‘Hackers’ derrubam sites da Otan em meio à tensão na Crimeia

Grupo ‘cyber-berkut’ diz que ataques cibernéticos foram feitos por ‘ucranianos patriotas’. Parte dos serviços já foi restaurado

Reuters

Hackers derrubaram vários sites públicos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), disse a aliança neste domingo (16), no que parece ser a mais recente escalada cibernética devido às tensões crescentes sobre a Crimeia.

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Chanceleres da Otan se reúnem em Bruxelas, Bélgica (arquivo)

 

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A porta-voz da aliança ocidental, Oana Lungescu, disse no Twitter que os ciberataques, que começaram na noite de sábado (15), continuaram neste domingo, embora a maioria dos serviços já tenha sido restaurado, agora.

“Isso não impede a nossa capacidade de comandar e controlar nossas tropas. Em momento algum houve qualquer risco para nossas redes confidenciais”, disse outro funcionário da Otan.

O principal site público da Otan que publicou uma declaração do secretário-geral Anders Fogh Rasmussen dizendo que o referendo de domingo sobre o status da Crimeia violaria o direito internacional e não tinha legitimidade, funcionou de forma intermitente.

O chamado ataque DDoS – “negação distribuída de serviço”, quando hackers bombardeiam sites com solicitações que fazem com que eles fiquem lentos ou caiam, também atingiu o site de um centro de segurança cibernética, uma afiliada da Otan, na Estônia. A rede de e-mails não-confidenciais da Otan também foi afetada.

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Um grupo que se autodenomina “cyber-berkut” disse que o ataque foi realizado por ucranianos patrióticos, irritados com o que eles consideram uma interferência da Otan no seu país. A reivindicação feita no site www.cyber-berkut.org não pode ser verificada de forma independente. “Berkut” é uma referência às temidas e atualmente desfeitas, tropas de choque, usadas pelo governo deposto do presidente ucraniano pró-Rússia, Viktor Yanukovich.

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Soldado armado, provavelmente russo, anda perto de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye (9/3). Foto: Reuters
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O especialista em guerras cibernéticas, Jeffrey Carr, descreveu em um blog sobre os ataques, o grupo cyber-berkut, como convicto defensor de Yanukovich e um “grupo ‘hacktivista’ (hackers ativistas) pró-Russia, que está trabalhando contra a independência da Ucrânia.”

Lungescu tomou conhecimento da declaração do “grupo de hacktivistas” mas disse que devido às complexidades envolvidas em atribuir os ataques, a OTAN não pretendia especular sobre quem foi o responsável ou seus motivos.

“Cutando Areia”

John Bumagarner, diretor de tecnologia da Unidade de Consequências Cibernéticas dos EUA, um instituto de pesquisa, sem fins lucrativos, disse que a evidência inicial sugere fortemente que esses ataques cibernéticos foram lançados por simpatizantes pró-russos.

“Podemos equiparar esses ataques cibernéticos contra a Otan como jogar areia no rosto de alguém na praia,” ele disse.

Ataques cibernéticos aos sistemas de computação da Otan são comuns, mas um funcionário da Otan, que falou sob a condição de anonimato no domingo, disse que esse tinha sido um sério ataque online. Ian West, diretor do centro de defesa cibernética da OTAN em Mons no sul da Bélgica, disse no ano passado que os sistemas de detecção de invasão de rede da OTAN, lidam com cerca de 147 milhões de “eventos suspeitos” diariamente, e teve cerca de 2.500 ataques sérios aos seus computadores confirmados no ano passado.

A tensão entre Moscou e o Ocidente vem aumentando continuamente, desde que a Rússia interveio, depois da expulsão de Yanukovich. Sites ucranianos e russos tem sido alvo de ataques cibernéticos nas últimas semanas e esse parece ter sido o primeiro grande ataque a um site ocidental desde o início da crise.

Suspeita-se que hackers russos usaram ataques DDoS para paralisar sites e serviços na Estônia em 2007, durante uma disputa sobre um memorial de guerra e contra a Georgia, durante a sua breve guerra com e Rússia, em 2008. Moscou negou ter orquestrados esses ataques, dizendo que eles foram simplesmente realizados por patriotas independentes.

O cyber-berkut, que alguns especialistas acreditam que podem ser associados à inteligência russa, publicou seu comunicado em russo em vez de em ucraniano.
Fonte: Último Segundo

4 Comentários

  1. por LUCENA
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    Os russos em matéria de combate virtual sempre demostraram que sabem muito bem onde atacar na rede,foi assim na invasão da Georgia.
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    Aliás os russos e os chineses sempre usaram as redes do tio Sam como play-graund para seus garotos (hackers) se divertirem..rsrsrsr
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    Quem não se lembram da devassa que os chineses fizeram na rede de segurança da vaca-sagrada;onde o premio nobel da paz de 2009 e a sua hipocrisia,arrotaram puritanismo barato contra as bisbilhotice dos chineses na terra do pato Donald ? … 😉

  2. na verdade a matéria que li no terra dizia que eram nacionalistas ucranianos ,mas precisamente os policiais militares do choque do governo ucraniano que foram destituídos de seu cargo ,os russos com certeza estão apoiando
    aqui no brasil a onu que é um escritório imobiliário dos yanke , já pediram para o brasil acabar com as forças de policia militar ,pois sabem que elas seguram a onda da baderna que eles querem promover pelo mundo vide nsa
    o governo brasileiro mesmo sendo notificado engavetou o pedido da onu ,mas esses americanos querem interferir com o andamento pacifico da nossa nação
    na ucrania eles fizeram o que querem fazer aqui depois de colocar um governo fantoche no lugar , já destituiram todos da força de segurança do pais
    e agora querem fazer uma guarda nacional de nazistas
    na ucrania o mais correto depois da russia anexar a crimeia seria uma guerra civil para tomar a capital do pais ,pois esses nazistas não representam nem 2 por cento do povo ucraniano ,controle de pragas é isso que um estado deve fazer

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