Às vésperas de referendo, Londres promete mais autonomia para Escócia

Após divulgação de pesquisa apontando vantagem apertada para aprovação da independência da Escócia, Reino Unido anuncia planos para conceder maiores poderes aos escoceses.

Após pesquisas indicarem empate técnico no referendo sobre a independência da Escócia, o governo britânico planeja oferecer maior autonomia financeira ao país. O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, afirmou à BBC neste domingo (07/09) que o governo está concluindo planos para permitir que a Escócia tenha maior autonomia fiscal e tributária, caso os eleitores escoceses optem pelo “não” no referendo pela independência do país do Reino Unido. Ele disse que irá divulgar as propostas nos próximos dias.

O anúncio veio após pesquisas de opinião indicarem, pela primeira vez desde o início da campanha, uma vantagem apertada a favor do “sim” pela independência. As últimas pesquisas apontam que, apesar dos alertas do governo britânico, os apoiadores da independência vêm ganhando terreno.

“Melhor dos dois mundos”

“A Escócia terá o melhor dos dois mundos. Eles irão evitar os riscos de uma separação, enquanto terão maior controle sobre seu próprio destino, que é o que almejam muitos escoceses”, afirmou Osborne. O ministro reiterou, ainda, que uma Escócia independente não poderá usar a libra esterlina como moeda corrente.

De acordo com Osborne, entre as novas propostas estão “maiores poderes para aumentar impostos, autonomia fiscal muito maior, maior controle sobre os gastos públicos, maior controle sobre a previdência social e muitas outras mudanças”.

A pesquisa divulgada pelo jornal Sunday Times demonstra que pela primeira vez, desde o início da campanha, os apoiadores da independência do país seriam a maioria, ainda que por margem apertada. O “sim” pela independência teve 51% das intenções de voto dos eleitores, enquanto o “não” ficou com 49%.

“Medidas de pânico”

Trata-se de uma mudança significativa do quadro, já que anteriormente os unionistas contabilizavam uma vantagem de 22% em relação aos eleitores pró-independência.

A vice-primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, uma das líderes do movimento pelo “sim”, declarou que a campanha do governo britânico parece estar “tomada pelo pânico”, com a aproximação da data da votação. Ela alertou que se o governo britânico estivesse de fato levando a sério a hipótese de conceder maior autonomia à Escócia, não teria esperado para fazer o anúncio a apenas duas semanas do referendo.

“Não acho que as pessoas irão levar isso a sério”, afirmou. “Não há qualquer garantia de que se a Escócia votar ‘não’, teremos qualquer aumento de poderes para o Parlamento escocês.”

O primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, também desqualificou a estratégia britânica, descrevendo os novos planos anunciados por Osborne como “medidas de pânico”.

Na opinião dele, o governo britânico “fracassou ao tentar amedrontar os escoceses e agora tenta nos subornar. Isso também não irá funcionar, porque as pessoas se deram conta de que podem tomar o futuro do país em suas mãos”, afirmou.

O referendo pela independência da Escócia do Reino Unido está marcado para o dia 18 de setembro.

RC/ap/rtr

Fonte: DW.DE

5 Comentários

  1. Parece até com a nossa política. Dá até para fazer um paralelo com as últimas promessas de nosso governo depois das pesquisas que indicaram derrota no segundo turno.

  2. É ridículo, quando estão juntos tratam como uma prostituta… quando vem o pedido de divórcio, vem aquele show de promessas, “meu amor” pra cá, “meu amor” pra lá, não é bem assim!”

    Logo, logo, não haverá mais “Reino Unido”, somente Inglaterra, e vamos ver finalmente sua “real” face… a face de um país fraco e covarde, encoberta por um véu de “nobreza britânica”!

    Tá arriscado até a Argentina se armar e chamar pro “pau” novamente! se os PAs ainda não estão estiverem operacionais !?? 🙂

    E sustentar aquelas “monstruosidades” sem os impostos dos seus “vassalos” certamente vai ser uma GRANDE MORDIDA na economia inglesa! 🙂

    Seria muito, mas muito legal, se a Irlanda tomasse o mesmo caminho! 🙂

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