Comissões da Verdade divergem sobre morte de Juscelino Kubitschek

Relatório da Comissão Nacional da Verdade afirma que morte do ex-presidente foi acidental. A Comissão da cidade de São Paulo, entretanto, trata o caso como homicídio.

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) descarta a possibilidade de assassinato na morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 22 de agosto de 1976, enquanto trafegava de carro pela Via Dutra, em Resende (RJ).

Segundo laudo pericial apresentado nesta terça-feira (22/04), em Brasília, o ex-presidente e o seu motorista, Geraldo Ribeiro, “morreram em decorrência de lesões contundentes sofridas quando da colisão frontal” entre o veículo em que estavam e um caminhão que vinha na direção contrária.

Segundo as investigações da CNV, o Chevrolet Opala que levava o ex-presidente bateu primeiro na lateral de um ônibus, o que mudou a trajetória do veículo e o fez colidir de frente com um caminhão, que vinha no sentido oposto, causando a morte dos dois.

A versão contradiz, entretanto, posição defendida pela Comissão Municipal da Verdade de São Paulo que, no fim do ano passado, divulgou relatório apontando a existência de uma conspiração e afirmando que o presidente fora assassinado. Na época, a comissão municipal levou em consideração a conjuntura política na época da morte do ex-presidente e depoimentos de testemunhas e pessoas envolvidas no caso para chegar à conclusão de crime.

Em resposta à divergência, o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, garantiu que a CNV está segura da posição. “Levamos em conta exclusivamente fatos, documentos, informações objetivas para produzir um quadro que reflita a realidade dos acontecimentos”, enfatizou Dallari, ao minimizar os atritos com a comissão municipal. “A menos que surja um fato novo, para nós este é um caso encerrado.”

Para o presidente da Comissão de São Paulo, vereador Gilberto Natalini, entretanto, deve haver novas reuniões para troca de informações. “Fomos tomados de surpresa porque mandamos um relatório para eles em dezembro. Nenhum contato foi feito, nenhum esclarecimento foi solicitado”, reclamou.

“Vamos solicitar oficialmente à CNV para que se reúna conosco, os técnicos deles e nossos técnicos, queremos fazer uma confrontação para ver como chegaram àquela conclusão apesar de não nos ter consultado.”

Fragmento metálico

O ponto central da discordância é um material metálico encontrado no crânio do motorista de Kubitschek, durante uma exumação, feita em 1996. Ao longo de anos, algumas pessoas – incluindo algumas ouvidas pela Comissão da Verdade de São Paulo – levantaram a hipótese de que o fragmento seria um vestígio de bala.

Depoimentos de peritos e testemunhas colhidos pela Comissão da Verdade de São Paulo apontavam para um ferimento que seria de uma bala no crânio do motorista, além de um suposto oferecimento de dinheiro em troca de uma declaração de culpa por parte do motorista do ônibus que se chocou primeiro contra o carro do presidente.

Essa possibilidade, entretanto, foi descartada pela CNV. “Um conjunto de evidências se encaixam e determinam que não houve disparo de arma de fogo”, assegura o perito criminal Pedro Cunha, da Comissão Nacional da Verdade.

A partir de uma extensa lista de documentos e fotos, o laudo da CNV afirma que “o fragmento metálico que se encontrava no crânio de Geraldo Ribeiro era um cravo metálico utilizado para fixar revestimentos de caixões”, contestando a versão anterior. “Não há nos documentos, laudos e fotografias trazidos para a presente análise qualquer elemento material que, sequer, sugira que o ex-presidente Juscelino Kubitschek e Geraldo Ribeiro tenham sido assassinados”, conclui o relatório.

Cunha ressaltou que “não havia lesão no crânio no momento do acidente”. Segundo ele, a fratura deve ter ocorrido durante o transporte entre o cemitério e o Instituto Médico Legal, após a exumação em 1996. Os peritos também descartaram a possibilidade de problemas mecânicos ou sabotagem que tivesse como objetivo a mudança no curso da direção do veículo onde estava Kubitschek.

Investigação da CNV

A morte de Kubitschek é analisada pela CNV desde setembro de 2012, após uma representação feita pela seção da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais.

Entre os entrevistados no processo de investigação estão o perito criminal Sérgio Leite, responsável pelo laudo do local do acidente; o médico legista Márcio Cardoso, que fez o exame da ossada de Geraldo Ribeiro, motorista do ex-presidente; e Roberto de Freitas Villarinho, diretor do Instituto de Criminalística do Rio de Janeiro na época do acidente.

A equipe de peritos reavaliou todos os laudos preparados sobre o local do acidente, centenas de negativos de fotografias tiradas no local, laudo da exumação do corpo do motorista, pareceres de comissão externa da Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro, além dos inquéritos das forças policiais. Muitos desses materiais, segundo os peritos, eram tidos como desaparecidos, mas foram recuperados pela Comissão. “A única coisa que não conseguimos encontrar foi o automóvel”, disse o perito Mauro Yared.

Fonte: DW.DE

13 Comentários

  1. Tremenda palhaçada isso estão mais interessados em obterem pensões as custas dos Brasileiros.
    Virão a Ogra com cara de broa toda amarrotada dizer não haver necessidade de mudar a lei da anistia!
    É sempre assim,uns idiotas almejam se vingarem de senhores com mais de 70 anos e todos os outros visam não so pensões e indenizações mas tambem serem reconhecidos como herois da democracia,guardiães da liberdade o que jamais foram.

  2. E mesmo que ele e ate Castelo Branco e outros ate mesmo Tancredo houvesse evidencia plausivel para se desconfiar de assassinato ou ato terrorista TODOS iam ficarem caladinhos.
    Estão todos tanto os terroristas como governo e cupula militar se peidando com receio das ruas.
    O copo esta cheio,a sacolinha esta lotadinha e qualquer marolinha pode virar tsuname.

  3. Os vagabundos da COMEÇAO da verdade nao se acertam,querem mais um motivo para garantirem mais um saque gordo nas contas da uniao,kkkk, estes vermelhos caras de pau ,ladroes e safadinhos ,estao com uma vontade enorme em se transformarem em BURGUESES RICOS a custa da putinha chamada brasiu,kkkkkk, mesmo que para isso tenham que ignorar que o jkmineiro possuia mais identificaçao com os milicos doque com a escoria esquerdista,kkkkkk eh ironico ver os lambe botas trata-lo agora como uma vitima das direitas, o pc do b quer ficar rico as custas destas indenizaçoes , a cara de pau dos trastes nao tem limites , assim que parasitarem o estado e ficarem ricos , eles se mudam para MIAMI e vao rolar de patins pelas orlas de miami beach , safadinhos e chegados a aplicar censuras ,kkkkkkkkk

    • todos com fiozinhos dentais cavadinhos e humidos ,kkkkkkk,o brasiu eh um pais da piada pronta kkkkk, imagina tonho de fio no fiofo,kkkkkkk

  4. Ta bom senhores da comiçao, entao os genios milicos seguiram jucelio,deram um tiro na cabeça do motorista no ponto exato aonde o carro sairia da pista e iria bater de frente com um caminhao que vinha ao contrario e que este caminhao tambem passou no local no momento combinado,kkkkkk, somente idiotas vermelhos acreditam nestas perolas , mas pra quem acredita em su24 armado com a ARCA DA ALIANÇA ,kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk , meus pesames tolinhos.

  5. eu acho que houve sim um assassinato
    porque ninguém tenta pagar o silencio de um motorista por nada !!
    o correto ,já que se deu esse divisão é refazer novamente todo o caso com uma nova equipe
    pois a verdade é a que tem que ser escrita na historia brasileira ,queremos apenas a verdade dos fatos

    • A propria pericia ja disse que o fragmento metalico encontrado no cranio era de um grampo do caixão quando o reabriram para exumação meu caro.
      O carro chocou-se na lateral de um onibus e o motorista ainda tentou uma manobra radical que jamais seria possivel se ele houvesse sido baleado e o carro atravessou para a pista contraria vindo a chocar-se de frente com um caminhão.
      O mesmo esta ocorrendo no caso do dançarino executado no Pavãozinho,RJ que a mãe diz ter sido lavado o local do crime adulterando-o e que o cara foi torturado e afogado e a pericia ja preliminarmente afirma que ele foi baleado e caiu do telhado.Existem marcas de sangue no local então nada foi lavado.
      Acontece que falam as coisas antes dos laudos tecnicos e fazem dessas suposições verdades sem testemunhas oculares e nem provas.

  6. É a INDÚSTRIA DA INDENIZAÇÃO INJUSTA com recursos do TESOURO NACIONAL gastando nossos parcos recursos com CASOS QUE NUNCA EXISTIRAM na sua ampla maioria… e assim rapinam os cofres públicos com desculpas esfarrapadas… mesmo os casos verídicos não deviam ser indenizados em grande parte, uma vez que quem parte para guerra corre o risco de não voltar… eles sabiam disso e não lutavam por nós e sim pelo comunismo internacional… o próprio Fernando Gabeira, muito honradamente, disse com todas as letras que eles enganavam a população, pois nunca lutaram por DEMOCRACIA e sim para implantarem no Brasil a DITADURA DO PROLETARIADO, mas com eles no poder pisando na nação, assim como é em cuba até hoje…

  7. Coronel Paulo Malhães, que admitiu torturas na ditadura, é encontrado morto no Rio de Janeiro

    O coronel da reserva Paulo Malhães foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira dentro de sua casa, num sítio do bairro Marapicu, zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O militar da reserva teve atuação de destaque na repressão política durante a ditadura militar. No mês passado, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, ele assumiu ter participado de torturas, mortes e desaparecimentos de presos políticos.

    Segundo a filha de Malhães, Carla, três pessoas entraram na casa do coronel reformado na tarde de quinta-feira, prenderam a mulher dele num aposento e mataram ele por sufocamento. O grupo levou todas as armas que ele tinha em casa.

    Segundo investigadores da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, que acabam de realizar uma perícia no local, Malhães ficou em poder dos bandidos de 13h às 22h, segundo o relato de testemunha.

    Policiais apreenderam na casa um rifle e uma garrucha antigas e colheram impressões digitais, que serão analisadas. Nadine Borges, integrante da Comissão Estadual da Verdade e responsável por tomar o depoimento de Malhães, cobrou uma investigação célere. Segundo ela, este não pode ser tratado como crime comum.

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/coronel-paulo-malhaes-e-encontrado-morto-na-baixada

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