Kiev envia mais tropas e tensão aumenta no leste da Ucrânia

A tensão cresce na Ucrânia, depois que Kiev enviou tropas para expulsar os separatistas pró-Moscou do leste do país. Soldados do governo movimentaram nesta quarta-feira (16/04) sete veículos blindados com a bandeira ucraniana para a cidade de Kramatorsk, após terem retomado no dia anterior o controle de um aeroporto nas proximidades.

A apenas 15 quilômetros de distância, homens armados em uniforme de combate foram vistos movimentando seis veículos blindados, um deles com bandeira russa, rumo à cidade de Slaviansk, parando defronte a prefeitura, que está ocupada por separatistas. Nos céus, um caça ucraniano realizou acrobacias aéreas durante vários minutos sobre a praça principal da cidade, em uma demonstração clara de força de Kiev.

Uma coluna de tanques, veículos blindados e ônibus com forças especiais ucranianas avançou na terça-feira em direção a Slaviansk. O chefe da “operação antiterrorista” ucraniana, general Vassil Krutov, ameaçou “liquidar” as milícias pró-russas caso elas não deponham as armas. Krutov acusou o serviço de inteligência russo de ter enviado centenas de agentes para Slaviansk. O presidente interino da Ucrânia, Olexandr Turtchinov, acusou a Rússia de querer “colocar em chamas” todo o leste e sul da Ucrânia.

Na cidade industrial de Donetsk, pelo menos 20 separatistas armados ocuparam o edifício da câmara municipal, segundo um porta-voz da casa. A retórica inflamada aumentou os temores de violência depois que homens armados supostamente apoiados por Moscou ocuparam prédios públicos em dez cidades do leste ucraniano na última semana.

Solução diplomática pautou telefonema

Na véspera da reunião entre líderes de Rússia, União Europeia (UE), EUA e da ex-república soviética em Genebra para tentar uma saída diplomática para a crise ucraniana, o presidente russo, Vladimir Putin, advertiu contra uma nova escalada da violência. Em uma conversa por telefone na noite de terça-feira com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, ele afirmou que a Ucrânia está à beira da guerra civil.

A porta-voz adjunta do governo alemão, Christiane Wirtz, disse em Berlim que a situação atual na Ucrânia foi “amplamente discutida” durante a conversa telefônica entre Merkel e Putin e que o tema central foi a preparação para o encontro previsto para esta quinta-feira na Suíça.

O Kremlin informou que Putin e Merkel concordaram que o encontro é de grande importância. Durante o diálogo, foi expressa a “esperança” de que “a reunião em Genebra possa dar um sinal claro para que a situação retorne a um clima tranquilo”.

Moscou tem alertado repetidamente que a reunião pode ser cancelada no caso de uma nova escalada da violência no leste da Ucrânia.

Em conversa por telefone com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, Putin disse, de acordo com o Kremlin, que espera uma “clara condenação” da ONU pela “conduta inconstitucional” de Kiev. A ONU rebateu acusações da Rússia de que a população de língua russa no leste da Ucrânia esteja sendo vítima de violações dos direitos humanos, afirmando “não haver evidências” sobre isso.

MD/rtr/afp

Fonte: DW.DE

7 Comentários

  1. O governo em Kiev está convidando a morte para dançar.
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    É só depois não se queixar da sorte.
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    Até o meu cachorro sabe que não há sabedoria em fazer isso.
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    Espero que não haja alguém soprando nos ouvidos dos lideres em Kiev que a Rússia não atacará, pois hoje sabemos pelo próprio Mikheil Saakashvili, que foi o que ele mais ouviu de lideres de — “países amigos” — em 2008 quando houve a Guerra Russo-Georgiana, o final…, bem…, todos nos já conhecemos.
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    Saudações,
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    Konner

    • Notem no video que vinculei no post o sistema de amortecimento que dispara antes da carga tocar o solo nos lançamentos de paraquedas.

  2. A principal diferença das intervenções russas na Chechenia e na Georgia para essa agora na Ucrânia, é que aquelas repúblicas não estavam coladas na Europa como essa está.

    Situação na qual com uma única bomba atômica explodindo na Ucrânia já há contaminação radioativa na Europa, como foi o caso (encoberto) da nuven de Chernobyl.

    Com essa agravante de perigo radioativo, mesmo numa guerra limitada na Ucrânia, Putin quanto mais se envolve de forma intervencionista nesse país independente mais queimado economicamente e politicamente no ocidente vai ficando.

    E seu projeto euroasiático, no qual a sua Rússia seria a grande líder, cada vez vai mais para um ponto distante e perdido no infinito.

    No fundo, como um urso a Rússia é forte, mas não pode correr muito, nem por longas distâncias, quanto mais voar feito uma águia.

    Suas atuais tentativas de se tornar uma potência política euroasiática (pois economicamente ela não é páreo para Índia e China) já no início do século XXI, acabaram se revelando numa patética tentativa de alçar voo de uma galinha.

    E detentora de um arsenal atômico não dissuasório mas intimidatório se revela desagradavelmente ser uma nação grosseira que deve ser mantida a distância.

    Chegamos então a seguinte conclusão histórica: Rússia é uma franga cheia de viroses (ogivas) que quer voar.
    E isso será confirmado (daqui quantos anos?) pelos jovens sociólogos e jornalistas de hoje, quando ela ficar bem atrás de Índia e China em termos de relevância internacional.

    Putin só tá fazendo besteira na Ucrânia. Será condenado pela história.

    • rsrsrsrsrs… é EXATAMENTE assim, caro amigo… doela a quem doela… ainda que rasguem as calcinhas de amor ao urso velho, ele não se adapta mais as exigências econômicas e geopolíticas do mundo atual… como diz nosso batuta C. Argus, quem viver, verá… saudações…

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