Mais extremistas no Parlamento Europeu

Compilação de bocas de urna nacionais pela ONG VoteWatch mostra enfraquecimento dos partidos de centro. Caso previsões se confirmem, grandes grupos de extrema direita podem se tornar quarta maior força no Parlamento.

 Até agora, a corrida entre as duas maiores forças políticas no Parlamento Europeu parecia estar pau a pau. Segundo as mais recentes sondagens sobre as eleições que se concluem neste domingo (25/05), porém, a distância entre conservadores e socialistas deve voltar a aumentar.

O grupo conservador-cristão do Partido Popular Europeu (PPE) deve alcançar 218 assentos, enquanto a Aliança Progressista dos Socialistas deve ficar com 201 – oito a menos do que nos prognósticos da semana anterior. Assim, nenhum dos dois grandes blocos alcançará maioria absoluta das 751 cadeiras em Estrasburgo.

Esses números são fornecidos pelo projeto europeu de pesquisa de opinião PollWatch2014. Seu diretor, Doru Frantescu, deduz que “o próximo Parlamento será significativamente mais polarizado”. “Vamos ver mais extremos na ala de direita e de esquerda. Os grupos do centro vão ficar menores”, prevê. Isso também afetará a política prática e a formação de coalizões, ele calcula.

Doru Frantescu, diretor da PollWatch2014

A PollWatch2014 é uma seção da organização não governamental VoteWatch, que documenta o comportamento dos deputados da UE nas votações, com o fim de expor possíveis influências dos grupos de lobby.

A ONG não realiza suas próprias bocas de urna, mas sim compila todas as pesquisas atuais dos 28 Estados-membros da União Europeia, avalia os resultados e distribui os deputados pelos diferentes grupos políticos ou bancadas.

Como nos vários países há métodos de sondagem bem diversos, dependendo de quem as encomende, a PollWatch calcula um valor médio, a fim de reduzir a margem de erro. Além dela, somente uma outra instituição na Europa divulga prognósticos sobre os resultados do pleito: o próprio Parlamento Europeu, através de seu instituto de pesquisa de opinião.

Extrema direita em quarto lugar

As facções direitistas eurocéticas ou mesmo antieuropeias estarão mais fortes do que nunca, podendo formar duas bancadas com pouco mais de cem assentos, predizem os pesquisadores.

Marine Le Pen (e) e Geert Wilders: extrema direita europeia em ascensão

Os grupos extremamente nacionalistas e xenófobos – como a francesa Frente Nacional, de Marine Le Pen, e o Partido para a Liberdade (PVV), de Geert Wilders, da Holanda – deverão se unir aos extremistas de cinco outros Estados-membros, formando uma nova bancada de extrema direita, com 38 mandatos.

A já existente bancada nacionalista antieuropeia, de que faz parte o UK Independence Party (Ukip) de Nigel Farage, possivelmente crescerá, obtendo 66 assentos no Parlamento Europeu. A PollWatch acredita que o Movimento Cinco Estrelas, liderado pelo antieuropeu italiano Beppe Grillo, vai entrar para esse grupo.

Somado a uma outra bancada eurocética, a moderada, com cerca de 45 mandatos, os grupos de opositores à UE e nacionalistas chegariam, assim, a algo entre 150 e 165 assentos. Isso os tornaria a quarta maior força dentro do novo Parlamento Europeu, com um quinto de todos os deputados.

Os verdes e os liberais perderão boa parte de sua base eleitoral. E a sondagem indica que a extrema esquerda dobrará sua bancada, alcançando 55 cadeiras. A tendência é garantida pelos partidos esquerdistas de protesto do Sul da Europa: a Coligação da Esquerda Radical (Syriza), da Grécia, e a Esquerda Unida (IU), da Espanha, que prosperaram graças à crise do euro.

Salão Plenário do Parlamento em Estrasburgo

Pouca margem para surpresas

A última pesquisa de boca de urna da PollWatch2014, realizada na véspera do início do escrutínio, na quinta-feira, no Reino Unido, apresentou tendências estáveis, não devendo ocorrer mais grandes oscilações, acredita o diretor Doru Frantescu.

Para ele, entre os países que contam com maior número de eurocéticos estão a França, o Reino Unido e a Holanda, onde os partidos estabelecidos perderam terreno considerável. Assim, a Frente Nacional domina entre os franceses, e na Inglaterra o Ukip se encontra à frente do Partido Trabalhista e dos demais.

“Essas são duas delegações eurocéticas bem grandes, de países grandes”, resume. Nos Países Baixos, o PVV igualmente poderá se afirmar como primeira ou segunda facção mais forte, em pé de igualdade com os partidos da coalizão de governo, estima Doru Frantescu.

Por ocasião dos últimos prognósticos publicados antes do início do pleito, os especialistas da PollWatch ainda não conseguiam dizer com exatidão em qual desses grupos se posicionará o eurocrítico moderado Alternativa para a Alemanha (AfD). Quase certo é que ele não deverá se unir aos de extrema direita, e que só conquistará uns poucos assentos.

Uma possibilidade é que, assim como os nacionalistas flamengos da Bélgica, a AfD venha a se associar aos Conservadores e Reformistas Europeus. Segundo as projeções, esse grupo promete entrar para o Parlamento com 45 deputados de sete países.

Fonte: DW.DE

6 Comentários

  1. o ocidente cada vez mais se encaminha para o extremismo de direita…a que tudo indica vai escambar pra isso ai mesmo devido a crise, problemas sócio econômicos, ascensão e consolidação de rivais como os Brics e as ameaças relacionadas aos imigrantes…o extremismo de direita não avança só na europa não..na Austrália a coisa toda segue no mesmo sentido…nos eua já a muito tempo é notória entre os republicanos neo conservadores mais radicais…o problema é que a cada dia que se passa esse partido cada vez mais fica igual a aqueles partidos neo nazistas da europa como os da le pen..vide os discursos e as posições de extrema direita do ultimo candidato a presidência deles que perdeu para o obama bin laden…é bom o resto do mundo prestar bem atenção a estas coisas ai e se manter alerta…botar as barbas de molho..pois a coisa é seria mesma..se a coisa “apertar” mesmo pra estas gentes…eles não hesitarão em baixar/proclamar o tal constitucional destino manifesto deles perante ao mundo…

    O Destino Manifesto é o pensamento que expressa a crença de que o povo dos Estados Unidos é eleito por Deus para civilizar a América, e por isso o expansionismo americano é apenas o cumprimento da vontade Divina. Os defensores do Destino Manifesto acreditavam que os povos da América não poderiam ser colonizados por países europeus, mas deveriam governar a si próprios.

    “Be strong while having slaves”, frase de propaganda política do século XIX que usava sua cultura para que pessoas de outros países achassem que os Estados Unidos eram o melhor país do mundo, virando essas pessoas até contra seus países de origem.

    O Destino Manifesto se tornou um termo histórico padrão, frequentemente usado como um sinônimo para a expansão territorial dos Estados Unidos pelo Norte da América e pelo Oceano Pacífico

    As doutrinas do Destino Manifesto foram usadas explicitamente pelo governo e pela mídia norte-americana durante a década de 1840, até a compra de Gadsden (sendo também inclusa a compra do Alasca por alguns historiadores), como justificativa do expansionismo norte-americano na América do Norte. O uso formal destas doutrinas deixou de ser utilizado oficialmente desde a década de 1850 até o final da década de 1880, quando foi então revivido, e passou a ser usado novamente por políticos norte-americanos como uma justificativa para o expansionismo norte-americano fora da América. Após isto, o uso da ideologia do Destino Manifesto deixou de ser empregado explicitamente pela mídia e por políticos em geral, embora alguns especialistas acreditem que certas doutrinas do Destino Manifesto tenham, desde então, influenciado muito as ideologias e as doutrinas imperialistas norte-americanas até os dias atuais .

    O presidente James Buchanan, no discurso de sua posse em 1857 deixou bem claro a determinação do domínio norte-americano:

    “A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (…) e nada pode detê-la”.

    Da mesma forma, o candidato à presidência daquele país, Mitt Romney, que afirma-se mais um homem de negócios do um estadista, no discurso de abertura de sua campanha, em 2012, disse: “Deus não criou este país para que fosse uma nação de seguidores. Os Estados Unidos não estão destinados a ser apenas um dos vários poderes globais em equilíbrio. Os Estados Unidos devem conduzir o mundo ou outros o farão.”

  2. O modelo social democrata de manter o Estado de Bem Estar Social atraves de emprestimos de dinheiro e incrementar a divida publica nacional, se esgotou. Por isso as classes operarias os estao abandonando e juntando o partidos da extrema direita, que sao nacionalistas, anti-semitas e anti anglo-norte americanos. Estao mais para Putin do que para Obamas, com excecao da extrema direita dos paises balticos, Polonia e Oeste da Ucrania, que sao pro-alemanha e no caso Polonia pro-EUA. O europeu ocidental e apatico senao for contra a Uniao Europeia. Eles percebem que ela serve os interesses dos Financistas e nao do povo trabalhador. A borucracia da Uniao Europeia forma mais uma classe de parasitas que os trabalhadores e pequenos negociantes europeus gostaria de se livrarem.

    • Quem está vencendo, caro amigo, é a VERDADE alcançada pela população mundial a muito custo, pelas decepções sofridas ao se entregarem ao socialismo barato… população essa que não aceita mais ser enganada pela esquerda mentirosa… entenderam, mesmo que a custa de décadas perdidas, que o estado não provem a sociedade e sim o contrário… e não tem nada de trágico nisso, antes é um grito de liberdade daqueles que produzem contra os que lhes sugam o sangue… cansaram de carregar vagabundos na costa… logo, logo, a liberdade chegará ao nosso país… a volta da meritocracia como caminho para o BRASIL POTENCIA REAL está próximo e não há NADA que a nossa esquerda vendida e corrupta possa fazer… mais uma ou outra década e NÓS tomaremos o poder e colocaremos esse país de volta aos trilhos… vejam o texto http://www.planobrazil.com/extrema-direita-vence-eleicao-na-franca-segundo-primeiras-estimativas/ … e não vai adiantar aos sem pátria se arrepiarem… A VERDADE VOS LIBERTARÁ…

  3. por LUCENA
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    O parlamento europeu promete virar um palco de MMA,de um lado os extremistas da direita e do outro os da esquerda … hahahahh …
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    Quem te viu e quem te verá velho continente do Iluminismo;que corre o risco reviver os tempos medieval e do absolutismo,onde as grandes questões políticas eram resolvidas nos becos imundos pelos esgrimistas do rei. 🙂

  4. Caro Blue Eyers, qdo eu digo q eles venceram , falo da extrema direita, q persegui de judeuss a negros, ciganos e ect,etc,etc,..os dias de hj , na UE ,lembra à Alemanha dos anos 30 onde grassava o desemprego, pf, dê uma olha isenta…viu, está bem parecido. Nós daqui, achamos q ñ, + eles, os Eurocentristas, ñ acham…Vc voltou c a metralhadora limpa e c cargas de reservas..parabéns.Sds.

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