Marinha do Brasil avança na fabricação dos submarinos do PROSUB

marinhabrasil200614A construção do primeiro submarino do Prosub (o SBR-1) teve início em 2010, com a fabricação de seções de vante 3 e 4 na França, e as demais seções do casco, nas instalações da Nuclep no Brasil.

Neste período, o programa incluiu a qualificação de profissionais brasileiros nas instalações da DCNS na França, em serviços como soldagem, conformação de peças e fabricação de estrutura, e também, o treinamento on the job training com a participação do pessoal na construção das duas seções ali executadas.

A partir de meados de 2013, com inauguração e início de operação da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) em Itaguaí-RJ, a chegada das seções 3 e 4 ao Brasil e o retorno ao país, dos profissionais qualificados na França, a Marinha pôde imprimir uma dinâmica maior ao ritmo de construção do SBR-1.

A implantação de outra linha de produção na NUCLEP, direcionada a fabricação de anéis de reforço do submarino, que inclusive, constitui uma parte crítica no prazo de execução do casco resistente das embarcações, além de ampliar a capacidade de produção das seções do SBR-1, permitiu à Marinha iniciar a fabricação do segundo submarino convencional da série, o SBR-2.

“Realizamos os ajustes necessários para a operação da UFEM, que constituem parte do processo de partida de qualquer unidade fabril com o porte e a complexidade da UFEM, envolvendo equipamentos e softwares sofisticados e interface com diversos sistemas, e, hoje, a produção desta unidade é uma realidade. Na NUCLEP, ampliamos a produtividade da empresa, com uma segunda linha de montagem, para que pudéssemos garantir o atendimento ao cronograma do Prosub”, expõe Contra-Almirante Sydney dos Santos Neves, Gerente do empreendimento modular de obtenção dos submarinos convencionais da Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN).

Paralelamente à construção e à organização de toda a estrutura fabril em Itaguaí e à qualificação do pessoal na França – militares e civis da Marinha, da NUCLEP, da ICN e de outras empresas -, a Marinha e a DCNS iniciaram o processo de seleção de empresas fornecedoras para os submarinos do Prosub, adotando neste campo, uma das principais diretrizes do programa: a nacionalização de sistemas e de equipamentos.

Além de promover o estabelecimento de um parque industrial nacional com capacidade de desenvolver e fabricar equipamentos e componentes para todos os cinco submarinos, o programa de nacionalização do Prosub visa estabelecer uma base industrial e comercial no País de modo a assegurar a continuidade e a operação do projeto nos prazos e custos previstos. 

Para os submarinos convencionais, 102 empresas já estão pré-qualificadas pela DCNS e, várias destas, já foram submetidas à aprovação da Marinha. O programa de nacionalização dos submarinos convencionais inclui mais de 90 projetos prioritários direcionados ao fornecimento de itens como, ventiladores; conversores estáticos; mancais de escora; trocadores de calor; válvulas; sistemas eletrônicos; geradores; motores elétricos; sistema de combate; acumuladores hidráulicos, e outros.
Entre os projetos já aprovados e/ou executados estão:


1. Engenharia e Integração do Sistema de Combate

O Sistema de Combate (SC) no submarino tem a função de gerenciar os sistemas de detecção (sonar, radar, navegação e periscópio) e calcular a solução de tiro para lançamento dos torpedos. 
A Fundação Atech, hoje denominada Fundação Ezute, foi selecionada e aprovada para receber o treinamento e participar do desenvolvimento de módulos de software do SC. 

No período compreendido entre setembro de 2011 a abril de 2015, oito engenheiros da Fundação Ezute estarão nas dependências da DCNS, na cidade de Toulon – França, recebendo treinamento referente aos módulos de software do SC dos S-BR. Nos anos de 2015 a 2017, a Ezute participará no Brasil, das atividades de integração do Sistema de Combate para o primeiro S-BR; e, após a conclusão do projeto, a Fundação será responsável pela manutenção do Sistema de Combate dos quatro submarinos convencionais.


2. Sistema de gerenciamento integrado da plataforma – IPMS 

O IPMS é um sistema computacional responsável pelo controle de diversas funções no submarino, tais como, controle de navegação, profundidade, propulsão, qualidade de vida e segurança a bordo, energia elétrica, entre outros.
A Mectron, sediada em São José dos Campos – SP, é a empresa selecionada pela DCNS e Marinha para participar do desenvolvimento do IPMS dos submarinos. O processo de nacionalização incluiu o treinamento, na França, de engenheiros da empresa e oficiais da MB, os quais, inclusive, já retornaram ao Brasil.


3. Mancais de escora

O objetivo da nacionalização neste projeto é envolver uma empresa brasileira na produção e montagem completa do mancal de escora de acordo com os desenhos, requisitos e projeto da DCNS.

Em um submarino, o mancal de escora tem a função de transferir o torque do motor elétrico para o hélice. 



1. Tubos trocadores de calor

O objetivo deste projeto no Prosub é envolver, progressivamente, uma empresa brasileira, sob a responsabilidade da DCNS, na fabricação de componentes para trocadores de calor dos submarinos S-BR, produzidos de acordo com as especificações técnicas e a supervisão da DCNS. 

A empresa selecionada pela DCNS e aprovada pela MB foi a Termomecânica, localizada em São Bernardo do Campo – SP, a qual já produziu, com sucesso, um lote de tubos de Cupro-Níquel que serão instalados nos trocadores de calor do sistema de resfriamento de baterias do S-BR. 


2. Ventiladores

Os ventiladores dos S-BR, em total de três por submarino, tem por função a ventilação a bordo, em especial da praça de baterias, onde a manutenção do baixo teor de hidrogênio é essencial para as condições de habitabilidade da tripulação do submarino.

Este projeto visa o envolvimento de uma empresa brasileira no desenvolvimento, na qualificação e na produção dos ventiladores dos submarinos S-BR, de acordo com os requisitos e as especificações técnicas da DCNS. 
A empresa escolhida pela DCNS e aprovada pela MB foi a Howden France, sua fornecedora na Europa. Através de um processo de Transferência de Tecnologia, a Howden France subcontratará a Howden South America, empresa brasileira localizada em Itatiba – SP, que será a responsável pela fabricação dos ventiladores.


3. Conversores estáticos

A função dos conversores estáticos é alimentar as redes elétricas do submarino.
A Adelco, empresa brasileira sediada em Barueri – SP, foi selecionada pela DCNS e aprovada pela MB como responsável pelo desenvolvimento e fabricação dos conversores estáticos. Ao todo, serão 16 conversores, sendo quatro por submarino. O contrato prevê a fabricação dos dois primeiros na França, com treinamento e transferência de tecnologia, e os 14 restantes, totalmente produzidos e fabricados no Brasil.


4. Motores elétricos

Os motores elétricos nos submarinos possuem várias aplicações a bordo. Neste projeto, a WEG Equipamentos, empresa brasileira sediada em Jaraguá do Sul – SC, foi selecionada pela DCNS e aprovada pela MB, para fabricar os motores destinados aos submarinos convencionais do Prosub.


5. Bateria

Neste caso, a bateria do SBR-1, será feita na Alemanha, na empresa Hagen, do grupo Exide, e, paulatinamente, a fabricação será realizada no Brasil: 30% para o SBR-2; 60% para o SBR-3; e 100% para o SBR-4. Neste processo, a transferência de tecnologia envolve o grupo Exide e a empresa Rondopar, com sede em Londrina – PR. 

O processo de nacionalização de sistemas, equipamentos e componentes dos submarinos, além do treinamento para o desenvolvimento e a integração de softwares específicos, inclui, também, a fabricação dos itens e o suporte técnico para as empresas durante a fabricação. Segundo Almirante Neves, “o programa de nacionalização dos submarinos visa o fornecimento à série dos convencionais, e como evolução deste processo, a obtenção de uma capacidade fabril nacional para o submarino com propulsão nuclear. Pretendemos que as empresas nesta etapa do programa estejam capacitadas e aptas a atender, em suas respectivas áreas, as necessidades do submarino com propulsão nuclear”. 

O Almirante Neves acrescenta ainda que, no âmbito da qualidade, a inspeção da DCNS é rigorosa e acompanha todas as etapas de fabricação dos itens executados no Brasil. A rastreabilidade, segundo o Almirante, é outro ponto de grande relevância na construção dos submarinos. “Todos os equipamentos e sistemas considerados vitais são detalhadamente documentados, de forma que estes registros possam, no futuro, possibilitar o rastreamento de fabricação de cada item do submarino.” 

Fonte: Techno News

10 Comentários

  1. por LUCENA
    .
    Mais um gol laço do Brasil … vamos fazer com que a nossa mobydic possa levá os Exosset nacional e quem sabe, compartilhar com os nossos hemanos austral … rsrssr … o coral e os peixinhos terão um shoping bem no estilo vitoriano . 😀

  2. O Estaleiro é capaz de soldar e construir dois submarinos ao mesmo tempo, sejam eles com propulsão convencional ou nuclear. Sabem informar se o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, pode ser adaptado para fabricar os Scórpennes assim como fez com os três submarinos coproduzidos aqui no Brasil da classe IKL e o Ticuna? Assim, o Estaleiro de Itajaí aceleraria a entrega da nossa flotilha de submarinos nucleares e após a entrega do primeiro, o Álvaro Alberto, se concentraria em construir dois simultaneamente. Ah, outra coisa, o primeiro Scórpenne começou a ser produzido em 2010 e será entregue em 2017, mas industrialmente concluído em em 2016, para ser testado em provas no mar. Originalmente era para ser concluído em 2015. Enfim, os demais submarinos a partir da terceira unidade que dos Scórpennes brasileiros terão em média 18 meses de trabalho entre o início e conclusão da embarcação. 18 meses, enquanto a segunda unidade vai precisar de 48 meses e a primeira precisou de 72 meses para ser concluída. Alguém sabe se essa escala cronológica decrescente irá acontecer com o nosso primeiro submarino com propulsão nuclear? Se iniciaremos sua construção em 2017 e a concluiremos em 2023 ( 72 meses de trabalho), para fique dois anos em prova até seu comissionamento em 2025 na Marinha do Brasil. Alguém sabe informar se o segundo submarino nuclear levará 48 meses para ser iniciado e concluído e se os outro quatros poderão ser iniciados, construídos e concluídos em espaços de 18 meses tal como os nossos Scórpennes ?

  3. Boas noticias em profusão, mas tem gente que não gosta. Preferem as más para justificar seu colonismo e sofrimento patologicos.

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