Rússia instala centros de defesa antiaérea na fronteira ártica

A Rússia está reforçando o controle da fronteira aérea ártica. Segundo os planos do Ministério da Defesa da Rússia, durante este ano, postos de defesa antiaérea e pontos de controle da aviação de guerra serão construídos na costa do Oceano Glacial Ártico.

A reconstrução da infraestrutura da defesa antiaérea nas ilhas do Ártico terminará no outono de 2015.

Planeja-se organizar brevemente cinco locais fixos de radares e de pontos de orientação da aviação nas ilhas árticas: na ilha Sredny do Arquipélago da Severnaya Zemlya, na ilha Terra de Alexandra do Arquipélago Terra de Francisco-José, na ilha de Wrangel, no Cabo Schmidt e na ilha Ilha Yuzhny do arquipélago Novaya Zemlya (Terra Nova).

Em cada ponto passará a haver um radar de defesa antiaérea e um centro de controle de voos, tanto da aviação civil, como militar. Toda a informação relativa ao movimento no espaço aéreo sobre a costa do Ártico será transmitida para o centro de comando da defesa antiaérea nos arredores de Moscou. Visto que nos gelos não há tropas terrestres e os navios têm dificuldade em navegar no oceano, o Ministério da Defesa resolveu a tarefa da defesa nacional na região com a ajuda da aviação, assinala o politólogo Vladimir Evseev:

“Não penso que nos devamos preparar para ações militares de alguma envergadura na zona do Ártico. Mas todos os nossos vizinhos e parceiros devem compreender que a Rússia está pronta, se for necessário, a defender as suas posições nas fronteiras árticas. Se admitirmos, hipoteticamente, um ataque aéreo ou de mísseis contra a Rússia, compreenderemos que, em caso de confronto, por exemplo, com os EUA, os mísseis voarão precisamente do sentido norte, ou seja, do lado do polo. Visto que este é o voo mais curto, poderão chegar aí aviões, bombardeiros estratégicos, por exemplo. Por isso, para a Rússia é importante controlar a zona ártica”.

Na era da URSS, os locais da defesa antiaérea e de controlo da aviação de combate situavam-se em toda a costa norte do país. Porém, nos anos de 1990, a maioria foi abandonada pelos militares. A direção ártica tornou-se mais vulnerável. Nas condições geopolíticas atuais, tendo em conta o interesse crescente de diferentes países pelas riquezas naturais da plataforma ártica, isso era uma situação inadmissível, sublinha Vladimir Evseev:

“O reforço do controle pela Rússia do espaço aéreo na zona ártica é condicionado, em primeiro lugar, pelo fato de na região ter começado a extração ativa de diferentes recursos da plataforma, bem como devido ao aumento do número de navios na Rota Marítima do Norte. Além disso, o interesse pela zona ártica é manifestado por um grande número de países, e nem todos têm saída para o Oceano Glacial Ártico. Há tentativas de entrada ilegal nessa zona, nomeadamente da parte dos EUA. Deste ponto de vista é muito importante que a Rússia não só declare os seus direitos à plataforma continental, mas possa também garanta a segurança na zona ártica”.

Nos últimos tempos, forças militares dos países da OTAN aparecem cada vez mais frequentemente no Ártico. Por exemplo, em 2012, a aliança efetuou no Norte da Noruega as manobras Cold Response, com a participação de 16 mil militares de 16 países. Foram utilizadas unidades da Marinha de Guerra e da Aviação. Em março de 2014, a Marinha de Guerra dos EUA realizou as manobras Ice Exercise, instalando o acampamento num campo de gelo flutuante no Oceano Glacial Ártico. Nas manobras participaram também submarinos.

A Rússia reclama a parte da plataforma com as dorsais de Mendeleev e Lomonosov. Até finais de 2014, os cientistas deverão reunir provas de que essas cordilheiras são uma continuação da plataforma continental da Rússia e apresentar na ONU o pedido de alargamento da jurisdição russa. Em março do ano corrente, a comissão da ONU para as fronteiras da plataforma continental reconheceu um enclave do mar de Okhotsk de 52 mil quilómetros quadrados parte do território russo.

Fonte: Voz da Rússia

3 Comentários

  1. por LUCENA
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    O Russos estão levando muito á sério essa história de aquecimento Global e o Ártico; já tem grileiros bons de briga … heheheh

    • por LUCENA
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      O Brasil entra na corrida pelas riquezas marítimas e pode, pela primeira vez, fincar sua bandeira em águas internacionais.
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      A partir desta sexta-feira, os integrantes da International Seabed Authority (ISA) – em português denominada de Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (Isba) – se reúnem em Kingston, na Jamaica, e dirão se aceitam o plano de trabalho para exploração e pesquisa de uma área do Atlântico Sul conhecida como Elevação do Rio Grande.
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      (*) fonte:assuntosmilitares.jor.br
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      ( … ) A Isba é uma organização internacional autônoma pertencente ao sistema das Nações Unidas. Por intermédio dela, 166 Estados partes organizam e controlam as atividades no mar, particularmente com vista à gestão de seus recursos minerais. Ela surgiu para aplicar as determinações da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, criada em dezembro de 1982 e em vigor desde julho de 1994. A lei maior da organização, como se fosse a sua Constituição, afirma que o leito marinho, além das jurisdições nacionais, passa a ser considerado a “Área”. Todos os recursos que ali estiverem, inclusive os minerais, são patrimônio da humanidade. É como se houvesse uma linha na água demarcando o que é de cada um e o que pertence a todos. Procurada pelo Valor, a Divisão do Mar, da Antártida e do Espaço do Ministério das Relações Exteriores preferiu não se pronunciar sobre o tema antes da reunião em Kingston.( … )

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