Polaris desenvolve turbina de 10kg para mísseis de até 300km de alcance

Polaris_TJ200

A Polaris sediada em São José dos Campos desenvolveu uma microturbina a gás de apenas 160 mm de diâmetro, capaz de gerar 200 lbf de empuxo, pesando apenas 10Kgs e com até 300km de alcance. Esta pequena turbina é capaz de produzir esse empuxo com baixo consumo de combustível, o que permitirá  fabricar mísseis pequenos, baratos e precisos, com alcance elevado. O novo motor, denominado TJ200, foi apresentado nos EUA em fevereiro em um evento de fornecedores do exército americano e mostrado ao público na FIDAE 2014 – Feria Internacional del Aire y del Espacio no Chile, em março. A empresa levou dois exemplares para expor a inovação tecnológica e apresentou aos seus potenciais clientes e para o ministro da defesa do Chile.

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Turborreator TJ200
No caso da Polaris, isso só foi possível, porque a empresa desenvolveu, com apoio da FINEP, um compressor inovador, tipo axial, denominado TwinBlade, capaz de gerar altas taxas de compressão com menos estágios – O novo compressor encontra-se em fase de testes em um motor Polaris TJ1200, de 1200 lbf de empuxo. A nova tecnologia de compressor axial é de propriedade da Polaris e é uma inovação mundial em Turbinas. O compressor axial utilizado no projeto desse turbojato é transônico e é capaz de gerar uma razoável taxa de compressão, reduzindo consideravelmente o consumo de combustível. Nesses tipos de pequenos motores, o gargalo tecnológico é a eficiência, o que implica em menor consumo de combustível para gerar o empuxo adequado.

polaris_TJ2003Turbojatos desse porte, geralmente são fabricados com compressor centrífugo, o que compromete o diâmetro, para o empuxo desejado, não permitindo seu uso no setor de defesa. Com a tecnologia do TJ200, engenheiros da Polaris afirmam que empresas do setor poderão construir mísseis de pequeno calibre, que podem atingir alvos a centenas de quilômetros de distancia. Devido ao seu porte pequeno, esses mísseis, mais baratos, têm aplicações em operações cirúrgicas para alvos predefinidos ou mesmo em missões de saturamento de área com maior numero de unidades disparadas.
Com o sucesso desse motor, a Polaris se credencia como a primeira empresa no mundo a produzir turbojatos eficientes de pequeno porte, abrindo uma porta para os fabricantes de foguetes de baixo calibre migrarem para a produção de mísseis, de baixo custo, para missões de longo alcance.

Fonte: Segurança & Defesa

15 Comentários

  1. Sabe qual é a parte triste dessa notícia? que essa tecnologia deve ser vendida ou concessionada a alguma empresa séria, pois nosso país continua cego nessas questões.

    • Olá ARC

      Sobre essa afirmação eu creio que, mais do que a ação governamental que dificultaria este tipo de situação, está a própria disposição do empresário.

      Nesse caso específico foram investidos milhões via FINEP e, provavelmente, outros tantos vindo de financiamento privado. As possibilidades de uso no mercado inteno me parecem muito boas, mas se os proprietários da empresa quiserem adotar a velha mania de adquirir tecnologia ao invés de desenvolvê-la aqui no país, vai ser meio difícil evitar coisas como participação estrangeira no gerenciamento e controle do projeto.

      Talvez abrindo a possibilidade, por exemplo, de uso no mercado naval brasileiro (ação governamental), seja possível evitar essa “venda” de uma empresa/produto estratégico. Mas o processo de desenvolvimento de projetos, mais a interação com institutos de pesquisa, deve ser potencializado. Aí vem um questionamento: essa iniciativa de interação deve partir sempre das estruturas governamentais, ou o empresariado brasileiro deve começar a ser mais ousado em suas iniciativas? Lembrando que vivemos em uma estrutura capitalista onde, a princípio, a ação do Estado sobre a economia deve ser mínima.

      Abs

      • Concordo, as empresas precisam de foco para se situarem nesse âmbito, mas ainda acredito que o governo pode ser a alavanca para tal saída da inércia deste setor tão precário no nosso país. Sds

  2. nosso que legal o brasil mostrando capacidade de tecnologia militar porem vamos ver se o governo vai dar apoio mesmo ao produto

  3. Perguntas de leigo

    – Quanto de energia é possível desenvolver com um equipamento que produz 1200 lbf? Pode variar conforme o equipamento em que for instalado?

    – Se for para, hipoteticamente, ser instalado em um veículo aéreo, quanto seria a peso máximo que poderia deslocar?

  4. Se o governo investir na POLARIS com certesa eles apresentam um motor para nossos aviões e por favor não venhão me dizer que a diferenças entre os dois motores porque disto eu sei mas tenho certesa de que se o desafio for lançado aos tecnicos da POLARIS com certesa eles não fujirão ao desafio e daram respostas que surpreedera, parabens POLARIS. Obs imaginem quanto o pais guanharia com o desenvolvimento de um motor aeronautico de baixo comsumo de combustivel,sendo exportado.

  5. Ressuscitem o projeto dos missil S-1000, esse é o momento, assim usaremos essas turbinas e outras + poderosas, na calada, sem alarde, e cuidados c os bocudos q são mt,n inimigos interno, prenda-os,os judeuss prenderam Mordechay por 16 anos somente ou…p ontem.Sds.

  6. esta noticia e fantástica,, nosso calcanhar de aquiles na tecnologia de mísseis, sempre foi a questão motor, um passo muito importante sem duvidas

    • meu caro amigo, concordo com você. mas a polaris apenas desenvolve a tecnologia, não tem fabrica, há empresas Américas interessadas em fabricar seus motores.

  7. Os ganhos com essa tecnologia são enormes para o Brasil e o potencial de vendas dessa turbina são grandes,e com os investimentos do Governo futuramente o Brasil pode se tornar independentes de turbinas estrangeiras tato na área civil como militar de baixo consumo e custo. A Embraer seria a maior beneficiada com essa tecnologia 100% nacional e poderia investir na Polaris para desenvolver e homologar turbinas para seus jatos comerciais e militares. A Avibras e a Mectron com essa turbina pode desenvolver mísseis stand-off lançados do ar de baixo custo para a FAB.

  8. Como eu disse a alguns dias atrás o BRASIL (nossos governantes) terão que mudar seus comportamentos da água para o vinho,ou essa sera mais uma das muitas oportunidades perdidas por nosso país !
    A Palaris é uma empresa estratégica para o país,crucial para nosso plano de nação !

  9. Bela notícia triste é saber que o governo dificilmente fará encomendas e que os engenheiros podem ser absorvidos por empresas grandes que precisam de produtos inovadores e lucrativos.
    O gostaria que o governo comprasse massivamente produtos da Polaris e que a Volvo se associasse a mesma para produzir motores para o Gripen NG.

  10. No EUA, qualquer governo, seja republicano ou democrata…Protege as tecnologias desenvolvidas localmente, mandam as favas os preceitos neoliberais que impingem aos países trouxas e interferem abertamente nas empresas estadunidenses que desenvolvem tecnologias avançadas e estratégicas, impedindo-as de venderem sua tecnologia a países ou empresas estrangeiras.

    Inclusive há legislação especifica para punir pesadamente os empresários que transferirem estas tecnologias sem autorização.

    No caso brasileiro falta este tipo de legislação (o legislativo deveria providenciar…), o que o governo pode fazer é se associar as empresa estratégicas através de uma Golden Share ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Golden_share ), o que lhe daria o poder de impedir a venda de empresas estratégicas nacionais para estrangeiros.

    No caso da Polaris, o governo deveria fazer uma golden share e depois, entrar com o financiamento necessário para o desenvolvimento e certificação de turbinas maiores, para aviões a jato…

    • O porém é que as Golden share são feitas com empresas públicas que são privatizadas, o que não é o caso da Polaris…ou seja: Tem mesmo que se criar legislação especifica para proteger as empresas estratégicas nacionais.

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