Putin ameaça cortar gás da Ucrânia e diz que Europa pode ser afetada

Rússia cobra 2,2 bilhões de dólares em fornecimento de gás do novo governo em Kiev. Otan acusa existência de até 40 mil soldados russos na fronteira ucraniana.

Em carta endereçada a 18 líderes europeus, o presidente Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira (10/04) que a Rússia pode cortar parcial ou completamente o fornecimento de gás à Ucrânia e disse que isso pode afetar indiretamente também o fornecimento à Europa.

Putin afirmou que o grupo russo de energia Gazprom pode ser forçado a exigir da Ucrânia o pagamento adiantado do gás natural fornecido ao país. Caso a Ucrânia não pague, os fornecimentos de gás seriam interrompidos parcial ou completamente. Além disso, a Rússia cobra da Ucrânia 2,2 bilhões de dólares relativos a gás já fornecido.

“Sem dúvida, é uma medida extrema”, afirmou o líder russo. Ele insinuou que, se tiver o próprio fornecimento cortado, a Ucrânia pode desviar para si parte do gás destinado à Europa que passa por território ucraniano. Putin sugeriu medidas urgentes, porque, segundo ele, a situação não suporta uma espera mais longa, acrescentando que a Rússia e os “parceiros europeus” devem trabalhar juntos para sanar os problemas econômicos da Ucrânia.

A Rússia cobre cerca de 30% da demanda de gás natural da Europa, e a metade do gás que vende para a União Europeia passa pela Ucrânia.

O presidente russo calculou que seu país “subsidiou” a economia ucraniana nos últimos quatro anos com um total de 35,4 bilhões de dólares em descontos nos preços do gás. Além disso, afirmou que Moscou também havia concedido à Ucrânia em dezembro passado um empréstimo de 3 bilhões de dólares, enquanto os europeus apresentaram apenas “cartas de intenções”.

Recentemente, Moscou suspendeu os descontos para o fornecimento de gás aos ucranianos. O governo de transição do país, entretanto, não aceita uma renegociação.

Os Estados Unidos condenaram duramente as ameaças, afirmando que Moscou tenta utilizar a energia como uma “ferramenta de coerção” em sua disputa com a Ucrânia.

Otan acusa tropas russas perto da Ucrânia

A Otan mostrou em sua sede em Mons, na Bélgica, imagens de satélite da área de fronteira russo-ucraniana em que podem ser vistos veículos blindados e de transporte, além de helicópteros do Exército russo. Entre 35 mil e 40 mil soldados russos estariam na região em mais de uma centena de bases, segundo a aliança militar transatlântica.

O chefe de gestão de crises da Otan, brigadeiro-general Gary Deakin, disse que as unidades estavam prontas para serem colocadas rapidamente em marcha. Ele falou também numa ameaça à Ucrânia, mesmo que as intenções dos russos não sejam conhecidas.

MD/afp/rtr

Fonte: DW.DE

15 Comentários

  1. Opinião de quem não intende,a RUSSIA esta se reorganizando superando a crise que os obrigou a baixar a cabeça por algum tempo,riquezas e inteligencia sabemos que são possuidores,a intenção de Putin é clara unir novamente a União Sovietica e acreditem ou não o presidente da Ucrania vai virar governador,e a unica coisa que Putin tem de fazer é feixar a torneira e esperar a temperatura baixar,e ninguem na Europa,ou na america vai fazer alguma coisa e o Brasil que se cuide pois o Putin das America tambem sonha em fazer de nosso presidente um governador vai ser mais dificel devido as dimensões do Brasil,e ao patriotismo do povo brasileiro sem contar com a lealdade de nossos politicos.

  2. Putin à União Europeia: “Negociem! Se nããããão…”

    Hoje cedo postei a carta que Putin enviou aos chefes de Estado de 18 países que compram gás da Rússia. Não tive tempo para comentar naquele momento, então comento agora.

    Em minha opinião, a Rússia está respondendo ao ataque iminente pelos neonazistas no leste da Ucrânia e à decisão, tomada pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa [orig. Parliamentary Assembly of the Council of Europe (PACE)], de bater “na cara” da Rússia. O que Putin está fazendo é introduzir a primeira, das várias armas que a Rússia tem para usar: energia e dinheiro.

    O que Putin está dizendo basicamente ao ocidente é: “ou vocês sentam, engolem essa sua estúpida resolução PACE e vêm negociar conosco, ou estarão mergulhados em dor, muita dor, em breve”. Sob o pretexto de negociar gás, Putin está forçando a Europa a negociar o futuro da economia ucraniana; e essa negociação, por sua vez, significa negociar o futuro político da Europa.

    Reduzida ao núcleo mais duro, a carta de Putin disse à União Europeia: aceitem a Federalização da Ucrânia ou deem adeus a 30% da energia que recebem. Como corolário, pode-se ler também: pôr-se como capacho dos EUA é livre, mas custa caro.

    A União Europeia terá de ser *MUITO* cuidadosa, agora que a Rússia já está bem visivelmente posicionada para responder a crise gravíssima: Putin já comunicou ao seu governo que é muito provável que desapareçam todos os suprimentos que a Ucrânia fornece à Rússia. Há dois níveis nessa mensagem: um, menos importante, no qual o presidente informa ao Ministério russo que o país tem de preparar-se para produzir localmente o que, até hoje, foi possível comprar da Ucrânia, por preço barato. Todos perceberam esse nível da mensagem, mas não é o mais importante.

    O que realmente importa é que Putin, basicamente, disse aos ucranianos: “todos devem esperar rompimento total de todos os contratos e acordos entre o que resta da indústria ucraniana e nós, a Rússia”. Pode ser uma espécie de sentença de morte para o único setor da economia da Ucrânia que ainda dá lucros.

    Putin passa agora a observar o que acontecerá nos próximos dias (ataque ou não); observará o que vem do ocidente (negociações ou não). Mas, a menos que os tarados em Kiev e os palhaços no ocidente resolvam levá-lo a sério e venham para a mesa de negociações, Putin, sim, vai pôr abaixo o que restou da economia ucraniana.

    O movimento desencadeará pânico imediato das agências de risco e dos mercados, ante o calote ucraniano.

    Nesse ponto, espero reação muito forte dos economistas e bancos ocidentais, os quais – não tenho qualquer dúvida – entenderam claramente a mensagem de Putin. E eles, muito provavelmente, aplicarão pressão gigantesca sobre os políticos na União Europeia e até nos EUA. Os EUA talvez se sintam protegidos, “porque” a crise seria “só” europeia. Mas, se se considera o quanto os EUA estão pesadamente investidos na Europa, qualquer um vê que a crise não é nem jamais será “só” europeia.

    Há risco real de efeito dominó para o resto da União Europeia, se algum dos membros mais frágeis – Portugal, Irlanda [Itália], Grécia, Espanha [os chamados países (ing.) PIGS] quebrar.

    A França está essencialmente falida; o risco de a Rússia alterar o regime de fornecimento/pagamento pelo gás é, sim, risco realmente grave para todas as economias ocidentais.

    Que ninguém se engane: disparar uma crise econômica na Europa absolutamente não serve a nenhum dos principais objetivos dos russos. De fato, o resultado será gravemente prejudicial para a Rússia. Mas, se o preço é esse, não cabe nenhuma dúvida de que os russos, se não forem ouvidos, sim, farão exatamente o que estão dizendo que farão.

    Atualmente, a posição “ocidental” para a Ucrânia é simples: nada de negociações; e total apoio aos nazistas no poder. A Rússia não pode aceitar essa posição, a menos que decida pelo suicídio como nação.

    O ocidente, ao adotar esse encaminhamento estúpido – falando francamente, esse encaminhamento tresloucado –, empurrou o “urso russo” do provérbio para um beco. Agora, queira ou não, o urso está obrigado a lutar com dentes e garras, e a abrir caminho para a própria salvação. Não há nem jamais houve “estratégia” mais burra, para enfrentar bicho grande. Sobretudo se for um grande urso forte, solto e livre.

    http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/04/putin-uniao-europeia-negociem-se-naaaaao.html

    • É bom lembrar também que a população alemã já está pra lá de cansada de financiar a estrutura econômica européia.

      Não sei quanto tempo pode durar o apoio ao governo de Merkel se a maior parte do custo financeiro para ajudar a Ucrânia sair, novamente, do bolso do contribuinte alemão.

      • Eu também tenho me questionado isso, será mesmo que há vontade política da Alemanha e em menor parte da França, de continuar custeando e arcando com os custos de incluir esses países do leste europeu a estrutura da UE? Até quando haverá a tolerância popular para com tal, ainda mais em tempos de maior austeridade? Medidas como essas de arcar com custos de outros e grandes e longos empréstimos podem se tornar suicídio político.

  3. Amigos,

    Se a Russia o fizer; se cortar mesmo o gás para os ucranianos e colocar a Europa sob risco, dará voz as ramificações políticas mais radicais entre os europeus e americanos… Mesmo para os moderados, isso poderá ser visto como o “grandão judiando do pequeno”. A condenação mundial será instantânea. Quem não condenar a atitude russa, no mínimo se omitirá…

    E as consequências finais podem ir muito além de uma crise econômica para os russos. É uma questão de sobrevivência da própria economia da Russia, pois se é uma verdade que os russos podem gerar tremendos problemas aos europeus ( e, por tabela, aos americanos ), também é verdade que o ocidente pode destroçar a economia russa no longo prazo, minando os esforços russos de investimento fora de seu eixo de influência imediato e retirando seus próprios investimentos do país, além de fechar seu mercado consumidor ao produto russo.

    No que tange especificamente aos europeus, esse tipo de medida somente vai pressiona-los a buscar alternativas energéticas no Oriente Médio e África, deixando a Russia de lado; Russia essa que é dependente do que exporta e do que importa dos europeus.

    Será que os russos tem estomago para deixar de exportar seu gás e outros produtos aos maiores mercados consumidores do mundo e amargar o prejuízo?

    Se os russos forem espertos, aproveitam a atual vantagem e fazem o seu melhor para manter a situação no atual estado e buscam uma saída diplomática para deixar a Ucrânia fora da OTAN. Se os russos se sentarem na mesa com esses termos, de prometer não intervir nos negócios ucranianos sob a promessa desse país não se filiar a OTAN e manter-se neutro, então creio que se chegará a um ponto de convergência com o Ocidente. Caso contrário, se os russos resolverem radicalizar e insistirem na linha dura, vão somente enrijecer as atitudes dos países ocidentais, que agora, mais do que nunca, não podem simplesmente deixar a Ucrânia a míngua… Afinal de contas, a situação já foi longe demais para que o ocidente permita uma atitude russa mais incisiva sem a devida retaliação no campo econômico e diplomático…

    Se os russos realmente chegarem a invadir a Ucrânia, coisa que pode realmente acontecer, poderá haver um distanciamento diplomático e econômico muito maior do ocidente com a Russia, o que colocará também pressão em todos os países importantes do ocidente ( incluindo o Brasil ) por uma definição. Em suma, isso tudo poderia precipitar uma nova divisão mundial, na qual os russos somente perderiam a longo prazo.

    Mesmo uma aliança mais profunda com a China não resolveriam os problemas russos no longo prazo, pois esse país simplesmente não está preparado para substituir o mercado consumidor europeu e americano… E apesar de serem detentores de uma industria ávida por petróleo e gás, resta saber como os chineses reagiriam a uma entrada maior de produtos manufaturados russos em seu território, haja visto isso abrir uma concorrência com o produto chinês em seu próprio solo.

    • Esse são os fatos e não a piração na batatinha dos esquerdalhas russófilos… por mais que esperneiem, os fatos são os fatos… que paguem para ver, VERMElhinhos… rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs… qndo um observador astuto como vc, caro amigo, gasta seu tempo analisando os fatos e não fazendo propaganda politico-ideológico, a verdade aparece límpida e cristalina frente ao amontoado de sandices que figuras menores nascimortas tentam aglomerar para chamar atenção para sua óptica deturpada da realidade… parabéns… saudações…

      • parabéns caro _RR_, muito bom sua analise.

        creio eu ser apenas um blefe do putin, ele mais do que ninguém sabe que seria o fim da Russia, economicamente.

      • caio,

        Aí é que está… Pelo pouco que entendo dos russos, eles não são de blefar… Quanto decidem por algo, costumam levar adiante.

  4. RR Russia e China são paises que ja viveram isolados do mundo e sobreviveram sera que a Europa tem condições de resistir ao isolamento destes dois paises,quem tem mais condições de sobreviver a Europa sem a energia fornecida pelos Russos,ou os Russos e Chineses com o isolamento promovido pela Europa qual entregaria os pontos primeiro AMIGO NÃO SOU ENTENDIDO DO ASUNTO MAS AO MEU VER OS RUSSOS JOGARAM A LINHA E JA FISGARÃO O PEIXE SÓ FALTA CANSAR O BIXO E PUCHAR PRO BARCO É A MINHA OPINIÃO MAS POSSO ESTAR ENGANADO .

    • luiz anselmo pias perlin,

      A URSS é prova maior que país algum sobrevive se não for capaz de competir em todos os campos econômicos… E para competir, deve haver inovação tecnológica e, principalmente, mercado consumidor… Sem esse ultimo item, a economia simplesmente não cresce e não se tem verdadeiro desenvolvimento. E isso não se consegue isolado nos dias de hoje.

      Mesmo a China teve que abrir-se para o mundo e inserir-se nele, caso contrário poderia ter tido o mesmo final econômico da URSS.

  5. Você não estão entendendo nada. Não é uma ameaça de corte, mas uma cobrança de dívida: a Ucrânia recebeu gás, usou e não pagou.
    Ora, ora, não haverá por parte do FMI um empréstimo ponte para a Ucrânia? Pois… Putin quer que o recurso sirva para pagar a Gazprom. A Rússia vem sustentando a Ucrânia nestes últimos vinte anos, agora sinaliza que a Europa terá que dividir a conta, afinal eles iniciaram a bagunça, não é mesmo?

    É aquela velha história… As pessoas se esquecem que a Rússia, hoje, é capitalista. Muito capitalista…

    • Faz sentido… quem deve tem que pagar… mas há outras maneiras… os russos mesmos já estiveram na bancarrota… sabem que quem deve precisa de tempo e estabilidade política para pagar e eles não estão ajudando nesse quesito… então, deve ter algum caroço nesse angu… e o nome do caroço é a política expansionista putiniana saudosa dos tempos da URSS…

  6. Vocês não estão entendendo nada. Não é uma ameaça de corte, mas uma cobrança de dívida: a Ucrânia recebeu gás, usou e não pagou.
    Ora, ora, não haverá por parte do FMI um empréstimo ponte para a Ucrânia? Pois… Putin quer que o recurso sirva para pagar a Gazprom. A Rússia vem sustentando a Ucrânia nestes últimos vinte anos, agora sinaliza que a Europa terá que dividir a conta, afinal eles iniciaram a bagunça, não é mesmo?

    É aquela velha história… As pessoas se esquecem que a Rússia, hoje, é capitalista. Muito capitalista…

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