Exclusivo: em crise, estaleiro Eisa deve encerrar suas atividades

Gustavo Ribeiro

O Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), instalado na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, pode fechar nos próximos dias. A informação foi revelada ao SRZD pela deputada federal Jandira Feghali nesta segunda-feira, 14. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio), os trabalhadores foram colocados em férias coletivas há cerca dois meses e estão em licença remunerada, sem receber seus salários desde então. O Sidicato confirmou a possibilidade de encerramento das atividades do Eisa.

De acordo com a assessoria de imprensa do Sindimetal-Rio, cerca de 3 mil metalúrgicos podem ficar sem emprego. A data prometida pela empresa para quitar os vencimentos atrasados era esta segunda-feira, quando os trabalhadores voltariam ao serviço. Como a promessa não foi cumprida, os funcionários decidiram não retornar. Por volta das 10h50, carca de 200 pessoas se dirigiam para a Estrada do Galeão, onde realizarão um protesto próximo ao Aeroporto Internacional.

Estaleiro Eisa. Foto: Eisa

Jandira participou de uma reunião com a administração do estaleiro nesta manhã e foi informada que a empresa está em processo de venda. Já há interessados na compra, mas não foram revelados detalhes das negociações. “Eles falaram da dificuldade de pagamento dos armadeiros, dos problemas de gestão do estaleiro e da falta de recursos para o pagamento dos trabalhadores. O que vejo de pior nessa situação é que o Governo do Estado não saiba nada sobre essa crise. Como o governo não tem informação sobre o principal setor industrial do estado?”, questionou Jandira ao SRZD.

O estado possui cerca de 50 mil profissionais atuantes na indústria naval. Segundo a deputada, dez mil trabalhadores podem ser afetados indiretamente pelo fechamento do Eisa. Uma reunião no Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) nesta manhã discute as saídas que poderão ser tomadas para salvar os empregos em risco.

O estaleiro Eisa é propriedade do Grupo Synergy, um conglomerado nacional que atua no transporte aéreo, na exploração de petróleo, defesa e outros setores. Entre as empresas controladas pela organização, estão a Avianca, a Air Taxi Aéreo e os estaleiros Mauá e Eisa.

Até a publicação desta reportagem, o SRZD não tinha conseguido estabelecer contato com nenhum dirigente do Eisa.

Carta aberta do Sindimetal-Rio sobre a situação do estaleiro Eisa:

“Três mil trabalhadores do EISA podem ficar sem emprego

A apreensão dos trabalhadores do Estaleiro Eisa, na Ilha do Governador, toma a cada dia maiores contornos de realidade. A empresa passa por dificuldades. Neste momento, os cerca de 3.000 trabalhadores foram colocados em casa de férias coletivas dadas pelo Eisa e na data prevista para retorno – 30/06/2014 – receberam a informação de que a volta ao trabalho seria adiada para 14/07/2014, continuando de licença remunerada. O pátio da empresa, que hoje possui o maior número de encomendas do Brasil, está parado, o que deixa um futuro de incerteza para os funcionários e suas famílias.

O setor naval no Brasil, em geral, tem passado por um processo de soerguimento. Se durante os anos de 1990, o segmento praticamente fechou as portas e desempregou milhares de trabalhadores, agora já emprega mais de 70 mil pessoas em todo o Brasil. Em 2000, a indústria do petróleo representava cerca de 2% do PIB, e hoje chega a 12%, o que mostra a importância dessa indústria para o desenvolvimento do país e a geração de emprego. E o Rio de Janeiro, berço deste setor no país, tem tido papel destacado, gerando aqui a maior quantidade de empregos em relação aos outros estados.

Essa política, iniciada pelo governo federal em 2003, tem gerado milhares de empregos e garantido o sustento de muitas famílias, inclusive reaquecendo e fomentando, além da própria indústria naval, o setor de Navipeças.
Infelizmente, a má administração e a falta de visão de futuro dos empresários têm dificultado o desenvolvimento de condições ainda melhores para o setor naval. O grupo Sinergy, além do Eisa, também é dono dos estaleiros Mauá, em Niterói, do Eisa Alagoas (em construção), e também da empresa de aviação Avianca. Esse grupo tem ainda participação no Estaleiro Brasa (Niterói) e outros negócios. Portanto, essa situação também deixa em estado de alerta os trabalhadores desses outros estaleiros.

Atualmente, os trabalhadores do Eisa (Ilha) já vêm enfrentando o atraso de salários e outros direitos. No ano passado, mais de 400 foram demitidos e muitos ainda estão lutando na justiça, através do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, para receber o que lhes é devido. Isto sem falar de práticas duvidosas, onde o estaleiro tem forçado demissões por justa causa no intuito de reduzir o que é dos trabalhadores.

Por isso, os metalúrgicos do Rio de Janeiro estão unidos para garantir a continuidade desses mais de três mil postos de trabalho no Eisa. Defendemos uma ampla articulação entre trabalhadores, empresários e governos para que seja encontrada uma solução que, em primeiro lugar, garanta todos os direitos dos funcionários; segundo, que a empresa continue funcionando para que os empregos sejam mantidos; terceiro, que possamos superar práticas arcaicas na relação capital e trabalho naquela planta industrial e que a indústria naval prospere e contribua com o continuo desenvolvimento do Brasil.

SINDIMETAL-RJ”

Fonte: SRZD

35 Comentários

    • Ue? mas a Petrobras não ia alavancar todo o setor naval no Rio?
      Alias alavancar como, se os produtos oferecidos pelos nossos estaleiros, são de 5° categoria, talvez quando começarmos a formar mais engenheiros e tecnicos,e menos “assistentes sociais e filosofos” tenhamos uma industria naval forte, entre outras.

      • Uma pergunta a vocês, são cegos apenas mal intencionados negadores politicos ideológicos, que sob todas as verdades já demonstradas sobre isso negam-se a reconhecer os fatos? Por que, se não acreditam pesquisem, provavelmente encontrarão o que não gostam de saber, por exemplo, que aqui no Rio Grande do Sul existe uma pujante industria naval que constrói nossas plataformas petrolíferas. Vocês produzem esse tipo de duvida apenas em desinformados, mas provavelmente sejam esses seus alvos. Um mal empresário não deveria significar responsabilidade governamental, apesar de saber que são esses que vocês prefere apoiar.

      • O governo só pode ser responsabilizado por suas iniciativas de governo, e a revitalização foi e continua sendo uma grande iniciativa.
        Quere responsabilizá-los pela personalidade mau carater de quem quer que seja acho de muita maldade, pra não dizer mal caratismo, quando não falta de conhecimento sobre as responsabilidades do estado que pode até motivar uma retratação das desqualificações anteriores apontadas, mas neste caso o silencio é mais apropriado.

      • Ainda bem que temos o Julio para nos lembrar o qnto é “santo” esse governo das izquerda !!!… NADA é culpa desse governo sério, competente, honesto e desprendido de ganância pelo poder… 🙂

      • Julio Que se Acha Mais Brasileiro que Todos, acho que o cego aqui não somos nós não, a noticia esta ai na sua frente, mas parece que não enxergou.
        Eu disse que no RJ,com a industria petroleira, havia a esperança de alavancar os estaleiros da região. parece que com a mã gestão, publica e privada, e com a falta de mão de obra especializada,isto não esta ocorrendo, apesar da “maquiagem oficial” (Estão tendo que recrutar tecnicos e engenheiros aposentados, mas vá na fila de um concurso publico qualquer, e verá centenas de candidatos com canudo de cursos de humanas nas mãos)
        Porem concordo contigo, no seu comentário logo abaixo, se uma empresa privada e mau gerida, que ela pague o preço de sua mã administração, sem surrupiar recursos publicos nisto.

        mas acho que e dificil para vc entender estes aspectos, afinal me parece que o colega comentarista, e do tipo que confunde politicas de estado que incentivem setores estratégicos, com estatismo capenga. Aposto que logo vai propor que seja estatizado os estaleiros navais brazucas, rsrsrs

      • Observem o nível de excelência de uma Navantia, uma Hiundai no campo das construções navais, e vejam o quanto perdemos no revanchismo que nos assolou desde 1985. Os militares nos entregaram a 3° maior industria naval do mundo, e tudo isto foi desconstruido, principalmente no governo de Entregando Henrique Cardoso, e com o desconstrutivismo o ensino publico brasileiro, que os”Jênios” da esquerda, se infiltraram, e tornaram nossas universidades, verdadeiras fabricas de idiotas. Diziam eles “os militares estão formando universitários apenas para abastecer o mercado capitalista de trabalho,rôbozinhos do sistema, nossa proposta Jênial Paulo freiriana, vai formar pensadores livre hipongos abobados na base de muita Canabis”
        Nisto, eis que paramos de formar tecnicos, cientista e engenheiros, de forma satisfatória para o desenvolvimento, e começamos a formar uma massa de batedores de carimbo publico, com canudo de “filusufia, sociologia e blah blah blah”

      • Julio, não especificamente neste caso, mas conhecendo um pouco da história do dono do estaleiro e já tendo sentado à mesa para outros contratos…

      • Meu caro Pastor Alemão, engana-se se pensa que tenho a pretensão de ser mais brasileiro que qualquer um, não tenho. E me parece mais que um grande engano seu essa interpretação, que vejo mais como fruto de falta de argumentação. Por que ao contrário do que você escreve, o que me motiva e venho tentando mostrar através de minhas posições, ao apostar minhas fichas na continuidade deste governo, é ter entendido que possuem justamente uma grande capacidade de incluir, favorecendo muito mais brasileiro, em pouco tempo. Procedendo de tal forma que a maioria dos governos anteriores, em todos os seus tempos somados de governo, ideologicamente identificados como direita ou oligarcas, não fizeram. Isso só monstra que sempre houve em mim um interesse enorme e cívico, pela inclusão de vasto numero de brasileiros, relegados, até culturalmente, ao que se pode chamar de cidadania de primeira classe. Realmente má vontade com a maioria que eu me incluo, sempre houve, assim como houveram tentivas feitas por governos muito especificos para combater, mas esses sempre foram vitimados pela estratégia de guerrilha cultural empregada pelos poderosos encastelados na surdina. E, afinal mesmo o PT não sendo tão diferente do que sempre tivemos em termos de honestidade, pelos fatores humanos imperdoaveis, mas existentes, em todos, eles conseguem ainda assim fazer a diferença. E fazem por questões de origem, e é por isso que sempre travaram essa luta, manutenção de status e direito a preconceito contra pessoas com origem como a da maioria dos integrantes do partido. E o exemplo está justamente na cadeia como instrumento de marketing para demonizá-los, eles vão para lá, o que é bom, mas os ladrões de sempre, da elite, ficam livres. Neste Brasil, de riqueza em hipocrisia não importa realmente a honestidade, a ética, importa para discursos, como uma luva, que se usa para enquadrar as classes mais frágeis economicamente, para exemplar. Habitos escravagistas, para domar escravos mais rebeldes. Por isso só petistas foram para a cadeia, os demais vão ganhando Habeas corpus, e a manutenção e proliferação da desonestidade, com a certeza que terão facilidades e parceiros disfarçados em posições estratégicas para consegui-los. Até por isso estou com o PT, eles sempre saberão que podem ser punidos.
        Quanto ao Gringo. Meu caro, você pode até viver no Brasil, mas falta muito para você se tornar um verdadeiro cidadão brasileiro . E o que eu penso. Abraço a ambos. (como vêm sou um democrata e apesar de não parecer vocês me ajudam muito, reforçando minhas convicções)

  1. É neste estaleiro que estão (estavam…) sendo construídos 7 patrulhas Classe Macaé…

    A marinha deveria analisar o histórico do dono do estaleiro, antes de entregar as encomendas a ele, parece que não o fez, ou se fez não levou em consideração…

    Aonde a MB foi “amarrar o seu burro”?

    Reproduzindo dois comentários lá do DAN:

    ————————————

    10/07/2014 8:46 Fred

    “Chamar o dono da Sinergy de “empresário brasileiro” é um erro, o sujeito, além de múltiplos negócios, tem múltiplas cidadanias:

    “Germán Efromovich (nascido em 28 de Março de 1950 em La Paz) é um empresário nascido na Bolívia – e além da boliviana, possui cidadania brasileira, colombiana e desde 2012, polonesa. Ele nasceu em uma família de judeus poloneses…”

    Pode até ter acontecido de Efromovich ter desviado as verbas que recebeu do governo, destinadas ao Estaleiro EISA, para tapar buracos orçamentários de outra empresa de sua propriedade. É algo que tem que ser investigado com seriedade…

    Destacando do texto:

    “…o problema vivido pelo estaleiro não tem nada a ver com falta de encomendas, mas sim com uma má administração:

    Não é por falta de encomendas ou crise do setor naval que o EISA se encontra na situação em que está. Estamos diante de um problema de gestão de um grupo que mantém outros negócios no Brasil e fora do País, como a empresa Avianca por exemplo.”

    “O grupo Sinergy, além do Eisa, também é dono dos estaleiros Mauá, em Niterói, do Eisa Alagoas (em construção), e também da empresa de aviação Avianca.Esse grupo tem ainda participação no Estaleiro Brasa (Niterói) e outros negócios.”

    • por LUCENA
      .
      .
      Sr.Alves80;
      .
      O Sr.Germán Efromovich não é colombiano naturalizado brasileiro, dono da Avianca ?

      • E o contrário, nascido na Bolívia, naturalizado brasileiro, com posterior cidadania colombiana…

        E depois, ao tentar comprar a portuguesa TAP, esbarrou na legislação da UE que proíbe investidores de fora da UE comprarem mais de 49% de ações de empresas (talvez, somente as de algum modo estratégicas…) da União Europeia. Por causa disto, apelou aos seus ancestrais judeu poloneses como forma de conseguir cidadania polonesa, se tornando cidadão da UE e contornando desta forma a legislação europeia…

      • Um ” Empresário “, como esse, para sobreviver tanto tempo sugando recursos do governo, só com ajuda interna. Resumindo dando bola para políticos e funcionário públicos. Até a Marinha deve ser investigada.
        Tem que botar a PF na área.
        Será que o governo já liberou toda a grana das patrulhas para esse picareta?

      • Se isso acontecer será mais uma falcatrua petista desbaratada pela PF… por isso são tão perseguidos pela malta esquerdopata…

  2. O segundo comentário é este aqui:
    ——————-

    10/07/2014 10:12 Fred

    Efromovich, dono do estaleiro EISA, foi personagem de um dos casos mais polêmicos da exploração petrolífera no Brasil.
    Foi o seu grupo que comprou, reformou e alugou à Petrobras, sem licitação, a fatídica plataforma P-36, que afundou matando 11 petroleiros em 2001.

    Ao se conhecer um pouco mais o empresário dono do EISA, não é surpresa os problemas que estão ocorrendo. Supreendente (e imprudente) é a MB ter contratado este estaleiro para construir as Macaés…

    Abaixo, um pouco mais da folha corrida do empresário:

    “No final da década de 90, uma das empresas de Efromovich, a Marítima, começou a ganhar grande parte dos concursos lançados pelo grupo estatal brasileiro para construção e manutenção de plataformas de extracção de petróleo. Muitos questionaram os motivos que estariam por detrás desta ligação. A Marítima era, naquela altura, um negócio pequeno, que prometia cumprir contratos cujos prazos os restantes concorrentes garantiam ser irrealistas.

    A rampa de lançamento que conseguiu ganhar com a Petrobras viria a tornar-se na maior mancha no percurso do milionário. A 15 de Março de 2001, a plataforma P-36, que tinha sido entregue à Marítima, registou duas explosões. Estavam 175 pessoas no local e 11 morreram. Seis dias depois do acidente, a infra-estrutura acabou por se afundar na Bacia de Campos (Rio de Janeiro), com 1500 toneladas de óleo a bordo.

    As autoridades brasileiras concluíram que o acidente se ficou a dever a irregularidades no projecto e manutenção.

    Além do caso da plataforma, a sua imagem tem sido minada por “promessas que nunca cumpre”. A jornalista, que preferiu manter-se no anonimato, conta que o milionário “estava sempre a exigir mais espaço no aeroporto de Congonhas para crescer, mas depois nada acontecia, não saía do lugar”.

    Junto dos representantes dos trabalhadores, Efromovich também não é consensual em território brasileiro. Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas e a única pessoa que aceitou ser identificada neste trabalho, afirmou que “é um dos que pagam pior no mercado” e “precariza a relação de trabalho”.

    (Trecho de texto da publicação portuguesa, Revista 2, de 30 de Setembro de 2012)

    29 de Outubro de 2011

    “O homem da P-36 quer as sondas da Petrobras” é baseado numa matéria de hoje, do jornal Valor Econômico, o único que vem dando algumas informações sobre a maior licitação já realizada neste país, a contratação de 21 sondas de águas ultraprofundas pela Petrobras. Um negócio de dezenas de bilhões de dólares.

    Vários grupos brasileiros se uniram para fazer aqui estas sondas, que fazem parte de um total de 40 necessárias à exploração do pré-sal. Doze, por questões de prazo, foram contratadas lá fora. Das 28 restantes, o primeiro lote, de sete, ficou aqui e vai ser construído em Pernambuco. Faltavam estas 21 e tudo parecia indicar que o mesmo grupo as faria.

    Mas surgiu uma figura chamada Guerman Efromovich e entrou na disputa, oferecendo um preço um pouco menor, com uma empresa recém-criada, a Ocena Rig do Brasil, associado a uma empresa norueguesa controlada por armadores gregos.

    Efromovich tem uma penca de processos judiciais contra a Petrobrás. Todos depois que deixou a diretoria o ex-presidente Joel Rennó, tempo em que ganhava, sem licitação, contratos para comprar e reformar plataformas.

    Inclusive a P-36…

    Tido como amigo do ex-presidente da estatal Joel Rennó, Efromovich viu seu grupo empresarial ser responsabilizado pela Justiça inglesa – onde fora tentar ainda receber mais dinheiro da Petrobras, supostamente referente à dividas pela reforma do “caixão” (P-36) que construíra.

    O pior é que Efromovich ainda foi a Justiça inglesa pedindo 240 milhões de dólares como indenização pelo caixão que fez. Foi buscar lã e saiu tosquiado, porque a corte inglesa, em lugar de receber, mandou foi ele pagar à Petrobras. Este ano (2011), em abril, o STJ recusou a pretensão de Efromovich de não cumprir a sentença que confirmava sua responsabilidade no caso.

    Que inclui, depois da saída de Rennó, uma série de contratos rompidos por atrasos nas plataformas da série Ametista. Com Rennó, Efromovich era dono de 80% das encomendas e foi à Justiça pedir indenização. Perdeu no STJ.

    Apesar disso, Efromovich conta com um enorme desinteresse de nossa mídia sobre sua atuação. Não fosse o trabalho solitário do repórter Chico Santos, então no Valor Econômico, ninguém ficaria sabendo como ele tentou, tanto pelos modos gentis quanto pelos mais duros, recuperar suas posições junto à Petrobras, vejam só:

    “Com a mudança de governo em 2003, Efromovich fez várias gestões para reaproximar-se da direção da empresa, sem sucesso. Já tentou, via parlamentares, marcar audiências com o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, mas não conseguiu. Uma das ações movidas por Efromovich, desta vez para participar de novas licitações, levou a uma ordem de prisão contra os diretores da estatal das áreas de serviços, Renato Duque, e exploração e produção, Guilherme Estrella, em março. Isso não ajudou em nada a melhorar o humor da diretoria da Petrobras.

    Ao mesmo tempo em que entrava com recursos e liminares tentando participar das licitações da Petrobras, o empresário não desistia de sua política de aproximação. Já enviou flores para as secretárias da diretoria da estatal, no Dia da Secretária, e tentou aproximar-se da diretoria da empresa nos intervalos ou durante os processos de licitação da Petrobras, onde ele obteve liminares judiciais para disputar a construção das plataformas P-50, P-51, P-52 e P-54.

    O empresário voltou a usar essa estratégia duas semanas atrás, quando obteve mandato judicial para participar da licitação para conversão da P-53. Suas empresas não foram convidadas para as últimas concorrências e essas tentativas só contribuíram para aumentar o atraso dos processos licitatórios.

    De acordo com o departamento jurídico da Petrobras, a estatal está confiante em seu sucesso nessas ações judiciais, embora considere o ressarcimento dos prejuízos duvidoso, a partir da forma como os negócios das empresas de German Efromovich são costurados.

    Segundo informação do departamento jurídico, o empresário costuma operar utilizando empresas sediadas em paraísos fiscais. Esse é o caso da antiga controladora do grupo, a Rainier Engineering Limited, com sede no Caribe, que foi substituída pela Sinergy Group Corp., com sede na Ilha de Niue, na Polinésia, e próxima à Austrália.”

    Foi este personagem que tentou derrubar a condenação pela P-36 no Brasil e levou na cabeça: este ano, o STJ disse que, como optou pelo foro londrino para tentar ganhar e lá, em vez disso, foi condenado a pagar à Petrobras, então que aguentasse com a condenação.

    Agora, ele está enfrentando uma impugnação em sua proposta de fazer as sondas aqui. Segundo a Sete Brasil argumenta em seu recurso contra a Ocean Rig “do Brasil”, a empresa foi constituída depois do lançamento da licitação, no dia em 3 de junho (o CNPJ da empresa é de 7 de junho) , fugiu das especificações solicitadas, e não tem garantias adequadas.

    Que prato, não é? Mas porque será que a imprensa não se interessa por uma figura deste naipe?”

    (Escrito pelo Deputado federal Brizola Neto)

    • por LUCENA
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      .
      Realmente Sr.Alves80, esse problema com o estaleiro do Sr.Germán Efromovich pode sê um problema isolado, advindo de uma má administração como foi a do caso do mega empreendedor Eric Batista.
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      Basta vê se esse problema que parece sê pontual, possa contaminar e ser sistemático;colocando em risco o tão sonhada revitalização naval brasileira.

    • Facil perceber a malandragem com interesse de usar os empregos como instrumento de chantagem para comer grana publica. Os cidadãos que ficam duvidando das ações governamentais não querem ser sérios, não levam em consideração a canalhice do empresário proprietário do setor. Que conforme foi informado já esta vendendo o empresa, sabe-se lá pra quem, certamente sem prejuízo. A não ser o dos empregados, que sempre o levam e são usados como massa de manobra política a favor dos empresários, se é que se pode designar esses tipos de camaradas como tal.

      • “Os cidadãos que ficam duvidando das ações governamentais não querem ser sérios”… PELAMORDEDEUS !!!… vai ser puxa saco assim lá Argentina… rsrsrsrsrsrs… logo esse governo CORRUPTO, VENDIDO, IMORAL, QUE SE PROSTITUIU PELO PODER… quer dizer que, para dar emprego ao coitado do cidadão despreparado e alijado de seus direitos pelo próprio estado que lhe detém pena, se entrega a grupos SABIDAMENTE inescrupulosos, só para garantir o pão de cada dia do enganado trabalhador brasileiro !!!… e sou eu que falto com a verdade !!!… rsrsrsrssrsrsrsrs… esse seu lado humorístico ainda vai nos matar, Julio, de tanto rir… 🙂
        Esse é o governo do trabalhador… o governo que mais tirou direitos dos trabalhadores… irônico, não ???… 🙂

      • Pelo que você escreve sua indignação se dá pelo partido ter se enquadrado ao modelito exigido para se exercer o poder no Brasil. Mas isso soa como uma grande contradição a tudo que você vem falando, sobre serem ditadores, etc… e tal. Da forma como você coloca, parece mais um preconceito que define uma preferia para que eles, sendo de origem social mais baixa, a principio, jamais pudessem aspirar o poder. Por que de forma democrática as estruturas oligárquicas construídas, nas estruturas do estado, jamais permitiriam a eles governar a partir de seus princípios iniciais, e todos, de boa vontade, sabem disso. Já tivemos outros governos com perfil semelhante, que chegaram ao poder neste país, e quando não foram apeados por golpes, tiveram no suicídio a unica opção para manter seu legado. Meu caro, o PT que você preferiria ter como adversário para demonizar , o do discurso de perfil revolucionário, esse ficou para trás, aprenderam que é possível governar com inteligencia, mostrando as contradições dos que lhes querem como eternos rebeldes, para facilitar o discurso de eternos agentes do mal e comedores de criancinhas, e com isso lhes retirar as oportunidades de fazer a diferença no poder. Gente como você meu caro, que fica a cada dia com menos argumento em seu discurso.

      • coitado do zoinho de remela não cansa de perder e suas teorias caírem pelo chão

        ele tropeça a carcaça velha dele na rua e fala assim : culpa do pt e as isquerdas

        o munrar….. vamos chamar o thandercats para dar fim nessa múmia

  3. Acho que tudo é uma combinação de vários fatores.
    Abandonados estão um navio que foi construído para a PDVSA e módulos para a construção de outro para a mesma empresa e que ainda estão lá. O Lula tem que procurar alguém que consiga psicografar uma carta do Chaves para os dois decidirem como isso será pago.
    Também está sob investigação se o grupo dono do estaleiro desviou dinheiro do estaleiro para socorrer outra empresa do grupo, no caso a Avianca.
    E tem também o velho problema dos contratos federais. Sabe-se lá como esse contrato foi assinado já que o governo federal não tem sido muito hábil em fazer bons negócios para o país. Ou o negócio é mais caro, ou nunca fica pronto, ou não sai como se esperava, ou tudo isso junto. Há uma lista razoável de casos como esse, mas a bomba só vai estourar depois das eleições.

  4. Abaixo o complexo de vira lata!

    “Há nações capazes de superar seus períodos de subordinação a potências estranhas. Mas há momentos de ruptura em que o viralatismo tem que ser vencido.

    Por Wanderley Guilherme dos Santos, na “Carta Maior”.

    O complexo de vira-lata existe e com frequência se disfarça. Por exemplo, é crucial não confundir “mudança” com “retirada”, “recuo”. Avançar na política social é “mudança”; enfraquecer a Petrobrás, é “retirada”; modernizar a infraestrutura é “mudança”; reduzir os planos estatais de investimento, é “retirada”; expandir os canais de participação política é “mudança”; frear os aumentos do salário mínimo, “retirada”. Tudo é movimento, mas há uma diferença de natureza entre o movimento para frente e o movimento para trás. A oposição vende gato por lebre ao insistir em “mudanças” abstratas sem esclarecer a direção delas. No essencial, são todas mudanças para trás, “retiradas”, “recuos”, “viralatice” diante dos desafios.

    O complexo de vira-lata se manifesta no pânico diante de vitórias históricas. Às responsabilidades assumidas pelos vencedores, os vira-latas preferem a glória das derrotas heroicas. Assim foi, registro respeitosamente, com o México diante da Holanda, a Nigéria diante da França, a Argélia diante da Alemanha, e até mesmo com o Chile diante do Brasil, pois aquele chute na trave de Julio Cesar no minuto final da prorrogação e os dois pênaltis perdidos pelos chilenos devem muito à influência do complexo, solicitado em ajuda à competência do goleiro canarinho.

    Todos esses times foram recebidos de volta em casa como heróis, quais os trezentos de Esparta, heroicamente derrotados. Ao contrário dos espartanos, se acaso voltassem, contudo, os [nossos] vira-latas temem a igualdade e se autocrucificam como subordinados perpétuos. Não é que não tenham valor e honra, mas falta-lhes algo na hora das grandes decisões. Parece previsão depois do fato, mas é a crônica reiterada dos campeonatos.

    No futebol, países vencedores são aqueles que entram em campo com a convicção de que merecem a vitória, independentemente de clima, horário ou cor da camisa do adversário. Até o último segundo do apito final do árbitro, não se curvam à hipótese de que a derrota seja inapelável e de que seja justo perderem para o opositor do momento. Não é fortuito que as emocionantes vitórias nas prorrogações, nos minutos finais e nos pênaltis só tenham beneficiado vencedores reconhecidos. O complexo independe de diferenças econômicas. Estou, inclusive, inclinado a listar a Suíça como vítima circunstancial de viralatismo futebolístico, recaída no papel tradicional de ir embora mais cedo.

    Assim fora do campo como dentro dele. Há nações capazes de superar seus períodos civilizatórios de subordinação econômica e cultural a potências estranhas. Mas há momentos de ruptura em que o viralatismo tem que ser vencido para que os povos adquiram autonomia de julgamento e conduta. Por qualquer análise isenta, o Brasil tem enfrentado, nos últimos anos, precisamente um desafio de tal magnitude. Diante da oportunidade de ingressar em patamar superior de coexistência internacional, é fundamental que forje a convicção de ser um País vencedor, potente por sua economia, cultura e sociedade, e em busca da igualdade em todas as arenas. E não se trata estritamente de futebol, porque os vencedores, ocasionalmente, também perdem uma partida. Perdem, mas não cabisbaixos, conformados; apenas adiam a decisão para futuros embates.

    Do mesmo modo na vida aqui fora. Há que ignorar os vira-latas que entregam o jogo antes mesmo que comece. Há que mudar para frente, sempre, pois o tempo não para, interessa é saber onde se encaminha e orientá-lo em nosso favor. Os distraídos, ou de má fé, talvez não se deem conta de que, no fundo, aderiram à corrente do “não vai ter País”, facção com que a comunidade brasileira tem se havido, e vencido, ao longo de sua história. É o partido do “não vai ter indústria”, da década de 50; do “não vai ter petróleo e ferro”, dos anos setenta; do “não vai ter democracia”, dos anos 80; da Constituição de 88. Assim tem sido neste século XXI: o governo de um metalúrgico seria um fracasso, e foi o que se viu: o início da maior transformação social na história brasileira, que, aliás, não pode ser reduzida à baboseira oposicionista de que “vai manter o que estiver certo nas políticas sociais do governo”. Não existe “política social do governo” dissociada de sua ideologia nuclear de governar para os mais carentes, seja nas decisões de política social, econômica ou internacional. Está em curso magnífica transformação da pirâmide brasileira e esse é o sentido da mudança que deve continuar.

    Quem governa em busca da vitória aceita com humanidade a glória e admite alguns escorregões na travessia. A política dos vira-latas prefere recuar, propor “remédios heroicos”, e quando ganha uma pequena batalha aqui ou ali “é por milagre”. Milagre é a esperança de sobrevivência dos vira-latas. O Brasil não deve ganhar seu futuro por milagre, mas por convicção.”

    http://www.ocafezinho.com/2014/07/11/abaixo-o-complexo-de-vira-latas/

    • Nascimento eu faço a minha parte, acredito no povo brasileiro e na construção de uma cidadania consciente de sua cidadania e que a respeite, assim como a de seus irmãos patrícios por isso combato esse mal que é uma questão de miopia cultural. É uma questão de tempo virarmos a pagina do viralatismo cultural fruto de uma elite culturalmente colonizada e fútil. Acredito numa nova elite muito mais culturalmente e civicamente identificada com nossos próprios cidadãos e interesses e muito menos “bonzinhos”, conforme aquela antiga, mas não, naquele tempo, mentirosa famosa frase, dita pela humorista americana, consumida no Brasil, a uns anos atrás.

      • Grande Julio. Eles tem saudades da inflação alta porque aplicavam no overnight, do tempo em que só eles viajavam de avião, da reserva de mercado no trabalho. Pois faculdade era só para classe média. Com o inicio do Governo Lula tudo isso acabou. Não que eu não tenha restrições a este governo, porém a outra opção é o verdadeiro inferno para grande parte da populção que foi os anos 70, 80 e 90. É o eterno ódio de classe, por que não tem mais empregada que durma no trabalho. Que se contentem matando saudades com o Fantástico Show da Vida……

      • “Eles tem saudades da inflação alta porque aplicavam no overnight…”.

        Nossa! Essa veio do baú! Nem lembrava mais da farra do overnight. Aplicava-se $10 hoje e ganhava-se $20 amanhã e dane-se se a inflação chegasse a 100 ao mês! Esse era o sistema financeiro que fez a cama de muito banqueiro, como os donos do Fininvest, e destruiu o resto da nossa economia no final da década de 1980 início dos 1990. E chamavam isso de modernidade.

      • Concordo contigo em tudo. Até nas restrições.
        Mas não há como negar o outro Brasil que vem sendo construído na era pós Lula. Mas também é inegável que para a maioria que sempre esteve nos discursos mas fora dos projetos de governo ganharem alguma coisa minoria que geralmente não aparece nos discursos mas que sempre levou as coisas boas deste país tem que diminuir seus ganhos e para eles isso é perda, meu caro.
        Eles nunca foram muito de dividir o estado, fonte de geração de riquezas e poder, por isso tantos golpes e retórica furada. Mas a verdade incontestável é que sempre tiveram o poder e não tiveram capacidade ou vontade de incluir uma cidadania que sempre foi tratada com estrangeiros indesejáveis dentro do proprio país. Hoje eles falsamente fogem dessa verdade, mas estão loucos para voltarem a velha tese de fazer o bolo crescer primeiro para depois dividir, crescimento que nunca se realizará, por que? por que crescimento é abstrato, e dependerá sempre de quem afere. E estes governos petistas, eu que não sou petista, e que somente estou petista, que ninguém se engane quanto a isso, mostram que o bolo já estava grande o suficiente para começar a dividi-lo. Abraço. .

  5. Meu povo, muita calma nessa hora! Por mais que os petralhas sejam mentirosos, embusteiros, etc e tal é preciso ter muita cautela senão vejamos:

    – O Brasil é um país de pouca (e péssima) cultura empresarial. Empresário aqui adora lucrar explorando empregado e correndo atrás de mamata no governo. De uma maneira geral, estão ainda no pré-mercantilismo. Ademais, ao que tudo indica o GF fez aqui a sua parte já que o Estaleiro está construindo 7 navios patrulhas.

    – Em tese o Estaleiro não deveria estar atrasando salários pois pertence à um grande grupo empresarial. Mas o fato de isso estar acontecendo lança suspeitas sobre German Eframovich, que pode muito bem ser um novo Eike Batista como asseverou o Pastel de vento.

  6. 24 de junho de 2014

    Setor naval cresce 19,5% ao ano e continua a atrair investimentos

    “A indústria naval brasileira cresce 19,5% ao ano desde 2000 e os investimentos no setor já atingem cerca de R$ 149,5 bilhões.

    Os dados integram os estudos do IPEA (Institudo de Pesquisa Econômica Aplicada), comandados pelo coordenador de Infraestrutura Econômica, Carlos Campos Neto, e pelo técnico de Planejamento e Pesquisa, Fabiano Pompermayer, que deram origem ao livro “Ressurgimento da Indústria Naval no Brasil – 2000-2013”.

    Evolução – Retratado no estudo, o histórico da indústria naval brasileira começa nas décadas de 1970 e 1980. Promissora e voltada à produção de navios para o comércio internacional, a indústria contabilizava o segundo maior número de embarcações e encomendas do mundo. Mas a crise econômica dos anos 80 teve reflexos diretos no setor naval. “No início da década de 1990, o então presidente Fernando Collor abre a indústria naval para a concorrência internacional, mas não estávamos preparados para isso. Foi quase como decretar sua extinção”, explica o pesquisador Campos Neto.

    Em 2000, as encomendas da Petrobras, que gradativamente priorizaram o conteúdo local, impactaram o setor e atraíram investimentos. “Na época tínhamos 1.900 empregados no setor naval e, hoje, ultrapassamos os 70 mil trabalhadores.

    Esse crescimento já demonstra a importância que a indústria naval e offshore passou a ter no mercado nacional”, destaca Neto, que ainda aponta que este ressurgimento da se deu graças à estímulos vinculados à expansão do setor de petróleo e gás e ao início da exploração do pré-sal, que aumentou a demanda e multiplicou estaleiros, em sua maioria especializados em embarcações de apoio às plataformas.
    Projeções de futuro – De acordo com Carlos Campos Neto, os próximos 30 anos são promissores para a indústria naval brasileira. “Ainda há muito pré-sal a ser descoberto e petróleo a ser explorado em águas profundas do nosso nordeste. Com as encomendas já colocadas até 2020, os investimentos no setor devem ultrapassar os R$ 200 bilhões”, prevê.

    Apesar das expectativas, é preciso ter cautela segundo Neto. “No caso da retirada das políticas de apoio do Governo , o que vai acontecer com a indústria naval? Conseguiremos competir com o mercado internacional?
    As portas de saída precisam estar sinalizadas para que não sejam repetidos os mesmos erros do passado e o futuro seja ainda mais promissor”, finaliza.”
    ———————————–

    Os números falam por só! Conhecer e negar-los é simplesmente partidarismo e malemolência política…

  7. INDÚSTRIA NAVAL DIZ TER SUPERADO DESAFIOS DO CONTEÚDO LOCAL E AGORA BUSCA COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL

    15 de julho de 2014

    “Com a confirmação de que a Petrobrás irá explorar os volumes excedentes da Cessão Onerosa, no pré-sal da Bacia de Santos, a indústria naval poderá contar com um horizonte de encomendas ainda mais vasto, num cenário que já era de otimismo com as perspectivas geradas pelo leilão de Libra.

    O presidente de Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, diz que ainda não é possível fazer uma previsão detalhada, porque o cronograma de produção das áreas não foi divulgado, mas prevê que haja um potencial para a construção de 15 a 20 plataformas, provavelmente todas do tipo FPSO.

    No total, o volume de encomendas deve girar em torno de US$ 30 bilhões, segundo Mendonça, que estima ainda cerca de 50 barcos de apoio para atender às operações. Num momento em que muitos estaleiros estão no limite da capacidade…”

    “…a parte feita no exterior é apenas a conversão dos cascos, não passando de 20% do total dos contratos. Segundo o executivo, o desafio de atingir os percentuais de conteúdo local já foi superado e agora a mira do setor está em outro ponto: “Nosso grande foco hoje é a competitividade”.

    Para isso, além de trabalhar o avanço tecnológico, a produtividade e a cadeia de fornecedores, estão criando um grupo de trabalho, junto com a Apex, para promover a construção offshore brasileira no mercado internacional a longo prazo.

  8. – Qual a expectativa de encomendas dos estaleiros brasileiros com os excedentes
    da Cessão Onerosa?

    – Augusto Mendonça – presidente de Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav).

    Hoje não existe um cronograma de exploração dessas áreas, então é um pouco difícil saber quando acontecerá. Mas, em termos de potencial de encomendas, pelo volume que se fala das reservas, deve ser algo em torno de 15 a 20 plataformas, na faixa de US$ 30 bilhões. Provavelmente todas do tipo FPSO. É uma coisa maior do que está se falando de Libra. Mas Libra tem um prazo definido. Se não produzirem lá mais de um milhão de barris por dia, vão acabar deixando óleo no campo.

    – E em relação a barcos de apoio?

    -AM:Numa fronteira nova, para cada plataforma em operação, há a necessidade de três a quatro embarcações de apoio, principalmente na fase de implantação. Então seriam umas 50 embarcações de apoio, mais ou menos. Como não temos um plano definido, é uma conta média.

    – A indústria nacional terá capacidade de atender a mais essa demanda?

    – AM: O que a gente vem trabalhando, inclusive junto ao governo, é no sentido de equalizar a demanda de plataformas com a oferta que os estaleiros conseguem produzir. Então existe um trabalho no sentido de dimensionar a capacidade de produção da indústria nos estaleiros, principalmente na área offshore, que é a parte mais pesada. E esse estudo mostra que existe um equilíbrio até 2020.A partir dai, haverá uma capacidade de produção muito elevada, porque há estaleiros novos, de ultima geração, em implantação. Então teremos uma capacidade de produzir 10 a 12 plataformas por ano no país.

    – Qual a capacidade de países como Coreia, Cingapura e China atualmente?

    A China é difícil dizer, porque eles não participam disso ainda. Fazem conversões de cascos e algumas partes, mas não a plataforma completa. O benchmark internacional é Cingapura, que tem uma capacidade de produzir de três a quatro por ano. Na Coreia, juntando todos os estaleiros, o potencial é grande, de umas cinco ou seis por ano. Teremos a maior capacidade do mundo em termos de construção offshore. É a oportunidade que temos de levar a indústria para ser um benchmark mundial. Vamos ter mercado para isso, se os leilões de partilha continuarem acontecendo.

    – Quais são os maiores gargalos da indústria naval brasileira atualmente?

    Continuamos ainda com uma necessidade importante de mão de obra. De formação técnica e de engenheiros. Melhorou, mas ainda não resolveu. Talvez seja resolvida em longo prazo, porque é uma formação demorada. Mas nosso grande foco hoje é a competitividade. Estamos trabalhando fortemente nisso. Não temos mais problemas de atingir conteúdo local, isso já foi superado, mas é importante que façamos isso com competitividade. Este ainda é um grande desafio.

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