Sugestão: Ilya Erinburg
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
A Ucrânia não explicou como “soube” instantaneamente que o avião malaio teria sido derrubado por rebeldes – disse o ministro de Relações Exteriores da Rússia, ao distribuir dez perguntas a serem respondidas pela Ucrânia (e talvez para serem avaliadas também pelos agentes de “avaliação instantânea”, nos EUA) sobre o desastre do MH17. Contudo, parece que o que mais deve começar a preocupar as hordas de acusadores-boateiros-sem-provas é que:
● − RÚSSIA TEM IMAGENS DA UCRÂNIA INSTALANDO MÍSSEIS BUK NO LESTE: IFX
● – RÚSSIA JÁ SABE: QUE A UCRÂNIA DESLOCOU BUKPARA PERTO DOS REBELDES EM DONETSK, 17/7/2014: IFX
● – RÚSSIA DETETOU: QUE UM JATO DE COMBATE UCRANIANO SE APROXIMOU DO MH17
Obviamente, se há prova de que as coisas aconteceram desse modo, além dosclips que a CIA inventou e filmou para o canal YouTube, há aí mais um desagradável duro golpe na política exterior dos EUA.
Logo abaixo se vê a “sala de conferência” do Ministro de Relações Exteriores da Rússia, em conferência de imprensa, ontem (21/7/2014).
A seguir se assiste (trad. ao inglês) o ministro da Defesa da Rússia divulgando as análises feitas pelos especialistas russos que trabalharam sobre material de observação da cena do crime sobre o que aconteceu ao voo MH17.
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A Rússia quer saber por que a Ucrânia moveu seus sistemas BUK de mísseis, no dia em que o MH17 foi derrubado:
O alto comando militar russo tem imagens de satélites de setores das posições das forças ucranianas no sudeste da Ucrânia, que mostram dispositivos de lançamento BUK a 8 quilômetros de Luhansk – Ministro de Defesa da Rússia, Interfax.
No dia em que o avião de passageiros da Malaysia Airlines explodiu, as forças ucranianas instalaram um grupo de defesa aérea de três ou quatro baterias de mísseis BUK-M1 próximas de Donetsk (Tenente-General Andrei Kartapolov, comandante do Departamento de Operações Principais do Estado-Maior Russo, falando a jornalistas na 2ª-feira, 21/7/2014).
Aqueles sistemas terra-ar podem atingir alvos a distâncias superiores a 35 quilômetros e em altitudes de 22 quilômetros. Para que finalidade esses sistemas de mísseis foram instalados naquele local? Como se sabe, as milícias rebeldes não têm aviação – disse Kartapolov.
A Rússia já tem a rota de voo dos jatos ucranianos e do MH17. E está fazendo a mesma pergunta que nós já perguntamos semana passada.
● – A RÚSSIA JÁ SABE QUE O MH17 AFASTOU-SE 14 KM DO PLANO DE VOO, NAS PROXIMIDADES DE DONETSK. Mas… POR QUE SE AFASTOU?
A imagem que se vê no slide a seguir está mostrando os jatos ucranianos próximos do Boeing do voo MH17:
A seguir temos imagem de um jato de combate Su-25 ucraniano, detectado bem próximo do MH17, antes de o MH17 cair.
Um jato militar da Força Aérea da Ucrânia foi detectado ganhando altura, a uma distância de 3-5 km do Boeing da Malaysia – disse o Tenente-General Andrei Kartapolov, comandante do Departamento de Operações Principais do Estado-maior Russo, em conferência de imprensa na 2ª-feira (21/7/2014).
Gostaríamos de receber uma explicação de por que um jato militar voava em corredor de aviação civil, praticamente ao mesmo tempo e no mesmo plano que um avião de passageiros – disse o general Kartapolov. – Por quê?
O jato de combate SU-25 pode ganhar altitude de 10km, segundo sua especificação” – Kartapolov acrescentou. – “Está equipado com mísseis ar-ar R-60, que podem atingir alvo a distância de 12km, de mais de 5km, com certeza absoluta.
A presença de jatos militares ucranianos pode ser confirmada por vídeos filmados pelo centro de monitoramento de Rostov, ainda nas palavras de Kartopolov.
E a Rússia cobra dos EUA que exiba provas das acusações que tem feito:
● – A RÚSSIA SABE que um satélite dos EUA passava por sobre a mesma área em que voava o MH17, no mesmo momento do ataque… Essa é a prova absolutamente indispensável para que se veja quem é o responsável. Assim sendo, por que os EUA ainda não exibiram a prova nem explicaram sua negativa?
● – A RÚSSIA EXIGE QUE OS EUA MOSTREM PROVAS DO QUE DIZEM (que algum foguete foi lançado da área controlado pelos federalistas).
● − Rússia: OS EUA NÃO PODEM PROVAR QUE MÍSSIL OU MÍSSEIS VIERAM DA REGIÃO REBELDE.
● – O MINISTRO DA DEFESA DA RÚSSIA DISSE QUE A NÃO ENTREGOU NENHUM SISTEMA SA-11 BUK DE MÍSSEIS AOS FEDERALISTAS DO LESTE DA UCRÂNIA “NEM QUALQUER OUTRO TIPO DE ARMA”.
E continuou, rejeitando que as fotos criadas por Kiev e distribuídas pela empresa Twitter “provem” que os sistemas de mísseis estivessem sendo operados por russos.
Além do mais, como a Rússia mostrou, exibindo o que parecem ser provas fotográficas legítimas (o que o “ocidente” ainda não fez, de modo algum), o MH17 caiu ao solo dentro da zona de alcance dos sistemas BUK de mísseis autoimpulsionados terra-ar, de médio alcance, do exército ucraniano – disse o general Kartapolov.
E o general russo continuou: Temos imagens espaciais de alguns pontos nos quais estava localizada a defesa aérea da Ucrânia, no sudeste do país.
As três primeiras fotos que o general exibiu têm data de 14/7/2014. As imagens a seguir mostram sistemas de lançamento de mísseis BUK, cerca de 8km a noroeste da cidade de Lugansk – um TELAR e dois TELs, segundo o oficial militar.
A imagem a seguir mostra uma estação de radar próxima de Donetsk.
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O general Kartapolov continuou a explicar: A terceira foto mostra a localização dos sistemas de defesa aérea perto de Donetsk. De importante, pode-se ver claramente um lançador TELAR e cerca de 60 veículos militares e auxiliares, tendas para abrigar veículos e outras estruturas.
![]() Unidades Buk de mísseis de defesa, na Região de Donetsk, 5km norte da cidade de Donetsk, dia 14/7/2014 (Foto cortesia do Ministério da Defesa da Rússia) |
Imagens dessa área também foram feitas dia 17/7/2014. Vê-se aí que o lança-mísseis não aparece em cena. A imagem n. 5 mostra o sistema de mísseis Buk na manhã daquele mesmo dia, na área do acampamento de Zaroschinskoe – 50km ao sul de Donetsk e 8km aos sul de Shakhtyorsk – disse Kartapolov.
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Foto feita dia 17/7/2014, em que não se veem unidades do sistema de defesa Buk na Região de Donetsk, 5km norte da cidade de Donetsk (Foto cortesia do Ministério da Defesa da Rússia) |
Como disse o general Kartapolov, A pergunta que tem de ser respondida é: por que o sistema de mísseis apareceu na área controlada pelas milícias pró Kiev pouco antes da catástrofe?
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Unidades de defesa de mísseis Buk em Zaroschinskoe, 50 quilômetros ao sul da cidade de Donetsk e oito quilômetros ao sul de Shakhtyorsk, em 17/7/2014. Foto obtida pelas unidades de defesa de mísseis do Ministério da Defesa da Rússia em Zaroschinskoe, 50 quilômetros ao sul da cidade de Donetsk e oito quilômetros ao sul de Shakhtyorsk, em17/7/2014. Foto cortesia do Ministério da Defesa da Rússia. |
* * *
Resumindo tudo, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia tem 10 perguntas ao governo da Ucrânia (tradução Google do russo ao inglês, parcialmente revistas; todas as correções são bem-vindas)
A opinião pública global espera investigação rápida e independente sobre as causas do desastre do avião malaio, no espaço aéreo da Ucrânia.
Para conduzir investigação objetiva de causas possíveis, o Ministério da Defesa da Federação Russa estipulou dez perguntas cujas respostas espera do lado ucraniano.
- As autoridades ucranianas identificaram as milícias como perpetradores do crime de derrubar um avião de passageiros. Sobre que provas baseia-se essa identificação?
2. Kiev (oficial) pode informar detalhes de por quê manter equipamento antiaéreo [BUKs] na zona de guerra – quando se sabe que as milícias rebeldes não tem aviões?
3. Quais as causas da inação das atividades ucranianas, que adiam ainda a formação de uma comissão internacional de investigação? Quando será constituída essa comissão e quando começará a trabalhar?
4. Os especialistas internacionais das forças armadas da Ucrânia apresentarão documentação sobre mísseis e munição ar-ar, terra-ar e antiaéreos?
5. Esses documentos a serem entregues à comissão internacional confirmam que havia controle sobre a Força Aérea Ucraniana no dia da tragédia?
6. Por que os controladores do tráfego aéreo ucraniano permitiram que a aeronave se desviasse da rota prevista na direção do norte da “zona de operação antiterroristas”?
7. Por que o espaço aéreo sobre a zona de combates não estava completamente fechado para aviões civis, sobretudo porque naquela área não há campo firme para navegação por radar?
8. A Kiev oficial pode comentar noticiário que circula na rede, sobretudo motivado por mensagens de controladores espanhóis de tráfego aéreo que trabalham na Ucrânia, segundo as quais a derrubada do “Boeing” sobre território da Ucrânia foi acompanhada por dois aviões militares ucranianos?
9. Por que o serviço de segurança ucraniano começou, sem esperar pelos especialistas internacionais, o trabalho de examinar as gravações das conversas da tripulação ucraniana do Boeing e os dados dos radares ucranianos?
10. Onde estão as lições de semelhantes desastres anteriores, como do russo Tu-154, em 2001 [1] , no Mar Negro? Naquela ocasião, os líderes da Ucrânia negaram até o último momento qualquer envolvimento das Forças Armadas naquela tragédia; até que provas irrefutáveis comprovaram a responsabilidade do governo da Ucrânia.
Infelizmente, até agora não se tem notícia de resposta dos ucranianos. Esperemos que as respostas venham.
* * *
Desnecessário dizer que isso põe a Ucrânia e os EUA (principais protagonistas do jogo de “o culpado é Putin!”) em posição bem difícil. Afinal, alguém, algum dia, terá de apresentar fatos e provas, em vez de tantos contarem tanto com os “apelos emocionais” da propaganda.
Esperemos que muitas dessas perguntas sejam respondidas quando afinal for revelado o conteúdo da caixa preta do voo MH17, e/ou quando a Ucrânia afinal liberar versão não adulterada das gravações do Controle de Tráfego Aéreo e o avião derrubado.
Nota dos tradutores
[1] O voo 1812 da Siberia Airlines era voo comercial; a aeronave foi derrubada por militares ucranianos, sobre o Mar Negro, dia 4/10/2001, na rota de Telavive, Israel, para Novosibirsk, Rússia, com 66 passageiros e 12 tripulantes. Não houve sobreviventes. O avião caiu a cerca de 190 km oeste-sudoeste do resort de Sochi, no Mar Negro. A Ucrânia negou inicialmente qualquer responsabilidade, mas acabou por ser forçada a admitir, pelo acúmulo de provas, que o avião fora atingido por um míssil disparado “por erro” das forças armadas ucranianas. A Ucrânia foi condenada a pagar indenização de US$ 15 milhões de dólares às famílias das 78 vítimas (US$ 200 mil por vítima).
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