06 de Junho de 1944: Entrou para a História como o Dia “D”

O dia 6 de junho de 1944 entrou para a história como o “Dia D”. Não se sabe se o D vem de “Day” (dia, em inglês) ou de “Decision” (decisão). O certo é que foi um dia decisivo. O desembarque dos Aliados na Normandia abriu uma segunda linha de combate contra Hitler. Era o início do fim da Segunda Guerra Mundial e do domínio nazista.

Durante anos, a decisão por uma grande ofensiva através do Canal da Mancha foi motivo de fortes controvérsias entre os Aliados. Inicialmente, não houve consenso quanto à proposta da União Soviética de abrir uma segunda frente de batalha na Europa Ocidental, a fim de conter as perdas russas nos violentos combates contra as Forças Armadas alemãs.

Somente no final de 1943, decidiu-se em Teerã planejar para a primavera europeia seguinte a chamada Operação Overlord – a maior operação aeronaval da história militar.

Nos meses seguintes, mais de três milhões de soldados norte-americanos, britânicos e canadenses concentraram-se no sul da Inglaterra para atacar os alemães na costa norte da França. Além disso, dez mil aviões, sete mil navios e centenas de tanques anfíbios e outros veículos especiais de guerra foram preparados para a operação.

Pouco antes do início da planejada operação ultrassecreta Overlord, tempestades e chuvas fortes atingiram a Normandia. O mau tempo forçou os líderes a adiar a invasão para o dia seguinte. Nas primeiras horas da manhã de 6 de junho, começou, então, a maior operação de desembarque da história militar.

Operação anunciada pelo rádio

Em 6 de junho de 1944, foi anunciada pelo rádio a chegada do Dia D – o Dia da Decisão. A operação ainda havia sido adiada por 24 horas, devido ao mau tempo no Canal da Mancha e, por pouco, não fora suspensa.

Antes do amanhecer, paraquedistas e caças aéreos já haviam bombardeado trincheiras alemãs e destruído vias de comunicação. Uma frota de aproximadamente 6.500 navios militares atracou num trecho de cerca de 100 quilômetros nas praias da Normandia, no noroeste da França.

Ao final do primeiro dia da invasão, mais de 150 mil soldados e centenas de tanques haviam alcançado o continente europeu. Graças à supremacia aérea dos aliados, foi possível romper a temível “barreira naval” de Hitler e estabelecer as primeiras cabeceiras de pontes. As perdas humanas – 12 mil mortos e feridos – foram menores do que o esperado, visto que o comando militar alemão fora surpreendido pelo ataque.

Em 06 de Junho de 1944, Hitler estava em Obersalzberg, no sul da Alemanha. De acordo com a revista “Der Spiegel”, militares informaram o Führer sobre o desembarque dos Aliados somente por volta das 10h. Ninguém teria tido coragem de acordá-lo. Ao saber, Hitler teria exclamado euforicamente: “A notícia não poderia ser melhor. Agora os ingleses estão finalmente no local onde podemos derrotá-los”.

Alemães esperavam adiamento da operação

Os nazistas previam uma invasão, mas não sabiam onde ela ocorreria. Também não chegaram a um consenso sobre a melhor maneira de enfrentá-la. Por causa do mau tempo, eles esperavam que a operação fosse adiada para o verão europeu. Em função de manobras simuladas pelos aliados, Hitler concentrara o 15º Exército na parte mais estreita do Canal da Mancha, onde previa ser atacado.

As demais tropas alemãs permaneceram no interior do país, em vez de serem estacionadas na costa, como havia pedido inutilmente o marechal-de-campo Erwin Rommel. Graças a esses erros estratégicos, os aliados escaparam de uma violenta contraofensiva alemã.

Apesar disso, o avanço das tropas aliadas enfrentou forte resistência. A cidade de Caen, que os ingleses pretendiam libertar já no dia do desembarque, só foi entregue pelos alemães no dia 9 de junho, quase toda destruída. As defesas nazistas no interior da França só foram rompidas a 1º de agosto, uma semana depois do previsto.

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O Dia D, comandado pelo general Dwight D. Eisenhower, foi o ataque estratégico que daria o golpe mortal nas forças nazistas. “Esse desembarque faz parte de um plano coordenado pelas Nações Unidas – em cooperação com os grandes aliados russos – para libertar a Europa. A hora da libertação chegou”, profetizara o próprio Eisenhower, em 2 de junho.

Paris foi libertada em 25 de agosto, Bruxelas, em 2 de setembro. A fronteira alemã anterior ao início da guerra foi cruzada pelos aliados em Aachen em 12 de setembro, ao mesmo tempo em que eram realizados bombardeios aéreos contra cidades industriais alemãs. No início de 1945, os soviéticos (pelo leste) e os norte-americanos (pelo oeste) fizeram uma verdadeira corrida para chegar primeiro a Berlim, para comemorar a vitória definitiva sobre a Alemanha nazista.

Fonte: DW.DE

Dia D foi “frente ampla” contra nazistas e decisivo para vitória dos Aliados

Há 70 anos, tropas aliadas desembarcavam na Normandia para ataque às forças nazistas. Soldados de 14 nações participaram da operação, decisiva para a derrota alemã na Segunda Guerra Mundial.

No Dia D, que prenunciou o fim da Segunda Guerra Mundial, a libertação chegou pelo ar. Pouco antes da meia-noite de 6 de junho de 1944, os primeiros soldados aliados desembarcaram na Normandia: 24 mil paraquedistas em planadores militares de precisão.

Eles tinham como missão ganhar o controle sobre pontes e outros nós de tráfego importantes, além de instalar sinais luminosos para as tropas aéreas – ainda antes que, ao nascer do sol, começasse a operação de desembarque marítimo.

O plano só funcionou em parte, já que o forte vento levou os paraquedistas para longe, em direção ao interior francês, e apenas um décimo deles chegou a tempo à região do front. Ainda assim, a Operação Overlord – codinome da Batalha da Normandia – pegou os militares nazistas de surpresa.

Ainda às 2h, os generais alemães na Muralha do Atlântico avaliavam a situação militar como “não ameaçadora”. Em comunicado telefônico a Berlim, informaram que as notícias de um desembarque aéreo seriam “exageradas” e que tudo estava calmo.

Empreendimento universal

Essa impressão logo mudaria: no litoral da Inglaterra uma gigantesca armada se pusera em movimento, ao entardecer do dia 5 de junho. A maior força de combate marinho e aéreo já reunida na história das guerras movia-se na escuridão da noite, em direção à costa atlântica da França.

“O Dia D foi um empreendimento internacional, não puramente americano. Também britânicos, canadenses e contingentes menores de noruegueses, belgas, tchecos e eslovacos estavam presentes”, lembra o historiador militar Peter Lieb.

“Depois chegaram os poloneses e havia navios gregos, além de um pequeno contingente de franceses libertos [dos ocupadores nazistas].” Australianos e neozelandeses – aliados pertencentes à Commonwealth britânica – reforçavam a tropa internacional.

“É claro que havia dois grandes protagonistas: os americanos e os ingleses”, relata Lieb à DW. “Ambos definiram o roteiro estratégico. Mas eles estavam cientes de que se tratava de uma guerra de coalizão e que também era preciso contar com as nações menores, para mostrar ao mundo que lutar contra a Alemanha de Hitler era um empreendimento universal.”

Operação Overlord – Esse era o nome em código da operação militar. As praias em que as tropas desembarcaram na Normandia também foram rebatizadas pelos militares como Utah, Omaha, Gold, Sword e Juno. Quatorze países participaram do histórico desembarque. Além de americanos, britânicos, poloneses, canadenses e franceses, a operação também contou com a ajuda da Grécia, da República Tcheca e da Austrália.

Dia da decisão

Às 6h30, pouco antes do alvorecer de 6 de junho, despontaram diante da costa normanda os primeiros navios de guerra americanos. Em seus setores de desembarque e ataque, apelidados “Praia Utah” e “Praia Omaha”, eles logo abriram fogo pesado sobre as fortificações alemãs.

Uma hora mais tarde seguiam-se as unidades britânicas, canadenses e francesas, nas praias “Gold”, “Juno” e “Sword”. Com o apoio do navio polonês Dragon, entre outros, atacaram numa área costeira de cerca de 80 quilômetros de extensão, que um pouco tempo se transformaria num campo de batalha sangrento, repleto de mortos.

Ao todo, 4.200 lanchas de desembarque, 1.200 navios de combate e 155.892 soldados de 14 países foram mobilizados na ofensiva do Dia D. As nações menores foram agrupadas em tropas de ataque mistas.

A maior parte das lanchas de desembarque provinha da Marinha Real britânica – embora as poucas fotos e filmagens feitas no dia da invasão sugiram o contrário, retifica o historiógrafo Lieb. Isso se deve ao fato de os americanos terem colocando repórteres e cameramen nas lanchas. “Por isso temos muito mais fotos dos americanos do que dos ingleses ou canadenses.”

Cerca de 160 mil soldados desembarcaram na Normandia no Dia D. Ao longo da costa, divida em cinco setores, os homens invadiram fortificações da chamada “Muralha do Atlântico”, por trás das quais se entrincheiravam as Forças Armadas alemãs. Desprotegidos, os soldados aliados tiveram de chegar às praias acessíveis por água, para, então, posicionarem-se ali contra a linha de inimigos alemães.

Caos fatal

Entretanto a Operação Overlord não correu de acordo com os planos, e o caos resultante custou a vida de milhares de soldados aliados. Muitos se afogaram em seus pesados uniformes, pois as rampas de desembarque das lanchas se abriram antes da hora. Tanques afundaram no mar antes de alcançar o litoral para reforçar as tropas de infantaria.

O avanço americano na “Omaha Beach” ameaçava terminar em fracasso. Muitos dos homens ficaram mareados e, portanto, incapacitados para a luta e indefesos contra o fogo dos nazistas. Nessa fase, a invasão quase fracassou: milhares de soldados tombaram somente nas primeiras horas. “De todos os dias da Segunda Guerra, o Dia D é aquele em que americanos e canadenses tiveram as maiores perdas”, resume Lieb.

Por volta do meio-dia, começou a faltar munição para os alemães, permitindo às tropas de desembarque vencer facilmente a resistência principal nas casamatas. Contudo não vingaram os esquemas estratégicos do comandante supremo, o futuro presidente dos Estados Unidos Dwight D. Eisenhower, e do general inglês Bernard Montgomery, aponta o historiador.

“A Muralha do Atlântico pôde ser conquistada com relativa rapidez: em poucas horas tudo estava em mãos aliadas. Porém o subsequente avanço para o interior da França ocorreu muito, muito devagar, pois os alemães se atocaiaram lá, onde estavam aptos a se defender com ferocidade.”

Inicialmente, as praias da Normandia foram bombardeadas pelos Aliados. No interior do país, pousavam milhares de paraquedistas. Em seguida, mais de mil navios de guerra e quase 4,2 mil lanchas de desembarque chegaram à costa francesa. Milhares de aviões e tanques também foram utilizados na operação, e uma chuva de bombas caiu sobre vilarejos, especialmente nas áreas ocupadas pelos alemães.

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Terreno difícil para os Aliados

No interior, não era possível seguir com o esbanjamento de meios da operação militar de desembarque. O terreno era difícil de sondar e entrecortado por muros de pedra, trincheiras e arbustos, fornecendo abrigo ideal para os atiradores alemães.

As divisões aliadas avançavam a duras penas. Só no fim de junho a cidade portuária de Cherbourg pôde ser tomada, passando a servir como base para o abastecimento de provisões, de importância decisiva para a guerra.

Em 25 de julho de 1944 iniciou-se a Operação Cobra: a partir do ar, bombardeiros e caças aliados respaldavam as divisões de tanques blindados, os quais cortavam amplas trilhas pelo meio das sebes, assim abrindo o caminho para as tropas de infantaria.

No fim do mês, os poloneses desembarcaram com uma divisão blindada de 20 mil homens, imediatamente mobilizados para o reforço militar no assim chamado “Bolsão de Falaise”. Lá as divisões blindadas do Exército nazista haviam se entrincheirado. Mas no início de agosto a resistência alemã estava praticamente esmagada, e se abria o caminho para a libertação da França da ocupação nazista – e, com ela, toda a Europa.

Entre os motivos para o sucesso da operação Overlord está o fato de o comando alemão ter sido pego de surpresa pelo desembarque dos inimigos na Normandia. Os Aliados haviam feito de tudo para que a Alemanha Nazista pensasse que Calais, região mais ao norte, seria alvo de uma invasão numa data posterior.

De Gaulle festejado pela população ao libertar Paris

De Gaulle, o libertador

Porém a coalizão bélica não durou muito tempo. Os americanos – que pretendiam impor um governo militar em toda a França – haviam feito seus planos sem contar com o general Charles de Gaulle, ressalta Lieb.

“Ele foi saudado efusivamente, como grande libertador da França. E aí os Aliados compreenderam: ‘De Gaulle tem grande respaldo por parte da população francesa e vai ser impossível nós levarmos a cabo os nossos planos de uma administração militar. Vamos ter que devolver o mais rápido possível o país aos franceses.'”

Em 25 de agosto, o futuro presidente De Gaulle adentrou Paris com a divisão blindada das Forças Armadas francesas livres. Do ponto de vista militar, as tropas aliadas deveriam ter libertado a capital, porém deram a primazia aos franceses. “Os americanos reconheceram: ‘A longo prazo, é melhor nós termos os franceses como aliados do que arriscar rupturas dentro da coalizão de guerra.'”

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Assim – finalmente – a Batalha da Normandia chegava a uma conclusão vitoriosa, embora com enormes perdas humanas. Um marco decisivo na história dessa guerra de dois fronts, que também teve que ser decidida nos combates no Leste Europeu.

Fonte: DW.DE

1 Comentário

  1. Um dia significativo,pa os países q foram ocupados p Alemães,e a liberdade dos mesmo fez valer a mortes de milhares de homens e mulheres; porém, e triste notar q o nazismo ressurge c outras roupagens em diversos países das UE e fora da mesma, às minorias q se cuidem, ciganos, negros, mulçumanos… trágico.Sds. 🙁

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