Umkhonto, Barak e MicaVL fora da futura corveta da Marinha do Brasil (MB)

Umkhonto, Barak e MicaVL fora da futura corveta da Marinha do Brasil (MB)

Umkhonto-no-NAe-São-Paulo

Através de diversas notas exclusivas Alide vem nos últimos meses acompanhando a evolução contínua do programa CV3 da Marinha do Brasil para a definição e o desenvolvimento das novas corvetas derivadas do casco da Barroso. Até aqui, uma das variáveis mais críticas ainda em aberto era justamente o sistema de misseis antiaéreos que virá a ser empregado na nova classe.

ALIDE apurou junto a suas fontes que a Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha descartou três sistemas de mísseis da corrida: o sul-africano Umkhonto, o israelense Barak e o francês Mica VL para ficar um “shortlist” com apenas o sistema Evolved Sea Sparrow Missile (ESSM) da Raytheon americana e o Sea Ceptor do braço britânico da MBDA.

Espaço sempre foi uma questão muito crítica neste projeto uma vez que a nova corveta desloca cerca de 2400 toneladas e seu casco tem uma boca de apenas 13 metros. Este é um navio bem menor que as fragatas da classe Niterói e, mas assim mesmo, por determinação do Estado Maior da Armada deverá ter uma tripulação relativamente grande para os navios do seu segmento.

A vantagem inicial do sistema Barak, especialmente devido ao seu lançador ser o mais compacto, acabou não sendo suficiente para reproduzir na Marinha do Brasil o sucesso recente do sistema israelense na modernização das Type 22 da Marinha do Chile. O Umkonto da Denel apresentava como ponto a seu favor, o fato desta indústria sul-africana já ser uma parceira importante do Brasil no programa A-Darter, míssil que armará os futuros caças Gripen da FAB. Finalmente, foi justamente a escolha do caça sueco em vez do Rafale francês (que usa ao MICA como míssil de defesa aproximada) o que provavelmente causou o desinteresse da Marinha pelo MICA VL.

O Evolved Sea Sparrow

O RIM-162 ESSM é um derivado moderno do clássico sistema de defesa antiaérea naval americano RIM-7 Sea Sparrow. O ESSM foi desenvolvido pela US Navy e por nove dos onze países da NATO SeaSparrow Consortium: marinhas da Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Grécia, Holanda, Noruega, Portugal, e Turquia. Escal é sempre uma vantagem dos grandes programas americanos, em 2012 a empresa comemorou a entrega do 2000º míssil ESSM e o executivo Ed Roesly, então Diretor do programa na Raytheon Missile Systems contou que:”Nós já entreguamos ESSMs há uma década, e esperamos ter uma linha de produção ativa para além de 2017″.

Atualmente a Marinha do Brasil depende para a defesa aérea das fragatas da Classe Niterói do sistema Aspide, outra evolução italiana do Sea Sparrow original. É interessante notar que os lançadores Albatros dos Aspide usados nas Niterói são a versão italiana do lançador americano Mk.29 da Raytheon, o qual mediante uma atualização pode receber o ESSM no lugar dos Sea Sparrow. Se isto for verdadeiro para os Albatros também as Niterói poderia potencialmente ser equipados com o ESSM no final de sua vida útil além das corvetas.

O ESSM é aerodinamicamente bem distinto do seu predecessor apesentando um sistema de guiagem na cauda e asas estreitas ao longo do comprimento da fuselagem do míssil o que lhe garante uma grande manobrabilidade contra mísseis antinavio independentemente se eles vem rente ao mar ou em uma trajetória terminal vertical. Lançado verticalmente de diversos modelos de VLS como o lançador contyeirável MK 29, o MK 41 VLS, o MK 57 VLS, o MK 48 Guided Missile VLS, e o MK 56 Dual Pack ESSM Launching System. Uma grande vantagem do ESSM é que ele pode ser acomodado até quatro mísseis por tubo do VLS fazendo que mesmo um navio de pequeno porte possa carregar muitos mísseis para pronto emprego de uma só vez.

MBDA Sea Ceptor

Este sistema de defesa naval da gigante pan-europeia MBDA é parte da família CAMM (Common Anti-Air Modular Missile). Nesta família o Sea Ceptor é o modelo de defesa naval, uma versão lançada de terra para a defesa de bases aéreas e de unidades móveis do Exército, ambos os modelos devem estar operacionais até 2016. Existe ainda o potencial de se desenvolver uma versão ar-ar através de pequenas alterações técnicas para poder substituir mísseis como o onipresente AIM-9 Sidewinder. O envolvimento profundo da FAB no programa A-Darter, no entanto, torna esta última vantagem da família CAMM menos atraente no caso específico do Brasil. As Forças Armadas britânicas geraram este requerimento e estão adotando todos seus variantes objetivando extrair vantagens logísticas através de uma maior escala de produção e da padronização de meios militares entre as suas forças individuais. O argumento da MBDA é que esta padronização reduzirá todos os custos futuros de manutenção e modernização dos sistemas.

O alcance do Sea Ceptor é de 25km contra alvos existentes atualmente e contra aqueles que devem entrar em serviço em breve. Este conta com um sistema compacto de datalink bi-direcional que faz o míssil poder ser usado, não apenas contra aeronaves, mísseis, helicópteros e UAVs mas, também contra pequenos alvos na superfície como patrulheiros e lanchas. A MBDA prevê que configurações quadruplas do míssil padrão da família pode ser disparado indistintamente desde VLS americanos como o MK-41 ou de lançadores verticais Sylver que primariamente usados para a família Aster. Criado desde o início para ser integrado a uma grande variedade de radares 2D e 3D além de sensores óticos o míssil inglês dispensa o uso de radares de acompanhamento de alvos. Para reduzir as demandas sobre as plataformas de lançamento o Sea Ceptor usa o sistema a frio do tipo “soft launch” sendo guiado na sua trajetória por um radar ativo instalado no bico. A Royal Navy usará este míssil para substituir os antigos Sea Wolf na modernização de meia vida das fragatas Type 23 e os usará também nas novas fragatas Type 26, ora em desenvolvimento. A Marinha Neo-Zelandeza já anunciou que será o primeiro cliente de exportação do Sea Ceptor planejando coloca-lo no lugar dos Sea Sparrows do VLS Mk. 41 de suas duas fragatas ANZAC (MEKO 200ANZ).

Participação da indústria brasileira

Qualquer programa de defesa nacional segundo a Estratégia Nacional de Defesa exige a participação da indústria local de defesa e deve deixar um legado de transferência de tecnologia que alavanque as capacidades futuras da nossa indústria neste segmento. O player ou os dois players locais envolvidos ainda não estão totalmente claros, mas como a Avibras exibiu ativamente o sistema CAMM durante a LAAD do ano passado isso a coloca como a provável parte nacional do grupo do Sea Ceptor. Nesta concorrência não é obrigatória (como é no Prosuper) que a seleção de um parceiro nacional seja feita pela empresa detentora da tecnologia. Isso abre a possibilidade que este sócio local só venha a ser selecionado independentemente pela Marinha numa fase posterior à escolha do sistema de mísseis. Sabe-se, no entanto, que a americana Raytheon não estaria pré-associada à Odebrecht/Mectron nem a qualquer outra empresa de engenharia nacional, mas que neste momento ela negocia com um dos “suspeitos de sempre”… Façam suas apostas!

Fonte: ALIDE 

7 Comentários

  1. por LUCENA
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    Se houver transferência de tecnologia e em especial ao código fonte,será muito bom para MB.

    • concordo ,pois depois do que a frança fez com a argentina ,código fonte significa que você tem uma arma efetiva ,caso contrario você tem apenas um brinquedo controlado por outros !!!!

  2. Eu estava torcendo que o Denel Umkhonto seria o escolhido para as futuras VC Barroso,mais depois dessa notícia é bem capaz que o vencedor seja o Sea Ceptor já que como todos sabemos os americanos certamente não vão transferir a tecnologia do ESSM para o Brasil. Mais eu acharia melhor se o Brasil procurasse uma solução domestica na forma de uma versão VL do A-Darter em conjunto com a Denel que se chamaria (Sea A-Darter). Exemplos de mísseis ar-ar que seus fabricantes desenvolveram depois versões superfície-ar como o VL MICA, Iris-T,Spyder ,RAM e etc.

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