Cálculos ucranianos (V)

Não está claro para onde vão as tropas russas

Não está claro para onde vão as tropas russas

Sugestão: HMS Tireless

A credibilidade de Vladimir Putin é um farrapo. Eu não tenho motivos para acreditar nas suas palavras quando garante não ter planos de invadir, anexar parte da Ucrânia ou desmembrar o país. Mas, quem sabe, não haja uma meticulosa estratégia de longo prazo. A crise é volátil, oportunidades se apresentam, assim como os perigos. Dizem que o Afeganistão foi o Vietnã dos soviéticos no final dos anos 70, enquanto a Ucrânia pode ser agora o Iraque dos russos. Ocupação é um cenário penoso. Nem na sua suprema fantasia, Putin acredita que os tanques serão recebidos apenas com flores.

O custo de ocupação é muito alto. Nem dá para comparar com o que aconteceu na Crimeia, que realmente foi um passeio para os russos. Portanto, ocupar o leste da Ucrânia não é plano C, pois não irão se repetir as condições da Crimeia e está ausente o fator surpresa. Pode ser o B? Sim, desde que Putin não consiga garantir alguns interesses estratégicos básicos, como manter a Ucrânia fraca, dividida e incapaz de pender definitivamente para o lado ocidental (aliás, por si, o país consegue esta façanha). Não interessa ao Kremlin uma degringolada ucraniana ou uma guerra civil. Aliás, a quem interessa? Apenas a grupos ultranacionalistas ucranianos ou russos.

Algo mais plausível é uma intervenção militar cirúrgica para conseguir objetivos limitados, como dar um recado, testar o Ocidente ou assegurar os setores mais inquietos da minoria étnica russa no país. A possiblidade desta intervenção ganhou um senso de urgência com o anúncio das autoridades interinas ucranianas nesta terça-feira do início de operações militares contra militantes pró-russos que ocuparam edifícios públicos e delegacias policiais em cidades do leste do país. Até onde for possível, os russos irão operar em uma área cinzenta de intervenção, permitindo ao Ocidente, especialmente a relutante União Europeia, se eximir de uma resposta vigorosa.

Para Moscou melhor concretizar os objetivos com uma campanha de desestabilização, embora seja hilário os russos tentarem convencer o mundo de que não estão envolvidos diretamente na agitação e tomada de edifícios públicos em cidades do leste ucraniano, como Putin fez na segunda-feira em mais uma conversa telefônica com Barack Obama.

O essencial para Putin é influenciar o processo antes das eleições gerais de 26 de maio, tendo poder de veto sobre alguns desfechos ou condições de dissuadir politicos, como a veterana e ladina candidata Yulia Tymoshenko, a ter uma postura mais palatável aos interesses do Kremlin. A ocupação de setores urbanos no leste do país empreendida por ativistas pró-russos, que podemos chamar de informal, embora orquestrada por Moscou, aumenta o poder de barganha de Putin com qualquer governo que emergir em Kiev das eleições de maio (e esperamos que haja este governo).

A ideia de mais autonomia para o leste ucraniano (assim como para o sul) em tese é razoável diante da complexidade étnica do país e a profunda afinidade da região com a Rússia. O problema é se esta dinâmica não é conduzida pelo governo central em Kiev. Não cabe a Moscou ditar regras sobre a “federalização” do país vizinho. A situação é tão frágil e desesperadora para as autoridades de Kiev que o presidente interino Oleksandr Turchynov jogou um balão de ensaio para um referendo nacional sobre maior autonomia regional.

A ironia é que Putin fala agora em projeto de federalização na Ucrânia, mas sua gestão tem sido marcada pelo tarefa ferrenha de desmantelar a estrutura federal russa para centralizar o poder em Moscou. Desde que assumiu o comando há 14 anos, Putin canalizou a arrecadação tributária para Moscou, limitou a autoridade local ao escolher candidatos para governos  regionais e recorreu a métodos brutais para conter rebeliões separatistas no Cáucaso.

Para Putin, o que é bom para a Ucrânia não é bom para a Rússia.

Fonte: Veja

16 Comentários

  1. Putz, a Veja fazendo um texto moderado? Que universo é esse e o que fizeram com a Veja?

    Agora falando sério, muito bom e balanceado o texto, concordo com ele. Um intervenção total seria certamente um tiro no pé, no máximo haveria um bombardeio a posições de forças ucranianas caso a coisa descambasse para uma guerra civil a lá Balcans.

    • É Lucas mas segundo alguns “entendidos” o autor (Caio Blinder) seria um “Parvo a serviço do State Department” e que a verdade estaria apenas na Redecastor…rs!

  2. Article is written by a man who apparently lives overseas and doesn’t understand the history of Ukraine and Russia
    a couple of facts
    the Government in Kiev? what Government? which using besporâtkov seized power? well according to Amenrikancev it is ligitimno
    but these pigs shot in the and the police-but accused the Golden Eagle
    about Crimea-interesting Amenikancy in shock as without BOM and shooting people had opted to join Russia? and Yes, Western politicians say that the referendum was held under gun-Hmm tactic of double standards
    well, everyone can see the results of American democracy-Libya, Iraq, Afghanistan, Egypt-thank you do not

    Here’s a video of the Crimea at gunpoint there of Russian troops, the people were forced to vote:)-clear this will not show on American and European channels

    video-http://www.youtube.com/watch?v=IHJZ1Y_Vr7g

    on the East of Ukraine and Russian agents))) it is clear that in the West of Ukraine when smashed and killed people this peaceful people
    and to the East is the Russian agents))))))

    about Putin’s fellow United States-the more you talk, the more the aggressor that he will support

    _____________________________

    Artigo escrito por um homem que aparentemente vive no estrangeiro e não entende a história da Ucrânia e da Rússia
    um par de fatos
    o governo em Kiev? que governo? que usando o poder de besporâtkov apreendido? de acordo com Amenrikancev, é ligitimno
    Mas esses porcos atirou na e a polícia- mas acusou a águia dourada
    sobre a Crimeia-interessante Amenikancy em choque como sem BOM e fotografar pessoas tinha optou por se juntar a Rússia? e sim, os políticos ocidentais dizem que o referendo foi realizado sob arma-Hmm tática de duplicidade
    Bem, todo mundo pode ver os resultados da democracia americana-Líbia, Iraque, Afeganistão, Egito-agradecer não

    Aqui está um vídeo da Criméia apontada lá das tropas russas, as pessoas foram forçadas a votar:)-claro que isso não vai mostrar nos canais americanos e europeus

    http://www.youtube.com/watch?v=IHJZ1Y_Vr7g

    sobre os leste da Ucrânia e da Rússia agentes))) é claro que, no oeste da Ucrânia quando bateu e matou pessoas, este povo pacífico
    e a leste é os agentes russos)))

    about Putin’s fellow United States-the more you talk, the more the aggressor that he will support

    • eu acredito no rustam !!! essa revista veja entende nada sobre nada de coisa nenhuma
      e além de tudo a revista é alinhada com interesses anglo sionistas em que o hms tiraleite faz parte ou acha que faz!!!!
      eu não entendo como tem gente que tem assinatura desse lixo de revista veja!!!

      • Pé de Cão, sua paranóia com sionistas é tão grande que daqui a pouco você vai dizer que o padre é sionista apenas porque usa solidéu…rs!

      • solidéu é o nome daquela touca rsrsrs ,vivendo e aprendendo ,mas eu não confundiria um padre por apenas a parte do solidéu !!!!caro tiraleite
        e nada muda o fato que os estados unidos seguem o lob sionista .

      • Quem tem “touca” é o saci, meu caro… 🙂

        Leia Monteiro Lobato… um grande autor para crianças… e adultos também… ajuda a iluminar espíritos na escuridão da ignorância… saudações…

    • Vendendo seu peixe , compreendo a posiçao do rustam , afinal o cara depende do dinheiro russo para viver , ele em muito lembra os trolladores brasileiros do bolsa lan house , fazer oque, o rustam precisa comer,beber e se vestir , ja estamos acostumados com as suas interpelaçoes SEM interesses COMERCIAIS ,kkkkkkk, #comico

      • teropode 15 de abril de 2014 at 22:49
        Vendendo seu peixe , compreendo a posiçao do rustam , afinal o cara depende do dinheiro russo para viver , ele em muito lembra os trolladores brasileiros do bolsa lan house
        ________________________________

        Sim, você está certo))) Eu sou um agente da KGB e da GRU and’m atividades subversivas no Brasil)))))))))))))))))))))))

  3. Gosto dos comentários do Caio Blinder desde o Pasquim,+ acredito, no outro jornalista iankss q disse: Q esse movimento de desestabilização da Ucrânia foi patrocinada pelos iankss/ue, cia(a central internacional de atrocidades.) e fugiu de controle.Talvez, os Russos desejem ter de volta KIEV como nos tempos da ex-URSS, + isso eu ñ acredito, considerando os custos militares e o pouco à ganhar. E um pais tampão é do interesse dos Russos p guardar suas fronteiras,daí eu acreditar em uma solução negociada, p mitigar à perda da Crimeia ..Torço p isso.Quem viver verá.Sds.

  4. Esse é o Caio Blinder.

    Homem de uma nota só.

    Incapaz (ou não pago), para produzir análise conjuntural dos fatos que reflitam a realidade, segue a manada do besteirol em forma de artigo.

    E já começa na primeira linha: “Eu não tenho motivos para acreditar nas suas palavras quando garante não ter planos de invadir…”.
    Quem tem o mínimo de senso e procura acompanhar de fato os motivos que levam a atual situação na Ucrânia sabe que, desde o início, o que a Rússiea fez foi deixar bem claro que estaria disposta a ir a guerra se suas demandas na Ucrânia não fossem atendidas. E se as palavras de Putin não foram claras o bastante, aquele contingente estacionado próximo a fronteira e as reações frente a movimentação de unidades militares da OTAN na região já deveriam ter deixado isso claro.

    Em seguida ele apela a semântica com um jogo de letras (plano B, plano C), tentando afirmar que a “ocupação” do leste da Ucrânia não será igual a “ocupação” da Criméia, e que pode custar muito caro a Rússia (vai ser o Iraque da Rússia). Ora, a população da Criméia usou um artifício criado no ocidente para dizer o que queria (referendo popular), e é isso que a UE e os EUA não engolem, principalmente depois que os índices de participação no pleito foram divulgados. Bom ou ruim, foi a população local que escolheu seu destino. Mas, segundo as potências ocidentais isso não vale porque eles não puderam participar do processo, daí toda a retórica criada sobre a ilegitimidade do evento que estaria sendo controlado pela Rússia.

    Mais adiante afirma que “Algo mais plausível é uma intervenção militar cirúrgica para conseguir objetivos limitados, como dar um recado, testar o Ocidente…”. A Rússia não está testando o ocidente. Ela esta afirmando que, se continuar a ocupação daqueles grupos de extrema direita no governo ucraniano ela vai interferir. E que vai ser a guerra. Não há teste nenhum aqui e suas ações são prova disso. Quem está de fato pisando em ovos é a UE que, sem estar realmente unida em torno de um projeto político próprio, é obrigada agora a seguir as diretrizes dos EUA que, por conta da péssima equipe que está no Departamento de Estado, tem tomado medidas hilárias como suspender vistos e cartões de crédito de indivíduos podres de ricos da Rússia, mas sem a minima coragem ou capacidade de adotar nada que realmente pressione o governo russo. E ainda querem chamar isso de sanção. Aliás, a poucos dias o JP Morgan, em atitude unilateral, congelou uma transferência bancária feita pelo governo russo, afirmando que estava se baseando nas normas estabelecidas para sanções contra a Rússia. O Lavrov deu uma declaração fortíssima contra a instituição e sua atitude. Resultado: o Departamento de Estado forçou o JP Morgan a liberar a operação financeira!

    Quem está realmente sendo testado? Link abaixo.
    http://exame.abril.com.br/economia/noticias/jpmorgan-autoriza-transferencia-de-dinheiro-russo
    http://www.saladenoticias.net/?p=88952

    Aliás, Caio Blinder tenta jogar para o outro lado a definição de “ultrnacionalista”, que até o momento é associada ao grupo que tomou o poder na Ucânia: “Não interessa ao Kremlin uma degringolada ucraniana ou uma guerra civil. Aliás, a quem interessa? Apenas a grupos ultranacionalistas ucranianos ou russos.”
    Claro que, seguindo o raciocícnio de Blinder, aquele grupo de pacifistas que agrediram ontem a noite dois candidatos a presidência depois que falaram a imprensa, fazendo suas campanhas políticas, não devem fazer parte de grupos ultrnacionalistas. Segue link.
    http://portocanal.sapo.pt/noticia/23054/
    http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/04/futuro-candidato-presidencia-da-ucrania-e-agredido-em-kiev.html

    Ainda, segundo Caio Blinder, a Rússia deve apertar o passo em direção da ocupação da Ucrânia já que, em suas palavras: “A possiblidade desta intervenção ganhou um senso de urgência com o anúncio das autoridades interinas ucranianas nesta terça-feira do início de operações militares contra militantes pró-russos”.

    O que ele não diz, e nem poderia pois colocaria sua retórica em ruínas, é que a ordem pública na Ucrânia já está em frangalhos, por isso a tentativa de intervenção nos distúrbios no leste do país. O problema é que, nas palavras do próprio autoproclamado presidente ucraniano, Oleksandr Turchynov, ao parlamento que ele não respeita: “…para alcançar o sucesso teria de renovar o corpo de segurança da própria zona de ação, porque muitos dos oficiais de polícia compartilham os valores que a autonomia regional demanda e reconhecimento da língua russa como oficial.”.

    E o que faz um presidente que não confia em suas forças policiais? Usa o tolo discurso em que incita parte da população a se rebelar frente ao resto que tem tomado postos do serviço de segurança: “Ele convidou os seguidores do ‘Euromaidan’ que se manifesta desde domingo nas proximidades do Parlamento, exigindo uma ação mais decisiva por parte das autoridades no leste do país.”. Segue link.
    http://actualidad.rt.com/actualidad/view/125301-turchinov-ucrania-inicio-operacion-donetsk

    Isso é governar um país Caio Blinder?

    Isso é tentar tomar uma atitude racional que anule a postura russa de ir a guerra, onde o maior prejudicados certamente será a população sob sua responsabilidade?

    Não. Isso é coisa de quem está intimidado. Colocar a bandeira em frente ao rosto e sair gritando “pela pátria”. É a burrice a serviço da idiotia.

    E nos últimos dois parágrafos, como não poderia deixar de ser, Caio Blinder volta a usar a velha retórica do medo, insinuando que Putin é um déspota esclarecido. Só mais do mesmo disco quebrado da retórica tosca que a resvista Veja tenta, a duras penas, manter viva em seu público.

    A verdade sobre as ações de Putin (e da Rússia) nos últimos anos é bem simples e, creio eu, demonstrada em um velho ditado: ruim com ele, pior sem ele.

    Não há mais espaço hoje para demagogos como Caio Blinder que, sentados a milhares de kilômetros das “áreas quentes” do globo, exercitam sua arrogância intelectual, ignorando fatos que afetam cotidianamente as pessoas e tentando destruir qualquer forma de ação que seja contrária ao seu “estabelecimento da verdade”.

    Caio Blinder é mais um representante da vanguarda do atraso que assola esse início de século.

    • ROberto CR:

      Acho que você se acostumou tanto com a retórica dos textos ideologicamente viciados e maniqueístas da Redecastor que qualquer texto dissonante você já tenta confrontar com um pensamento furiosos mas que não alcança seu objetivo senão vejamos:

      – Você acusa Caio Blinder de andar em um nota só mas é você quem faz isso em seu texto. E a sua nota é a seguinte “Nazistas financiados pela UE e pelos EUA deram um golpe de estado na Ucrânia e destituíram um governo democraticamente eleito apenas porque era aliado russo e queria estreitar os laços com Moscou”. Nada mais falso. As manifestações foram originárias da insatisfação popular com o (des)governo corrupto e incompetente de Yanukovich. O conto da carochinha segundo o qual um movimento financiado de fora fez o serviço é conversa para boi dormir.

      Tal como na Ucrânia os protestos que tomaram conta do Irã em 1978/79 e do Egito em 2011 foram oriundos exclusivamente da insatisfação do povo. Entretanto nesses dois países os religiosos, que eram os únicos movimentos organizados, terminaram por canalizar a insatisfação e se apropriar do movimento, algo que os neonazistas estão tentando fazer na Ucrânia. Cabe ao governo central impedir isso.

      – Você acha plausível que a Rússia tenha “demandas”na Ucrânia? E se os EUA, a Argentina ou Zamunda tivessem “Demandas a serem atendidas” no Brasil, você iria ficar quieto?

      – Quanto à ação do JP Morgam e a reclamação de Lavrov, você apenas está a superestimar as capacidades russas sem se atentar para as consequências de endurecimento inadivertido de atitude teria no mundo. Mais Redecastor impossível seu pensamento.

      – Por fim, qualquer um que tenha uma noção mínima de democracia sabe que Putin é, sim um déspota. Sugiro você estuder mais sobre como funciona uma democracia…..

      • Eis o verdadeiro homem de uma nota só: RobertoCR… CR deve ser de: Credito no Redecastorphotoshop… 🙂

      • Pois eh, se posicionar como um defensor da moralidade,do positivamente correto ,somente quando se trata das açoes dos americanos , a turma se prontifica, mas quando açoes que contrariam estas posiçoes vem do ORIENTE , a turma muda o discurso , de duas uma: ou sao uns trolls ou muito cara -de-paus, verdadeiros entreguistas capachos do oriente !

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