Por que a sétima economia do mundo ainda é retardatária na corrida espacial

14218563

Por Mauricio Tuffani (*)

RESUMO:Atraso na produção de sistema eletrônico adia mais uma vez a operação do foguete lançador de satélites VLS-1. Onze anos após acidente que matou 21 em Alcântara, problemas como escassez de recursos, ausência de um comando unificado e pouca integração com a indústria mantêm o Brasil nanico no setor.

Ainda não É desta vez que o Brasil fará seu primeiro lançamento ao espaço. Onze anos após o acidente que matou 21 técnicos em Alcântara, no Maranhão, o foguete VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) não decolará mais neste ano, conforme programado, nem tem novo prazo previsto.

A empresa Mectron, do grupo Odebrecht, contratada em dezembro de 2010 por R$ 21,5 milhões pela Aeronáutica para produzir o sistema de eletrônica do lançador, não concluiu o trabalho. O prazo de entrega inicial, que era agosto de 2012, já havia sido adiado para dezembro deste ano.

Com isso já são 25 anos desde a primeira data marcada para a estreia, em 1989, desse lançador de pouco menos de 20 metros de altura, um metro de diâmetro, cerca de 50 toneladas, projetado para levar uma carga de 380 kg a uma órbita de 700 km de altitude.

A causa para todo esse retardamento não tem sido apenas a aplicação insuficiente de recursos financeiros, mas também a ausência de um comando unificado, a falta de uma gestão com foco em resultados e o baixo grau de integração com a indústria.

O espírito burocrático dessa empreitada brasileira esteve presente já na sua certidão de nascimento, em agosto de 1961, ao final da visita ao Brasil do soviético Iuri Gagarin, que naquele ano se tornara o primeiro homem a ter chegado ao espaço. Sem definir prazo, um decreto do presidente Jânio Quadros criou um grupo de trabalho, que, por sua vez, tinha a finalidade de criar uma comissão para tratar das atividades espaciais do país. Desde então, o programa espacial nacional só produziu cinco satélites -dois deles em parceria com a China- e um microssatélite, e nenhum foi colocado em órbita pelo Brasil, cujo único lançador é o VLS-1.

Enquanto isso, a Índia, que entrou na exploração do espaço em 1963, já realizou 41 lançamentos de seus três modelos de foguetes a partir de 1975 e produziu 74 satélites de diversos tipos de aplicações. Fora isso, o país asiático mandou ao espaço 45 satélites estrangeiros, colocou duas sondas na órbita da Lua e enviou outra a Marte.

A diferença entre os países começa nos investimentos em programas espaciais. A Índia destina mais de US$ 1 bilhão por ano.

De 1980 a 2011, o Brasil gastou, somadas todas as ações do PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais), um total de R$ 6,15 bilhões (cerca de US$ 2,7 bilhões), segundo resposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação a requerimento do deputado Claudio Cajado (DEM-BA).

VALE?

Em uma análise de julho de 2012, o consultor legislativo Fernando Carlos Wanderley Rocha, da Câmara dos Deputados, afirmou: “Só em infraestrutura, em apenas quatro anos o Brasil poderá gastar com a Copa do Mundo pelo menos 5,4 vezes mais do que o PNAE gastou em 32 anos”. A questão não seria, portanto, a falta de dinheiro, mas se vale a pena investir os recursos disponíveis em lançadores, satélites, pessoal especializado e a infraestrutura necessária.

A resposta a essa questão exige considerar que as atividades espaciais deixaram de ser empreendimentos motivados apenas pela ciência e tecnologia e por razões geopolíticas e militares.

Tanto para os EUA e para a Rússia, que deixaram para trás o foco no pioneirismo de fincar bandeiras fora da Terra, como para outros países, a corrida espacial passou a buscar resultados num mercado que em 2013 movimentou US$ 314 bilhões, com um crescimento de 4% em relação ao ano anterior, segundo a instituição norte-americana Space Foundation.

Desenvolvidos cada vez mais por empresas privadas, os produtos e serviços espaciais extrapolaram as atividades de defesa e pesquisa científica, gerando novas oportunidades comerciais em observação da terra, sistemas de posicionamento global (GPS), telecomunicações -especialmente para telefonia e TV digital- e meteorologia, entre outras áreas.

Integrada à indústria aeronáutica sob a denominação “aeroespacial”, a exploração espacial integra esse novo setor da economia, no qual o total de 36,8 mil patentes internacionais em 2012 cresceu para 49,6 mil no ano seguinte. Esse aumento de 30% em inovação foi maior que o das áreas de informática, farmacêutica e cosméticos, segundo relatório do grupo de pesquisas Thomson Reuters divulgado em 30 de junho.

De 2004 a 2013 foram colocados em órbita ao todo 1.236 satélites e sondas por meio de 670 lançadores, segundo o relatório “Space Competitiveness Index 2014”. Nesse mesmo período, o PNAE produziu apenas dois satélites, ambos em parceria com a China, e não realizou mais nenhuma tentativa de lançamento com o VLS-1.

Enquanto outros países fizeram investimentos significativos e constantes em busca de maior competitividade na área espacial, o Brasil enfrentou a defasagem entre os valores planejados e os desembolsados. Sem falar no atraso e na descontinuidade dos repasses financeiros. Essas restrições também limitaram o número de testes do VLS-1.

Nas primeiras décadas da corrida espacial, as falhas em testes de protótipos de foguetes nem sempre se tornavam notícia, principalmente na antiga União Soviética e na China. Enquanto nos programas estrangeiros as falhas foram superadas por resultados positivos alcançados com investimentos em testes de lançadores, o Brasil tem apenas a lembrança das tentativas de 1997 e de 1999 e do terrível acidente de 2003 no Maranhão.

Os dois únicos protótipos do VLS-1 lançados até hoje foram detonados pela equipe de controle após a constatação de panes em 1997 e em 1999. As tentativas permitiram obter importantes resultados de qualificação de componentes e de validação de procedimentos. Cada protótipo desses custava na época entre US$ 6 milhões e US$ 7 milhões.

O efeito cumulativo dessas restrições foi enfatizado em 2007 no relatório da comissão externa criada pela Câmara dos Deputados para apurar o incêndio na torre em Alcântara em 2003, com 21 vítimas fatais. Segundo a investigação, a causa da ignição inesperada de um dos propulsores do VLS-1 três dias antes da data prevista para seu lançamento pode ter sido uma descarga eletrostática ou uma falha no sistema elétrico.

DEGRADAÇÃO

O acidente escancarou também graves deficiências organizacionais do programa, a começar pela falta de gerenciamento de riscos. “A longa convivência do projeto com a escassez de recursos humanos e materiais pode ter conduzido a uma dificuldade crescente em perceber a degradação das condições de trabalho e da segurança”, destacou o relatório da comissão da Câmara.

“Por que havia 23 pessoas lá e o que cada um estava fazendo? Nada acontece do dia para a noite, há uma sequência de eventos que levaram a isso”, afirmou, em entrevista em 2003 ao “Jornal do Engenheiro”, o engenheiro húngaro naturalizado brasileiro Jayme Boscov, que gerenciou o programa do VLS-1 do seu início, em 1980, a 1992.

Essas precariedades gerenciais não resultavam apenas da falta de recursos, mas também de uma deficiência organizacional maior e nada nova. O estabelecimento da CNAE (Comissão Nacional de Atividades Espaciais) só ocorreu dois anos depois do decreto de Jânio Quadros. Foram precisos mais dois anos para que começassem a ser testados pequenos foguetes para sondagem científica da atmosfera e desenvolvimento de lançadores de satélites e de mísseis, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte.

Em 1969, quando a Apollo-11 chegou à superfície da Lua com dois astronautas dos EUA, o governo da primeira-ministra Indira Gandhi criou a Isro (Organização Indiana de Pesquisa Espacial), com objetivos e metas já definidos para a década seguinte. No Brasil, em outubro daquele ano, ainda sem programa espacial estruturado, os três ministros da Junta Militar que governava o país criaram por decreto o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), em São José dos Campos (SP), para executar projetos aeroespaciais da FAB (Força Aérea Brasileira).

CONTRAMÃO

Em 1971 a CNAE foi extinta para dar lugar, fora da Aeronáutica, ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Para tentar coordenar as duas vertentes, o governo criou no mesmo ano a Cobae (Comissão Brasileira de Atividades Espaciais), ligada ao Estado-Maior das Forças Armadas. Com isso, o comando passou a ser militar, na contramão do que já acontecia em outros países, como destaca Ludmila Deute Ribeiro, consultora em política espacial. “Naquela época, mantendo a participação militar, os principais programas espaciais estrangeiros já estavam adotando o modelo de direção civil e avançavam na transferência, para a iniciativa privada, da produção de lançadores e satélites, completando o ciclo da pesquisa, produção e inovação”, observa a pesquisadora.

Em abril de 1975, a Índia colocou em órbita um de seus primeiros satélites por meio de foguetes estrangeiros. “Enquanto isso, no Brasil, as ações do Inpe e do IAE eram estruturadas isoladamente e de baixo para cima, sem partir de um núcleo estruturador”, afirma o engenheiro químico Darly Pinto Montenegro, que em 2002 se aposentou do cargo de coordenador de Relações Institucionais do IAE. A Cobae patinava, “atravessada” pelos dois institutos, que não se reportavam a ela, mas aos seus órgãos hierarquicamente superiores. Foi necessário a comissão organizar um seminário em 1977, no Rio, com os dois institutos para tomar conhecimento dos projetos e outras ações de ambos, explica Montenegro, com base em entrevistas que realizou para sua dissertação de mestrado de 1997 na Fundação Getúlio Vargas do Rio.

Como resultado do seminário, surgiu o PNAE, tendo entre suas propostas colocar em órbita um satélite brasileiro com um lançador do próprio país, a Mecb (Missão Espacial Completa Brasileira).

Em 1979, ainda sem o endosso do governo para a Mecb, já haviam se passado dois anos sem avanços. Enquanto isso, em agosto daquele ano, a Índia inaugurava seu lançador SLV-3, com sucesso parcial devido à falha que não permitiu colocar em órbita o satélite que levava. Em novembro, a Cobae realizou outro seminário, em São José dos Campos, do qual extraiu dos gestores do Inpe e do IAE a proposta de, em 1989, colocar em órbita o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) com o VLS-1.

Em 9 de abril de 1980, o general João Baptista Figueiredo, então presidente da República, deu aval ao empreendimento e à previsão de 20,85 bilhões de cruzeiros (R$ 3,22 bilhões em valores atualizados), “condicionada a disponibilidade a recursos orçamentários a partir de 1981”. Foi o suficiente para a Mecb ter início, mas sem garantia de recursos suficientes.

EMBARGO

Além de sofrer com limitação de recursos, o PNAE passou a enfrentar dificuldades também na importação de componentes e na cooperação internacional. Criado em 1987 por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, o MTCR (Regime de Controle da Tecnologia de Mísseis, na sigla em inglês) estabeleceu embargos visando a não proliferação de foguetes capazes de transportar armas químicas e bacteriológicas, as chamadas armas de destruição em massa.

O alvo, na verdade, eram países não alinhados em sua política externa com esse bloco, como o Brasil, que, além disso, mantinha um programa espacial com um anacrônico comando militar.

Não bastassem as restrições do MTCR ao Brasil, o VLS-1 tem uma característica que fortaleceu as suspeitas de fins militares do PNAE: o uso de combustível sólido. Quase todos os novos projetos de lançadores já haviam aderido à propulsão líquida, que tem a dupla vantagem de liberar mais energia de impulsionamento e de usar câmaras de combustão mais leves -ou seja, de aumentar a força do foguete e também diminuir seu peso-, além de poder ser interrompida, reativada e também controlada.

Por outro lado, uma das poucas vantagens dos propelentes sólidos é não vazar, permitindo longos períodos de armazenamento, o que é importante para mísseis, que precisam ser acionados em poucos segundos após a decisão de dispará-los.

Em outras palavras, além de reforçar as motivações políticas do MTCR, essa opção aumentou também as suspeitas de o VLS-1 ser um lançador de satélite adaptável para servir como míssil balístico.

VÁCUO

A Cobae manteve sua fragilidade organizacional mesmo após a definição de objetivos e metas do PNAE. Longe de ser um núcleo estruturador, a comissão era apenas uma instância da burocracia militar do Estado Maior das Forças Armadas (EMFA), sem profissionais especializados. Segundo o engenheiro eletrônico Aydano Carleial, que foi gerente do programa do satélite no Inpe, ela não tinha capacidade técnica nem visão estratégica para administrar os complexos projetos que estavam sendo desenvolvidos.

“A Cobae era apenas um comando militar com uma dificuldade muito grande para compreender até mesmo aspectos básicos dos programas que gerenciava. Esse vácuo de informação foi muito prejudicial na época”, diz Carleial.

Passados oito anos desde o início do PNAE, seu desgoverno se tornou evidente para a Cobae no final de 1987. Enquanto o Inpe estava prestes a concluir o satélite SCD-1, o próprio IAE, da Aeronáutica, estava longe de concluir o primeiro protótipo do VLS-1.

Isso ficou claro em uma conversa informal em Brasília entre o engenheiro aeronáutico e brigadeiro Hugo de Oliveira Piva, na época diretor-geral do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), e o tenente-brigadeiro Paulo Roberto Camarinha, então ministro-chefe do EMFA e presidente da Cobae. Piva propôs a redução do tamanho e do peso do SCD-1. A resposta de Camarinha foi revelada em uma reportagem da Folha de 29 de janeiro de 1989: “Ah, isso não, Piva. Se for pra fazer um satélite menor, é melhor botar logo uma cabeça de negro [explosivo de festa junina] ou um buscapé na ogiva desse foguete de vocês, e soltar”.

O diretor-geral do Inpe na época era o matemático Marco Antonio Raupp, que viria a se tornar ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação (2012-14). Já informados extraoficialmente de que o primeiro VLS-1 não ficaria pronto em 1989 e talvez nem no ano seguinte, ele e Carleial pesquisavam custos de lançadores estrangeiros para o satélite. Em maio de 1988, ao saber disso, Camarinha declarou à Folha: “O seu Raupp e o seu Carleial não têm nada de querer comprar foguete lançador nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar. Eles estão sabotando o programa espacial brasileiro. Pode escrever isso no seu jornal”.

Em abril de 1989, com Raupp e Carleial já exonerados, o Inpe empurrou para o ano seguinte a conclusão do SCD-1, dando tempo ao programa do VLS-1. Essa espera nunca foi oficialmente assumida e foi inútil, pois o satélite acabou sendo lançado em dezembro de 1993 pelos EUA, na base aérea de Vandenberg, num foguete Pegasus.

AGÊNCIA

A direção do PNAE deixou de ser militar em 1994, no governo Itamar Franco, com a criação da AEB (Agência Espacial Brasileira), vinculada diretamente à Presidência da República. Diferentemente da Cobae, o órgão nasceu com equipe especializada. “Mas nunca conseguiu negociar recursos suficientes para executar programas nem obteve resultados significativos para ampliar a participação da indústria”, diz Carleial.

Em 2003, a agência foi transferida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Mesmo antes dessa queda de status governamental, o órgão não conseguiu eliminar a duplicidade gerencial que já existia desde 1971. Em 2010, o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, após debates realizados sobre o PNAE, concluiu em seu relatório que esse duplo comando permanecia, e com atuações isoladas do IAE e do Inpe. “Embora tenham sedes situadas lado a lado em São José dos Campos, entre as duas principais unidades executoras do programa espacial brasileiro, as distâncias programáticas e filosóficas são significativas”, afirmou o documento.

RESPOSTAS

Em resposta à pergunta da reportagem sobre a razão de o PNAE ainda manter combustível sólido para seu primeiro lançador, o IAE respondeu apenas que a propulsão líquida será adotada nos novos modelos da família VLS, a serem desenvolvidos em projetos de parceria com a Rússia.

A reportagem solicitou entrevista a Raupp sobre supostas tentativas suas, desde que se tornou ministro em 2012, de fazer a AEB voltar a ser diretamente ligada à Presidência da República. Ex-presidente da agência (2011-12) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (2007-11), ele não atendeu à reportagem afirmando ainda estar sob a quarentena de sua saída em março do MCTI.

A AEB não respondeu às perguntas sobre a duplicidade de comando civil e militar do PNAE. Sobre as restrições orçamentárias e financeiras, a agência afirmou por escrito que o programa “é apenas um instrumento de planejamento decenal, no qual são destacadas as orientações e diretrizes estratégicas de ação”, e que o governo busca “atender múltiplas necessidades e prioridades, entre elas, pagamento de pessoal, dívidas, investimentos em infraestrutura e projetos de desenvolvimento social e econômico”.

A Mectron não atendeu às solicitações de entrevista alegando estar sob sigilo contratual. A reportagem apurou, no entanto, que uma das principais dificuldades da empresa para importar peças foi a recusa de fornecimento por parte de outros países. Apesar de ter concedido entrevista, o IAE respondeu somente por escrito que não houve alteração do custo contratado para a fabricação do sistema de eletrônica do VLS-1 e que a demora se deve a “dificuldades técnicas, relacionadas à complexidade do objeto, uma vez que se trata de equipamentos não disponíveis no país”.

PRIORIDADES

O Brasil precisa rever suas prioridades espaciais, afirmaram participantes de debates sobre o tema nos últimos anos. Além da Câmara dos Deputados, em 2010, conclusões semelhantes a essa também foram apontadas por especialistas em fóruns promovidos pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2011, e pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, em 2012. Essa é também a opinião de Carleial, aposentado do Inpe desde 1997 e hoje consultor independente e presidente da Associação Aeroespacial Brasileira.

Um bom sinal do começo da libertação do PNAE do peso de sua tradição burocrática, segundo Ludmila Deute Ribeiro, foi o lançamento, em 19 de junho, na Rússia, do NanoSatC-Br1, o primeiro mini-satélite brasileiro.

A saída efetiva desse passado dependerá também da maior participação da iniciativa privada, que, de acordo com a pesquisadora, pode oxigenar o programa espacial brasileiro, sufocado pelas regras da administração pública, incompatíveis com o dinamismo necessário ao desenvolvimento tecnológico. “O governo federal, com as instituições militares, foi o berço do programa espacial brasileiro, mas nenhum programa deve viver eternamente no berço.”

(*) Mauricio Tuffani, 57, é jornalista especializado em ciência, colaborador da Folha e mantém um blog no site do jornal.

Foto: Escultura de Camille Kachani, 50, artista plástico

Fonte: Folha de São Paulo (FSP)

31 Comentários

  1. Maneira a Charge, mostra o interesse e o olhar de n governantes em um setor q deveria ser prioritário p n independência e defesa,afinal, o foguete de hj poderá ser o míssil de amanhã..são desinformados?,tem alguém ou grupos ganhando c essa n situação, só pode, até o Irã já colocou satélite em orbita c seus próprios meios e nós q começamos bem antes, estamos c o n VLS amarrado. A promessa seria q em fins de 2014 seria lançado o VLS, agr e p fins de 2020AD e se.. etc,etc,etc, Q país é esse?!?! Trágico.Sds. 🙁

    • Mas não foi esse governo “das galáxias” que, desde 2002, ano em que o Brasil foi descoberto ( 🙂 ), fez nossa indústria espacial ir para o espaço, literalmente !!!???… O TEMPO É O SENHOR DA VERDADE !!!…

  2. É cansativo ler essa crônica de fracasso , que se repete por décadas, e o pior sem nenhuma previsão,de término !
    A culpa de tudo isso esta na mentalidade tacanha de nossas autoridades,que por séculos atrasa esse país em todos os setores, sem exceção, nosso programa espacial é o terceiro mais antigo do mundo,temos bases com ótimas localizações que nos privilegia quanto aos lançamentos, mas de resultado nada só fracasso e avanços pífios frente aos países menos privilegiados !

    Eu tenho tido muita esperança que a Rússia nos ajude,para que possamos realmente decolar,é sabido por muitos que isso já aconteceu a outras nações,e tenho lido que a Rússia pretende substituir a Ucrânia (sic) como parceiro do BRASIL,caso isso se confirme teremos esperanças renovadas esse nosso parceiro dos BRICS pode nos ajudar muito,ainda mais nesses tempos de embargo,basta termos coragem para ousar !

    • Não precisamos de qualquer ajuda, mas de coragem política para jogar o Brasil em outro patamar na diplomacia mundial.

      Se o Brasil concluir e lançar o VLS, já dominando todo o ciclo nuclear, enviará um recado claro, que abandona a condição de país subalterno em termos militares (anão diplomático segundo um israelense) para assumir uma nova condição, de potência militar e científica.

      Essa mudança carrega muitas consequências e gigantescas responsabilidades, pois implica em mudar a forma que o mundo e os brasileiros veem o Brasil.

      Não mais será possível ficar assistindo outros conflitos e mandar mensagens de tolerância e amor universal.

      Antes faltava dinheiro, agora só falta coragem.

      • “SE”… eita advérbiozinho terrível para os INCOMPETENTES… 🙂

        … mas, que que é isso ???…
        … que que é isso ???…
        … que que é isso ???…
        … que que é isso ???…
        … que que é isso ???…
        … que que é isso ???…
        … que que é isso ???…

        🙂

  3. a pergunta era por que o brazil sexta economia esta atrasado ????

    a resposta porque os estados unidos por intermédio da CIA fizeram um terrorismo

    por os estados unidos nos embargar em tecnologia

    por os estados unidos fazerem lob contra a brasil e ucrania

    terrorismo de estado

    por isso estamos atrasados

    mas é logico aqui ira aparecer vários capachos de gringo vira latas e afins que vao falar que foi incopetencia apenas nossa e não teve nada disso

    • “por os estados unidos nos embargar em tecnologia”

      E porque os EUA deveriam repassar uma tecnologia, que eles desenvolveram para nós?

      E desenvolveram do zero, nos anos 60, com réguas, esquadros e maquinas analógicas. Não só eles, mas também Russia, Ucrania, China, India, França etc. Recentemente ate o irã, com todos os embargos que sofre.

      • Caro amigo CP… esse DÉBIL MENTAL não merece ter respostas equilibradas e sensatas… no máximo uma grande e vertiginosa GARGALHADA !!!… RSRSRSRSSRRRSRSRSRS… é só o que ele entende como verdade… 🙂

      • zoinho de catarata sua risada esta mais para nervosismo com começo de mau de Parkinson

        não engana nem uma criança

        primeiro se os estados unidos tivessem sofrido um terrorismo e morrido 22 técnicos da nasa eles estariam na mesma situação

        não acho que o programa esteja tao atrasado como alguns pensam

        pois todos sabem que isso pode ser um míssil balístico também e as partes da ucrania já chegaram

        mas como são poucos é melhor não usalos como lançadores de satélite e deixalos pronto emprego

        o RR foi uma resposta mais interessante com a matéria e o que eu escrevi

        capa preta obrigado por falar no meu patriotismo rs

        cesar pereira você me entende isso já é um bom começo

        e teropodre pequi estragado,,, e quem apoiou o texto dele cheio de racismo com o povo ribeirinho rs o zoinho de catarata ridículo como sempre
        apoiar as babaquice que o teropodre vomita já demostra que você é um mobral metido a intelectual ,não engana ninguém

        teropodre o coco do boto tem mais valor do que você escreve

    • Pé de Cão,

      Quem quer tecnologia nessa área, vai lá e faz! Simples assim!

      Absolutamente ninguém vai querer ceder tecnologia em um mercado que movimenta bilhões de dólares por ano; a menos que esse alguém também queira ganhar de alguma forma com isso! Por tanto, qualquer negativa por parte de qualquer fornecedor é algo previsível…

      Até porque, investir em foguetes é, grosso modo, garantir a capacidade para mísseis balísticos… Por tanto, há também toda uma questão estratégica na recusa de outros em fornecer componentes…

      A rigor, o programa espacial não é todo esse fracasso que pintam… Houveram sim conquistas importantes. Afinal, são poucos os países que lançaram ( por meios próprios ou não ) mais de 10 satélites de fabricação própria no espaço hoje, e o Brasil faz parte desse grupo.

      Para se analisar todo o ocorrido até aqui, deve se pensar na situação econômica do País ao longo dos anos 80, que foi um verdadeiramente difícil… Haviam prioridades, e muitos investimentos promissores terminaram no ralo, sendo essa uma das principais razões do atraso… Foram anos de recuperação até que o País chegasse ao patamar econômico atual. Por tanto, a culpa maior recai sobre a situação econômica do próprio Brasil, que ficou em “dormência” econômica por uns 10 anos…

      • Temos foguetes certificados, com alta carga útil, vendidos para testes científicos até para a Alemanha, com alcance de mais de 4mil km (entende? Faça um raio de 4mil km em torno de Alcântara).

    • Apesar de claras(e saudáveis) discordancias ideologicas que temos pé de Cão, eu respeito seu patriotismo.
      mas ninguém ensina o pulo do gato para ninguém guerreiro, isto vem com gerações de investimento em educação meritocratica.

    • PÉ DE CÃO eu entendo sua raiva,até compartilho dela um pouco,mas o grande culpado disso tudo é mesmo o Estado Brasileiro,se houvesse realmente vontade política já teríamos não só uma família de lançadores como satélites, sondas e tudo mais !
      Dou como exemplo o nosso programa nuclear, que foi desenvolvido mesmo a contra gosto de nosso inimigos, ou seja se quisermos mesmo fazer faremos mesmo sem ajuda !

      • SENSATÍSSIMAS e VERDADEIRAS palavras, meu caro… eis a mais CRISTALINA VERDADE sobre o que ocorre nesse setor estratégico para o Brasil… DESCASO e DESINTERESSE… simples assim… vc se manifestou de maneira inteligente, clara e concisa… parabéns !!!…

    • Vc parece aqueles ribeirinhos retardados que quando a namorada ou filha aparece gravida ,teima em acreditar que foi o BOTO,kkkkkk,cuidado com o BOTO, os retardados chegam ateh a realizar escursoes nos rios para matar o BOTO RICARDAO,kkkkkkk e na verdade era o vizinho que tava comendo bem caladinho,kkkkkk , acusando o IMPERIO pelo fracasso do brasiu bosta , vc evita perceber que a excencia do seu povo e ser merda por toda eternidade,kkkkkkkkk , SABE de NADA , INOCENTE !

      • UMA VERDADE INCONVENIENTE !!!… infelizmente o esquerdopatismo, filho do marxismo cultural degradante que nos foi imposto por décadas não será fácil ser retirado das mentes incultas de nosso povo… ele, o povo, não tem mecanismos culturais para se defender dessa merda preparada do outro lado do mundo por mentes que estudaram o mecanismo de consciência coletivo… vide ESCOLA DE FRANKFURT… ai começa nosso dilema… em terras de ignorantes e fracassados, achou terreno fértil para prosperar e fazer morada… os frutos podres dessa árvore, colhemos hoje… mentalidade TERCEIROMUNDISTA eterna…

      • Justamente, o brasiu estah parado ideologicamente na decada de 30, paises com populaçoes mais bem informadas e com culturas homogeneas ,praticam o socialismo de uma maneira eficiente , valorizando a meritocracia e o trabalho coletivo ,exemplo marcante eh a Suecia , mas esperar isto de um pais que nao possui uma cultura social verdadeira eh perder tempo ,aqui o coletivo cobiça os bens do proximo ,aqui vagabundo eh tratado como um coitadinho vitima do sistema , por isso pagamos uma enorme cota de impostos , o trabalhador real tem que bancar a escoria , oque deveria ser direcionado para pesquisas eh direcionado para assistencialismo de curral !

  4. O primeiro lançamento do VLS1 deveria ser em 1989, estamos só um pouquinho atrasados não?! agradeçam aos revanchistas pós 11985, agradeçam a eles que temos somente 2 usinas nucleares pós regime militar, que nosso sub Nuclear continua sendo uma piada(não recebe recursos diretos desde Abril segundo o valor Econômico) que voamos caças de 45 anos.

    O Propinoduto Espacial Brasileiro, e mais um destes projetos que não foi feito para ficar pronto, e como transposição de Rio São francisco, transAmazonia, Ferrovia Norte sul, despoluição de Tietê, e feito para ser eterno comedor de recursos, para deixar malandros estatais ricos.

    Quase 40 anos depois, e Alcantara continua só lançando “foguetinhos de São João” e balões meteriologicos. Inacreditavel :/

    • A esquerda chegou no poder só a doze anos, o atraso deve ser debitado a quem de direito. Só nos livramos do FMI com o Lula, antes eram os gringos que mandavam em nosso orçamento, por consequência, desidratavam as verbas para o programa espacial. Mas, mesmo agora, outras forças continuam desidratando essas verbas.

  5. “De 1980 a 2011, o Brasil gastou, somadas todas as ações do PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais), um total de R$ 6,15 bilhões (cerca de US$ 2,7 bilhões), segundo resposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação a requerimento do deputado Claudio Cajado (DEM-BA).”

    – Pô… ouvi falar de um governador (candidato a presidência, inclusive) que teria roubado mais, BEM mais que isso no seu último mandato! Tá feia a coisa… e isso foi computando só de 1980 a 2011… se computar tudo desde os anos 60 a coisa fica mais ridícula ainda.

    Depois vem essa choradeira de pobre: “só quero se for com transferência total de conhecimento e tecnologia!” 🙁

    Enquanto isso, nos States, até como Hobby o foguetismo mais longe (se fizer isso aqui vai ser “ENQUADRADO”… tá avisado! 🙂 :

    http://bit.ly/1vOprXK

    http://bit.ly/1vOpRNQ

    http://bit.ly/1vOq8jH

    http://bit.ly/1vOqerD (réplica do Saturn)

    Alguma dúvida do quanto de “expertise” se pode ser adquirido desta forma? Uma dica, ao que me lembro Santos Dumont, antes de ser o “Pai da Aviação” era só mais um cientista louco curioso… pelo que me lembro não tinha faculdade de AERONÁUTICA naquela época! O aqualung do Cousteau também caminhou por essa trilha!

    AMADORES são responsáveis por inúmeros avanços modernos… pela VONTADE, pela DIVERSÃO, e pelo INVESTIMENTO, que no NOSSO CASO, pode ser maior (do próprio bolso!) que o que podemos esperar por parte do nosso DES-GOVERNO! 🙂

    Abraço, galera!

  6. Eu na decada de 80 ,novinho ja houvia dizer que eramos o segundo em produçao naval e tambem 7 economia , ou seja pioramos pois ;continuamos em setimo e a construçao naval eh pifia se comparada aos liideres !

  7. O programa espacial não deslanchou pelo mesmo motivo que nenhum outro programa científico deslanchou. Primeiro não existe política de estado séria nesse país, quem dirá na área científica. Além do mais, ciência não dá voto, e ainda atrai atenção de politicamente corretos idiotas de Facebook pra falar que o dinheiro “deveria ser usado na saúde” ou pra acabar com a fome, ou qualquer outra coisa do gênero.

    Inclusive uma vez, uma ficou teimando comigo sobre os investimentos científicos europeus, nem mostrando que o orçamento alemão para questões sociais era maior do que o orçamento brasileiro inteiro e o quão insignificante era o gasto em questão, ela ainda insistia na bobagem. Se fazem isso com um gasto que lhe é alheio imagina se fosse aqui.

  8. Tirando os “Dditadores” pobres do Brasil, a presidência se tornou uma máquina de tranformação, quem senta na cadeira de fica, se tranforma rapidinho em milionário, dono de empresas, e acionistas de tantas outras. 🙁

  9. Talvez esse seja o motivo de não deslancharmos em NADA:

    BRASIL DOARÁ DINHEIRO PARA BANCO BRICS, QUE EMPRESTARÁ PARA A CHINA EMPRESTAR AO BRASIL, A JUROS.

    A presidente Dilma Rousseff anunciou na manhã de hoje a doação de trezentos e quarenta e oito trilhões de reais e vinte e dois centavos para o recém formado Banco dos Brics.

    Segundo a presidente, “é possível fazer essa doação para o Banco dos Brics graças ao bom desempenho da economia brasileira. Esse dinheiro nem vai fazer falta para nós e vai ser importante para o banco, que segundo eu soube, vai investir em correntes para amarrar canetas e cafezinho com uma parte e a outra vai doar para a China”.

    Dilma também informou que o dinheiro que será doado para a China será emprestado ao Brasil com juros de 10% ao mês. “Vamos pegar esse empréstimo da China para financiar a própria indústria chinesa no Brasil. Boa parte desse dinheiro será investido em lojas de um e noventa e nove e restaurantes chineses self-servs sem balança. Vai ser importante para a alimentação do brasileiro”.

    Alguns setores da oposição criticaram a medida, qualificando-a de “eleitoreira”, embora a presidente garanta que isso nada tem a ver com as eleições deste ano.

    🙂 🙂 🙂 🙂 🙂

  10. Ouvi dizer que um representante do COI considerou insuficientes nossas preparações para as Olimpíadas. Que preparações??? hahahahah…. suas palavras foram um trágico EUFEMISMO.
    A verdade é que não dispomos de política séria para coisa alguma, especialmente Ciência e Tecnologia, cujo retorno é não-imediato e, como já disseram, não dá votos. A interminável lista de descasos, omissões e irresponsabilidades que nos causa tanta perplexidade são reflexo de algo subjacente a tudo que vemos, assim como a febre nos fala de uma infecção. Comportamo-nos não como Nação, mas como um imenso grupo de pessoas que fala a mesma língua, guarda bases culturais que afins e – sabe Deus até quando – habita um imenso território comum.
    Nosso povo e instituições ainda não estão aptos a ‘filtrar” por mecanismos democráticos aqueles que ascendem ao poder. Falta-nos liderança e coesão em torno de metas comuns. Mas quem colocaremos lá? Escolhido, por outro lado, nosso representante, como virar a mesa no momento derradeiro?
    Os de fora não pretendem permitir que o façamos, pois precisam garantir acesso perene às nossas riquezas. Há, até mesmo, risco de uma intervenção direta. Nesse caso, obviamente não poderemos garantir nossa soberania por meios convencionais. A questão nos remeterá ao velho dilema sobre armas nucleares…

  11. Fala sério com o nivel de alguns “brasileiros” que temos aqui mesmo neste espaço já dá para entender por que não estamos no espaço. Esses tontos acham que o governo é alienígena, são autistas, que não querem se enxergar nessas representações, mas a primeiras palavras que dão é vamos comprar um F15 oba, vamos comprar um Rafale oba, eu preferia o Sukhoi, e por aí vão, inclusive eu, a cada verba que o governo desloca para investir na construção de nossa independência o governo, que é fiel imagem de seus cidadãos, passam a ser suspeitos de alguma trampa, e por aí vai. Chegamos ao ponto de termos vestais, com grande poder de manipulação, para seu próprio beneficio diga-se de passagem, devedores de bilhões dos cofres públicos, são esses que querem a prerrogativa de receber recursos do desenvolvimento de projetos dessa importância para serem empregados, forma indireta no acumulo de bilhões para suas famílias, para serem donos do Brasil. Só de ler alguns comentários já da para entender o porque de nossa dependência, pior que essa espécie de “brasileiros” não tomam simancol.

1 Trackback / Pingback

  1. O Programa Espacial Brasileiro, “não o do Governo Federal”, vai muito bem. Obrigado!

Comentários não permitidos.