Homenagens a soldados e civis marcam 70 anos do Dia “D”

Cerimônias na Normandia reuniram líderes de 20 países e 1.800 veteranos da Segunda Guerra. Eventos começaram com fogos de artifícios ao longo da costa e terminaram com discursos de Obama e Hollande.

Os Aliados da Segunda Guerra Mundial lembraram, nesta sexta-feira (06/06), na Normandia, os 70 anos do desembarque das tropas aliadas na região, na data que ficou conhecida como Dia D. A cerimônia realizada na praia de Ouistreham reuniu 20 chefes de Estado e governo, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, o presidente russo, Vladimir Putin.

A série de eventos em diversas localidades para relembrar a data crucial para a libertação da Europa ocupada pela Alemanha nazista começou durante a noite. Fogos de artifício iluminaram os céus dos 80 quilômetros de costa da Normandia. No dia 6 de junho de 1944, mais de 150 mil soldados, principalmente ingleses, franceses, americanos e canadenses, desembarcaram na região.

Pela manhã, alguns dos sobreviventes prestaram homenagem às 20 mil vítimas civis no memorial de Caen. “Quero hoje, neste 70º aniversário, que a homenagem da nação possa se dirigir a todos civis e militares. Iniciado pouco depois da meia-noite, com tumulto e fogo, esse dia terminou com sangue e lágrimas, lágrimas de dor e de alegria, no final de 24 horas que mudaram o mundo e marcaram para sempre a Normandia”, declarou o presidente francês, François Hollande.

A cerimônia foi o primeiro reconhecimento oficial dos 20 mil civis que perderam suas vidas nas batalhas entre 6 de junho e 22 de agosto de 1944. “Essa batalha foi também a dos civis”, afirmou Hollande. O presidente inaugurou durante o evento um monumento dedicado ao sofrimento e sacrifício da população da Normandia.

De Caen, Hollande seguiu para o cemitério de Coleville-sur-Mer, onde participou, ao lado Obama, de uma cerimônia em homenagem aos dez mil soldados americanos enterrados no local.

Cerca de 1.800 veteranos participaram das cerimônias

“O grito dos Estados Unidos, o nosso compromisso com a liberdade, com a igualdade, está escrito com sangue nestas praias. Ao amanhecer, o sangue tingia a água e as bombas cortavam o céu. Milhares de paraquedistas caíram em zonas erradas, milhares de rajadas atingiram carne e areia. Companhias inteiras caíram em minutos. A praia do inferno conquistou o seu nome”, disse Obama.

Obama homenageou veteranos em Coleville-sur-Mer

O discurso do presidente americano durou 25 minutos e foi interrompido diversas vezes para aplausos aos 1.800 veteranos que participaram das cerimônias. “Trabalhamos para transformar antigos adversários em novos aliados. Construímos uma nova prosperidade. Permanecemos, mais uma vez, ao lado das pessoas deste continente no combate até que um muro foi derrubado e uma cortina de ferro também”, lembrou Obama do momento atual.

À tarde, os presidentes voltaram a se encontrar na cerimônia realizada na praia de Ouistreham, que reuniu 20 chefes de governo Estado e governo. Além de Merkel, Putin e Obama, estiveram presentes a rainha Elizabeth 2ª, o príncipe Charles e o presidente eleito da Ucrânia, Petro Poroshenko.

No evento, Hollande homenageou a “coragem do Exército Vermelho” durante a Segunda Guerra, e lembrou a contribuição decisiva da antiga União Soviética para o fim do conflito.

Artistas simulam o famoso desembarque, 70 anos depois

Um jantar oferecido pelo presidente francês, no Palácio do Eliseu, em honra à rainha da Inglaterra encerra os eventos oficiais em lembrança do Dia D.

CN/dpa/lusa/afp/ap

Fonte: DW.DE

11 Comentários

  1. “Nunca tantos deveram tanto, á tão poucos”
    Quando Winston Churchil disse esta frase, ele sabia que não só os aliados venceram os nazistas na Europa oriental, mas também impediram que o exercito vermelho soviético dominasse totalmente a Europa, lhes impondo assim um regime de terror tão monstruoso quanto o nazi.

    • Nessa vou concordar, a grande vantagem do dia D foi impedir o avanço das forças do maniaco e retardado do Josef Stalin.

      • por LUCENA
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        Não se deve esquecer que,graças ao exército vermelho que absolveu 65% da carga bélica nazista;esse carnaval cheirando a naftalina existe.
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        E essa estória de vencer o nazismo, já esta mais do que comprovado que é um falácia … rsrsr … quem perdeu foi o Hitler,já o nazismo está em pé,basta vê o semblante de alguns nazistas britânicos da foto . 😉
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        Ainda existem nazista tanto lá na Europa e com cá nos trópicos … rsrsr
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        O vermelho do rio Vouga foi mais intenso que o vermelho das praias da Normandia daquela época.
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        As batalhas travadas na Normandia se comparado com as escaramuças no front oriental,foi mais uma briga de torcida no final do brasileirão entre corintiano com palmerenses .. heheh … entre os soviéticos e os nazistas,foi muito mais intenso.
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        Os oficiais nazistas facilitaram para a turma do tio Sam,pois o medo dos soviéticos invadirem Berlim foi muito maior do que serem invadidos pela turma do capitão América;até porque,a aristocracia britânica,francesa e americana no fundo,eram simpatizantes nazista.

      • helveciofilho,

        Dentro dos EUA sempre houve uma grande comunidade alemã. Em outras palavras, não havia simpatia a uma doutrina em específico, e sim um respeito a uma parcela importante da população ( e potencial eleitorado… ).

        Todo o staff americano fazia coro junto com Roosevelt pelo engajamento dos EUA no conflito, pois sabiam que os interesses alemães iriam bater de frente com os americanos no médio prazo. Somente não o fizeram por conta de um forte lobby dentro dos EUA pelo isolacionismo ( algo similar ao ocorrido na Primeira Guerra )… Mas o fato é que os americanos já se mobilizavam contra a Alemanha muito antes de Pearl Harbour, com o fornecimento massivo de suprimentos aos britanicos e com patrulhas extensas ao longo do Atlantico Norte. Marinheiros americanos já estavam cumprindo o seu dever antes mesmo dos EUA entrarem em guerra…

        França, Inglaterra, Belgica, Holanda… Em praticamente todos os aliados ocidentais já se antevia a ameaça do nazismo, mesmo que fossem displicentes no inicio.

        E na Alemanha, o que havia era uma aristocracia política e militar contrária ao nazismo ( que vez por outra conseguiu atrapalhar os planos de Hitler ), mas cuja principal ramificação foi dizimada após o antendado de 25 de Julho de 1944. E com eles, acabava toda e qualquer chance de uma trégua por parte da Alemanha.

        No mais, ninguém facilitou nada pra ninguém… Os alemães empreenderam severa resistência, mobilizando inclusive forças que estavam nos frontes russo e italiano para deter o avanço dos aliados ocidentais ( e muitas eram forças de elite )… Aliás, a grande “carga de cavalaria” do Exército Vermelho ao final de 1944 deveu muito aos combates na Normandia, que drenaram reforços alemães que poderiam ter contribuído para uma resistencia mais significativa no leste, além das forças que já haviam sido previamente retiradas… As defesas alemãs nas praias, apesar de incompletas, eram poderosas. Em alguns setores, os combates duraram até o final do dia D. E o impacto dos combates iniciais foi muito reduzido, com o avanço sendo bloqueado pelos alemães em diversos pontos. Combates posteriores, como Hürtgen e Ardenas foram um verdadeiro caos, tão cruentas quanto qualquer batalha no leste e que reduziram diversas divisões americanas a farrapos…

      • Sim, Lucena, de fato foram os soviéticos que causaram os maiores prejuízos para a Alemanha, mas o regime soviético era tão desumano e perigoso como nazista. O Dia D, na verdade socorreu boa parte da Europa não do nazismo e sim do “comunismo” dos soviéticos.
        (*o comunismo dos soviéticos era só um nome, de nada tinha com o idealizado por teóricos e humanistas)

      • Concordo com você Carl!

        Se a nossa ditadura já foi horrível, imagine se fosse uma ditadura comunista patrocinada pela Rússia.

        Stalin coneguiu o feito de ser pior e mais assassino do Hitler!!!!

        Mais importante do salvar a Europa dos nazistas foi salvar a Europa de Stalin. Quem sabe quantos milhões a mais ele poderia ter assassinado.

        Os malditos ianques salvaram a Europa de dois monstros.

      • por LUCENA
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        Sr Carl
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        Salin,Hitler,Rosvelt,Winston Churchill todos foram fundamentais na época,para você ter uma ideia,os britânicos e americanos da época,chamavam carinhosamente o Stalin de tio Joe,isso nos dá uma ideia de promiscuidade entre eles da época para destruírem um inimigo em comum.
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        Já para a realeza britânica,o Hitler era bem quisto,os bolchevistas era para a majestade britânica,aqueles que matam um membro real,pois a dinastia Romanov tem consanguinidade com a Dinastia Windsor,primo se casando com primas,não é a toa que havia e há muitos problemas de doenças no sangue no meio da realeza.
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        A questão levantada por mim é;que não se pode pensar na operação Operação Overlord sem pensar na operação Bragation ,aliás para mim se a última fracassasse,o dia D seria um fiasco,prova é tanta que, Eisenhower trazia no seu bolço,dois discursos;um para cada resultado ( uma para a vitória e outra para a derrota ),ou seja;o lado ocidental tinha duas alternativas,vencer ou perder,já os soviéticos tinham também duas,viver ou morrer. 😉
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        Se levarmos em conta as cafajestagem dos governos da época,ninguém escapa,Hitler,Stalin,Rosvelt,Churchill,eram todos lobos em uma época que as ovelhas estavam sendo dizimadas por “lobos”.

    • por LUCENA
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      O Resgate do Soldado Ivã – Ou Como os EUA Exorcizaram o Papel da Rússia no Fim da 2º Guerra Mundial
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      Quem algum dia suporia em 2004, ao criticar Bush por converter a comemoração do Dia D em “solenidade de apoio aos seus crimes no Iraque e no Afeganistão” , que, em 2014, Obama estaria também convertendo a MESMA comemoração do Dia D em “solenidade de apoio” aos seus crimes-de-Obama, na Síria, no Irã e na Ucrânia”?!
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      (*) fonte: anovaordemmundial.com
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      A batalha decisiva pela libertação da Europa começou há 60 [hoje, já 70] anos, em junho, quando um exército soviético de guerrilhas emergiu das florestas e charcos da Bielorrússia, para lançar ataque surpresa contra a retaguarda da poderosa Wehrmacht.
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      As brigadas do Exército Vermelho e combatentes da Resistência, entre os quais muitos judeus e foragidos de campos de concentração, plantaram 40 mil cargas de demolição. Devastaram as estradas de ferro, vitais para a conexão entre o Centro do Exército Alemão e suas bases na Polônia e no leste da Prússia.
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      Três dias depois, dia 22/6/1944, no terceiro aniversário da invasão de Hitler contra a União Soviética, o marechal Zhukov deu a ordem para o assalto principal contra as linhas alemãs. 26 mil armas pesadas pulverizaram as posições avançadas dos alemães. Os gritos dos foguetes Katyusha foram seguidos pelo rugido de 4 mil tanques e pelos gritos de combate (em mais de 40 línguas) dos 1,6 milhão de soldados soviéticos. Assim começou a Operação Bagration, assalto contra um front alemão de mais de 600 quilômetros.

      Esse “grande terremoto militar”, como o designou o historiador John Erickson, só parou nos arredores de Varsóvia, comHitler deslocando as reservas de elite da Europa ocidental para tentar conter a maré vermelha no leste. Resultado disso, tropas norte-americanas e britânicas que combatiam na Normandia não tiveram de enfrentar as divisões Panzer mais bem equipadas.

      Mas o que os norte-americanos algum dia souberam sobre a Operação Bagration? Junho de 1944 significa a Praia de Omaha, não o Rio Dvina a ser ultrapassado. A ofensiva soviética do verão foi várias vezes maior que a Invasão da Normandia (Operação Overlord), tanto na escala das forças envolvidas quando no preço direto que custou aos alemães.
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      No final do verão, o Exército Vermelho chegara já às portas de Varsóvia e às trilhas entre os Cárpatos que levam à Europa Central. Tanques soviéticos já haviam tomado em movimento de pinça o Centro do Exército Alemão e o destruíram. Só na Bielorrússia, os alemães perderiam mais de 300 mil homens. Outro gigantesco exército alemão fora cercado e seria aniquilado ao longo da costa do Báltico. E estava aberta a estrada para Berlim.
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      Graças ao soldado Ivã.
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      Não se trata de não ver os valentes que morreram no deserto do norte da África ou nas florestas geladas em torno de Bastogne. Trata-se, isso sim, de lembrar que 70% da Wehrmacht está sepultada, não em campos franceses, mas nas estepes da Rússia. Na luta contra o nazismo, morreram cerca de 40 ‘Ivãs’ para cada ‘soldado Ryan’. Hoje os especialistas estimam que 27 milhões de soldados e cidadãos soviéticos morreram na 2ª Guerra Mundial.
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      Estranhamente porém, o soldado soviético comum – o mecânico de tratores de Samara, o ator de Orel, o mineiro de Donetsk, a menina do ginásio de Leningrado – é invisível na atual celebração e remitologização da ‘grande geração’.
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      É como se o “novo século norte-americano” não consiga jamais nascer sem, antes, exorcizar o papel central que os soviéticos tiveram na vitória epocal contra o fascismo, que marcou o século 20.
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      Verdade é que muitos norte-americanos são chocantemente ignorantes de grande parte da verdade sobre combates e mortos na 2a. Guerra Mundial. E até os raros que compreendem alguma coisa do gigantesco sacrifício dos soviéticos para derrotar o nazismo na Europa tendem a vê-lo em termos de estereótipos ‘jornalísticos’: o Exército Vermelho não passaria horda bárbara movida pela besta fera do vingancismo e do nacionalismo russo. Combatentes civilizados, que defendiam ideais civilizados de liberdade e democracia, para os norte-americanos, só GI Joe e Tommy…
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      Por isso precisamente é ainda mais importante lembrar que – apesar de Stálin, do NKVD e do massacre de uma geração de líderes bolcheviques – o Exército Vermelho sempre preservou elementos poderosos da fraternidade revolucionária. Aos olhos dos russos, e dos muitos que o Exército Vermelho livrou das garras dos nazistas, aquele ainda é o maior exército de libertação da história do mundo. Importante saber que o Exército Vermelho de 1944 ainda era exército soviético.
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      Entre os generais soviéticos que lideraram a tomada do rio Dvina havia um judeu (Chernyakovskii), um armênio (Bagramyan) e um polonês. Diferente das forças britânicas e dos EUA – divididas por classes e racialmente segregadas –, o comando do Exército Vermelho era escada aberta, embora difícil de escalar, de oportunidades.

      Quem ainda tenha dúvidas da paixão revolucionária e da humanidade que unia todos no Exército Vermelho, deve consultar as extraordinárias memórias de Primo Levi (É isto um homem? Trad. Luigi Del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 1988; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990) e KS Karol (Entre Dois Mundos). Ambos odiaram o stalinismo e amaram o/a soldado/a soviético/a comum, e viam nele/nela as sementes da renovação do socialismo.
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      Assim sendo, depois da recente [em 2004] degradação, por George Bush, da memória do Dia D, reduzido a cena explícita de apoio aos crimes dos EUA no Iraque e no Afeganistão, tomei a decisão de fazer, eu mesmo, minha comemoração privada.

      Relembro então, em primeiro lugar, meu Tio Bill, caixeiro viajante de Columbus – e é difícil ver aquela alma gentil como guerreiro adolescente GI na Normandia. E em seguida – como tenho certeza de que meu Tio Bill teria aprovado – relembro também seu camarada soldado Ivã.

      O camarada Ivã dirigiu seu tanque até o portão de Auschwitz; foi quem abriu caminho até o bunker de Hitler. A coragem e a tenacidade do camarada Ivã derrotaram a Wehrmacht, e nada tiveram a ver com os erros do tempo de guerra e os crimes de Stálin. O mundo tem dois heróis: meu Tio Bill e seu camarada Ivã, soviético.
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      É obsceno homenagear o primeiro sem também homenagear o segundo. *****

    • Perderam 18 milhões e assassinaram mais 40 ou 50 milhões.
      Os russos destruíram a utopia e o sonho de um mundo igualitário e socialista.

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