Defesa & Geopolítica

China se coloca na fila para comprar submarinos russos

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SSK russiaVladimir Fedorov,  Voz da Rússia, 06/09/2014

A China precisa dos submarinos russos da classe Amur para contrabalançar a ameaça dos submarinos indianos. Mas não apenas isso. A China vê sobretudo sua marinha como o principal fator para fazer frente aos EUA, comentou o início das negociações para fornecimento à China de submarinos convencionais Amur o capitão de mar e guerra na reserva e doutor em ciências militares Konstantin Sivkov. Essa informação foi pela primeira vez confirmada oficialmente no dia 12 de agosto de 2014 pelo diretor da Rosoboronexport Anatoli Isaikin.

Anteriormente tinha sido divulgado que a marinha indiana tinha encomendado à Rússia dois submarinos diesel-elétricos da classe Amur (projeto 677). As negociações para a sua venda ou arrendamento decorreram em Nova Deli com a participação da Rosoboronexport, confirmou o jornal Defense News.

A China ainda não anunciou quantos submarinos Amur gostaria de comprar, explicou Anatoli Isaikin. Também não prazos definidos para a assinatura do contrato de fornecimento. Moscou e Pequim estão neste momento acordando a componente técnica dos submarinos.

Entretanto Konstantin Sivkov considera perfeitamente normal que a China e a Índia estejam interessadas nos Amur russos:

“O Amur representa realmente, pelas suas características, um passo em frente. Pelas suas capacidades de combate ele é superior aos submarinos chineses do projeto 877 em sua versão para exportação.

Como nós vendemos desses submarinos à Índia, a China gostaria naturalmente de ter uns iguais. Não tanto para manter o equilíbrio com a Índia. Os Amur russos são mais eficazes que o 877 chinês no combate a submarinos norte-americanos. Eles são capazes de destruir submarinos estadunidenses da classe Los Angeles, e mesmo da classe Virginia, com maior eficácia e a uma distância bastante superior.

Eles são furtivos e debaixo de água são praticamente silenciosos. Ou seja, praticamente não dão indícios que permitam aos submarinos detectá-los. Assim, eles efetuam um ataque antecipado, o que em guerra naval praticamente garante a destruição de um submarino inimigo.”

A Índia também não possui submarinos da classe Amur e por isso ela, tal como a China, associa o aumento do seu potencial naval à aquisição de submarinos russos. Neste caso o lado indiano tenciona mesmo renunciar à realização do concurso público, que é tradicional nestes casos. O Ministério da Defesa da Índia se declarou preocupado com a redução da capacidade de defesa do país e por isso tenciona recuperar terreno através de uma encomenda “rápida” à Rússia sem recorrer a concurso.

Neste momento a Índia possui 14 submarinos, enquanto a China dispõe de mais de 60. Em 2012 a Índia arrendou à Rússia o submarino nuclear K-152 Nerpa. Na Índia ele foi rebatizado de INS Chakra. Segundo a avaliação de Konstantin Sivkov, o Chakra é consideravelmente superior aos submarinos chineses, que são mais ruidosos. Mas, na opinião do perito militar, a China e a Índia não irão ser adversários no mar:

“A China não irá neste momento pensar em competir militarmente com a Índia. A marinha chinesa atualmente já tem um potencial militar bastante superior ao da marinha de superfície da Índia. A força naval chinesa está sendo aumentada através da construção maciça de contratorpedeiros 052 e fragatas 056. Pelo seu potencial ela é superior às forças de que dispõe a Índia. A marinha chinesa é consideravelmente mais poderosa que a indiana. A China vê a sua marinha de guerra como o principal fator de oposição aos EUA e não como uma resposta a uma ameaça por parte da Índia.”

Além da sua função principal, que é a de destruir submarinos, o Amur pode realizar bombardeios com mísseis de alvos terrestres com seis mísseis por cada salva. Entretanto, o Amur não se destina a ser equipado com sistemas antimísseis. A China não possui sistemas antimísseis de baseamento submarino.

Foto: ckb-rubin.ru

Fonte: Voz da Rússia  

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