Putin brinca com fogo

Furor nacionalista russo é grande, e as armas contra o Kremlin são poucas. Ao Ocidente, cabe manter-se firme e unido, opina o correspondente da DW em Bruxelas, Bernd Riegert.

Apesar de consideráveis diferenças de opinião, na reunião dos ministros do Exterior desta segunda-feira (14/04), em Luxemburgo, a União Europeia (UE) conseguiu preservar a unidade no tocante à política para a Ucrânia. Alguns ministros exigem desde já sanções mais duras à Rússia, outros preferem abrir mão inteiramente de medidas punitivas.

No fim, os representantes dos 28 Estados-membros confluíram para uma linha comum – vendida para fora como frente coesa: extensão do congelamento de bens e interdição de vistos a outras figuras públicas russas e ucranianas; negociações em Genebra dentro do Grupo de Contato dos Quatro (Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e a UE); e, caso necessário, deliberação sobre sanções econômicas mais severas na próxima semana. Essas foram decisões complicadas e diplomaticamente intrincadas, mas que resultaram num meio termo aceitável para todos os Estados-membros.

A UE concede à Rússia um último prazo para uma cooperação construtiva, no sentido da distensão da explosiva situação na Ucrânia. Os ministros do Exterior não deixaram dúvidas que a culpa pelo acirramento cabe a Moscou. Os supostos pedidos de socorro dos cidadãos de idioma russo no leste da Ucrânia são encomendados e tão falsos quanto os apelos que partiram da península da Crimeia, quatro semanas atrás.

Agora a UE quer impedir que a Ucrânia Oriental se desligue de Kiev, seguindo o mesmo script russo da Crimeia. Caso contrário, a Ucrânia estará liquidada, e o presidente Vladimir Putin terá alcançado sua meta. As eleições ucranianas marcadas para 25 de maio seriam canceladas, talvez o país sucumba ao caos.

Caso a Rússia não ceda, porém, nas próximas conversas com os EUA, a UE e, acima de tudo, a Ucrânia, então o preço será alto. Conforme as resoluções desta segunda-feira, a UE deverá impor a Moscou medidas punitivas com consequências econômicas consideráveis – se quiser manter sua credibilidade.

Será que Putin seguirá agravando o conflito? Por que não, se ele nada tem a perder? Em sua reunião em Luxemburgo, os ministros da UE certamente se colocaram essa questão e tiveram que reconhecer, com um sobressalto, que, na realidade, não dispõem de muitos instrumentos contra o novo czar. Excluídas as opções militares – e deve-se excluí-las –, há pouco que possa intimidar a Rússia, em meio a seu furor nacionalista.

Será mesmo que o mundo terá que ficar observando um presidente inescrupuloso se apoderar de uma “zona de influência” definida por ele próprio? No momento, a resposta é, infelizmente, “sim”, pois ao déspota no Kremlin pouco importam as consequências econômicas de sua política e sua reputação diante do resto do mundo – exceto junto ao ditador sírio Bashar al Assad e similares.

Em sua aliança com os EUA, a União Europeia parece bastante desamparada. Mas pelo menos está coesa: até agora, Putin não conseguiu semear a discórdia entre a falange – apesar de haver tentado, usando o argumento do abastecimento energético e outras ameaças.

O pavio está conectado ao barril de pólvora que é a Ucrânia. O palito de fósforo russo, que poderá acender esse pavio, já está ardendo, e apenas a poucos centímetros de distância.

A UE terá que se manter firme e, juntamente com o Fundo Monetário Internacional, apoiar Kiev de forma decidida. Ela não pode se deixar intimidar, nem mesmo pelos 40 mil soldados russos na fronteira ucraniana, e deve enviar agora, para o país em crise, mais observadores e missões de treinamento policial, judiciário e administrativo. A brincadeira com fogo do Kremlim não pode ser recompensada.

Fonte: DW.DE

13 Comentários

  1. quem brinca com fogo é a otan…é o ocidente..é os eua e seus teleguiados…o que a Rússia faz hoje é apenas resposta as provocações,ataques, abusos e movimentações contra eles e seus interesses…como escudo anti misseis na europa/leste europeu contra eles….programa Ataque Global Instantâneo…e principalmente aos golpes de estado financiados, esquematizados, aparelhados e perpetrados nas surdinas por ai mundo afora….como os que ocorreram no Paraguai…Honduras…Síria e agora Ucrânia……”vai bombar”……e este pais banana aqui sofrera mais um golpe brother sam…a que tudo indica…..mais um golpe a sua soberania perpetrada por “forças ocultas”….para fincar poder,influencia e controle……

    todas as formas de mídia e comunicação seguem a interesses…a algum interesse….cabe a nós sabermos filtra-las ou discerni-las….isso só se alcança com educação…com o desenvolvimento do senso critico,ético,moral e religioso…com uma forte educação em cima desses preceitos….baseada nesses preceitos…ninguém é bonzinho ou mocinho neste mundo como contemplamos ai…como contemplamos em toda essa esculhambação patife ai…devemos seguir ou aliar-nos apenas a nós mesmos..aos nossos interesses…única e completamente…e não a nenhuma influencia estrangeira…a nenhuma forma de influencia estrangeira mesmo…seja ela ideológica ou não……..

    • Disse tudo, para quem quiser entender. Para os que não querem entender, paciência. Cada cabeça uma sentença, no resto, tenho pena dos alienados, eternos bobos e vassalos defensores de seus “Reis”.

  2. esses alemães ,são uns vassalos dos estados unidos ,só porque o pais deles é apenas uma base anglo sionista e hoje são obrigados a vender ate submarinos aquém eles tentaram destruir que é os israelenses
    por isso bloquearam o financiamento da nossa usina nuclear que estava em contrato a anos apenas um pau mandado yanke
    e por serem um pau mandado querem que todos os países tenham um fantoche no governo como a nadegas incomiveis angela merreca !!!
    e para terminar o moderador pede para que nos sejamos mais contidos em que escrevemos ,mas se voce ler o texto o jornalista alemão escreve igualzinho a todos aqui ,com palavras como déspota e etc etal !!!!
    o texto é escrito por um pelego da OTAN !!! ocidente se manter unido de nome aos bois OCIDENTE QUEM CARA PALIDA ,ou um bando de países cocha de retalhos que é a europa aonde tem bases yankes com ogivas nucleares vocês da europa são apenas reféns dos anglo sionistas

  3. Daqui a pouco chegam os americanopatas pra dizerem que os EUA estão apontando suas armas avançadas que estão montadas em plutão e vênus para destruir a russia..

    Claro, não podemos esquecer da estrela da morte, que já está quase pronta…

  4. A Europa acusa Putin de estar agitando os acontecimentos na Ucrânia, mas os EUA e Europa mantém apoio políticos e armas para os terroristas na Síria. Isso ele podem né? Se os outros tentam fazem isso eles condenam e aplicam sanções.

    Como disse ministro o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov : “hipocrisia” dos países ocidentais a respeito dos acontecimentos na Ucrânia “supera os limites”

  5. Explicações para a alta popularidade de Putin na Rússia

    ter, 15/04/2014 – 11:19
    Sugerido por Adir Tavares
    Do Informação Incorrecta
    Putin: porquê
    Vladimir Putin?

    Um tirano, um oportunista, um déspota, um anti-democrático, praticamente um ditador segundo os media ocidentais.

    Problema: na Rússia, a grande maioria dos eleitores gosta de Putin. E muito até.

    A mais recente pesquisa do Instituto Vciom-Levada, considerado o mais confiável no País, credencia o líder do Kremlin dum índice de popularidade de quase 76 por cento (75,7% para sermos mais precisos). Sim, sem dúvida, o número cresceu após os factos da Crimeia: mas em Maio de 2012 já era 68,8 % e ,em média ao longo dos últimos 13 anos, esse número tem-se mantido mais ou menos estável, sempre acima de 60%.

    Comparem com a popularidade dum Barack Obama, por exemplo: nas últimas sondagens (Outubro de 2013), apenas 42% dos entrevistados apoiavam as suas decisões, enquanto 51% declaravam como “não satisfatório” o trabalho do Presidente. O facto é que o Nobel da Paz fica apenas 5% acima do pior resultado de Bush.

    Explicação? Complicada, pois as palavras têm um significado muito diferente quando pronunciadas em Lisboa ou em Moscovo.

    Democracia? Para os russos comuns, especialmente na periferia do País, muitas vezes é uma palavra suja. A nova classe média? Nas margens do rio Moskva a palavra soa pejorativa. A arrogância do regime contra um оligarca democrático como Khodorkovsky, que queria desafiar Putin nas urnas? Para muitos nas redondezas do Kremlin é um acto de justiça contra os muitos oligarcas enriquecidos nunca saciados de dinheiro e poder.

    Ucrânia, Crimeia, o preço do gás que aumenta…quase impossível entender-se.
    E tudo começa nos anos noventa.

    Na noite de 25 de Dezembro de 1991, os russos não conseguiam dormir. Um dia antes eram cidadãos dum País, a União Soviética, no dia seguinte já não. Foi um choque. Milhões de pessoas de nacionalidade russa encontraram-se abandonadas pela pátria, cidadãos em Países que não os queriam e que, muitas vezes (como aconteceu nas Repúblicas Bálticas), negou-lhes os direitos mínimos de cidadania. Mas não havia nem tempo nem força para lidar com isso.

    Logo as coisas começaram a piorar. Chegou a política do Fundo Monetário Internacional, chegaram os Meninos de Harvard, tudo introduzido pelo governo de Boris Yeltsin: liberalização e privatização.

    Era chamado de “terapia de choque”. Um choque no choque. A promessa era de que, no fim do túnel, haveria um País finalmente livre, democrático e próspero. Os russos confiavam, estavam prontos para sacrificar-se: pensavam que o Ocidente, depois de ter sido capaz de proporcionar bem-estar, democracia e justiça em casa própria, teria feito o mesmo com a Rússia.

    A confiança desmoronou lentamente, sob os golpes da realidade.
    Cedo percebeu-se que o Ocidente via na Rússia um novo território de conquista.

    Sob os olhos de pessoas impotentes, para “o bem do País”, as empresas começaram a ser vendidas por um preço próximo do zero, entre 1,5 e 2 % cento do real valor. Ao todo, o Estado conseguiu da operação cerca de 10 % daquilo que poderia (e deveria) ter conseguido com a venda de empresas, bens móveis e imóveis.

    As pessoas comuns receberam um pedaço de papel, chamado de voucher, que era o equivalente ao que era considerado “justo” segundo o mercado. Cada voucher valia 10 mil Rublos, 200 Euros no câmbio de hoje. Mas o valor real era muito mais baixo: os voucher eram vendidos nas esquinas em troca duma garrafa de vodka, três mil Rublos.

    Como escreve a jornalista Naomi Klein no seu Shock Economy:
    Em 1998 mais de 80% das empresas agrícolas russas foram à falência e cerca de 70 mil fábricas estatais foram fechadas: tudo isso resultou numa epidemia de desemprego. […] 74 milhões de russos viviam abaixo da linha da pobreza, segundo o Banco Mundial.

    Não havia nenhum trabalho, os rapazes sonhavam a fuga e pediam computador, as reformas estavam atrasadas​​, os salários não chegavam: médicos, professores, engenheiros, quem podia procurava um emprego no estrangeiro.

    As filas nas lojas tinham desaparecido, simplesmente porque tinha desaparecido o dinheiro para comprar. Floresciam lojas temporárias, nas ruas, onde tudo era pago em Dólares. Os hospitais nem os lençóis entregavam, o crime floresceu ao ponto que tornou-se muito arriscado sair à noite mesmo numa cidade como Moscovo.

    Enquanto isso, o dinheiro foi para ​os bolsos de alguns empreendedores, que tornaram-se bilionários e poderosos, os chamados “oligarcas”.

    Khodorkhovskij, por exemplo: quando foi preso em 2003, era o dono da Yukos, o terceiro gigante do petróleo do País, e tinha adquirido a empresa através da participação num leilão. Pormenor: ele era o dono do banco Menatep, que tinha organizado o leilão. Assim, conseguiu obter 77% das acções da Yukos com 309 milhões de Dólares. E dado que o valor real era de cerca de 30 biliões de Dólares, entrou directamente na lista dos homens mais ricos do mundo (segundo Forbes).

    Isso é o que vêem os russos.
    Quando Putin foi para o poder, reencontraram um pouco de confiança.

    De acordo com Freedom House e outras organizações sem fins lucrativos, Putin é um político oligárquico e autoritário, com contornos ditatoriais. Putin e o seu governo são também acusados ​​de inúmeras violações de direitos humanos e de limitar a liberdade de expressão.

    Pode ser.
    Mas agora os russos têm comida nas lojas e dinheiro para adquiri-la. Recebem reformas e ordenados. E também a criminalidade baixou: no ano 2000 houve mais de 41.000 homicídios; em 2010, menos de 19.000.

    Segundos o dados da CIA, em 2010 a Rússia tinha 13.1% da população abaixo a linha de pobreza ( 2 Dólares por dia): nos Estados Unidos, a percentagem era de 15.1%.

    A Rússia apresenta uma taxa de crescimento entre as mais elevadas no Mundo.
    E ainda não invadiu um País estrangeiro, nem tem tropas que controlam os cultivos de opio.

    Há Nobels da Paz que não podem dizer o mesmo.

    Ipse dixit

    http://jornalggn.com.br/noticia/explicacoes-para-a-alta-popularidade-de-putin-na-russia

  6. “Putin está brincando com fogo” só o título já declara a peculiaridade dos admiradores dos EUA, a de fazer julgamentos injustos e totalmente desprovidos da realidade dos fatos. Dizer que a OTAN e os EUA são uma ameaça para a Rússia é algo corriqueiro porém verdadeiro, mas colocar a Rússia como pobre donzela indefesa e incapaz é algo no mínino tolo. A Rússia é a única nação do mundo que em pouco menos de 25 anos saiu da falência para altos índices de crescimento e se tornou a oitava economia do globo, sem contar no avanço do IDH que tem se mostrado promissor, e isso em grande parte, no governo do “incompetente” V.Putin . Para os desinformados, a Rússia é conhecida por sua alta tecnologia em diversos setores, não só o bélico, e possui empresas poderosas espalhadas pelo mundo. Pra finalizar gostaria de lembrar aos desinformados que a Rússia está em um processo de fortalecimento e upgrade de suas forças, obtendo grande êxito nos avanços de construção de novas embarcações, Sub’s entre outros equipamentos, que só tendem a aumentar o poderio bélico deles.
    Meus caros, a Rússia tem poder bélico e estrategico de sobra pra fazer frente as alianças que se tem levantando contra eles, e o que a OTAN teme não são soldados na fronteira e sim os mísseis de alta precisão, seus radares altamente capazes, seus sistemas anti aéreos, etc…eles temem a Rússia.sds

Comentários não permitidos.