Licença para matar

UM GENERAL BRASILEIRO ESTÁ À FRENTE DA MAIS IMPORTANTE OPERAÇÃO MILITAR DO MUNDO HOJE. CARLOS ALBERTO DOS SANTOS CRUZ TEM A MISSÃO DE COMBATER GRUPOS ARMADOS NO CONGO, NO MAIOR CONFLITO BÉLICO DESDE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA, UMA MISSÃO DA ONU TEM PERMISSÃO PARA ATACAR – E É SANTOS CRUZ QUEM DECIDE QUANDO APERTAR O GATILHO

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Carlos Alberto dos Santos Cruz conversa enquanto dirige, com os olhos focados no trânsito de uma das alças de acesso ao setor hoteleiro norte de Brasília, onde obras de mobilidade congestionam o tráfego. Desvia o olhar e foca no espelho retrovisor de seu Citroën C3, ainda cheirando a novo, para certificar-se que o interlocutor, no banco traseiro, está atento às palavras. Sua mulher, Dora, também participa da conversa. O assunto diz respeito ao que define o seu momento atual:  Santos Cruz é o general brasileiro responsável por comandar cerca de 20 mil soldados de 18 nacionalidades sob a bandeira da ONU na República Democrática do Congo, combatendo grupos armados em um país no qual a pecha de “Coração das Trevas”, dada pelo autor Joseph Conrad há mais de um século, ainda é brutalmente válida.

Mesmo que a vida militar e as missões o tenham acostumado a uma rigidez impecável, Santos Cruz está relaxado. Aproveita em Brasília, onde vivem a esposa e os três filhos, as duas semanas de folga que recebe de dois em dois meses desde junho de 2013, quando embarcou para o continente africano. O histórico, a feição dura de contornos fortes, a barba feita e os cabelos bem-aparados – grisalhos nas laterais, detalhe insuficiente para sequer sugerir os 62 anos de idade – dão uma ideia inicial equivocada sobre a pessoa que, de camisa polo, jeans e sapatos de couro, tem a fala mansa quase sempre acompanhada de um sorriso discreto e simpático, com doses de descontração quando o assunto permite – o que não é uma constante quando se fala sobre o Congo e o Haiti, outro país onde sua atuação pela ONU como comandante-geral das tropas renderam elogios e resultados.

Durante a apuração da reportagem, Santos Cruz estava prestes a ser formalizado para mais um mandato de um ano à frente do braço militar da Monusco – a missão de paz da ONU no Congo –, e ele já tinha passagem marcada para voltar à capital congolesa Kinshasa. “Isso tudo passa por um processo burocrático”, ele desconversa, sem confirmar a informação que seria divulgada dias depois. A prudência com as palavras e afirmações é tão marcante quanto o vigor de alguém que de dois em dois dias corre 10 quilômetros para manter a forma. A contingência militar faz com que o general seja pouco ligado a adjetivos, descrições detalhadas e hipérboles, e muito menos a demonstrações de autoindulgência. Aliado a isso, mistura-se a simplicidade interiorana desse gaúcho de Rio Grande. Caminhando por um shopping em Brasília, surge uma conversa tão rápida quanto emblemática:

Sanos Cruz nos arredores da cidade de Goma, em julho de 2013, no primeiro conflito em que as forças da ONU tiveram de atacar. O confronto durou dois dias (Foto: Acervo pessoal)

O senhor é ligado à pesquisa de história e táticas militares?
Olha, uma vez conversei com um estudante canadense que pesquisa essas coisas. Ele me perguntou quais eram e como eu elaborava minhas táticas militares. Minha resposta foi: “Eles atiram, a gente atira de volta”.

Hoje, no Congo, Santos Cruz tem permissão para atirar mesmo que ninguém o ataque. Depois de uma conversa de várias horas no sofá do espaçoso apartamento da família na Asa Norte de Brasília, Dora, companheira fiel de Santos Cruz há 37 anos, traz os dois computadores do marido para a mesa de jantar. A sala é confortável, mas pouco ostensiva, tradicional na decoração mas cheia de detalhes que dizem respeito à história da família, como peças de partes diversas do mundo e matrioscas, as populares bonecas russas, colocadas umas dentro das outras. São frutos do tempo em que o general esteve longe do campo e foi enviado por dois anos a Moscou, como adido militar da embaixada brasileira na Rússia. As fotos dessa época, ainda nos anos 90, estão guardadas em álbuns de papel. Além de imagens de férias mais recentes, as fotos digitais são principalmente do Congo e Haiti, missões pelas quais Santos Cruz vestiu o capacete azul das Nações Unidas e se tornou reconhecido internacionalmente.

O General Carlos Alberto dos Santos Cruz   (Foto: Acervo pessoal)

A independência do Congo, ex-colônia belga, veio em 1960. Foram anos de crise, até que em 1965 sobe ao poder Joseph Mobutu. Por mais de 30 anos, o ditador reprimiu manifestações contrárias a seu poder, “africanizou” o nome do país (que passa a se chamar Zaire) e saqueou os cofres nacionais. A sorte de Mobutu é alterada com as desgraças de Ruanda. O genocídio no país vizinho em 1994 trouxe um fluxo de milhões de refugiados – e perpetuadores do crime – ao Congo, principalmente à sua porção leste. A Primeira Guerra do Congo, em 1997, nasce sob o pretexto de repatriar os refugiados, desmobilizar as milícias criminais e depor Mobutu. Já sua segunda parte, iniciada em 1998, ganha contornos mais grandiosos e nebulosos, pois motivos políticos e ideológicos se misturam à batalha pelas riquezas avaliadas em bilhões sob e sobre o solo congolês. Ainda que o conflito tenha sido encerrado oficialmente em 2003, a região leste do país vive desde então sob o terror de grupos armados, que disputam o controle de áreas ricas em minerais como ouro, cobre e cobalto, além da exploração da pesca e madeira. Apesar do acordo de paz selado em 1999 que resultou na Monuc, primeira versão da atual Monusco, os níveis de violência continuam endêmicos. Ainda que seja o principal lar dos gorilas das montanhas e da maior família de macacos bonobo do mundo, cujo DNA é o mais próximo da raça humana, são títulos como “o maior campo da morte desde a Segunda Guerra Mundial” (desde 1997, estima-se entre 5 e 6 milhões o número de mortos) e “a capital mundial do estupro”, de acordo com relatório da ONU, que dão fama internacional ao Congo – além do maior efetivo e o maior orçamento entre as missões de paz das Nações Unidas, de quase US$ 1,5 bilhão anuais.

A inoperância e desmoralização da presença da ONU no Congo chegaram a seu ápice em novembro de 2012, quando o M23, um grupo formado por uma dissidência de ex-rebeldes integrados ao exército congolês anos antes, invadiu e tomou controle de Goma, capital de mais de 1 milhão de habitantes da província do Kivu do Norte, sob os olhares passivos das tropas da Monusco. Foi a gota d’água em termos de prestígio para que em março de 2013 o Conselho de Segurança da ONU aprovasse a criação de uma força de ataque. A chamada “brigada de intervenção” cumpre um mandato teoricamente simples, mas inédito na história da instituição: “neutralizar e desarmar rebeldes e grupos armados”, como se lê na resolução. “Eu apareço nesse contexto pós-trauma”, relembra Santos Cruz, o escolhido para personificar a nova faceta da atuação no Congo. “Coincide com a minha personalidade também essa determinação do Conselho de Segurança.” Em um momento da conversa, os traços de sua personalidade vem à tona:

Minha motivação passa pela neutralização dos grupos armados, por uma via prática de impedir a violência contra os civis.

Se fosse sob outras condições, de reagir quando atacado, assumiria o cargo?
Nunca me passou pela cabeça porque nunca pensei em só reagir. Esse é o padrão de engajamento da ONU, historicamente, mas acho isso uma grande distorção. As grandes crises dos anos 90, como Bósnia e Ruanda, não deixaram de ser uma vergonha, ficaram marcadas assim. O primeiro compromisso que tenho é com minha consciência.

Em 1995, durante a guerra na Bósnia, sob o olhar das tropas da ONU, forças sérvias tomaram a cidade de Srebrenica e assassinaram cerca de 7 mil homens e crianças muçulmanas, no que é o maior massacre em solo europeu desde a Segunda Guerra. Em Ruanda, a escala do desastre foi maior e mais intensa: sob os olhares passivos das forças das Nações Unidas, 800 mil mortos em 100 dias, um genocídio cujas repercussões foram fundamentais para moldar o futuro do país vizinho, o Congo.

Se não fosse um mandato como o atual, o senhor aceitaria o cargo?
O mandato no Haiti era diferente, e tomamos uma medida de ação contra grupos armados. A ONU nunca proibiu a proteção de civis, só tem que saber como e quando. Agora, é fácil você justificar não fazer. Parece que o ser humano é especialista em justificar a falta de ação. É muito fácil até encontrar razões legais para não fazer. Difícil é você correr riscos.

Talvez seja pelo fato de o senhor não ter de se envolver com governos?
Por isso não quero analisar lá atrás, o que fizeram ou deixaram de fazer. O meu estilo é: sou completamente independente nessa parte. Tenho alguns princípios que não vou infringir por legislação nenhuma. Respeito os aspectos humanitários, com ou sem legislação, porque isso é algo natural. Se alguém vai agredir alguém, você tem o direito de interferir.

Santos Cruz (Foto: Acervo pessoal)

Foi assim no Haiti, quando Santos Cruz comandou a ocupação e posterior pacificação da favela de Cité Soleil, o maior símbolo da violência e do caos do país caribenho tomado pelas infames street gangs, e também no Congo. Em julho passado, o que era para ser um simples almoço de domingo em Goma foi interrompido por bombas atiradas pelo M23, provocando um contra-ataque do exército congolês. Em meados de agosto, o grupo repetiu a tática. “Entramos em suporte às Forças Armadas do Congo para empurrar o M23”, recorda o general sobre o primeiro uso efetivo da brigada de intervenção. “Foram oito dias de combate, e eles recuaram mais ou menos 20 quilômetros.” Foi na batalha por Goma e nos combates posteriores contra o M23 que Santos Cruz contabiliza as únicas baixas na missão sob o seu comando. Os três militares mortos – e um número indefinido de combatentes rebeldes – dão cara à intensidade do maior desafio do general até o momento. Todavia, o apoio da Monusco ao exército congolês foi fundamental para que o M23 negociasse a paz. “Depois de eliminados, 5 mil rebeldes de outros grupos se renderam.”

Estima-se que cerca de 20 mil rebeldes atuem hoje em grupos armados pelo Congo, espalhados principalmente nas áreas de atuação da ONU, nas províncias de Kivu do Sul, Kivu do Norte e Ituri, na divisa com o Sudão do Sul. Os mais vistosos são aqueles com resquícios de uma agenda política, como a ADF (grupo islâmico com laços com o Al-Shabab/ Al-Qaeda, contra o governo de Uganda) e a FDLR, que tem como base histórica membros das Interahamwe, milícias hutus que participaram do genocídio contra os tutsis em Ruanda. A maioria, contudo, tem origem nas milícias mai-mai, grupos de autodefesa surgidos nas vilas e que hoje brigam pelo controle dos bilhões de dólares sob e sobre o solo congolês em forma de minérios, áreas de plantio, pesca e madeira. O impacto da atuação desses grupos não é sentido apenas pelas diversas atrocidades cometidas, mas também de maneira indireta, através dos efeitos culturais que causam.

O congo é o principal lar dos gorilas das montanhas. mas o país já é mais conhecido como a capital mundial do estupro e o maior campo da morte desde a segunda guerra mundial”

“O que pensa uma pessoa de 14 anos com um fuzil na mão?”, pergunta Santos Cruz, retoricamente. O uso de crianças-soldado é prática comum entre os rebeldes, algo que presenciou frente à frente. “A referência dela é o grupo armado. O grupo armado é poderoso, está fora dos limites da lei, é impune. O ídolo dela é o chefe de um grupo armado. A referência desde que nasceu é o sujeito que tem o melhor carro, a melhor casa na vila”, reflete. “Você tem basicamente um problema humanitário, em que as pessoas que têm poder não se sentem sensibilizadas pelo sofrimento dos mais pobres”, o general prossegue na análise pessoal. “Qual é o futuro dessas mulheres e crianças? Com o fuzil não vai faltar casa, o menino vai cobrar pedágio na estrada, vai estuprar as meninas. O sujeito não tem perspectiva nenhuma.” São inúmeras as dificuldades em um país cuja área é maior que a da Europa Oriental, e com tantos atores interessados no conflito mais mortal da África por conta de seus recursos naturais (os vizinhos Ruanda e Uganda, por exemplo, são acusados de financiar alguns grupos armados).

Ingresso na carreira militar com 15 anos, Santos Cruz já havia passado antes por uma dose significativa de testes na vida. O pai falecera quando tinha apenas 3 meses, e aos 5 anos ele perdeu a mãe para o câncer. O caçula de oito irmãos foi criado por tios, até ser aceito na Escola Preparatória de Cadetes em Campinas, no interior de São Paulo. A academia militar Agulhas Negras, em Resende, no Rio de Janeiro, foi o passo seguinte, onde se formou oficial de infantaria, na especialização de combatente. Passou por diversas localizações no próprio Brasil, das quais chama a atenção a Amazônia, para onde foi enviado 20 dias após casar e onde ficou ao longo de um ano e meio, realizando um curso de guerra na selva. Depois de passar pelo Haiti e adquirir reconhecimento internacional, o general foi para a reserva do Exército brasileiro. Foi designado para fazer trabalho burocrático em Brasília, na SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos). Acreditava que seu tempo de missões reais já havia terminado quando, um mês e meio após assumir seu gabinete na SAE, foi convidado pela ONU para ir ao Congo – e justamente para a posição de comandante da mais importante força de paz internacional hoje.

Santa Cruz no Congo (Foto: Acervo pessoal)

“Correntezas da vida me levaram a trabalhar em dois lugares diferentes, locais de conflito”, ele avalia a carreira que o levou do Rio Amazonas ao Rio Congo, dois gigantes hidrográficos. Mas, ao contrário de conterrâneos que fizeram história na ONU como cidadãos do mundo (leia mais no quadro ao lado), Santos Cruz minimiza o rótulo. “Sou um cidadão absolutamente normal, brasileiro. Gosto dos meus cavalos, da minha família, da vida mais ou menos pacata aqui de Brasília. Enfrento o problema que tiver em qualquer lugar.”

“Pense globalmente, aja localmente” é um slogan aplicado para diversos contextos – sociais, econômicos, políticos. O pensamento – e personalidade – de Santos Cruz é tratado por esse filtro. “Naquele tipo de ambiente você não percebe esse engajamento social, político. Nesses lugares mais pobres eles têm uma luta pela sobrevivência. Para as pessoas que sofrem muito, elas só têm um valor – e elas estão certas –, que é a sobrevivência. Você tem que entender esse posicionamento. Por que o pessoal da vila não te fala as coisas? Ele não fala porque tem que sobreviver, porque se ele falar hoje pode morrer na mão do grupo armado.”

A análise é sobre a República Democrática do Congo. Mas poderia ser do Haiti – ou mesmo o Brasil, nas favelas do Rio de Janeiro ou de qualquer grande cidade, onde os traficantes são referências por total falta de alternativas. “Daí vem a responsabilidade de quem está acima dessa linha, de lutar para algo melhor. E às vezes você não vê essa motivação, essa dedicação”, reflete. “Mas eu não me impressiono com isso, não. Eu toco em frente”, sorri, resignado, o general.

Fonte: QG

22 Comentários

  1. por LUCENA
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    General Santos Cruz, um general que sabe honrrar a sua farda e sua instituição;bem diferente do outro Cruz … aquele generaleco da ditadura militar; que ainda não conseguio explicar o atentado terrorista do RioCentro e das bancas de revista … uma desorra para o exército brasileiro !!! … 😉

    • por LUCENA
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      O Brasil sempre fez a sua política externa pautado a valores crstão, onde a paz, harmonia e a vida, sempre foi horizonte da política externa brasileira.
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      O Brasil sempre em muitos lugares, foi considerado como um pais amigo de todo, basta vê isso aos seus cidadão brasileiro, por onde chega, não corre o risco de segurança que corre um israelita ou um americano.
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      A moribunda ONU busca no Brasil aquilo que a ONU não tem mais, respeito visto que graças aos EUA e ao Israel, a gredibilidade da ONU está mais por baixo que barriga de cobra.
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      O “anão”, na visão milpe da diplomacia dos sionistas, faz maravilahas na sua diplomacia de “atabaque”, sem buscar seguir agenda ou script do tio Sam, como muitos países tidos como expert em diplomacia; basta vê a atuação do Brasil juntamente com a Turquia com relação ao programa dos iranianos, foi ali um golaçao de diplomacia, ocasionando um alvoroço na mídia e a fúria dos 5° colunas dos vira-latas, ( americanófilos ).
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      Basta vê a Europa de hoje, que segue mesmo a contra gosto, a cartilha dos EUA na questão da Ucrânia que até o momento, os EUA não consegui provar o envolvimento da Rússia no atentado más, segue em frente com sanções, guiados por uma diplomação do “vassalismo”; sou mais a nossa diplomacia do “atabaque”. 😉

      • Ficou magoadinho com o passa muleque israelense,kkkkkk , o viralatismo da maioria que habita esta bagaça eh o responsavel pela falta de respeito que sofre essa naçao de bossais , homens honrados nao sentiram ofendidos , a culpa da situaçao vexaminosa e do partidao estelionatario e de imbecis como vc !

      • Esses lambe bota PETRALHAS acham que conseguem convencer quem tem o mínimo de conhecimentos dos fatos históricos… realmente, o vexame que passamos se deveu simplesmente a esquerdopatia do mag frente ao partidão, que como vc muito bem disse, ESTELIONATÁRIO… realmente, só os imbecis veem ganho nesse PASSA FORA que levamos de Israel…

      • lucena ,uma matéria falando bem de um general brasileiro e sendo assim engrandece o o povo e o governo pois tudo faz parte

        ai vem o teropodre , o sozinho de catarata e o rogerio teco-teco e vem querer menosprezar e falar de governo como se desse para separar o exercito o governo e a nação

        mas como são infiltrados mesmo esse alias três porquinhos nazifaci

        mas pelo menos o teropodre já sabe que faz parte de uma minoria ridícula rsrs

        ele mesmo se entrega coitado ,como é que se fala zosinho de catarata apedeuta rsrsrs

      • Larga de ser imbecil, pé de trouxa… não tratamos da pessoa do General, mas sim da posição idiota do GF em se tratando de política externa… mas isso é muito pra analfabetos como vc… REPETINDO: ” a culpa da situaçao vexaminosa e do partidao estelionatario e de imbecis como vc !”…

      • “A moribunda ONU busca no Brasil aquilo que a ONU não tem mais, respeito”… muito interessante essa colocação… e faz sentido.

        Dar “importância” ao Brasil na ONU soa quase como que uma tentativa de manter laços fortes com os EUA, e a OTAN, neste momento de “libertação” sul-americana…

        Obviamente os EUA e outras nações RICAS têm muito mais recursos para intervir que o Brasil… e a nossa participação justifica a cadeira no “conselho de segurança”, já que, apesar dos poucos recursos, estamos ATUANDO, DE FATO! E MUITO BEM!

  2. Em tempo, ao grande General, BZ!

    Ter a coragem de meter a casa, e assumir as responsabilidades, enquanto um monte de “políticos” ficam fazendo “politicagens”, é digno de respeito. É herói na ONU, no Brasil, e na África… finalmente alguém faz jus, publicamente às palavras “mas se ergues, ó justiça, a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta!”

    Certamente inspira à tropa à dar o seu melhor… e é assim mesmo que tem que ser! Certamente inspira outras nações a confiar, a contar com o Brasil… e isso é Bom. Nem só de Futebol, Samba, Praia e Churrasco se faz uma nação como a nossa!

    Aqui tem sangue guerreiro.

    Estava numa livraria outro dia e vi um dicionário TUPI, e comentei com tristeza com o “livreiro” que era muito bacana isso, que a molecada hoje talvez nem saiba das grandes nações desse país: Tamoios, Tupis, Guaranis, Xavantes, Aimorés, e tantos outros ( http://bit.ly/1k2adJj ) … subjugados pela falsidade dos colonizadores (que foram muito bem recebidos… como é comum no Brasil, está no nosso DNA indígena), e dizimados pela “catequização” que, assim como as cruzadas, não respeitavam culturas alheias, matavam e roubavam EM NOME DE DEUS!

    Aqui tem sangue guerreiro… sangue de índios que nunca se deixaram escravizar… até contaminarem o nosso sangue com o europeu… aí aprendemos a ser subservientes! Quero casar com uma índia para começar a reverter esse processo! 🙂 E comer tapioca até não aguentar! 🙂

    BZ! À toda a tropa! BZ!

  3. O ARSENAL DAS FARC É SUFICIENTE PARA ARMAR UM PAÍS PEQUENO

    Escrito por Nelson Matta Colorado | 24 Julho 2014
    Artigos – Terrorismo

    Os principais traficantes de armas comercializaram com as FARC por muitos anos, o que gerou um enorme arsenal que hoje se converte em um desafio para a sociedade no pós-conflito.

    Conspirando com esse emissário das FARC, o traficante Ioannis Viglakis se viu ante o negócio mais suculento de sua vida. E ao ouvi-lo dizer que o pedido era para atacar as forças norte-americanas na Colômbia, o grego se despachou com o melhor de seu catálogo: rockets, lança-mísseis terra-ar e rifles de assalto a granel. Ofereceu tudo isso em troca de grana e cocaína, e como prova de “boa-fé”, coordenou a entrega inicial de seis lança-foguetes RPG na Europa.

    Viglakis ignorava que aquele comprador não era um representante da guerrilha, senão uma fonte encoberta do DEA. Seu truque finalizou em 2012 e, ante a contundente prova de sua própria voz gravada e o arsenal entregue, não teve mais remédio que aceitar a culpa, em dezembro passado, em um tribunal de Nova York. No intrincado panorama do conflito colombiano, o tráfico mundial de armas desempenha um papel crucial. É o mercado que deu dentes à insurgência para sustentar uma confrontação desde 1964, com um fluxo constante de compras, fogo cruzado e apreensões.

    O material bélico dos ilegais, com o qual realizaram 82 perseguições, 19 ataques a instalações, 17 retenções ilegais, 10 emboscadas e 5 ataques a aeronaves entre janeiro de 2013 e maio de 2014, segundo o Ministro da Defesa, e com o qual mataram 301 membros da Força Pública, é hoje uma das principais dúvidas do processo de paz em Cuba. Os delegados das FARC dizem que o Governo não terá a foto deles entregando os fuzis, questão que desperta temores sobre o destino final de um arsenal não quantificado, com o qual se poderia dotar um exército de um país em desenvolvimento.

    Os mercadores da morte
    Assim como Viglakis, pelo leque de fornecedores da subversão passaram os traficantes mais tenebrosos do planeta. O mais exótico é o sírio Monzer al Kassar, cognome “o Príncipe de Marbella”, que tinha em tal cidade espanhola um palácio desde o qual controlava um império criminoso desde os anos 70, com clientes na Nicarágua, Brasil, Chipre, Bósnia, Croácia, Somália, Irã, Iraque, Palestina e, certamente, nossa nação. Paradoxalmente, embora todos os traficantes queiram pactos com a criminalidade colombiana, fazê-lo converte-se em sua perdição. Assim caiu al Kassar, quando preparava um embarque para as FARC em junho de 2007, segundo o DEA.

    O lote era composto por 12.000 armas, que incluíam metralhadoras, fuzis, pistolas, lança-granadas, sistemas de mísseis terra-ar, 2 milhões de munições e uma tonelada de explosivo C-4. O convênio incluía instrutores para o manejo deste último elemento e mil combatentes para apoiar “a causa revolucionária”. O carregamento ia avalizado por um certificado de destino final fraudulento (nº 0010-2006) do governo nicaragüense, que indicava que a mercadoria era para a Polícia desse país. A transação foi interceptada pelo DEA e agora al Kassar purga um pena de 30 anos (desde 2009).

    Destino similar padeceu o traficante mais famoso do mundo moderno: o ex-militar russo Victor Bout, “o Mercador da Morte”. Por duas décadas alimentou conflitos na África, Europa e Oriente Médio, e sua maldição foi surtir as FARC. Em uma reunião com supostos emissários (2008), disse-lhes que “compartilhava sua causa” e que tinham “o mesmo inimigo”. Ofereceu-lhes, além do usual, inovações para combater a força pública de igual para igual: aviões ultra-leves equipados com mísseis, lentes de visão noturna e veículos aéreos não tripulados (drones). O pacote custava U$ 5 milhões, que não chegaram às arcas de Bout, porque foi detido na Tailândia, extraditado aos Estados Unidos e condenado a 25 anos.

    Aparatos letais
    Entre o arsenal que as FARC possuem, há três artefatos que as autoridades consideram os mais sofisticados. Primeiro apareceram os fuzis de alta precisão, que causaram múltiplas baixas durante a implementação do Plano Patriota no sul do país, no primeiro mandato do presidente Álvaro Uribe.

    O outro é o lança-foguetes anti-tanque portátil RPG7, considerado a artilharia pesada deste grupo. No passado 30 de janeiro foram apreendidas três granadas RPG (munição) deste tipo em Ipiales, Nariño. Por último, está o fuzil Barret .50, cujas balas perfuram blindagens, com um alcance máximo de 2.5 quilômetros e um preço no comércio legal que vai de U$ 11.115.420 a U$ 20.378.270 com aditamentos. Em 11.07.12, o Bloco Ocidental das FARC publicou uma “parte de guerra” no qual se atribuía haver derrubado um avião Super Tucano da Força Aérea em Jambaló, Cauca. No ato morreram os dois tripulantes.

    Técnicos em balística indicaram que era possível que uma arma de calibre .50 tombasse um destes aviões quando voava baixo, questão que foi menosprezada pelo Governo. “É improvável que tenha sido derrubado pela guerrilha, esses aviões voam a umas alturas onde o armamento que têm é impossível que alcance”, disse o presidente Juan Manuel Santos. Entretanto, no passado 23 de fevereiro a Polícia e o Exército golpearam a Coluna Teófilo Forero na Operação Danúbio III, nos municípios de La Plata e El Hobo (Huila). Apreenderam um vasto arsenal, incluindo um fuzil Barret .50. Na ação detiveram cinco pessoas, entre elas “Lucho” e “Peludo”, implicados no atentado terrorista com uma bomba lapa contra o ex-ministro Fernando Londoño (2012).

    O mercado não se detém
    O estudo “Violência, crime e tráfico ilegal de armas na Colômbia”, elaborado pela ONU em 2006, continua sendo uma fonte de consulta válida para estabelecer as características do mercado bélico. Fontes oficiais consultadas por esse diário manifestam que as rotas e métodos se mantiveram estáveis até hoje. Naquela ocasião, a dotação padrão nas FARC era de 2 armas por combatente, e para o ELN de 1 por 1. Atualmente, indicaram analistas da Força Pública, a tendência é de 1.5 armas “em boas condições” por militante.

    O número de armas ligeiras na Colômbia (as que um homem pode carregar, como fuzis e pistolas) não está quantificado, porém tendo em conta a relação anterior, e que os membros das FARC estão cifrados pelo Governo em 8.000, a dotação insurgente rondaria as 16.000 unidades (algumas obsoletas). A cifra, entretanto, empalidece ante a quantia de encargos que al Kassar e Victor Bout ofereciam, pelo que é pouco confiável. Jorge Giraldo, analista do conflito e decano da Escola de Ciências e Humanidades de EAFIT, opina que nas FARC essa proporção é superior, de 3 armas por cada homem, considerando “a redução histórica de sua tropa e o incremento de seus ingressos por narcotráfico”. No caso do ELN, seria de uma arma por cada 5 homens, “pois sua presença foi mais política e os recursos não são tantos”.

    O estudo da ONU precisou que a maioria de compras das FARC são de fuzis russo AK-47, AKM húngaros, FAL suíços, rifles M-16 e munição de calibres 7.62 (proibida pelo DIH) e 5.56 (igual à Força Pública), e o ELN, fuzis FAL, AK-47 e cartuchos 7.62. Este inventário deve se renovar com freqüência, por conta das apreensões e a deterioração pelas condições climáticas agrestes e de umidade de nossa topografia. A taxa de perda das FARC seria de 1.300 fuzis ao ano. 80% das armas que adquirem provêm do mercado negro, onde traficantes como Viglakis, al Kassar e Bout eram os preferidos. Estes personagens se surtem de: excedentes de outros países (muitos da antiga URSS) e remanescentes de pós conflitos (América Central, ex-Iugoslávia e África).

    Os outros 20% do material chega do mercado cinza, no qual a transação começa de maneira legal e termina com um destino ilegal. O caso mais emblemático deste modus operandi sucedeu em 1999, quando funcionários do governo peruano compraram 10.000 fuzis à Jordânia, que terminaram em poder das FARC nas selvas de Guainía.

    Pelo fato, Vladimiro Montesinos, ex-diretor do Serviço de Inteligência, foi condenado a 20 anos, e Alberto Fujimori foi enviado a julgamento. Outra fonte de armas para a insurgência, de menor importância, é o furto às tropas e empresas de vigilância, e a fabricação de aparatos feitos à mão. Estes últimos são sim significativos quanto aos artefatos explosivos improvisados e minas. A maioria das armas ingressam por via terrestre e fluvial através das fronteiras (Panamá, Venezuela, Brasil, Peru e Equador). Em menor medida, por barcos e pelo ar, o método predileto do “Mercador da Morte”, pelo qual na ocasião constituiu uma empresa chamada Somar Airlines.

    Entrega de armas
    Segundo a ONU, na história das desmobilizações, de 1990 até agora, a média de entrega de armas é de 1 por cada 2 combatentes. Isto inclui os casos da Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Serra Leoa, Libéria, Angola e outros.

    Na Colômbia, a média das guerrilhas re-inseridas é de 1 arma por cada 5 combatentes: M-19, EPL, Partido Revolucionário dos Trabalhadores, Movimento Quintín Lame, Comandos Ernesto Rojas, Corrente de Renovação Socialista, Frente Francisco Garnica, Movimento Independente Revolucionário e Exército Revolucionário Guevarista (ERG). No caso das AUC, a relação é de 1 arma por cada dois guerrilheiros (a média internacional). Não obstante, a Polícia denunciou que nem todas as armas foram entregues.

    Este é um dos grandes desafios do eventual pós conflito com as FARC. Como evitar que seu arsenal caia em mãos equivocadas ou obstaculize a negociação no final? Giraldo conta que o modelo de negociação das FARC é o da Irlanda do Norte, no qual não houve entrega de armas. “O problema é saber se aplica-se aqui, onde o arsenal é muito superior ao do IRA”. Acrescenta que “eles também defendem uma honra militar, esperarão até o último minuto para tomar a decisão de desarmamento ou não. Eles não falam às pessoas nas regiões de desmobilização, senão que vão se transformar em um movimento político anti sistema, e mudar o conceito de combatente pelo de militante”.

    Giraldo lembra que em termos de entrega de armas não deve-se falar só de fuzis, pois mais perigosos são os campos minados que ficam à deriva e ainda deixam vítimas, após o fim do conflito, no Vietnã e no Camboja. Gerardo Vega, ex-membro da Comissão de Reparação e Reconciliação, assinala que o importante não é a entrega de armas, senão “que não se usem mais. Desmobilizar-se, mais que uma negociação, é uma decisão de continuar uma vida política sem armas”. No pós-cenário estarão à espreita os mercadores, esperando qual será o inventário para incluir em seu catálogo da guerra.

    Cronologia: Marco no tráfico de armas da guerrilha

    1990 a 1998: Desmobilizam-se sete grupos guerrilheiros, que somam 4.853 combatentes e entregam 1.445 armas, entre eles o M-19 e o EPL.

    1998: Iniciam os diálogos com as FARC. Por quatro anos, o grupo se dedica a reabastecer de armas a tropa de 20.000 homens.

    1999: Nas selvas da Guiana e em mãos das FARC terminaram muitos dos 10.000 fuzis que o governo do Peru comprou à Jordânia.

    2002 e 2003: Em Santa Marta cai o navio Nadya Jay, que vinha da Bulgária com 1.800 armas para as FARC. E no Calcutá, apreendem 28.521 munições.

    Tradução: Graça Salgueiro

      • Eu sempre trabalho… já vc, como todo vagabundo esquerdopata, não sabe o que vem a ser isso… sanguessuga do dinheiro do povo… vive de mesada do partidão pago com dinheiro público…

      • lucena ele vivia dizendo que os outros eram copiar e colar

        agora usa das mesma tática
        o coitado !!!!

        outra coisa que ele falava era que as farcs eram apenas um grupinho fracolino e com esse texto ele se desmente totalmente

        gostaria de falar que a colombia esta correta em buscar a paz em sue pais

        os estados unidos jogam uns contra os outros para dominar

        muito das armas que armam o trafico de drogas no brasil vem das mãos da DEA americana

        prova disso armaram os traficantes no mexico

        na colombia armaram os paramilitares e as farcs tudo para levar a desunião o caos

        resumo pedimos a federal que fique de olho nos container nos portos pois é de la que esta vindo a verdadeira remessa de fuzis novos

  4. Não é a toa que o EB é uma das instituições mais respeitadas dentro e fora do país! Não basta formar bons militares e sim ter nestes a índole e caráter para representar uma nação e o sentido da humanidade, mesmo que tenha que se impetrar a força!
    Anões ou não, mostramos ao mundo o que é função de um verdadeiro exército, de verdadeiros homens … diferente de outros tão poderosos e bem armados que tem em suas metas e caráter que os compõem apenas a ocupação e pilhagem!
    Abraços,

  5. Considerando que a ONU age a servico dos Estados Unidos, e considerando que nacoes imperialistas de Europa e Estados Unidos financiam e armam essas diverso as correntes politicas no Congo, minha pergunta a servico de quem, de qual nacao imperialista o Brasil vai matar congoleses. Uma coisa estou seguro, nao sera a servico do povo congoles. A guerra la e para ver quem pode ter o direito da forca de roubar a nacao congolesa de seus minerios raros, diamantes, ouros etc etc.O unico lider nacionalista do Congo, Patrice Lumumba, foi assassinado pelo complot CIA e MI6. A CIA ate assassinou um sueco que ocupava o posto de Secretario Geral da ONU nas decadqas de 1960, porque este era sentia um pouco de simpatia com os nacionalistas congoleses. Dai para frente a ONU sempre agiu no Congo de acordo com instrucoes recebidas de Washington.

    • correto quem leu a historia desse pais percebe quantos presidentes a CIA americana matou e por isso deu todo esse problema

      mas dos males o menor !!

      Haiti é a prova disso eles os yankes tentaram ficar com o comando depois do terremoto te garanto que seria muito pior aquele pais se tivesse os gringos tomando e comando o lugar

      e uma frase muito boa é você quer mudar o jeito das coisas então FICA é o caso da onu

  6. General de carreira. São muitos anos de estudo e dedicação à farda para se chegar aí. Não foi promoção politico-ideológica.

    • Se depender do partidão, não continuará assim… já estão mexendo os pauzinhos para influírem nas escolas militares… se deixarem, vai virar uma merda como na Venezuela do maburro…

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