Rússia vai alterar sua doutrina militar diante das novas ameaças

A agressão contra a Crimeia será avaliada como agressão contra a Federação da Rússia, com todas as consequências que daí advêm, declarou na entrevista à agência RIA Novosti o vice-secretário do Conselho de Segurança da Federação da Rússia Mikhail Popov.

A Rússia revisará a sua doutrina militar diante da nova ameaça que representa a OTAN, bloco militar que, diferentemente do Pacto de Varsóvia, não se dissolveu após a queda da URSS e que seguiu avançando para ao leste. Assim o anunciou Mijaíl Popov, vice-secretário do Conselho de Segurança do Kremlin.

“Não duvido que o problema da aproximação da infraestrutura militar dos países membros da OTAN às fronteiras de nosso país, inclusive por meio da ampliação do bloco, se converterá em um dos perigos militares para a Federação Russa”, declarou Popov, que disse que está cada vez mais clara a aspiração da Aliança de aumentar o seu potencial estratégico ofensivo. Popov sublinhou que nas relações de Moscou com Bruxelas o fator determinante é que a Rússia considera “inaceitável os planos de aproximar a infraestrutura da Aliança” às suas fronteiras.

Popov constatou que a OTAN reforçará seriamente seu grupo de tropas no Báltico, que já tem planejado enviar armamento pesado, incluindo tanques e blindados para a Estônia, e que em seu próximo encontro em Gales aprovarão a criação de novas bases militares na Europa do Leste. Moscou, antes do fim do ano, introduzirá uma série de modificações na doutrina militar aprovada em 2010 com o fim de responder a estes novos desafios. Cabe destacar que o citado documento de quatro anos atrás já contemplava a possibilidade de usar preventiva e, portanto, unilateralmente, as armas nucleares em caso de ameaça à segurança da Rússia.

As multas impostas pelo Ocidente à Rússia em relação à Ucrânia influenciaram também nas emendas da doutrina militar do Kremlin: Moscou se convenceu de que não pode depender das importações para a sua indústria de Defesa. Como explicou Popov, “a experiência mostra que a confiança de alguns de nossos sócios ocidentais é um fenômeno temporário e, lamentavelmente, está vinculada à conjuntura política”.

As relações com o Ocidente se deterioraram rapidamente nos últimos meses devido à crise da Ucrânia e ao envolvimento da Rússia nela. Europa, Estados Unidos e, claro, Kiev acusam o Kremlin de estar intervindo direta e militarmente no conflito do leste desse país, algo que Moscou nega. O líder russo, Vladimir Putin, disse em uma recente conversa com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso, que se ele quisesse tomaria Kiev em duas semanas. Barroso interpretou essas palavras como uma ameaça, mas Putin disse essa frase em resposta às acusações de ter enviado tropas à Ucrânia, isto é, como um argumento a favor de que na realidade não tinha intervenção militar no país vizinho.

Fonte: El País

13 Comentários

  1. correto a russia ,tudo que sobe desce , os estados unidos estão a cercar a russia e a china a anos
    chegou o momento de mudarem a doutrina que tinham antes

    fogo se combate com fogo !!

    obamis acordou a china e a russia .

    a politica dos anglosionistas esta dando um tiro no próprio pé em um dia , e no outro dá-se um chute no próprio saco rsrs

    resumo da europa , políticos fantoches ,bases militares anglo sionistas , crise , politicas que em detrimento do seu povo europeu ,apenas para favorecer caprichos dos anglosionistas ingleses e yankes .

    europa quem com porcos come com porcos se lameia

  2. ”… Moscou se convenceu de que não pode depender das importações para a sua indústria de Defesa. Como explicou Popov, “a experiência mostra que a confiança de alguns de nossos sócios ocidentais é um fenômeno temporário e, lamentavelmente, está vinculada à conjuntura política”.

    Esse raciocínio nos interessa !

    • por que , nos interessa ?

      os sócios ocidentais que ele fala é a europa

      e ocidentais nos somos apenas no papel ,pois na verdade somos considerados quintal colônia extrativista anglosionista

      • Nos interessa porque nos serve de alerta,para não colocarmos nossa segurança na dependência de terceiros, já vimos oque ocorreu a Argentina na guerra das Malvinas !

        Moscou já é macaco velho, não sei como não resolveu esse problema a mais tempo !

  3. Apoiado, nenhum país do mundo pode ficar inerte diante de uma ameaça a sua soberania e existencia.
    Agora a UE pagará em viver com Iskanders e outras armas super potentes sendo produzidas e apontadas para a eles, e Kalinigrado com certeza receberá um baita upgrade, (guardem o que estou falando ) no qual colocará a Europa num cerco balístico, pois com o aumento das forças da OTANsem nenhum diálogo com a Russia, a Russia se guarda no direito de reciprocidade de executar o mesmo. Lamentavel, e tudo isso graças a vassalaria dos EUA.

  4. O Brasil nunca teve um cenário tão promissor como este. Cooperação e parceria no desenvolvimento de produtos e olha que os Russos estão muitos anos na frente, mas ganha-se em desenvolvimento e incremento comercial.
    BRICS avante….

    • Exatamente Alberto! Mas o problema é se teremos perspicácia, sagacidade ou mesmo audácia de aproveitarmos a oportunidade que se apresenta… principalmente quando olhamos o governo que aí está que preza o apadrinhamento em detrimento à competência ou os demais candidatos do atual cenário eleitora…. uma que se ganhar deve internacionalizar tudo definitivamente! A coisa nunca esteve tão feia….
      Abraço,

      • Sinceramente o atual governo esta tocando (não como deveria,mas esta) muitos projetos na área de defesa, além de estar aprofundando relações com os BRICS !

        Eu não acredito que os candidatos atuais a presidência irão fazer melhor que isso,podem chamar o governo Dilma de bolivariano,de nazista,dizer que nós estamos nos vendendo a Rússia ou a China, sim tem muitos que dizem isso, mas as suas intenções não são a favor do BRASIL mas sim a favor da vassalagem aos EUA !

        Para mim temos que aproveitar as oportunidades seja com quem for, por isso concordo com o comentário do Alberto quanto a vivermos um momento promissor !

      • Caro Cesar, sim … está se fazendo algo que não fora feito antes mas não por doutrina ou estratégia e sim porque o mínimo que tínhamos ou temos já passou do prazo de validade há muito tempo! Nossas FAs são pífias considerando nossa dimensão territorial e a real riqueza do país (isso não é culpa exclusiva do atual governo mas lembrando que este já está aí faz 12 anos). Não soubemos aproveitar diversos momentos como a crise nos EUA, a crise na Europa, a crise do Japão, quando a Rússia estava capenga etc.. etc… estas nações reagiram às crises, estão emergindo novamente enquanto damos sinais de estagnação agora.
        Concordo plenamente contigo quando temos que aproveitar as oportunidades sejam com quem for mas precisamos ter uma estratégia e doutrina de médio e longo prazo e não por pura demanda…. esta é a diferença das grandes potências com as demais.
        O momento (para qualquer governo que fosse) é de pensar em infraestrutura, fomentar o desenvolvimento tecnológico, trazer (importar mesmo) cérebros de países em crise para compor a base de ensino técnico do país e nos prepararmos para fazer diferença mais adiante…
        Abraço,

  5. Me entristece ver que acabamos de entrar formalmente na 2° Guerra fria, e que agora cada país terá que escolher seu lado. A Russia já pincelou as principais diretrizes de sua política de defesa a srr ratificada até o final do ano, as que mais me espantam são: Direito a retaliação nuclear IMEDIATA se seu território for invadido e declaração de inimigos diretos nos termos da política de defesa, o que resultará em constantes investimentos e manobras militares para aterrorizar os oponentes, principalmente testes nucleares.
    Um premier de alta patente de Moscou já acenou para a criação de um bloco de países que receberão ajuda bélica e militar para se desvincularem dos EUA com segurança, dentre eles foram citados : AL , Cuba, AC, entre outros.
    Ouso dizer pela minha simplória análise que a Inglaterra será a primeira e a mais afetada nessas novas alianças de Moscou, pois com certeza a Argentina terá agora sua oportunidade de reequipar suas forças para num futuro proximo travar um combate mais severo nas Malvinas, a Nicaragua com certeza e agora mais do que nunca terá uma base russa, a Ucrania terá que se virar nos 30′ para arrumar compradores para os seus produtos, pois a Russia com certeza irá abandoná-los e substitui-los por outros aliados, enfim, serão miltiplos prejuízos para a Europa, então chupa essa manga UE.

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