4 de Agosto de 1914: Reino Unido declara guerra ao Império Alemão

Para Guilherme 2º, a guerra terminou com a proclamação da República e o exílio na Holanda

Na noite de 4 de agosto de 1914, o governo britânico, sob comando do primeiro-ministro Henry Asquith, declarava guerra ao Império Alemão.

“Povo alemão! Agora, a espada há de decidir. Em meio à paz, fomos atacados pelo inimigo. Por isso, mãos às armas! Qualquer hesitação seria uma traição à pátria”, disse o último imperador da Alemanha, Guilherme 2º. Embora nos dez anos anteriores o país tivesse se preparado militarmente para um confronto, a decisão política de declarar guerra permaneceu controversa até o último momento.

Quando o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, foi assassinado por nacionalistas sérvios em 28 de junho de 1914, a maioria dos ingleses achava que esse conflito continental não os atingia. Algumas semanas depois, tornou-se evidente tratar-se de um engano. Com o ultimato dado pela Áustria à Sérvia, em 23 de julho, exigindo duras providências oficiais contra a campanha antiaustríaca, o conflito bilateral ameaçou a alastrar-se.

Quase todas as potências europeias já haviam optado por alianças políticas. A Inglaterra, a França e a Rússia, por exemplo, haviam formado a Tríplice Entente. Já a Alemanha deu uma espécie de cheque em branco aos vizinhos austríacos, garantindo apoio. Para os russos, um ataque austríaco à Sérvia era inaceitável. Uma guerra teuto-russa forçosamente envolveria a França.

A única questão em aberto era a posição do Reino Unido. Londres preservava uma tradição política de não se intrometer em assuntos do continente europeu, a não ser que interesses vitais do país estivessem em perigo. Não havia consenso nem mesmo entre os membros do governo se esse seria o caso naquele momento.

Artista mostra em tela o assassinato do arquiduque Franz Ferdinand da Áustria-Hungria e sua esposa checa Condessa Sophie Chotek, durante sua visita a Sarajevo na Bósnia, em 28 de junho de 1914. À esquerda o assassino, um nacionalista sérvio chamado Gavrilo Princip, membro do grupo Mão Negra, capturado logo depois.

Neutralidade belga

Em 1º de agosto, o primeiro-ministro liberal Henry Asquith ainda escreveu a uma amiga: “Há ameaças de renúncias. A principal controvérsia refere-se à Bélgica e à sua neutralidade. Se entrarmos em guerra, haverá uma divisão no gabinete. Se Grey renunciar, eu também renuncio, e aí haverá uma derrocada geral”.

Dois dias depois, em 3 de agosto, o ministro das Relações Exteriores Edward Grey conseguiu convencer a maioria dos parlamentares de que a Inglaterra não poderia se manter fora do conflito por mais tempo: “Mesmo que nos mantenhamos fora, não posso imaginar um só momento em que, no final dessa guerra, estejamos em condições de neutralizar suas consequências; que, diante de nossos olhos, toda a Europa Ocidental caia sob o domínio de um só império”.

No final das contas, a questão da neutralidade belga foi decisiva. Os planos de ataque da Alemanha à França previam, há tempos, a passagem pela Bélgica, o que significaria uma violação do tratado de 1839, em que os belgas definiram a sua perpétua neutralidade. O Reino Unido era um dos países que, ao lado da França e da Rússia, haviam se comprometido a proteger a inviolabilidade das fronteiras belgas.

Quando tropas alemãs invadiram o território belga na manhã de 4 de agosto, o rei da Bélgica pediu ajuda a esses países. O Reino Unido imediatamente deu um ultimato ao Império Alemão, exigindo o fim da invasão. Se até a meia-noite no horário alemão (23 horas em Londres) não viesse uma resposta satisfatória de Berlim, o Reino Unido declararia guerra à Alemanha.

Não houve resposta. Em 2 de agosto de 1914, a Primeira Guerra Mundial começava com o ataque alemão à cidade industrial belga de Liège. A guerra durou quatro anos e causou 10 milhões de mortos.

Fonte: DW.DE

10 Comentários

  1. por LUCENA
    .
    .
    Um dos motivos que levaram a I GM se encontra também em duas guerras bem anterior a esta.
    .
    A guerra prusso-franco e a da Crimeia.
    .
    Na guerra franco-prussiana por exemplo,há circunstancias que motivaram os franceses para entrar na primeira guerra mundial contra os alemães aliás, esta guerra me fascina assim como a da Crimeia . 🙂

    • os russos já mandaram o recado para o titiu pedofila sam nessa terceira guerra mundial vocês não vao entrar apenas no final

      e obamis e a corja toda dos terroristas da cia correm para isolar o maior pais do mundo e a china o mais populacional do mundo

      culturas milenares afrontadas pelos anglo sionistas

      vamos aumentar o reaparelhamento militar no nosso continente e nos países CPLP

  2. Fascinante. mas um faotr paralelo sobre a I guerra, foi a ‘morte do ideal de Marx”
    Os marxistas não entendiam o porque, diante de convunções sociais, causadas pela guerra, os Proletários continuavam a defender seus ‘patrões’, em um ambiente em que tinha tudo para exploir em revolução, e na ditadura do proletariado, como sonhava e previa Marx. Mas não, o proletariado decidiu defender seus patrias e lideres, e manter o taus quo.
    Isto foi fundamental para o fim do marxismo romântico, mas ele retornou muito mais safo, na forma dos revisionismos e desconstrutivismo, a principal corrente disto, foi criada por Gramsci.

  3. Fascinante. mas um fator paralelo sobre a I guerra, foi a ‘morte do ideal de Marx”
    Os marxistas não entendiam o porque, diante de convunções sociais, causadas pela guerra, os Proletários continuavam a defender seus ‘patrões’, em um ambiente em que tinha tudo para explodir em revolução, e na ditadura do proletariado, como sonhava e previa Marx. Mas não, o proletariado decidiu defender seus patrias e lideres, e manter o status quo.
    Isto foi fundamental para o fim do marxismo romântico, mas ele retornou muito mais safo, na forma dos revisionismos e desconstrutivismo, a principal corrente disto, foi criada por Gramsci.

    • Perfeitas considerações, CP… ali morria a utopia e começava o pesadelo stalinista… hoje impera o marxismo cultural pasteurizador que agrava ainda mais o estado de ignorância das massas trabalhadoras… quem tinha por escopo liberta-la, a faz carregar uma cruz muito mais pesada que a anterior a revelação do cristo marxista da esquerda… digo isso porque compreendo perfeitamente que o marxismo é uma religião anti Deus e anti Religião… religião porque professa fé no humanismo de babel e no culto ao ateísmo… marx é seu pastor, seu cristo, a internacional sua igreja e o ateísmo seu deus… e muitos de seus sacerdotes, hoje, pregam nas esquinas e nas tvs um discurso disfarçado de benevolente e moral… mas não passa o velho e indivisível PAGANISMO BÁRBARO… e assim como as demais “igrejas”, perceberam que não conseguiriam abater a vontade dos ocidentais em defender suas convicções religiosas conservadoras e, então não encontraram outro jeito, senão destruir o ocidente de dentro para fora como sugeriu gramsci… tanto isso é verdade que durante muito tempo a esquerda nacional foi contra a reforma agrária pois via nos campesinos assentados um futura resistência conservadora contra suas mudanças forçadas no meio religioso e cultural… saudações…

      • Exato amigo.Antonio Gramsci teve uma ideia muito astuta: pensou que se o comunismo não pudesse derrotar o capitalismo através da disputa econômica, científica, tecnológica e militar, seria então mais eficiente atacar o capitalismo a partir de dentro. Postulou então que todas as instituições que há sustentam no mundo Ocidental são a família, a moral religiosa, a igreja, e as instituições que fortalecem a democracia. Para criar uma sociedade que pense, raciocine, e sinta como um esquerdista, ele postulou que as pessoas deveriam ser educadas através da cosmovisão marxista desdo berço, de modo que não haja qualquer possibilidade de senso crítico fora desses termos, e essa sociedade toda contaminada de marxismo – ao qual ele chama de ”pensamento hegemônico”, levaria cerca de três gerações para acontecer, e de modo que se assemelhe com ”um peixe que não sabe o que é a água porque ele nunca esteve fora da água, então ele não terá meios de comparação para saber.”

  4. O grande feito da Inglaterra, que a fez manter-se como potência respeitável até os dias de hoje, foi ter sabido administrar a transição em suas colônias de um regime britânico monárquico absolutista para outro, onde a dependência britânica foi sendo mascarado pela concessão a uma cidadania britânica, ainda que de segunda classe, mas que permitiu que mantivessem, as custas de seus vassalos mundo afora, sua condição econômica e a imagem de fortes competidores internacionais. Não fosse isso, sem as colônias, hoje chamadas de comunidades britânicas, seria como Portugal.

Comentários não permitidos.