Um sinal para o Ocidente, mais para os EUA: Rússia e China fortalecem cooperação político-militar

Vladimir Fedorov

As manobras russo-chinesas Interação Marítima 2014 serão inauguradas, pela primeira vez na história, pelos dirigentes dos dois países. Deverão ter início no espaço aquático setentrional do mar da China Oriental no primeiro dia da visita oficial à China do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Deste modo, o líder russo e o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, dão a entender estarem tutelando pessoalmente a estratégia de interação nos mares. Em fevereiro, na cidade olímpica de Sochi, eles supervisionaram, em regime de videoconferência, os primeiros exercícios navais russo-chineses no mar Mediterrâneo. Naquela altura, as manobras decorreram no âmbito do programa de retirada das armas químicas da Síria. Agora, o início dos exercícios anuais com a participação de 12 vasos de guerra e a aviação militar se enquadra na agenda da atual cúpula.

As manobras em curso têm vindo a refletir uma nova realidade e a conjuntura geopolítica surgida após a crise ucraniana, sustenta Vladimir Evseev, diretor do Centro de Pesquisas Político-Sociais:

“Este evento programado constitui um sinal para o Ocidente e, antes de mais, para os EUA, sobre a formação de novas relações político-militares. A Rússia e a China vão reforçando a colaboração nessa esfera. A realização das manobras aponta para uma eventual celebração, nos próximos tempos, de novos acordos político-militares sérios. Os EUA deverão “captar” este sinal. Eles não têm recursos suficientes para enfrentar tal reforço da cooperação russo-chinesa na região asiática do Pacífico. Nessas condições, será igualmente afetada, em certa medida, a imagem dos EUA”.

Face à posição do Ocidente e aos EUA assumida na crise ucraniana, Moscou decidiu intensificar a colaboração com os Estados asiáticos. E os atuais exercícios militares são mais uma prova disso, considera o perito militar, Igor Korotchenko:

“A Rússia encara a China como o principal parceiro estratégico. Antigamente, tal papel pertencia aos EUA e à OTAN. Mas, à luz da sua posição hostil em torno dos acontecimentos na Ucrânia, a Rússia se vira cada vez mais para a região asiática do Pacífico. E a primeira visita de Putin ao exterior após estes eventos dramáticos se realiza à China. Em igual medida, pretendemos edificar relações com outros países influentes dessa região. Por isso, as manobras são uma resposta da Rússia e da China à expansão dos EUA e do Ocidente. Devem ser vistas, sem dúvida, no contexto do atual quadro político-militar”.

Os exercícios Interação Marítima serão efetuados no espaço aquático do mar de China Oriental em que os EUA costumam realizar manobras regulares conjuntas que exercem uma forte pressão psicológica sobre a China e a Coreia do Norte, realçou a propósito o vice-presidente da Acadêmia de Problemas Geopolíticos, Konstantin Sokolov. Por isso, Moscou e Pequim decidiram treinar as ações conjuntas de suas frotas, adianta o perito:

“A Rússia e a China vão realizando as manobras do gênero pela terceira vez. Mas acontece que essa mesma zona tem sido palco de exercícios militares conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul que se realizam duas ou três vezes por ano. Claro que essas manobras são uma reação às manobras realizadas pelos EUA e seus aliados. Essa região tem sido muito importante para a China que tem tido disputas territoriais com o Japão. Tóquio tem recebido de apoio de Washington, razão pela qual as atuais manobras podem ser encaradas como um gesto de solidariedade com Pequim”.

Um traço específico dos exercícios militares que se iniciam em 20 de maio é um elevado patamar de coordenação entre navios participantes. Pela primeira vez, os marinheiros russos e chineses irão atuar, fazendo parte dos destacamentos mistos, encarregados de assestar golpes aos alvos marítimos de superfície e subaquáticos.

Fonte: Voz da Rússia

Cooperação aeroespacial entre Rússia e China

O vice-premiê da Rússia Dmitri Rogozin, irá abordar com o seu homólogo chinês, Wang Yang, a cooperação entre os ramos aeroespacial e nuclear dos dois países.

Referindo-se a sua visita à China, Rogozin twittou: “Hoje, depois de ter conversado com o ministro das Relações Exteriores e Europeias da Eslováquia, Miroslav Lajcak, vou viajar para a China. Na segunda-feira, completamos em Pequim os preparativos para a visita de Vladimir Putin a Xangai. Vou manter conversações com o vice-premiê Wang Yang sobre a cooperação no espaço e na indústria nuclear, assim como sobre o desenvolvimento conjunto de uma aeronave de longo alcance e de um helicóptero pesado”.

A Rússia e a China pretendem produzir em conjunto aeronaves eficazes e de custo reduzido.

Fonte: Voz da Rússia

4 Comentários

  1. Causa e consequência, tudo previsto graças a burrice do governo Obama. Agora os EUA são inimigos da Rússia e China, já que as intenções de Washington ficaram bem claras, e ainda por cima tem o Brics fechando acordos em toda a América para rivalizar e limitar a influencia norte americana. Tudo caminha para o fim do império como hj o conhecemos, em uma década creio que o mundo será diferente, quando olharem para a China erguida, forte e superior em muitos aspectos aos EUA, se verão obrigados a migrarem seu foco, e aí, resta aos EUA sobreviver ao plano de contenção de sua influencia, pois tenho certeza que agora em diante, China e Rússia vão agir de forma mais incisiva em relação a geopolítica global.

  2. ha ha ha ha

    parabens EUA…

    quiseram tratar a Russia como uma das republiquetas bananas da America Latina?

    esta ai o resultado…

    e o Vaderuxo? ele não disse que era possivel isolar a Russia?

    FAIL DE NOVO

Comentários não permitidos.