25 de abril de 1974: Revolução dos Cravos em Portugal

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

Pouco após a meia-noite de 25 de abril de 1974 começou a soar na emissora católica de Lisboa a música até então proibida “Grândola, Vila Morena”. Era o sinal combinado para o início do levante militar em Portugal.

Antes da revolução, era rara em Portugal a família que não tivesse alguém combatendo nas guerras das colônias na África, o serviço militar durava quatro anos, opiniões contra o regime e contra a guerra eram severamente reprimidas pela censura e pela polícia.

Antes de abril de 1974, os partidos e movimentos políticos estavam proibidos, as prisões políticas estavam cheias, os líderes oposicionistas estavam exilados, os sindicatos eram fortemente controlados, a greve era proibida, as demissões fáceis e a vida cultural estritamente vigiada.

A liberdade em Portugal começou com a transmissão, pelo rádio, de uma música até então proibida. Os cravos enfiados pela população nas espingardas dos soldados acabaram virando o símbolo da revolução, que encerrou, ao mesmo tempo, 48 anos de ditadura fascista e 13 anos de guerra nas colônias africanas.

Em apenas algumas horas, as Forças Armadas ocuparam locais estratégicos em todo o país. Ao clarear, multidões já cercavam as emissoras de rádio à espera de notícias. A operação, calculada minuciosamente, havia pego o regime de surpresa. Acuado pelo povo e pelos militares, o sucessor de Salazar, Caetano Marcelo, transmitiu sua renúncia por telefone ao líder dos golpistas, general António de Spínola.

Transportado de tanque ao aeroporto de Lisboa, Marcelo embarcou para o exílio no Brasil. Em quase 18 horas, havia sido derrubada a mais antiga ditadura fascista no mundo.

Revolucao dos Cravos BRESCOLA

Não houve acerto de contas

Artistas, políticos e desertores começaram a retornar do exílio. As colônias receberam a independência. A caça às bruxas aos responsáveis pela ditadura acabou não acontecendo, e as dívidas do governo anterior foram todas pagas. Os únicos a oferecer resistência foram os agentes da polícia política. Três pessoas morreram no conflito pela tomada de seu quartel-general.

Ao voltar do exílio em Paris, Mário Soares, o dissidente mais popular do governo Salazar, foi recebido por milhares de pessoas na estação ferroviária de Lisboa. Cravos vermelhos foram jogados de helicóptero sobre a cidade e só se ouvia a famosa canção Grândola, vila morena, que já havia se tornado o hino da revolução.

Em 1974, Portugal era um país atrasado, isolado na comunidade internacional, embora fizesse parte da ONU e da Otan. Era o último país europeu a manter colônias e vinha travando uma longa guerra contra a independência de Angola, Moçambique e Guiné. O regime de Salazar, iniciado em 1926, havia conseguido manter-se através da repressão e fora tolerado pelos países vencedores da Segunda Guerra Mundial.

Golpe militar vira festa revolucionária

Em 1º de maio, a esquerda, fortemente engajada, mostrou sua força em Lisboa, enquanto trabalhadores rurais do Alentejo expulsavam latifundiários e banqueiros eram desapropriados.

A esquerda europeia viu em Lisboa um palco ideal para os movimentos frustrados de 68. A pacata e católica população portuguesa, por seu lado, sentiu-se ignorada e, a partir do norte conservador, iniciou um movimento contra os extremistas.

Em 1975, aconteceu a dupla tentativa de golpe, da esquerda e da direita, contra o governo socialista, levando Portugal à beira da guerra civil. A ala militar extremista de esquerda obteve o domínio da situação em novembro de 1975. Após as eleições do ano seguinte, o general António Ramalho Eanes foi eleito presidente.

O Partido Socialista, com Mário Soares, assumiu um governo minoritário. A crise econômica o levou à renúncia em 1978. Entre 1979 e 1980, o país teve cinco primeiros-ministros. Em 1985, o governo foi assumido por Aníbal Cavaco Silva e Mário Soares tornou-se presidente no ano seguinte. Em 1986, Portugal ingressou na então Comunidade Econômica Europeia, hoje União Europeia.

Fonte: WD.DE

16 Comentários

  1. por LUCENA
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    Em quase 18 horas, havia sido derrubada a mais antiga ditadura fascista no mundo.
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    Vejam só que ironia,em Portugal os militares deram uma golpe para derrubar um regime autoritário,onde a extrema direita assolava Portugal a lhe condenando ao atraso.
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    Já no Brasil,o golpe militar de 64, foi para colocar este pais na inercia por décadas,através de um governo tirânico e até hoje,se vê algumas almas penadas que nos assombram,não passam de resquícios tóxicos daquela época de trevas.

    • PORTUGAL, 40 anos depois da revolução

      Escrito por Orlando Braga | 25 Abril 2014

      “Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava a caminho de se transformar numa Suíça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o sol, o turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crônica e a emigração em massa.”

      “Veremos alçados ao poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie que conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República.”
      Marcello Caetano

      Não sei se seríamos hoje uma Suíça; é impossível dizer o que seríamos hoje se não tivéssemos sido o que fomos ontem. O que podemos dizer, com alguma segurança, não é “o que seríamos hoje”, mas “o que não seríamos hoje” — porque quando as nossas utopias fracassam, deparamo-nos com a realidade por detrás da nossa construção utópica da realidade.

      Mas, na medida em que só podemos explicar o nosso fracasso por intermédio dos conceitos que utilizamos no passado para a construção das estruturas utópicas falhadas, segue-se que nunca chegamos a ter uma imagem do mundo que pudéssemos responsabilizar pelo nosso fracasso — porque mesmo as críticas feitas à utopia utilizam os conceitos da utopia.

      A única forma de tentar sair do labirinto do fracasso utópico é tentar sair para fora da utopia; ignorá-la completamente. Ou então, ignorar as elites responsáveis pela utopia.

      Com exceção da “transformação em uma espécie de Suíça”, Marcello Caetano acertou: vemos hoje analfabetos funcionais alçados ao Poder, com cursos homologados ao domingo ou tirados em apenas um semestre; meninos mimados, que nunca trabalharam a sério, em lugares de primeiro-ministro e ministros; deputados escroques; e até um presidente da república que não fez o liceu e não sabe escrever corretamente.

      “Resta o sol, o turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crônica e a emigração em massa”.

      A elite política histriônica do pós-25 de Abril

      Estamos a ser governados por amadores, gente para quem é mais importante aparecer na televisão do que defender e prestigiar Portugal. Ou então por profissionais da traição à pátria.

      Para esta classe política (porque não se trata apenas deste ministro da Defesa, do Partido Social Democrata), Portugal é um meio, e não um fim em si mesmo — como ficou demonstrado desde que começaram a existir as eleições para o parlamento europeu, e sobretudo quando Durão Barroso foi nomeado para Bruxelas. Ser ministro de um governo português já não é importante nem valioso senão na medida em que é um meio de se chegar a um quadro do FMI (Vítor Gaspar), ou a deputado no parlamento europeu, ou um quadro do BCE [Banco Central Europeu] (Vítor Constâncio), etc..

      Por isso, não me interessa saber o que significou o 25 de Abril de 1974, mas antes o que significa o 25 de Abril de hoje; ou seja, interessa saber as consequências atualizadas do 25 de Abril de 1974, e não já as causas que foram bastantemente objeto de análise histórica. O conteúdo do vídeo em epígrafe é o exemplo do que é o 25 de Abril de hoje.

      E reparem como o ministro tentou justificar o injustificável: em um país decente, em que a classe política concebesse esse país como um fim em si mesmo, um ministro teria o cuidado de não se submeter a esta humilhação, por um lado, e por outro lado, mesmo que um caso fortuito desta índole acontecesse, um ministro digno sairia calado, remetendo quaisquer declarações para o seu adido de imprensa.
      A nossa classe política perdeu a vergonha, porque já não considera que seja necessário ter vergonha quando se trata de se justificar perante o povo português (e aqui incluo todos os partidos com assento no parlamento). Para a nossa classe política, o povo português é uma merda!; é isto que significa, hoje, o 25 de Abril de 1974!”

      Orlando Braga edita o blog Perspectivas – http://espectivas.wordpress.com/

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      Hoje, se assim continuarmos, teremos o mesmo fim nas mãos dos sociais democratas… se Portugal tivesse levado adiante a política anterior ao golpe, estaria na mesma pujança econômica que experimentaram Coreia do Sul e Chile… hoje, o texto acima explica sua situação crítica a que levou o coitadismo e os desmandos do estado providência…

      Só para ilustrar… 🙂 : https://www.youtube.com/watch?v=ZOHnxMNuAfg

    • por LUCENA
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      A silenciosa sovietização dos Estados Unidos
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      Há sessenta anos, censura a “Doutor Jivago” resultou em desastre midiático. Hoje, russos são mais livres, na vida privada, que norte-americanos

      (*) Por Paul Craig Roberts | Tradução Cauê Seignemartin Ameni
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      A propaganda americana no período da Guerra Fria teve pouco, ou nada, a ver com o colapso da União Soviética. No entanto, ao dramatizar as mentiras soviéticas o mundo ficou cego com as de Washington.
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      Quando as autoridades soviéticas recusaram-se a publicar Doutor Jivago, obra do destacado escritor soviético Boris Pasternak, a CIA transformou o gesto num golpe midiático. Um jornalista italiano e membro do Partido Comunista soube do manuscrito censurado e se ofereceu para levá-lo a um editor de Milão, próximo dos comunistas: Giangiacomo Feltrinelli, que publicou o livro em italiano em 1957, apesar das objeções soviéticas. Feltrinelli acreditava que o Doutor Jivago era uma obra-prima e que o governo da União Soviética era tolo, ao não capitalizar em seu favor a obra de um grande escritor. Em vez disso, o Kremlin, dogmático e inflexível, caiu na arapuca da CIA.
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      Os soviéticos fizeram tanta sujeira com o livro, que a controvérsia elevou o perfil da obra. De acordo com documentos recentemente revelados pela CIA, o órgão de espionagem norte-americano vislumbrou uma oportunidade para os cidadãos soviéticos se perguntarem por que o romance de um proeminente escritor russo só estava disponível no exterior.

      A CIA organizou uma edição na língua russa, publicada e distribuída aos cidadãos soviéticos na Feira Mundial de Bruxelas, em 1958. O golpe midiático foi consumado quando Pasternak recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em outubro de 1958.
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      O uso do romance de Pasternak para minar a confiança dos cidadãos soviéticos em seu governo continuou até 1961. Naquele ano eu era um membro do programa de intercâmbio de estudantes EUA / URSS. Fomos encorajados a levar conosco cópias de Doutor Jivago.
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      Disseram-nos que era improvável algum inspetor aduaneiro soviético saber inglês, e ser capaz de reconhecer o título dos livros. Se perguntassem algo, fomos instruídos a responder que se tratava de “leitura de viagem”. Se as cópias forem reconhecidas e confiscadas, não devíamos nos preocupar. Elas eram muito valiosas para serem destruídas. Os funcionários iriam lê-las primeiro, e vendê-las em seguida no mercado negro — uma forma eficiente para espalhar a distribuição.

      Leia a reportagem do Washington Post a respeito das ações da CIA aqui; e os documentos secretos da agência, aqui.

      O que me impressiona sobre os memorandos da CIA é como o governo dos Estados Unidos de hoje se assemelha com o governo soviético de 1958. A chefe da Divisão Soviética da CIA descreve, numa análise de julho de 1958, por que Doutor Jivago era uma ameaça para o governo soviético. A ameaça residia na “mensagem humanista de Pasternak”, segundo a qual “cada pessoa tem o direito a uma vida privada e merece respeito como ser humano”.

      Diga isso para a Agência de Segurança Nacional (NSA), para os detidos em Guantánamo, para os torturados nas prisões pela CIA. Nos Estados Unidos, a privacidade individual não existe mais. A NSA coleta e armazena cada e-mail, cada compra com cartão de crédito, cada conversa telefônica, todas as pesquisas de internet, cada uso das mídias sociais de todos os cidadãos. Pasternak tinha muito mais privacidade do que qualquer norte-americano hoje. Os viajantes soviéticos jamais foram submetidos a tateamento genital ou a porno-scanners. As penalidades impostas aos cidadãos soviéticos, por dizerem verdades inconvenientes ao governo, não eram mais graves do que as sanções impostas a Bradley Manning, Julian Assange e Edward Snowden.

      E hoje, os cidadãos russos são mais livres em sua vida privada do que os norte-americanos. A imprensa russa é mais vívida e crítica ao governo do que a imprensa norte-americana…

      Escrevi em uma das minhas colunas que, quando o comunismo alemão se dissolveu, a Stasi [temida polícia secreta da Alemanha Oriental] mudou-se para Washington
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      (**) Paul Craig Roberts
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      Paul Craigs Robert foi secretário assistente do Tesouro dos EUA e editor associado do Wall Street Journal. Seu último livro é “Como os Estados Unidos se perderam”. Para biografia, consulte a Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Paul_Craig_Roberts
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      Que retrocesso; de um pais que invadiu outros países em nome da democracia,matou muita gente e até hoje faz em nome de uma democracia viciosa e deturpada.
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      Hoje é um dos pais mais policialesco com uma estrutura que da inveja a Gestapo,KGB e a Stasi…quem Vê hoje os EUA e viu a URSS vê que para se tornar um estado fascista no conceito, só falta o Hitler.
      😉

      • Sai dessa meu caro! Esse Paul Craig Roberts é tão ridículo que o melhor que eu posso dizer é que ele é o “PHA internacional”. Ou seja, é um cara que pertenceu ao sistema mas que, ao ser expelido do mesmo pela própria incompetência, de repente virou “progressista”.

      • Eu o qualificaria de modo mais grosseiro, mas vc foi um Lord, caro Tireless… conseguiu demonstrar quem o gajo é realmente com luva de pelica…

  2. Já que ninguém comentou vou pedir licença para postar um texto muito interessante sobre a visão de nossa cultura por um estrangeiro… fiquei me perguntando porque eu tive praticamente as mesmas considerações que ele vivendo em várias partes do país e vendo as coisas acontecerem exatamente como ele descreve em todos os lugares por onde passei… é lamentável e conclusivo para entender o qnto ainda NÃO SOMOS CIVILIZADOS e temos um longo caminho a percorrer se quisermos ser considerados país de 1o mundo… não é a critica pela critica mas um modo de apontar os erros para conserta-los… se ninguém apontar nossas falhas, como progredir e melhorar se nós mesmos, muitas vezes não temos consciência delas ???…

    Americano cria lista de motivos pelos quais odiou ter morado no Brasil

    Por Guilherme Cury em dezembro 18, 2013@guicuryamericano

    Um americano, casado com uma brasileira, morou em São Paulo por 3 anos. Depois dessa árdua experiência, ele voltou para sua terra natal e fez questão de criar uma lista de 20 motivos pelos quais odeia viver no Brasil. Um fórum gringo resolveu continuar essa lista e trouxe mais itens que os gringos odeiam no país. Confira:

    1. Os brasileiros não têm consideração com as pessoas fora do seu círculo de amizades e muitas vezes são simplesmente rudes. Por exemplo, um vizinho que toca música alta durante toda a noite… E mesmo se você vá pedir-lhe educadamente para abaixar o volume, ele diz-lhe para você “ir se fud**”. E educação básica? Um simples “desculpe-me “, quando alguém esbarra com tudo em você na rua simplesmente não existe.

    2. Os brasileiros são agressivos e oportunistas, e, geralmente, à custa de outras pessoas. É como um “instinto de sobrevivência” em alta velocidade, o tempo todo. O melhor exemplo é o transporte público. Se eles vêem uma maneira de passar por você e furar a fila, eles o farão, mesmo que isso signifique quase matá-lo, e mesmo se eles não estiverem com pressa. Então, por que eles fazem isso? É só porque eles podem, porque eles vêem a oportunidade, por que eles querem ganhar vantagem em tudo. Eles sentem que precisam sempre de tomar tudo o que podem, sempre que possível, independentemente de quem é prejudicado como resultado.

    3. Os brasileiros não têm respeito por seu ambiente. Eles despejam grandes cargas de lixo em qualquer lugar e em todos os lugares, e o lixo é inacreditável. As ruas são muito sujas. Os recursos naturais abundantes, como são, estão sendo desperdiçados em uma velocidade surpreendente, com pouco ou nenhum recurso.

    4. Brasileiros toleram uma quantidade incrível de corrupção nos negócios e governo. Enquanto todos os governos têm funcionários corruptos, é mais comum e desenfreado no Brasil do que na maioria dos outros países, e ainda assim a população continua a reeleger as mesmas pessoas.

    5. As mulheres brasileiras são excessivamente obcecadas com seus corpos e são muito críticas (e competitivas com) as outras.

    6. Os brasileiros, principalmente os homens, são altamente propensos a casos extraconjugais. A menos que o homem nunca saia de casa, as chances de que ele tenha uma amante são enormes.

    7. Os brasileiros são muito expressivos de suas opiniões negativas a respeito de outras pessoas, com total desrespeito sobre a possibilidade de ferir os sentimentos de alguém.

    8. Brasileiros, especialmente as pessoas que realizam serviços, são geralmente malandras, preguiçosas e quase sempre atrasadas.

    9. Os brasileiros têm um sistema de classes muito proeminente. Os ricos têm um senso de direito que está além do imaginável. Eles acham que as regras não se aplicam a eles, que eles estão acima do sistema, e são muito arrogantes e insensíveis, especialmente com o próximo.

    10. Brasileiros constantemente interrompem o outro para poder falar. Tentar ter uma conversa é como uma competição para ser ouvido, uma competição de gritos.

    11. A polícia brasileira é essencialmente inexistente quando se trata de fazer cumprir as leis para proteger a população, como fazer cumprir as leis de trânsito, encontrar e prender os ladrões, etc. Existem Leis, mas ninguém as aplica, o sistema judicial é uma piada e não há normalmente nenhum recurso para o cidadão que é roubado, enganado ou prejudicado. As pessoas vivem com medo e constroem muros em torno de suas casas ou pagam taxas elevadas para viver em comunidades fechadas.

    12. Os brasileiros fazem tudo inconveniente e difícil. Nada é simplificado ou concebido com a conveniência do cliente em mente, e os brasileiros têm uma alta tolerância para níveis surpreendentes de burocracia desnecessária e redundante.

    13. Brasileiros pagam impostos altos e taxas de importação que fazem tudo, especialmente produtos para o lar, eletrônicos e carros, incrivelmente caros. E para os empresários, seguindo as regras e pagando todos os seus impostos faz com que seja quase impossível de ser rentável. Como resultado, a corrupção e subornos em empresas e governo são comuns.

    14. Está quente como o inferno durante nove meses do ano, e ar condicionado nas casas não existe aqui, porque as casas não são construídas para ser herméticamente isoladas ou incluir dutos de ar.

    15. A comida pode ser mais fresca, menos processada e, geralmente, mais saudável do que o alimento americano ou europeu, mas é sem graça, repetitivo e muito inconveniente. Alimentos processados, congelados ou prontos no supermercado são poucos, caros e geralmente terríveis.

    16. Os brasileiros são super sociais e raramente passam algum tempo sozinho, especialmente nas refeições e fins de semana. Isso não é necessariamente uma má qualidade, mas, pessoalmente, eu odeio isso porque eu gosto do meu espaço e privacidade, mas a expectativa cultural é que você vai assistir (ou pior, convidar amigos e família) para cada refeição e você é criticado por não se comportar “normalmente” se você optar por ficar sozinho.

    17. Brasileiros ficam muito perto, emocionalmente e geograficamente, de suas famílias de origem durante toda a vida. Como no #16, isso não é necessariamente uma má qualidade, mas pessoalmente eu odeio porque me deixa desconfortável e afeta meu casamento. Adultos brasileiros nunca “cortam o cordão” emocional e sua família de origem (especialmente as mães) continuam a se envolvido em suas vidas diariamente, nos problemas, decisões, atividades, etc. Como você pode imaginar, este é um item difícil para o cônjuge de outra cultura onde geralmente vivemos em famílias nucleares e temos uma dinâmica diferente com as nossas famílias de origem.

    18. Eletricidade e serviços de internet são absurdamente caros e ruins.

    19. A qualidade da água é questionável. Os brasileiros bebem, mas não morrem, com certeza, mas com base na total falta de aplicação de leis e a abundância de corrupção, eu não confio no governo que diz que é totalmente seguro e não vai te fazer mal a longo prazo.

    20. E, finalmente, os brasileiros só tem um tipo de cerveja (aguada) e realmente é uma porcaria, e claro, cervejas importadas são extremamente caras.

    21. A maioria dos motoristas de ônibus dirigem como se eles estivessem tentando quebrar o ônibus e todos dentro dele.

    22. Calçadas no meu bairro são cobertos com mijo e coco de cães que latem dia e noite.

    23. Engarrafamentos de Três horas e meia toda vez que chove .

    24. Raramente as coisas são feitas corretamente da primeira vez. Você tem que voltar para o banco, consulado, escritório, mandar e-mail ou telefonar 2-10 vezes para as pessoas a fazerem o seu trabalho.

    25. Qualidade do ar muito ruim. O ar muitas vezes cheira a plástico queimado.

    26. Ir a Shoppings e restaurantes são as principais atividades. Não há nada pra fazer se você não gastar. Há um parque principal e está horrivelmente lotado.

    27. O acabamento das casas é péssimo. Janelas, portas , dobradiças , tubos, energia elétrica, calçadas, são todos construídos com o menor esforço possível.

    28. Árvores, postes, telefones, plantas e caixas de lixo são colocados no centro das calçadas, tornando-as intransitáveis.

    29. Você paga o triplo para os produtos que vão quebrar dentro de 1-2 anos, talvez ais.

    30. Os brasileiros amam estar bem no seu caminho. Eles não dão espaço para você passar.

    31. A melhor maneira de inspirar ódio no Brasil? Educadamente recusar-se a comer alimentos oferecidos a você. Não importa o quão válida é a sua razão, este é considerado um pecado imperdoável aos olhos dos brasileiros e eles vão continuar agressivamente incomodando você para comê-lo.

    32. As pessoas vão apertar e empurrar você sem pedir desculpas. No transporte público você vai tão apertado que você é incapaz de mover qualquer coisa, além da sua cabeça.

    33 . O Brasil é um país de 3° mundo com preços ridiculamente inflacionados para itens de qualidade. Para se ter uma idéia, São Paulo é classificada como a 10ª cidade mais cara do mundo. (New York é a 32ª).

    34. A infidelidade galopante. Este não é apenas um estereótipo, tanto quanto eu gostaria que fosse. Homens na sociedade brasileira são condicionados a acreditar que eles são mais ” virís ” por sairem com várias mulheres .

    35. Zero respeito aos pedestres. Sim, eles não param para você passar. Na melhor das hipóteses, eles vão buzinar.

    36. Quando calçadas estão em construção espera-se que você ande na rua. Alguns motoristas se recusam a fazer o menor desvio a sua presença, acelerando a poucos centímetros de você, mesmo quando a pista ao lado está livre.

    37. Nem pense em dizer a alguém quando você estiver viajando para o EUA. Todo mundo vai pedir para você trazer iPods, X-Box, laptops, roupas, itens de mercearia, etc. em sua mala, porque eles são muito caros ou não disponíveis no Brasil.

    38. A menos que você goste muito de futebol ou reality shows (ou seja, do Big Brother), não há nada muito o que conversar com os brasileiros em geral. Você pode aprender fluentemente Português, mas no final, a conversa fica muito limitada, muito rapidamente.

    39. Tudo é construído para carros e motoristas, mesmo os carros sendo 3x o preço de qualquer outro país. Os ônibus intermunicipais de luxo são eficientes, mas o transporte público é inconveniente, caro e desconfortável para andar. Consequentemente, o tráfego em São Paulo e Rio é hoje considerado um dos piores da Terra (SP, possivelmente, o pior). Mesmo ao meio-dia podem ter engarrafamentos enormes que torna impossível você andar mesmo em um pequeno trajeto limitado, a menos que você tenha uma motocicleta.

    40. Todas as cidades brasileiras (com exceção talvez do Rio e o antigo bairro do Pelourinho em Salvador), são feias, cheias de concreto, hiper-modernas e desprovidas de arquitetura, árvores ou charme. A maioria é monótona e completamente idênticas na aparência. Qualquer história colonial ou bela mansão antiga é rapidamente demolida para dar lugar a um estacionamento ou um shopping center.

    26 anos, blogueiro, publicitário e músico. Formado em Propaganda & MKT na Universidade Presbiteriana Mackenzie, é blogueiro há mais de 8 anos. Atualmente mantém uma consultoria de mídias sociais para grandes empresas e se aventura no mundo musical.

    • “Modo de apresentar os erros para consertá-los”

      Ce-tá-de-brin-ca-dei-ra!!!

      Precisa ler o que um americano escreve para ver o que esta errado no país?

      Anota aí então dois dos muitos equívocos que o Sr. Guilherme Cury colocou nesse texto, afirmando que é de um americano que viveu no Brasil:
      1 – certamente ele nunca deve ter ido muito alem da cidade onde viveu;
      2 – “Todas as cidades brasileiras (com exceção talvez do Rio e o antigo bairro do Pelourinho em Salvador), são feias, cheias de concreto, hiper-modernas e desprovidas de arquitetura, árvores ou charme…”. A cidade onde moro passa bem longe dessa descrição. Assim como mais de 90% das cidades do Brasil.

      Quer consertar alguma coisa Blue Eyes, comece por achar um escritor/cronista melhor do que este Sr. Guilherme Coury. Ou pelo menos um que não tenha ficado estacionado no triângulo Rio-SP-BH.

      Eu aconselho o Cláudio Lembo, ex vice-governador do estado de São Paulo.

      Abs

      • Isso não muda o fato e as verdades por ele observadas… o que vc não pode e não deve é achar-se mais brasileiro do que os demais frequentadores desse site… um bom pai, caríssimo, aponta os erros do filho e não lhe passa a mão na cabeça pois sabe que isso inevitavelmente irá leva-lo a produzir erros muitas vezes sem correção ou de difícil correção… nisso a esquerda é pródiga…

    • por LUCENA
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      Fala serio…..o americano leva um baita chifre da brasileira e sai chutando o balde e falando mal da vida social dos brasileiro e do Brasil,como se lá nos EUA fosse um paraíso. ….Hahhahahah….dor de chifre não vale..hahahahhaha…
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      Vamos vê outras opiniões de gringo, em que não haja ódio e traição na jogada…hahahha….
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      O quê o cornudo falou tem as suas verdades,não mentiu só aumentou….assim como foi a estatura dele…srsrrsrs…. quando ele se deu de conta e regressou para mãezinha dele fazendo beicinho…hahahhaha
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      Como os estrangeiros veem o brasileiro
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      Muito além do trinômio samba-praia-futebol, gringos que moram no País apontam a falta de autoestima local (complexo de vira-lata) e outros detalhes que não estamos acostumados a enxergar
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      (*)fonte:[ delas.ig.com.br/comportamento/2013-05-02/como-os-estrangeiros-veem-o-brasileiro.html ]
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      Quando o roqueiro australiano Nick Cave se mudou para São Paulo, em 1990, teve de admitir que o Brasil não era seu lugar. Três anos depois ele foi embora, pois não suportava a cultura de sociabilidade do brasileiro. “Ele é sorumbático, mais solitário, e não gregário como o povo daqui. Nick dizia que não aguentava esse jeito sociável”, relembra ao iG o americano Matthew Shirts, jornalista e brasilianista, radicado no País desde 1976.
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      Se o anglo-saxão mantém certa distância do outro, o brasileiro é inclusivo. Gosta de gente, de interagir, de juntar todo mundo para celebrar. Daí o fato de a adaptação de um estrangeiro ao Brasil ocorrer naturalmente. Este traço é bastante sublinhado por boa parte dos estrangeiros que moram aqui. “Tem aquela coisa de botar mais água no feijão”, Matthew diz, aos risos, sobre o imenso capital social do Brasil. “Fui adquirindo essa coisa mais ‘pegajosa’ nesses 27 anos, mas nos Estados Unidos isso pode gerar uma acusação de assédio sexual”, afirma.
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      A propalada sociabilidade brasileira é um dos mais manjados cartões de visitas do País, mas ainda encontra meios de surpreender quem vem de fora. “O maior choque cultural foi a ótima receptividade das pessoas com alguém que não conhecem”, diz o engenheiro de informática francês Olivier Teboul, 29 anos, ao lembrar do dia em que colocou os pés no Brasil, há quase dois anos.
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      “Saí do aeroporto com três números de telefone de gente que disse ‘qualquer coisa, pode me ligar’. “Psicologicamente é um apoio enorme, me senti acolhido”, afirma. “Acho que, na França, para um estrangeiro é mais difícil se integrar em um grupo de franceses sem conhecer ninguém do grupo”.
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      Há algumas semanas, Olivier ganhou repercussão nas redes sociais com o post de estreia de seu blog, em que listou 65 impressões e costumes dos brasileiros que lhe causaram surpresa. Elas vão de observações divertidas – “Aqui no Brasil, comida salgada é muito salgada e comida doce é muito doce. Até comida é muita comida” – a coisas que jamais supomos ser espantosas para alguém, como “Os brasileiros escovam os dentes no escritório depois do almoço”.
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      Também fez referências ao clássico complexo de vira-latas brasileiro (“Aqui no Brasil, as pessoas acham que dirigir mal, ter trânsito, obras com atraso, corrupção, burocracia, falta de educação, são conceitos especificamente brasileiros. Mas nunca fui num país onde as pessoas dirigem bem, onde nunca tem trânsito, onde as obras terminam na data prevista, onde corrupção é só uma teoria, onde não tem papelada para tudo e onde tudo mundo é bem educado!”) e não poupou elogios ao que acha interessante: “Aqui no Brasil, pode pedir a metade da pizza de um sabor e a metade de outro. Ideia simples e genial”.
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      Tampouco deixou passar inoperâncias famosas: “Aqui no Brasil, o sistema sempre tá ‘fora do ar’. Qualquer sistema, principalmente os terminais de pagamento de cartão de crédito” e “Aqui no Brasil, tem um organismo (sic) chamado DETRAN. Nem quero falar disso, não saberia por onde começar…”
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      “São observações, não tem juízo de valor”, conta Olivier, rebatendo críticas de brasileiros que deixaram comentários pouco gentis em sua página. “A coisa que achei mais legal, e que era totalmente não intencional, é que se gerou uma reflexão dos brasileiros sobre o Brasil, sobre a identidade brasileira”.
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      Novas perspectivas
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      Mudar de país leva a pessoa a ampliar seus horizontes sobre uma nova cultura, mas também a aprender sobre a sua própria nação. É o que a argentina Juana Kweitel, de 40 anos, diretora de programas de uma ONG de Direitos Humanos, descobriu durante os 10 anos em que vive em São Paulo. “Não percebia, vivendo na Argentina, como todo mundo lá é tão dramático. O que gosto daqui é que o povo é mais otimista”, declara.
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      Hoje Juana já se afina com o temperamento do brasileiro, mas no início se atrapalhava com a leitura de alguns códigos. “Uma coisa diferente da minha cultura é a dificuldade de o brasileiro falar ‘não’. Ele sabe que não vai, mas diz que vai. Mas não é uma mentira; tem a ver com poupar o outro, não frustrar. Antes eu não entendia isso”.
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      O americano e chef de cozinha Todd Harkin, 40 anos, também só se deu conta da vida que levava e do ritmo frenético que tinha nos Estados Unidos quando foi transferido para São Paulo, há quatro anos, para coordenar a cozinha de um restaurante. “Reparei aqui que as pessoas fazem pausas no trabalho. Nos Estados Unidos não fazemos intervalos”.
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      A acessibilidade pessoal atribuída ao brasileiro também é notada por não europeus. “Agora que falo bem português, bato papo no ponto de ônibus, converso com as pessoas, coisa que jamais aconteceria na Etiópia. Os etíopes são muito discretos e não falam sobre a sua vida pessoal”, conta a consultora ganense Arlette Afagbegee, 29 anos, que cresceu na Etiópia e há quatro anos mora em São Paulo.
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      Mas nem tudo foram flores quando ela chegou à capital paulistana. “A maior dificuldade que encontrei era a de circular pela cidade. Não imaginava que eram 20 milhões de pessoas e que falar inglês não adiantava, em geral. Então me perdia bastante, e muitas vezes tive que passar o celular para o meu marido falar com o cobrador do ônibus”.
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      Barulho e paciência

      Toda essa energia “solar” agrada a maioria, mas pode também incomodar os mais sóbrios. “O brasileiro é muito barulhento”, declara o inglês e consultor de marketing Pierre Larose, de 32 anos. Acostumado com um contexto de vida mais silencioso, ele precisou acostumar os ouvidos nesses três anos viajando por todo o território por causa do trabalho. “Por outro lado, eles têm mais toque, são mais sociáveis e mais relaxados”, concede. Outro comportamento que não entra em sua cabeça é a importância do “ter” como status. “O julgamento social é muito grande. As aparências e a classe são extremamente importantes aqui”.
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      As diferenças sociais existentes no Brasil estão sempre presentes no noticiário mundial. Talvez por isso a estrutura de São Paulo, especialmente dos bairros centrais, surpreendeu o canadense e músico Robert Boyle, de 33 anos, que mora na cidade há menos de um ano. “O Brasil parece mais com um país desenvolvido do que eu esperava. A Vila Olímpia, por exemplo, poderia ser uma área de Vancouver. Você vê muita tecnologia, gente com iPhone, prédios, estradas, infraestrutura, além de um metrô mais moderno, limpo e silencioso que o de grandes cidades internacionais”, conta.
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      Além disso, a observação dos detalhes é o que Robert acha mais interessante. Para ele, o brasileiro é paciente: “não sabia que as pessoas eram assim. Estão sempre esperando filas, ou indo devagar no metrô”.
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      Olhando de fora
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      Bárbaro, grosseiro, melancólico, preguiçoso e malandro, por um lado, e exótico, alegre, cordial e “chegado”, por outro. Essas são algumas das imagens tradicionalmente associadas não só pelos estrangeiros, mas também por sociólogos, antropólogos e escritores nativos à representação do brasileiro, como conta a professora de Linguística da Universidade Federal da Bahia Denise Scheyerl.
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      Ao morar fora do País, Denise também enxergou, pelo viés dos gringos, uma percepção estrangeira sobre o Brasil: “Morei 20 anos na Alemanha e tinha que mostrar meu passaporte, pois me enquadrava mais como húngara. Para eles, para ser brasileira precisa ser mulata e sambista. Mas reduzir uma cultura a uma imagem é algo do mundo neoliberal. E uma questão política”.
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      • Não perco meu tempo com o Sr., caro hilário propagandista… meu tempo vale muito mais que o seu… prefiro discutir com quem tenha algo a mais para contribuir que o Sr. e suas piadas… saudações…

  3. Lucena,
    excelente texto, ponderado, sem exageros ou estereótipos, pinta um bom quadro sobre como o Brasil é visto…

    Abaixo destaco dois trechos que me chamaram atenção por sua relação com o complexo de vira-latas, interessante que os comentários feitos por duas pessoas, de países distintos,se completam na definição e causas do viralatismo que acomete os fúteis do Brasil, pessoas que sempre acham que a grama do vizinho rico do norte é mais verde do que a sua! Refletindo a extrema importância que estas pessoas medíocres dão às aparências…

    Francês Oliver:

    “…também fez referências ao clássico complexo de vira-latas brasileiro (“Aqui no Brasil, as pessoas acham que dirigir mal, ter trânsito, obras com atraso, corrupção, burocracia, falta de educação, são conceitos especificamente brasileiros. Mas nunca fui num país onde as pessoas dirigem bem, onde nunca tem trânsito, onde as obras terminam na data prevista, onde corrupção é só uma teoria, onde não tem papelada para tudo e onde tudo mundo é bem educado!”)…”

    Inglês Pierre Larose:

    “Outro comportamento que não entra em sua cabeça é a importância do “ter” como status. “O julgamento social é muito grande. As aparências e a classe são extremamente importantes aqui”.

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