Vídeo: Sistema russo de defesa antiaérea ‘Buk’ – Um produto da Guerra Fria

O sistema Buk é um produto clássico do final da Guerra Fria, época em que se pensava em um conflito em larga escala entre blocos antagônicos. Nesse contexto, a artilharia antiaérea era o principal elemento para deter a primeira ofensiva dos aviões inimigos.

Em funcionamento desde 1979, o sistema Buk disseminou-se amplamente nos países satélites da Rússia e afins, como Índia, Síria e, naturalmente, Ucrânia. A experiência das guerras árabe-israelenses e a certeza de que um conflito na Europa teria grande mobilidade levaram os criadores do projeto a concluir que o sistema deveria ser autopropulsado e possuir um radar próprio que o tornasse independentemente de qualquer estação fixa. A solução foi colocá-lo sobre um veículo de esteiras, em um lançador com quatro mísseis associados a um radar monopulso, cuja função era guiar o projétil até o alvo.

Cada veículo precisava ser autônomo no momento do disparo, embora o normal fosse agruparem-se em baterias. Cada bateria incluía um posto de comando a partir do qual se controlavam os disparos dos diversos lançadores, um radar de aquisição para localizar alvos a grande distância e vários veículos de abastecimento de armas.

A partir desse modelo básico, que a OTAN apelidou de Gadfly (“Moscão”), foram desenvolvidas várias versões posteriores, algumas com um radar adicional de onda contínua para melhorar a detecção de aeronaves em voo de baixa altitude. Com um alcance de até 32 quilômetros de profundidade e 22 quilômetros de altitude, o sistema Buk se tornou a espinha dorsal da defesa antiaérea de muitos países.

Evidentemente, o manuseio de um sistema tão sofisticado requer pessoal altamente qualificado. Sejam recrutas ou reservistas que tenham prestado o serviço militar em unidades anti-aéreas, os operadores devem ser profissionais treinados, dotados de uma visão muito clara do que está voando lá em cima. Com isso, seria quase impossível confundir um avião civil com um de combate.

Como elemento adicional, a exemplo do que ocorre na maioria dos sistemas antiaéreos modernos, o Buk possui seu próprio sistema de identificação “amigo ou inimigo” (IFF na sigla em inglês), imprescindível para saber que aeronaves estão circulando. Um radar secundário interroga o avião eletronicamente para perguntar “quem está voando”. O avião, seja comercial ou não, responde automaticamente a este sinal. Se, por algum motivo, não houver resposta, os operadores sabem que não é amigo, mas não podem confirmar que seja inimigo. Nesses casos, assim como quando o IFF não funciona, é preciso aplicar as regras de enfrentamento que definem claramente que não se pode derrubar uma aeronave não identificada como inimiga, exceto para autodefesa.

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Fazer isso constitui uma ação criminosa que nenhuma eventual vantagem tática justifica. Dizer que o voo MH17 da Malaysia Airlines foi confundido com uma aeronave militar não é desculpa. Os operadores deveriam saber.

Ignacio Fuente Cobo:  Coronel de Artilharia, foi chefe do Regimento de Artilharia Antiaérea 74 Hawk / Patriot é analista principal do Instituto Espanhol de Estudos Estratégicos.

 

Fonte: El País

15 Comentários

  1. Um ótimo sistema, a pesar do mesmo já ser idoso, seriam mt bem vindos em n FAs. A Síria ñ possui + esse sistema , a prova disto são às incursões noturnas dos caças da IDF’s no espço aéro dos mesmos…e nem o S-300, pois se o tivessem ñ seriam tontos de meter 10 /20 caças no espaço dos Sírios, seriam abatidos sistematicamente e quem se ejetasse preso ou mortos..facto.Sds. 😉

    • por LUCENA
      .
      .
      Se existe um espaço aéreo mais policiado ( não seguro ) do mundo na Europa, é o da Ucrânia, vigiado pela OTAN/EUA de um lado e pelos Russos por outro.
      .
      Não é a toa que utilizaram o avião da Malaysia Airlines como “Boi-de-piranha” … 295 inocentes assassinados !!!

      • “Não é a toa que utilizaram o avião da Malaysia Airlines como “Boi-de-piranha” … 295 inocentes assassinados !!!”

        Comentário completamente longe da realidade.

        Só falta dizer que os americanos obrigaram as empresas aéreas a sobrevoar a região.
        Também o SA-11 e a grande maioria de sistemas anti-aéreos russos são muito bem conhecidos pela a OTAN.

        Com exceção das versões mais modernas o SA-11 é tecnologia ultrapassada de 30 anos atrás e não tem capacidade para enfrentar modernos ECMs e muito menos aeronaves furtivas, além de ser vulnerável a mísseis anti-radiação.

        É legal fazer um pouco de pesquisa antes de sair escrevendo…

    • por LUCENA
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      .
      CORRIGINDO
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      .
      Se existe um espaço aéreo mais policiado ( não seguro ) do mundo,esta na Europa, é o da Ucrânia, vigiado pela OTAN/EUA de um lado e pelos Russos por outro.
      .

      • lucena eu entendi o que você escreveu no seu texto

        esta até em negrito O MAIS POLICIADO NAO SEGURO DO MUNDO …

        mas o deagogo gosta tanto de pagar de professsor pascuali

        mas não entende um texto tão claro e de apenas 4 linhas

        ou ele se finge de sonso e apenas quer pegar carona no que você escreve

        ou é um mobral , dos piores que tem nesse sitio rsrsrs

    • “e nem o S-300, pois se o tivessem ñ seriam tontos de meter 10 /20 caças no espaço dos Sírios, seriam abatidos sistematicamente e quem se ejetasse preso ou mortos..facto.Sds”

      Pq você escreve isso?

      Chamar a força aérea de Israel, considerada a melhor do mundo, de “Tontos” e depois escrever um comentário sem pesquisa nenhuma é um forçar demais.

      Não entendo qual a base para tais afirmações se vocês nem sabem de qual versão do míssil se trata.

      O SA-11 e S-300 são muito bem conhecidos pela OTAN e são constantemente simulados em exercícios militares no Ocidente.

      Israel tem mais capacidade de ECM que o necessário para para neutralizar esse sistema. Sendo que muitos usuários estudam a substituição do Sa-11 por considerarem obsoleto e sensível a interferência eletrônica há mais de uma década.
      É tecnologia russa de da década de 80, mais que ultrapassada. A OTAN e Israel tem todas as condições de superarem esse tipo de SAM.

  2. Ao analisarmos os fatos, antes de postarmos comentários que afrontam outros comentaristas e o bom senso em geral, devemos nos perguntar:

    1 – A quem interessa a internacionalização do conflito?

    a) Os rebeldes procuram autonomia/anexação a Rússia, visam angariar condições para que seus interesses sejam reconhecidos pela comunidade internacional. Recebem apoio indireto da Rússia, pois em sua maioria são de origem russa;

    b) O governo de Kiev busca a reintegração dos territórios ocupados pelos rebeldes (ricos em matérias-primas) ao mesmo tempo que procura criminalizar os rebeldes acusando-os de “terroristas”, numa guerra limitada na qual apesar dos esforços, vem angariando derrotas. Pretendem um envolvimento maior da OTAN, pois não possuem recursos para finalizar o problema.

    2 – Quem na região possui os SA-17 “Buk”?

    a) Tanto o governo de Kiev quanto o de Moscou possuem tais sistemas. Estes sistemas de defesa antiaérea são considerados modernos e eficazes, mesmo levando em consideração suas primeiras versões. Seus operadores são treinados na sua operação em situações de guerra, as quais incluem disciplina de rádio, por operarem em ambiente de ECM. São perfeitamente capazes de diferenciar um avião que se desloca em uma velocidade de cruzeiro, altitude e em uma rota utilizada por voos comerciais (as quais são obviamente muito diferentes de uma aeronave militar).

    b) Ainda não existem provas que os rebeldes operem sistemas SA-17. Se os mesmos porventura possuírem tal equipamento, com certeza necessitariam de pessoal especializado para operarem o mesmo, sendo estes com formação de vários anos em instituições militares específicas. Com formação de tal monta, tais operadores somente destruiriam uma aeronave civil se realmente quisessem isso.

    c) Existe a possibilidade de se encontrar técnicos capacitados para operarem um sistema de defesa antiaérea no mercado civil, como ex-militares aposentados ou mercenários. Se os rebeldes tiverem capturado estes sistemas do exército ucraniano ou obtido através de outras fontes, pode acontecer que pessoas sem direcionamento político/militar assumam a operação de tais sistemas e causem catástrofes semelhantes ao ocorrido.

    d) Se tais sistemas foram fornecidos por Moscou, muito provavelmente foram enviados juntamente com os referidos sistemas, técnicos extremamente capacitados para sua operação, os quais nunca utilizariam um sistema aberto de comunicação para reportar a situação aos seus superiores, pois a região em que se encontram é extensamente monitorada.

    3 – A composição dos passageiros da aeronave comercial derrubada

    Seria um alvo interessante, pois quase a totalidade dos passageiros são pertencentes a países que fazem parte da OTAN, além de uma equipe de pesquisadores que buscavam a cura da AIDS. Se alguém desejava causar comoção internacional, era um alvo perfeito.

    4 – O que podemos conjecturar da situação?

    O fato do míssil ter sido disparado de território em disputa, não significa saber exatamente quem o disparou, pois tanto Kiev quanto Moscou possuem sistemas do tipo;

    Se intencional, a quem interessaria derrubar uma aeronave civil com quase 300 passageiros de várias nacionalidades?

    a) Ao governo de Kiev, pois ao envolver países da Europa e de outros continentes, isso causaria comoção internacional que forçaria o fim do conflito com condições vantajosas para Kiev, além da intervenção forçada da OTAN nas hostilidades?

    b) Aos rebeldes, se possuírem tal sistema, significaria que possuem armas modernas para se defenderem, mas que as mesmas são conduzidas por operadores extremamente incompetentes que não sabem diferenciar uma aeronave civil de uma militar?

    Se acidental, o que pode ter ocasionado tal catástrofe?

    a) O governo de Kiev, operador do sistema, pode ter tentado derrubar um alvo que acreditava não ser o que foi realmente atingido?

    b) Os rebeldes, conseguindo tais sistemas através de terceiros, se utilizando de ex-militares ou mercenários para operar o sistema, não possuíam uma cadeia de comando competente e ciente do quadro geral da situação, deixando a decisão de derrubar ou não aos próprios operadores do sistema?

    c) O governo de Moscou, (se houver) fornecendo o sistema em questão aos rebeldes, não forneceu juntamente os operadores, ou se houver fornecido, estes eram de uma incompetência estratosférica, que além de não diferenciar uma aeronave militar de uma civil (mesmo com uma parafernália de sistemas para tanto, além da interpretação da altitude, rota e velocidade do alvo), ainda reportou o acontecido aos seus superiores através de um sistema não criptografado de comunicações (ainda assim não utilizando mensagens pré estabelecidas e disciplina de silêncio-rádio), mesmo com amplo monitoramento de ECM dos países da OTAN na região?

    5 – Conclusão

    Foi aberta investigação para apurar os fatos. Antes mesmo de sair o resultado das investigações, a OTAN/EUA/Ucrânia já dão como certo o envolvimento russo, provocando assim um direcionamento da opinião pública mundial, criando assim uma estratégia de tensão, a qual poderá influenciar os investigadores do sinistro bem como a comunidade internacional. Essa estratégia é por demais conhecida, pois a mesma vem sendo utilizada há décadas, onde a verdadeira causa do acidente, se for conhecida, se dará vários anos após o ocorrido, e seus desdobramentos já terão se tornado irreversíveis.

    Isso me lembra alguns episódios parecidos:

    A guerra do golfo de 2003, onde até hoje não encontraram as ADM de Saddam;
    O incidente do Golfo de Tonquim;
    A deposição de Mohammed Mossadegh (Irã);
    A deposição de Jacobo Arbenz (Guatemala);

    E tantos outros….

    O ataque com armas químicas na Síria em 2013, foi um exemplo do que certas pessoas são capazes para atingir seus objetivos. Foi somente após um trabalho sério de um grupo sem envolvimento político/econômico com qualquer nação, é que a trama foi descoberta, pois até o momento o ônus do massacre era totalmente do ditador Bashar Al Assad. As principais potências do mundo ocidental, após meses sustentando esta versão dos fatos, iriam juntar esforços para derrubar o ditador sírio com a justificativa moral de o mesmo ter perpetrado o massacre, quando na realidade este não o fez.

    Os donos do poder mundial aprenderam a se unir em busca de seus objetivos. Linchamento moral e econômico a nível internacional são suas principais armas na atualidade, pois intervenções militares são por demais custosas em dias de crise mundial, sendo estas, seu último recurso.

    Que os brasileiros abram seus olhos! Pois é muito provável que um dia, devido ao nossa política de não alinhamento (graças a Deus) com nenhum país ou bloco de países, venhamos a ser alvos de tais maquinações, como já ocorreu em um passado recente. A proposta da mudança do nome de “atlântico norte e atlântico sul” para “bacia do atlântico” significa mais que vossa vã filosofia possa perceber!

    Que os senhores tirem suas próprias conclusões dos fatos expostos acima e em vez de tomarem partido de um lado ou de outro por razões que vão desde uma admiração pessoal extrema ou interesses próprios escusos, pensem o que nós deveríamos fazer se o Brasil fosse o alvo em questão. Em ambos os extremos.

    • Vympel1274,

      um bom arrazoado, ampliar o horizonte de visão é muitas vezes necessário para colocar as coisas em perspectiva…

      • rsrsrsrs… para não falarem que é perseguição a alguns e a outros, TODOS os meus, de ontem, foram apagados ou não foram postados… creio que seja algum bug… com a palavra, a moderação…

  3. Se esses sistema e ultrapassado e velho, ñ oferce perigo, assim, se os msm fossem modernos e eficientes , então, oefereceriam perigo real a uma FA invasora, esse ato seria um besteira eou tonteria. Conforme suas palavras, são velhos e à demais, os S´pirios ñ possuem esse sistema S-300…logo, fica o dito pelo ñ dito..Ps,: Obrigado por vc ler o meu comentário, considerando q vc entende do assunto melhor q eu..Valeu.sds. amigo. 😉

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