventual exportação do Soryu não encerra uma ameaça séria para os interesses russos.

Por outro lado, o Soryu poderá fazer concorrência aos produtos da França ou da Alemanha nos mercados de alguns países. Cumpre não esquecer, contudo, que tais produtos são mais caros do que os análogos europeus. Além disso, os europeus têm sistemas mercadológicos bem estruturados e os serviços de manutenção técnica bem desenvolvidos. Deste modo, entre os importadores podem figurar certos países ricos da região asiática do Pacífico que se consideram aliados dos EUA. A Austrália é o primeiro exemplo elucidativo de um país como esses.

No caso de agravamento das relações entre a China e o Japão em que os japoneses compreenderão “não terem mais nada a perder”, o Soryu poderia ser oferecido ao Taiwan. Assim, seria resolvido um grave problema de modernização de submarinos desse país. A aquisição de tais navios pelo Taiwan seria, ao mesmo tempo, uma surpresa desagradável para a Marinha chinesa. Tal submersível seria capaz de assestar golpes a redes de comunicações chinesas situadas à grande distância das costas chinesas onde as potencialidades da luta antissubmarina da China são por enquanto limitadas.

Por fim, os submarinos nipônicos poderiam ser exportados para as Filipinas se houver, claro, uma boa vontade e a disponibilidade dos EUA e do Japão de prestar-lhes um apoio financeiro no processo de formação das Forças Armadas. Mas isso poderia mudar a situação no mar de China Meridional, o que não seria do agrado da China.

Como vemos, a oferta à exportação de submarinos nipônicos convencionais não poderá produzir alterações substanciais no mercado dessas armas. Mas em perspectiva, tal cenário poderá vir a ser um fator de peso no estabelecimento da situação segura e estável na Ásia Oriental.

 

Fonte: Voz da Rússia

7 Comentários

  1. Taiwan é uma província rebelde chinesa,Pequim apenas tolera isso,e caso queira tomar a ilha,o máximo que o ”Ocidente” ira fazer é protestar !

    Quanto a dependência dos submarinos nipônicos de tecnologias oriunda dos EUA,isso é perfeitamente solucionável,haja vista a capacidade tecnológica japonesa de desenvolver tecnologias próprias !

    • Cesar Pereira,

      Taiwan é um país organizado, razoavelmente bem armado, e já é um aliado dos EUA a tempos. Não seria, portanto, algo simples de se fazer…

      • Eu nem responderia a essas bobagens que tem apenas o cunho de afagar o ego dos russófilos que apeiam por essas páginas, caro RR… no fundo eles sabem que esses rompantes são apenas petardos incitatórios ao debate inócuo, visto que mesmo eles não sabem, apesar de terem a pretensão de saber, o que as nações irão ou deixarão de fazer… 🙂

  2. sem duvida os melhores submarinos convencionais são os deles e dos Russos..tecnologia pura…é por isso que forças ocultas de sempre cortam e sempre cortarão suas asinhas… como fazem aqui…quando tentamos alcançar qualquer forma de independência, desenvolvimento e auto determinação..

    • Maquina,

      O segredo do Japão é tão e somente o fato de que, independente das políticas adotadas no pós guerra e de outras vontades alheias, nunca deixou de lado sua industria de defesa. Sempre investiram pesado na concepção de seus armamentos, mesmo que não pudessem exporta-los. E como todo o país sério, aproveitou-se do intercâmbio cultural e tecnológico com seus aliados para desenvolver sua própria tecnologia.

      Os melhores submarinos convencionais ( os de maior sucesso ) nos últimos 25 anos, são alemães, franceses e suecos. Os modelos alemães em particular sempre foram considerados extremamente bem desenhados e bastante silenciosos. Os type 209 e os novos 214 são considerados o “top” dos submarinos convencionais hoje, sendo seguidos muito de perto pelos franceses com o Scorpenè… Por incrível que pareça, tudo leva a crer que as tendências nas grande potencias para os submarinos nucleares fez com que ficasse meio que de lado o desenvolvimento de submarinos convencionais nesses países ( os americanos e os britânicos, se não me engano, não tem nenhuma embarcação do tipo em atividade hoje, e os russos aparentemente não conseguiram grandes resultados com a classe Lada… ).

      • é verdade senhor RR…os subs alemães, franceses e suecos são ótimas opções sem duvida…mas acrescentaria ai nessa lista os russos…eles não receberam apelido de buracos negros pelos próprios estadunidenses por acaso..e são vendidos por ai pelo mundo..

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