Qual a legitimidade do governo de Arseni Yatsenyuk?

Arseni Yatsenyuk – Desde o 27 de fevereiro de 2014 é o atual primeiro-ministro da Ucrania.

Konrad Renkas, perito do Centro Europeu de Estudos Geopolíticos, compartilhou, numa entrevista à Voz da Rússia, a sua opinião sobre a legitimidade do auto-proclamado governo ucraniano e sobre os métodos através dos quais Arseni Yatsenyuk e os seus ministros chegaram ao poder.

“Pode-se afirmar que se trata de duas faces de uma moeda. Primeiro, nenhum dos políticos europeus teve dúvidas de que a forma de tomada do poder pelo senhor Yatsenyuk é exclusivamente revolucionária. Ao mesmo tempo, constatou-se que o poder de Yatsenyuk nem sequer abrange toda a praça da Independência (Maidan). Por isso, o estatuto revolucionário das novas autoridades não só não se reforçou, como conduziu à desestabilização de toda a Ucrânia.

Do ponto de vista da ciência política, é preciso ter em conta três pontos fundamentais para falar-se da legitimidade de qualquer poder. Primeiro, a legitimidade da chegada ao poder. No caso da Ucrânia, deparamos com um quadro absolutamente contrário. Segundo, o governo deve ser reconhecido tanto no país, como pela comunidade internacional. Mas a equipe de Yatsenyuk nem sequer foi reconhecida por grande parte da população ucraniana.

O terceiro ponto é o controle e a gestão de todo o território do país, o que não vemos no caso de Donbass e Odessa. Nesta situação, é difícil considerar o governo de Kiev legítimo e garante da estabilização do país. Embora, de fato, ele possa ser considerado uma forma de poder, o chamado governo de transição durante as discussões e conversações políticas a alto nível em Genebra.

Sem dúvida que o novo governo da Ucrânia não é completamente legítimo. Porém, só tal se poderá tornar graças a conversações bem sucedidas, antes de tudo com os cidadãos da própria Ucrânia e das suas regiões orientais. Só nesse caso poderemos falar na instauração de um poder legítimo e da realização de eleições presidenciais legais a 25 de maio.

Toda esta situação em torno da crise ucraniana tem um caráter mais propagandista do que político-diplomático. Não é segredo para ninguém, por exemplo, que as principais forças políticas da Polônia utilizam a Rússia, através do incentivo da histeria militar na mídia, para amedrontar os seus próprios eleitores e manipular a opinião pública nas vésperas das eleições para o Parlamento Europeu.

Pode-se pegar, como exemplo, na cobertura informativa da situação nas regiões orientais da Ucrânia. A acreditar na imprensa polaca, a população está completamente satisfeita com a política realizada pelas novas autoridades em Kiev. Porém, basta ir pessoalmente a Donbass ou ler alguns mídias ocidentais e constatar que se passa exatamente o contrário na Ucrânia Oriental”.

 

Fonte: Voz da Rússia

8 Comentários

  1. Mais um dos péssimos artigos da Voz da Rússia. Aqui, ela tentapraticar o jogo de inversão ou seja, tenta colocar como ilegítimo e usurpador o governo que sucedeu ao corrupto e incompetente Yanukovich ao mesmo tempo em que tenta tornar legítimas as ações perpetradas pelo crime organizado a soldo do Kremlim no leste da Ucrânia.

    • Eles não tiveram a cara de pau de proporem a volta de Yanukovich a Kiev? Dessa turma ora em Moscou tudo pode vir.
      Se meteram num enredo na Ucrânia, e agora tentam toda sorte de desculpa para posarem de bons moços.
      Mas será que burrice tem limite..?
      Depois que os americanos abriram mão de intervir na Síria, já que os revolucionários mostraram serem piores que o Assad, os russos entenderam tudo errado pois acreditaram que tinham subjugado a vontade ianque.
      Agora, com a tomada na cara dura da Crimeia, mas que o seja conseguiram, ao invés de tirarem seu time de campo e deixarem a Ucrânia se recomporem. Não, estão é cada vez mais enredados no sonho Putiliano de Superpotência.
      Só que burrinhos, Putin e sua turma de milionários mafiosos, botaram a inserção democrática da Rússia no mundo ocidental a perder.
      Agora, só a duras penas, com um outro dirigente russo, e com trabalho de formiguinha, para restabelecerem laços saudáveis de relacionamento político e comercial rompidos e esculhambados.

      Creio que a lição que se tira dos últimos acontecimentos políticos no mundo é que o máximo que um partido ou dirigente, numa democracia, deve permanecer governando seu país é por dois mandatos seguidos, e só isso, além disto, a tendência é putrefação.

      Aqui já estamos com três do PT, dois do Lula e um da Dilma, no todo são 12 anos de mesmas idéias e métodos, é positivo?

  2. Arseni Yatsenyuk é golpista, Chegou ao poder através de golpe. Não foi eleito, portanto não tem legitimidade nenhuma. Não é a toa que o país está dividido. Só os EUA que estão bancando esses golpistas.

    • “FORCA”

      Se querem justiça pq os russo não entregam às autoridades ucranianas aquele ex-presidente corrupto aliado ao corrupto do Putin e seus colegas mafiosos. Deveria ser punido o cidadão que roubou bilhões de seus país e recebeu subornos para favorecer os interesses de outra nação e prejudicando o próprio povo.

      • Justica? porque oligarca mafioso Putin nao entrega um oligarca mafioso ucraniano que roubou bilhoes de seu pais para os oligarcas mafiosos que roubavam e ainda roubam bilhoes de seu pais, (uma das quais estava presa por corrupcao e agora foi posta no poder atraves de um golpe organizados pelos oligarcas mafiosos dos EUA, Alemanha, Polonias entgre outros oligarcas mafiosos. A good question indeed!

  3. por LUCENA
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    Excelente matéria,mostra realmente quem é o fantoche em questão.este vai recebem do bondoso FMI uma “ajuda” bem ao estilo que o pobres ( no sentido da palavra ) gregos receberam assim como também,os espanhóis.
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    É para isso que servem os Arsenicos da vida…;)
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    Provavelmente,esse ai tem um plano B,com as malas prontas,um passaporte e o desejo da existência de todos os americanófilos,o “green card” e o bilhete para Disneywoold,afinal o Arseni não é de ferro…rsrsrsr

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