Ucrânia recua e adota estratégia de defesa

Rebeldes pro-Rússia próximo a Krasnodon, Ucrânia

A Ucrânia está mudando o foco de sua operação militar de eliminar os rebeldes pró-Rússia no leste para se defender de uma maior incursão de Moscou, depois de uma série de grandes reveses para as forças de Kiev nos últimos dias, disse ontem uma alta autoridade.

O anúncio feito pelo ministro da Defesa, Valery Heletey, que a Ucrânia está mudando drasticamente sua estratégia veio depois de outra rodada de negociações em Minsk, na Bielorrússia, entre Kiev, Moscou e os separatistas ter terminado sem resultados aparentes, além do compromisso de um novo encontro nesta sexta-feira.

Moscou nega que esteja colocando tropas na Ucrânia, com o ministro do Exterior, Sergei Lavrov, dizendo novamente ontem que a Rússia está descartando uma intervenção militar e que procura uma solução política.

Mas o governo de Kiev, apoiado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte e pelo Ocidente, acusa a Rússia de ter enviado mais de 1.000 soldados para lutar com os separatistas, virando a maré contra as forças ucranianas que há poucas semanas pareciam perto de retomar os redutos separatistas de Luhasnk e Donetsk.

A Ucrânia está tendo que enfrentar cada vez mais um exército bem armado e equipado com tanques e artilharia, não um bando de rebeldes e mercenários com armas, tornando a mudança de estratégia necessária, afirma o governo.

“A operação para libertar o leste da Ucrânia dos terroristas acabou”, disse Heletey em uma mensagem no Facebook ontem, usando a designação comum de Kiev para os separatistas. “Devemos urgentemente construir nossas defesas contra a Rússia, que está tentando não apenas reforçar as regiões ocupadas antes por terroristas, mas também atacar outras regiões da Ucrânia.”

As autoridades não especificaram como serão as mudanças no campo de batalha.

No mais recente revés enfrentado por Kiev, um porta-voz militar da Ucrânia disse que as tropas receberam ordens de se retirar do aeroporto em Luhansk. A capital regional do leste é um dos redutos dos separatistas pró-Rússia, mas os militares de Kiev tinham conseguido manter o controle da localidade estratégica durante cinco meses de luta.

O coronel Andriy Lysenko disse também que as tropas russas estavam assumindo o controle de cidades e vilas na região, substituindo as forças separatistas. As tropas ucranianas estão se posicionando para evitar que as forças russas se dirijam ao porto da cidade de Mariupol e dali para outras regiões da costa sul da Ucrânia, disse. Em outros lugares, as tropas de Kiev também tomaram posições defensivas para proteger o recuo das unidades atacadas por rebeldes e pelas forças russas na cidade de Illovaisk, perto de Donetsk.

O coronel Lysenko disse que a Rússia tem pelo menos quatro batalhões de 400 soldados cada em território ucraniano.

O presidente ucraniano Petro Poroshenko acusou a Rússia de empreender uma clara agressão que “fundamentalmente alterou a situação na zona de ação militar”. No fim do dia de ontem, Poroshenko contou ao encontrar o senador americano Robert Menendez que Kiev está procurando uma aliança especial com Washington e pedirá aos EUA para classificar os separatistas como um grupo terrorista, segundo declaração no site presidencial.

Não está claro o tipo de apoio que essas propostas encontrarão nos EUA, que têm resistido aos apelos de Kiev para oferecer ajuda militar letal.

Os líderes europeus intensificaram os pedidos para que a Rússia retirasse suas forças ontem, depois que em um encontro, no sábado, foram cogitadas novas sanções econômicas contra Moscou se o país não contribuir de forma mais efetiva para reduzir as tensões.

A chanceler alemã Angela Merkel ressaltou a necessidade de se preparar mais sanções, dizendo que o risco criado pelo comportamento “inaceitável” da Rússia na Ucrânia supera os riscos econômicos.

“Eu salientei o que essas [sanções] podem significar para as empresas alemãs. Mas eu também tenho que dizer o que pode significar ter permissão para alterar fronteiras na Europa e atacar outros países com suas tropas sem enfrentar nenhuma consequência”, disse. “Na minha opinião, esse é um risco muito maior que aceitar certas desvantagens para as empresas durante um período limitado de tempo.”

A Rússia parece determinada. Ela sinalizou que seria dura nas negociações em Minsk, pedindo para Kiev aceitar um cessar-fogo imediato e incondicional, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusando os líderes ucranianos pela escalada da violência ao se recusarem a negociar de boa fé.

Em uma declaração enviada às agências de notícias estatais da Rússia assim que as negociações começaram, o lado separatista afirmou que buscaria um “status especial” para as regiões que controla, com autoridades eleitas localmente, garantia do papel da língua russa e o direito dos militantes de permanecer como órgãos policiais, assim como anistia para todos os separatistas e a retirada das forças de Kiev. Em troca, os rebeldes concordariam em permanecer como parte da Ucrânia.

Kiev não tornou pública suas propostas antes da reunião, mas se opôs a ceder o controle das regiões separatistas aos rebeldes. Após os sérios reveses no campo de batalha nos últimos dias, porém, a posição de Kiev para negociar parece enfraquecida.

Andrei Purgin, um dos líderes separatistas que participaram das negociações, disse que Kiev fez “grandes” propostas, mas não as detalhou. Nenhum outro participante falou logo depois da reunião, que foi mediada pela Organização pela Segurança e Cooperação na Europa.

Putin defendeu os esforços de guerra dos separatistas, que descreveu como uma tentativa de proteger os civis de ataques das forças de Kiev. A Ucrânia nega ataques a civis.

Falando a repórteres durante visita à Sibéria, ele disse que a razão principal para o conflito é que “as autoridades hoje em Kiev não querem realizar um diálogo político significativo com o leste de seu país”.

Em comentários distintos, Lavrov defendeu o cessar-fogo e disse que as forças ucranianas devem “deixar as posições em que podem ferir a população civil” — uma demanda que provavelmente exigiria uma retirada total da região.

Putin parecia ontem ignorar a ameaças de mais sanções. “Espero que o senso comum prevaleça e agiremos de forma moderna e normal e nem nós nem nossos parceiros irão sofrer perdas com esses ataques mútuos”, disse ele em uma reunião de governo na Sibéria, segundo a Interfax.

Andrea Thomas e Marcin Sobczyk

Fonte: The Wall Street Journal

10 Comentários

  1. O Wall street fazendo desinformacao. Essa materia saiu ontem no Wall Street. No Domingo tentei passar uma comentario dizendo que as forcas armadas da Ucrania sofreram uma derrota catastrofoica quando tentaram penetrar no territorio da Nova Russia, o nome atual do Leste da Ucrania. Mas essa materia e outra nao foi publicada. Nao sei se foi.cencura ou se meu computador esta com problemam ., O quer escrevi no domingo foi uma traducao de um texto que foi publicado no Slavyangrad.org institulado THE SOUTHERN FRONT CATASTROPHE, escrito por um coronel chamado CASSAD e que foi republicado no www,globalresearch.ca. No sabado a noite fui a um churrasco, onde encontrei varias pessoas informadas do Leste europeu, mas franceses e espanhois.. A conversa era que havia militares da Inglaterra, Franca, Holanda, Alemanha,e Espanha, servindo como voluntarios nas tropas dos rebeldes. E que esse militares nao eram gente da esquerda. Agora acabo de ouvir o Jim Willie dizendo a mesma coisa Diz ele que um dos seus informantes, uma pessoa que trabalha no mercado de ouro, com acesso a varios serv icos de inteligencia, aristocracia, financistas, etc lhe teria dito que as triopas da Ucranias estavam sendo dizimadas pelas forcas dos rebeldesque estavam sendo auxiliadas por tropas altalmente treinadas da Alemanha, Inglaterra, Franca, e Holanda. Jim Willie nao menciona Espanha, mas diz que, na ultima sexta feira de manha, um destacamento frances destruiu um corpo de mercenarios do Blackwater,(empresa que fornece mercenarios para Cia), fazendo muito prisoneiros, que estao sendo interrogados e que depois serao apresentados ao publico. Jim Willie tambem disse que seu informante lhe teria dito, que os membros do governo de Kiev, estao se preparando para fugir do pais, e que estao dizendo que eles foram traidos pelo Ocidente. Diz tambem que Alemanha praticamente ja se separou dos Estados Unidos. e nao vao adotar nenhuma sancao contra Russia.Hoje um general alemao que ocupou alto posto na OTAN, uns anos atras criticou a politica de Washington em relacao a Russia.So isso porque eu nao sou uma pessoa informada, porque aparentemente nao conheco Humberto Eco…

  2. Não acredito em soldados Russos, acredito mais em soldados Ucranianos que lutam contra o regime e houveram muitos que passaram para o lado dos simpatizantes pró Russia levando até equipamentos militares, inclusive dos altos escalões. Coisa que poucos procuram lembrar, preferindo o discurso de marginalização Russa, que não se sustenta a uma analise um pouco mais apurada.

    • Eu nao acredito em nada, procuro me informar e checar as informacoes. Voce provavelmente nao ira acreditar que existe lutando na Nova Russia, uma Frente de Libertacao da Europa, constituida por soldados e oficiais altamente treinados ingleses, holandeses, franceses e alemaes. Pesquisa, pesquisa, checar, checar, nao acredita em nada.

      • JOJO eu não duvido de nada mas não faz sentido tropas européias lutando pela Rússia já que os países que vc citou fazem parte da OTAN.Existe muita informação disponível na net e é necessário checar bem a fonte e o mesmo se deve dizer de pessoas.
        A Ucrânia será abandonada como foi a Geórgia. O destino destes países do antigo pacto de Varsóvia é triste antes eram bucha de canhão da Rússia e agora são da OTAN o diabo que era vermelho agora é azul.

      • Novo Brazukk, nao faz sentido, ee essas tropas de elite, tivesse sido enviada pelo governo desses paises ou pela OTAN. As elites dos paises da Europa Ocidental esta dividida, entre aqueles ligados a Washington, banqueiros, financistas e seus politicos,e a classe empresarial e seus politicos, grupo de direita nacionalista. Essa tropa de elite, estariam lutando ao lado dos rebeldes, como voluntario. Uso o condicional, porque nao conheco essa fonte de Jim Willie. Voce pode ouvi-lo no Youtube.

      • Por isso que não acreditamos em vc… checar, checar, checar… não acreditar em nada… quais seriam, então, as fontes fiáveis ???…

      • Correto. Nao acredita em nada, mas checa, e checa bem. Tenho “saved” e impresso os documentos que Jim Willie anunciou uns 4 meses atras, que a Gaspron, iria colocar os precos do seu petroleo em Yuan e Rublos ao lado do dollar. Isto agora e fato. Ja foi anunciado nos jornais. Fontes confiaveis, o Estadao?, o New York Times?, o Times de Londres?, o Le Monde?, nao exagera, nem me faz eu rir. eu sou velho e tenho de tomar cuidado com o coracao. Rir demais e perigoso.Sds.

      • Eu também tendo a rir de suas fontes, meu velho… como disse nosso amigo Melkor, fonte confiável NON ECXISTE !!!… cada um que fique com as suas e bom proveito… o único senhor da verdade é o tempo, JOJO… é ele quem prova quem está surtando ou está com a razão… 🙂

  3. Essa mudança no jogo, poderá impedir o ímpeto de entrar de + mercenários iankss nessa escaramuça. tem + de 1/# de mortos deles e , assim como mt feridos dos rebeldes e mortos do lado dos rebeldes,esse recado dos Russos e p impedir > ação da otan pelas estepes da Ucrãnia, o Urso está jogando pesado, a coisa vai ficar bem pior.Parece-me um jogo de td ou nada..Sds. 😉

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