Cooperação militar russo-chinesa com excelentes perspectivas de crescimento

paradefromtheheight2-10O presidente russo Vladimir Putin irá visitar oficialmente a China nos dias 20 e 21 de maio a convite do seu homólogo chinês Xi Jinping.

A administração do presidente da Rússia referiu que há uma série de documentos para serem assinados nas áreas econômica, energética e humanitária. Ao longo das conversações, as partes tencionam também abordar as questões relacionadas com a cooperação técnica-militar.

Os primeiros fornecimentos de armamento, que na altura ainda era soviético, remontam aos anos 50 e início dos anos 60 do século passado, quando Moscou armou o exército chinês na sua quase totalidade. Contudo, mais tarde a cooperação foi interrompida devido ao arrefecimento geral das relações sino-soviéticas, mas foi restabelecida nos anos 80. Nessa altura a China voltou a receber da URSS o material mais moderno da altura. Mais tarde surgiram os problemas decorrentes do desmembramento da União Soviética e da queda de todo o bloco soviético. No entanto, mesmo nesses tempos difíceis para a indústria de defesa russa, os especialistas russos não romperam os contatos que tinham com seus colegas chineses. Os resultados desses contatos são visíveis em muitos sistemas de armamento modernos chineses.

Mas agora, segundo tudo indica, a cooperação técnica-militar entre os dois países deverá entrar numa nova fase do seu desenvolvimento. Existe mesmo uma opinião, segundo a qual faz sentido Moscou e Pequim se deveriam unir num mesmo bloco militar. Porém, o editor principal da revista Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional) Igor Korotchenko é mais moderado na sua análise:

“Nós temos uma coincidência de interesses numa quantidade enorme de questões. Mas é evidente que não haverá uma união militar, apesar de existir a possibilidade de trabalharmos em conjunto para a realização dos interesses próprios dos dois países. A aproximação entre a Rússia e a China é hoje inevitável perante o reforço da política anti-russa do Ocidente.

O interesse da Rússia em virar o vetor da política de defesa nacional em direção à Região da Ásia-Pacífico se baseia numa proteção conjunta contra as ameaças. Tanto mais que uma das ameaças tanto para a Rússia, como para a China, é a defesa antimísseis dos EUA.

Se a Rússia irá criar, seja qual for o desenvolvimento dos acontecimentos, um potencial para contrariar essa DAM, já a China possui forças nucleares estratégicas relativamente reduzidas. Por isso o aparecimento do segmento asiático da DAM norte-americana poderá ter consequências fatais para a China. Nessa situação, uma cooperação com a Rússia será mais que justificável.

A-Sukhoi-SU-35-takes-off-during-a-flying-display-one-day-before-the-50th-Paris-Airshow

É possível que a China seja o primeiro cliente estreante de dois programas de defesa extraordinários que a Rússia está concretizando: os caças Su-35 e o sistema antiaéreo S-400. A China já pede há muito tempo que esse sistema de armas lhe seja vendido. Penso que na atual situação geopolítica essa encomenda tem grandes hipóteses de se concretizar. Na condição de serem protegidos os direitos de propriedade intelectual dos desenvolvedores russos, evidentemente”.

O problema da propriedade intelectual no contexto da cooperação técnica-militar é realmente atual, apesar de ambos os países terem estabelecido um acordo de proteção de direitos autorais em 2008. Os exportadores russos de armamentos também estão preocupados com a concorrência de Pequim nos mercados de terceiros países: os fabricantes chineses têm mais possibilidades de fazer um dumping dos preços do que os fabricantes russos. Porém, se formos realistas, isso faz completamente parte do modelo das modernas relações de mercado: há quem seja atraído pelo preço e há quem prefira a eficácia em combate. Esse tipo de abordagem reduz a importância do problema.

Quando as normas jurídicas internacionais se diluem, e os padrões jurídicos deixam de ser geralmente aceites, a força militar se torna em argumento de peso. Isso é evidente tanto para Pequim, como para Moscou. Num contexto de agravamento das contradições entre os diversos centros de força, a China e a Rússia estão simplesmente condenadas a alargar e aprofundar sua cooperação na área técnica-militar. É precisamente esse sentido nos contatos bilaterais que pode garantir a segurança da união comercial e industrial entre essas duas das maiores potências.


Fonte: Voz da Rússia 

16 Comentários

  1. Se a Rússia irá criar, seja qual for o desenvolvimento dos acontecimentos, um potencial para contrariar essa DAM, já a China possui forças nucleares estratégicas relativamente reduzidas. Por isso o aparecimento do segmento asiático da DAM norte-americana poderá ter consequências fatais para a China. Nessa situação, uma cooperação com a Rússia será mais que justificável.==== Se olharmos bem na ótica Russa e Chinesa, os inimigos são os mesmo, e pq ñ juntarem suas forças? Tecnologia de Ivam e homens do Dragão? Pior p os seus inimigos, se tal coisa ocorrer. Ñ devem pressionar mt o Urso p causa da /Crimeia q sempre foi deles assim como Taiwuan e dos Chineses, essa aliança será o > perigo p o n mundo moderno,causa medo, + pode acontecer por causa dos fatos de uma geopolítica desfavorável…espero estar mt errado,+ quem viver vera.Sds.

  2. por LUCENA
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    Eis um dos erros grotesco da política americana,unir o dragão e o urso como se pode vê,a grande motivação que uni os chineses com os russos é o inimigo em comum,o tio Sam.
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    Se a estratégia americana fosse mais inteligente como muitos andam falando por ai ( rsrsr );os EUA deixavam que as duas feras se pegassem e depois, era só juntar os cacos más,estamos falando dos americanos,não é mesmo … heheheh

  3. a russia e china sempre foram aliadas !!!
    mau informado ou apenas ignorante é de quem pensa o contrario .

    • Estude história!

      Os russos só vendem para os chineses pq os EUA embargam vendas de tecnologia militar para China. Existem dezenas de exemplos chineses tentando comprar ou adquirir tecnologia ocidental. Desde submarinos até radares de caças.

      Na boa, o “Informante” é uma péssima fonte de informações.

      • a russia e a china sempre foram aliadas .isso é um fato !!
        sobre comprar dos americanos se você tem dinheiro você compra de quem quiser vender para você ,se a pessoa não quer vender você compra de outros isso se chama comercio
        os estados unidos não a ultima bolacha do pacote !!!

        e sobre o site informante ,muito bom corre atrás das noticias .

      • “e sobre o site informante ,muito bom corre atrás das noticias ”

        A é, ele que divulga as mentiras e boatos que formam a base do seu conhecimento.

      • “Estude história”

        Então, por favor, mostre os eventos históricos e seu contexto mostrando aonde você baseia sua afirmação, incluindo as dezenas de exemplos que sugerem que a China só compra dos russos poeque são embargados pelos EUA.

      • Amigo.

        Em qual guerra China se aliou a Rússia contra um adversário?

        Aonde há uma tratado de que China irá participar de um confronto entre Rússia e OTAN?

        Quando durante a Guerra Fria, a China teve participação como ameaça ou inimigo dos EUA?

        Existe algum tratado de defesa mútua?

        Um trecho retirado da matéria

        “Os primeiros fornecimentos de armamento, que na altura ainda era soviético, remontam aos anos 50 e início dos anos 60 do século passado, quando Moscou armou o exército chinês na sua quase totalidade. Contudo, mais tarde a cooperação foi interrompida devido ao arrefecimento geral das relações sino-soviéticas, mas foi restabelecida nos anos 80.”

        São países parceiros e que se apoiam economicamente e não aliados. Só em fantasia a china irá intervir caso a crise na Ucrânia se transforme em uma guerra contra o ocidente.

        ” China só compra dos russos poeque são embargados pelos EUA.”

        Qual país da OTAN fornece armas os chineses? Praticamente nenhum.
        Os próprios franceses tentaram quebrar este embargo para vender tecnologias militares para a china e não conseguiram.
        Até os paquistaneses, foram embargados por medo que repassassem tecnologia para a China.

        O embargo militar contra a China é de conhecimento público e amplamente divulgado.

        Acreditar que os chineses compram só armas russas pela qualidade e pq são aliados é um enorme erro.

      • Colega!

        Há informações de que os chineses tentaram comprar tecnologia de radares e submarinos franceses.
        Navios e canhões de 120mm alemães ( pq eram superiores ao 125 mm russo)
        Também tentaram contrabandear peças de mísseis hellfire, patriot e tomahawks.

        E você há de concordar que não haveria sentido em ficar 15 anos trabalhando para desenvolver AESAs se conseguissem comprar a tecnologia dos franceses (que estavam dispostos a vende-la), já que os russos ainda não possuiam nenhuma operacional para vender, pelo menos até recentemente.

        Os chineses também utilizam cópias de helicópteros europeus e uma versão própria( ou muito influenciada) do blackhawk.

        E não é preciso falar em inúmeras peças de equipamentos americanos deixadas em campos de batalha que são levadas para a china a fim de tentar processos engenharia reversa.
        Essas peças vão desde capacetes balísticos, coletes, óculos à prova de lasers, aparelhos de visão noturna, munições de urânico, equipamentos de comunicação de infantaria e dizem que até partes do F-117 e drones abatidos em combate.

        Isso sem contar, as várias denúncias de hackers roubando informações sobre sistemas americanos como o f-15, F-35, F-22, sistemas de comunicação e processos de manufatura.

        Com qual finalidade fariam tudo isso se pudessem comprar direto dos fabricantes?

  4. O Departamento de Estado (EUA) já foi ocupado por mentes brilhantes, hoje, por nulidades gritantes.
    Nunca gostei do Sr. Henry Kissinger, mas nele sempre enxerguei competência e brilho, o que me fez, e ainda faz, admirá-lo… Por agora, o Departamento de Estado está tomado por aberrações como Kerry e Nuland… Como eu disse, nulidades…

  5. A Rússia prepara “reuniões de desdolarização”: China e Irã dispostos a abandonar o dólar americano no comércio bilateral

    Não é segredo para ninguém que a Rússia tem se esforçado em conseguir acordos comerciais que venham a diminuir a participação (e influência) do dólar americano desde o início da crise ucraniana (e mesmo antes): a questão já foi abordada antes nestas páginas (veja: Gazprom prepara emissão “simbólica” de títulos em Yuan chinês; Petrodólar em alerta: Putin prepara-se para anunciar o “Santo Graal” (Acordo de gás com a China): Rússia e China prestes a assinar o “Santo Graal” (Acordo sobre gás}; 40 Bancos Centrais apostam que esta será a nova moeda de reserva [e outros artigos assinados por “Tyler Durden” no Zero Edge – NT].

    Afinal de contas, não é realmente “ridículo” que qualquer país possa sequer considerar viver fora dos limites ideológicos e… religiosos do Petrodólar? Porque se qualquer um puder fazer isso, todos poderão e isso, vocês sabem, significará para os EUA a hiperinflação, colapso social, guerra civil e tudo o que sói acontecer apenas em repúblicas de bananas como a Venezuela, que infelizmente não possui de seu nenhuma moeda mundial de reserva para dar-lhe um pontapé na…

    Ou pelo menos é isso que os economistas keynesianos, também conhecidos como grão sacerdotes da já mencionada religião do Petrodólar nos querem fazer acreditar.

    Desglobalização

    Porém ainda que isso esteja sendo chato para os estadistas lerem, a Rússia está trabalhando duro para ver o dólar dos Estados Unidos pelo espelho retrovisor, com a firme intenção de substituí-lo por um sistema monetário que seja livre dele. Ou, como está sendo chamado na Rússia, um mundo “desdolarizado”.

    A Voz da Rússia, citando fontes da imprensa russa, reporta que o Ministério das Finanças está pronto para iniciar um plano para incrementar radicalmente a participação do rublo russo nas operações de exportação, o que acarretará a redução do percentual nas transações com utilização do dólar americano. Fontes do governo crêem que o setor bancário russo está “preparado para organizar o incremento no número de transações com utilização do rublo”.

    Conforme a agência de notícias Prime, o governo organizou em 24 de abril um encontro especial cujo mote foi a procura de uma forma de se livrar do dólar nas operações russas de exportação. Experts de nível superior dos setores energético, bancário e de agências governamentais foram convocados e colocados frente a certo número de medidas a serem tomadas como uma resposta às sanções aplicadas à Rússia pelos Estados Unidos.

    Pois é… Se o mundo ocidental queria uma resposta russa ao crescente número de sanções contra o país, está na iminência de vê-la.

    A “reunião de desdolarização” presidida pelo vice primeiro Ministro da Federação Russa, Igor Shuvalov, é prova de que Moscou tem sérias intenções de parar de usar o dólar americano. A reunião seguinte foi presidida pelo vice Ministro das Finanças, Alexey Moiseev o qual declarou mais tarde ao canal Rossia 24 que “será incrementada a proporção atual de contratos em rublo” acrescentando que nenhum dos especialistas e representantes de bancos, ao serem inquiridos, viu qualquer problema no plano governamental de aumentar a quota dos pagamentos em rublo.

    Então, se você pensou que apenas o supremo Obama poderia reinar sozinho através de ordens executivas, você estava enganado. Os russos também podem fazer isso de forma tão eficiente quanto. Clique em “ordem executiva de troca de moeda”.

    É interessante que em sua entrevista, Moiseev tenha mencionado um instrumento legal que pode ser descrito como “ordem executiva de troca de moeda”, afirmando que o governo russo tem o poder legal de obrigar as companhias russas a comerciar uma percentagem de certos bens e serviços apenas em rublos. Referindo-se aos casos em que essa proporção pode chegar a 100%, a autoridade russa afirmou que “seria um caso extremo e não posso dizer neste momento como e quando o governo russo usará esse poder”.

    Bem. A todo o tempo em que a opção for válida.

    Mas o mais importante não é que a Rússia tenha realmente qualquer chance prática de implementar as medidas, se não fosse a existência de outras nações que se disponham a relações de comércio bilateral livres do dólar. Ocorre que esses países existem e não deve ser surpresa para ninguém que dois deles que já intensificaram essa prática são nada mais nada menos que Irã e China.

    Claro, o sucesso da campanha de Moscou para a mudança para o rublo ou outras moedas regionais nas negociações comerciais depende da boa vontade de seus parceiros comerciais de se livrar do dólar. Dois países estariam dispostos a apoiar a Rússia, conforme fontes citadas por Politonline.ru: Irã e China.

    Dado que Vladimir Putin deve visitar Pequim em 20 de maio próximo, pode-se especular que os contratos de gás e petróleo que deverão ser assinados entre Rússia e China o serão em rublos e yuans, não em dólares.

    Em outras palavras, no tempo de uma semana veremos não apenas o anúncio do “Santo Graal” no acordo do gás Rússia-China já descrito aqui, mas seu termo financeiro, que agora parece quase certo que será fechado exclusivamente em RUBLOS e YUANS e não em DÓLARES AMERICANOS.

    E como já explicamos repetidamente, quanto mais o ocidente hostiliza a Rússia, quanto mais pesadas se tornam as sanções, mais a Rússia se vê forçada a abandonar um sistema de comércio dominado pelo dólar americano, voltando-se para a China e a Índia. É por isso que o anúncio a ser feito na próxima semana é inovador e, certamente será, mas é apenas o começo.

    http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/05/a-russia-prepara-reunioes-de.html

    • eu penso nas leis dos médios e o governo podendo ajudar a sites como o plano brasil ,rede castor ,o informante ,tecnologia e defesa ,e por ai vai
      tanto site com matérias boas é ai que o dinheiro do contribuinte tem que ir
      para os bloqueiros pois eles vao atrás das noticias e não ficam apenas
      no que a imprensa suposta ocidental quer que seja falado viraram bonecos de ventrilogo essas concessões de televisão ,um perigo para a informação da nação brasileira .lei dos médios para democratizar a informação
      e todos sabemos que informação ,o saber vale muito !!!!

      • Que absurdo!
        Só falta usar dinheiro do contribuinte para finaciar as mentiras do informante.

        Você quer finaciar a lavagem cerebral dos brasileiros como fazem na rússia.

      • Blogs como o Cavok e o PlanoBrazil que são democráticos e permitem a intervenção ou o complemento dos leitores de maneira igualitária e justa realmente merecem incentivos. Pois garantem a democracia e trazem cultura.

        Mas certos blogs, como o Informante, que publica matérias mentirosas, e onde os editores ficam ofendidos quando corrigidos e agridem os leitores discordantes que se expressaram educadamente, não merecem nenhum tipo de ajuda.

        Democracia sim! opinião de esquerda ou direita sim! Mas censura e lavagem cerebral nunca!!!!

  6. Aproveitando o ensejo de dois países do Brics estarem nessa reportagem, trago uma especulação com certa procedência.
    Sempre fui cético quanto ao objetivo da existência do Brics…países em desenvolvimento buscando melhor posicionamento para os países subdesenvolvidos, mas na verdade eu diria que o real objetivo é, encurralar as grandes potências econômicas, obrigando-as a dividir o mercado global.
    Então a algum tempo tenho buscado ver se há algum sincronismo nos atos do Brics, e a pouco tempo achei algumas coisas interessantes.
    Primeiro, saiu a notícia de que o Brasil construiu um porto em Cuba, e breve começará as obras de um magnânimo porto na Nicarágua , orçado em US$1,3 bilhões. Segundo, China e Rússia concretizam contrato de criação do maior canal das américas, criando concorrencia com o canal do Panamá ,vale ressaltar…tbm na Nicarágua, e ainda por cima, recebeu a liberação do governo local de manter forças navais e aéreas dos países em questão, dando poder de dissuasão a Rússia na América Central .
    Sou apartidário, odeio o governo futilista do PT e não suporto as burrices privatizadoras e “vassalísticas” do PSDB e outros partidos nem vale ressaltar. Mas realmente existe algo sendo sincronizado pelo Brics no quesito ” divisão do poder comercial dos EUA, e contenção de sua influencia econômica e geopolítica na na América”, e todos esses investimentos preparam algo maior. Agora resta-nos esperar os próximos passos, e ver qual será a imagem resultante deste quebra cabeça.

    • é ARC correto !! ,mas um dia você vai perceber também que tem uns querendo privatizar e outros comprando
      uns querendo internacionalizar ,e outros investindo na defesa militar
      então você vai ter que se decidir sobre isso também ,nas eleições você tem que escolher o melhor ,mesmo sabendo que talvez não seja o que o brasil merece ,pois o brasil merece sempre o melhor
      mas na disputa vote em que adiantou e não aos que atrasaram .

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