OTAN reforça defesa de membros aliados do leste da Europa

OTAN enviará novas unidades marítimas, aéreas e terrestres aos países membros do leste da Europa para reforçar a “defesa coletiva”, anunciou o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen.

“Vamos colocar mais aviões no céu, mais navios no mar e ter uma preparação maior em terra”, declarou Rasmussen depois de uma reunião dos embaixadores dos 28 membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

O secretário-geral da Otan não citou os países que receberão as novas unidades, mas explicou que com os aviões serão realizadas mais missões na região dos países Bálticos e que os navios “patrulharão tanto o mar Báltico como o leste do Mediterrâneo e mais além se for necessário”, em referência ao Mar Negro.

“Os contingentes terrestres dos países aliados serão mobilizados para melhorar nossa preparação, treinamento e exercícios”, completou.

“Decidimos colocar em prática a mobilização, que acontecerá nos próximos dias, e estamos dispostos a revisar e reforçar as medidas de caráter militar e a tensão na Ucrânia não diminuir”, disse.

Rasmussen não detalhou o número de aviões, navios e soldados, mas destacou que serão unidades “suficientes” unidades como “para melhorar nossa preparação e o suficiente para reforçá-la se necessário”.

“Temos as capacidades necessárias para implementar estas medidas, que foram recomendadas pelas autoridades militares da Aliança”, disse, antes de completar que alguns países da Otan “farão contribuições concretas”.

“Tomamos estes passos, passos militares, que acreditamos necessários para garantir uma defesa coletiva efetiva”, afirmou.

Rasmussen disse ainda esperar que a reunião de quinta-feira em Genebra “estabeleça as bases para uma solução pacífica e política da crise”.

AFP

Fonte: Terra

6 Comentários

  1. Pepe Escobar: “Pé na estrada pelo sul do OTANistão”

    O presidente da Gazprom, Alexey Miller, encontrou-se com o presidente da China National Petroleum Corporation, Zhou Jiping em Pequim, na quarta-feira (9/4/2014). Estão no processo para assinar “o mais rapidamente possível” o megacontrato, para 30 anos, para fornecer à China gás natural siberiano. Provavelmente será assinado dia 20 de maio, quando Putin estará em Pequim.

    Isso, sim, é material genuíno. O Oleogasodutostão encontra a parceria estratégica Rússia-China, solidificada nos BRICS e na Organização de Cooperação de Xangai, com a arrepiante possibilidade de o negócio preço/pagamento ser feito por fora dos petrodólares, a chamada “opção termonuclear”. Comparada a isso, a Ucrânia é terceiro palco.

    Bem-vindos ao Ratódromo de Bruxelas

    Foi na estrada, do Mediterrâneo de volta a Arles, via Aix-en-Provence: a coisa me pegou, feito um drone de Obama. Toda essa viagem, afinal, cuidou só do sublime queijo de leite de cabra envolto em folhas de castanheira em Banon, daquelas garrafas cor rosa-pétala, de vinho; em Bandol, produtores artesãos e gente da montanha que só falam de seus medos, pelos mercados das pequenas cidades e pequenos, despretensiosos chateaux. Tudo isso é, sempre, a OTAN econômica.

    Queijo de leite de cabra de Banon aberto da embalagem de folhas de castanheira
    O Tratado Trans-Atlântico de Livre Comércio é prioridade top do governo Obama. As tarifas já são quase desprezíveis para muitos produtos, entre os EUA e a União Europeia. Portanto, se trata, essencialmente, de o Grande Agronegócio dos EUA passar a mão nos mercados continentais (numa invasão de produtos geneticamente modificados), e de os gigantes da empresa-imprensa dos EUA, idem. Podem chamar de um pequeno adendo à Parceria Trans-Pacífico [orig. Trans-Pacific Partnership (TPP)] – o qual, para dizer numa linha, significa os EUA ocuparem a super protegida economia japonesa.

    O sul do OTANistão, sim, oferece rápidas imagens de um paraíso europeu pós-histórico – um jardim de rosas Kantiano protegido contra o imundo mundo Hobbesiano, pelo Império “benigno” (a nova expressão a ser repetida e repetida, cunhada – e por quem mais seria? – por neoconservadores da cepa de Robert Kagan). Mas a principal emoção que envolve o sul do OTANistão, como vi desde o início de 2014 sucessivamente na Itália, Espanha e França, é o medo. Medo do Outro – do pobre que chega, negro ou mulato; medo do desemprego perene; medo do fim dos privilégios da classe média até recentemente tidos por garantidos; e medo da OTAN econômica – porque praticamente nenhum europeu médio confia naquelas hordas de burocratas de Bruxelas.

    Já são agora nove meses que a Comissão Europeia negocia uma chamada Parceria de Comércio e Investimento [orig. Trade and Investment Partnership]. A “transparência” que cerca o que será o maior acordo de livre comércio da história do mundo, envolvendo mais de 800 milhões de consumidores, cobre King Jong-eun da Coreia do Norte de vergonha.

    Todo aquele blá-blá-blá secreto dá-se em torno de eufemísticos “obstáculos não tarifários” – uma rede de normas éticas, ambientais, jurídicas e sanitárias − que protegem os consumidores, não as gigantes multinacionais. O que esses monstros querem, por sua vez, é coisa lucrativa “livre-para-todos” – que implica, só para dar um exemplo, o uso indiscriminado da ractopamina, energético para porcos, já proibido até na Rússia e na China.

    Ractopamina, produto proibido por provocar doenças nos sistemas cardiovasculares, músculo-esqueléticos, reprodutivos e endócrinos em seres humanos
    Assim sendo, por que o governo Obama, de repente, parece tão apaixonado por um Acordo de Livre Comércio com a Europa? Por que o Big Business dos EUA finalmente descobriu que o Santo Graal daquele pivoteamento econômico para a China nada tem, nem de santo, nem de Graal, bem feitas as contas. A coisa será sempre conduzida, lá, por parâmetros chineses – com as principais marcas chinesas se qualificando, progressivamente, para controlar a maior parte do mercado chinês.

    Então… veio o Plano B: um mercado transatlântico que submeta 40% do comércio internacional às mesmas normas-amigas-do-Big-Business. Obama só faz repetir e repetir que o acordo criará “milhões de empregos norte-americanos bem remunerados”. Muito discutível, para dizer o mínimo. Mas que ninguém se engane quanto ao movimento dos EUA; Obama está pessoalmente envolvido.

    Quanto aos europeus, parecem, mais, ratos tentando salvar-se pelos buracos de uma sala secreta de jogatina. Com a Agência de Segurança Nacional dos EUA a monitorar todos os telefones e telefonemas em Bruxelas, os europeus médios absolutamente não têm nem ideia de com que porrete serão espancados. O debate público sobre o acordo é verboten [alemão no original; “proibido”] para todas as finalidades práticas, para a sociedade civil europeia.

    Os negociadores da Comissão Europeia só falam com lobbyistas e presidentes de multinacionais. Em caso de acontecer “volatilidade de preços” aí, pelo caminho, os fazendeiros europeus serão os maiores perdedores, não os norte-americanos, agora protegidos por uma nova “Farm Bill” [aprox. “Lei dos produtores agrícolas”].

    Não surpreende que a mensagem direta e indireta que recebi de praticamente todos, no interior da Provence, seja “Bruxelas está nos vendendo em liquidação”. No final, o que desaparecerá, morrendo morte de mil talhos, é a agricultura de alta qualidade, procissões de pequenos produtores artesanais, os únicos que conhecem um savoir-faire acumulado ao longo de muitos séculos.

    Assim sendo, viva os hormônios, viva os antibióticos, viva o cloro e os organismos geneticamente modificados (transgênicos). E cortem a cabeça dos pequenos produtores!

    A OTAN a lançar ameaças contra a Rússia é tática muito conveniente, suja, diversionista. Deixando a Provence, com La Piccolina carregando sua carga preciosa de produtos artesanais sublimes, entendo perfeitamente a tamanha Van Goghiana ansiedade com que os locais veem chegar a futura OTAN econômica.

    Trecho retirado de http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/04/pepe-escobar-pe-na-estrada-pelo-sul-do.html

    PS: De hoje em diante vou ter frequentar blogs que versem sobre alimentação orgânica. (Maldita FriBoi)

    KKKKKKKKKKK!

    • Parabéns pela postagem do texto do Pepe Escobar, Nascimento.

      É sempre um prazer ler a pena ácida do Pepe Escobar, colunista brasileiro do Ásia Times que é solenemente ignorado pela nossa mídia…
      Ganha um doce quem adivinhar o motivo…

  2. Como já havia também comentado antes, eis aí uma das consequências da questão ucraniana…

    No mínimo dos mínimos, o que os russos conseguirão será levar os EUA mais para leste e reforçar a presença da OTAN junto a suas fronteiras e as de seus pouquíssimos aliados.

  3. depois de provocar a russia ,o mínimo desse exercito de mercenários e cochas de retalho de vários países europeus com seus lideres fantoches de yanke é sim fortalecer a posição pois a carga vai ser forte !!!!

  4. Isso para nós é ótimo, abrindo outra frente real de preocupação diminui a pressão dos zoião no Atlântico Sul, nos dando um pouco mais de tempo … vai dormindo em bunker por aí enquanto isso .

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