Em discurso diante do Parlamento, o presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, avisou que existe uma “séria ameaça” de separatismo no país.
Seu comentário foi feito em meio à contínua resistência de regiões ucranianas onde vivem grupos étnicos russos em aceitar o novo governo em Kiev. Na península da Crimeia e em outras áreas pró-Rússia, protestos vem sendo realizados contra a deposição do ex-presidente Viktor Yanukovych.
A resistência nestas regiões do país se sustenta na forte oposição do governo russo às mudanças ocorridas na Ucrânia. O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, disse na última segunda-feira que os membros da nova administração federal conduziram uma “revolta armada” na Ucrânia.
Já o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, desaconselhou que outros países busquem “vantagens unilaterais” na Ucrânia e afirmou que a “política de não-intervenção” da Rússia seria mantida.
Turchynov afirmou que se encontrará com oficiais da polícia para discutir os protestos e o risco da divisão do país em dois. Ao mesmo tempo, adiou a formação de um governo de união nacional para a próxima quinta-feira para que seja possível fazer novas consultas sobre o assunto.
Braço-direito
A declaração de Turchynov ocorre dois dias após ele ser nomeado presidente interino pelo Parlamento. Turchynov teve um papel importante, apesar de discreto, nos protestos contra Yanukovych. Em fevereiro, promotores anunciaram que ele estava sendo investigado por ajudar na organização de “forças de defesa” dos manifestantes.
Assim como todos os políticos das principais forças de oposição, Turchynov não inspira total confiança e respeito dos manifestantes que se reúnem na Praça da Independência, ponto nevrálgico dos protestos em Kiev.
Turchynov é considerado o braço-direito da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko. Ele é vice-líder do partido de Tymoshenko, o Pátria, e construiu uma carreira política intimamente ligada à de sua aliada. A cooperação entre os dois data de meados dos anos 1990.
Esses laços despertam receios em ativistas pró-democracia ucranianos de que a ascensão ao poder de Turchynov abra caminho para o retorno de Tymoshenko.
Elite
A ex-primeira-ministra foi condenada por abuso de poder em 2011 e presa por ordens do ex-presidente Yanukovych, seu rival. A prisão foi vista por muitos como uma vingança do presidente agora deposto. Os críticos de Tymoshenko a acusam de fazer parte da mesma elite política e econômica de Yanukovych. Ambos são da cidade industrial de Dnipropetrovsk, no leste do país, onde fala-se predominantemente o russo.
Nascido em 1964, Turchynov estudou metalurgia e se envolveu pela primeira vez com a política como membro do Komsomol, divisão do Partido Comunista Sovitético formada por jovens. Nesta época, ele se uniu à Plataforma Democrática, uma ala do partido que buscava uma reforma democrática da URSS e que liderou as primeiras movimentações soviéticas rumo ao pluralismo político.
Em 1993, Turchynov passou a ser o conselheiro econômico do então primeiro-ministro Leonid Kuchma, que depois viria a assumir a presidência. No mesmo ano, foi um dos fundadores do partido de centro-esquerda Hromada. Logo Tymoshenko se juntou a Tymoshenko, uma magnata que buscava ampliar sua influência na política. Turchynov foi eleito pela primeira vez para o Parlamento em 1998.
Mas o partido Hromada acabou quando um de seus líderes, o ex-primeiro-ministro Pavlo Lazarenko, fugiu para os Estados Unidos em 1999, depois de ser acusado de roubar grandes somas de dinheiro durante sua gestão, entre 1996 e 1997.
Revolução Laranja
Turchynov e Tymoshenko fundaram, então, o partido Pátria, que tornou-se um dos principais pilares da oposição ao então presidente Leonid Kuchma e de seu sucessor, Yanukovych.
Em 2004, Turchynov ajudou a administrar a campanha do lider da oposição, Viktor Yushchenko, que acabou derrotado por Yanukovych segundo a contagem de votos oficial. No entanto, houve denúncias de fraude a favor de Yanukovych, o que deu início à Revolução Laranja.
Após os protestos de 2004, Yushchenko e Yulia Tymoshenko assumiram o poder como presidente e primeira-ministra, respectivamente, e Turchynov foi nomeado líder da agência de segurança doméstica da Ucrânia, a SBU, que assumiu o lugar da agência russa, a KGB.
Turchynov assumiu a missão de reformar o órgão. Prometeu que não o usaria como uma arma contra oponentes políticos, dando fim às escutas ilegais, o que resgatou a confiança da população do país na agência.
Mas ele perdeu o cargo após sete meses, quando Yushchenko entrou em atrito com Tymochenko, que foi deposta do cargo de primeira-ministra. Turchynov voltou ao governo como vice-primeiro-ministro quando Tymoshenko voltou ao poder, entre 2007 e 2010.
Durante a atual crise política ucraniana, Turchynov já havia sido nomeado presidente do Parlamento e primeiro-ministro interino. Depois que o ex-presidente foi deposto pela maioria dos votos parlamentares, Turchynov foi alçado à posição de presidente interino da Ucrânia.
Julgamento
Sob a liderança de Turchynov, a grande maioria do parlamento votou a favor do julgamento do ex-presidente Viktor Yanukovych pela Tribunal Penal Internacional (TPI), sob a acusação de que ele se envolveu em “crimes graves”.
O ex-presidente é acusado de ser responsável pela morte de mais de cem pessoas durante os confrontos violentos entre a polícia e manifestantes ocorridos no país ao longo de sua crise política. Os parlamentares também querem que o ex-ministro do Interior, Vitali Zakharchenko, e o ex-promotor-geral, Viktor Pshonka, sejam julgados.
Mas o país não é signatário da convenção do tribunal. Segundo a correspondente da BBC em Haia, Anna Holligan, o TPI não aceitaria automaticamente um caso trazido pela Ucrânia. O tribunal só é usado em último caso, quando um país não pode ou não está disposto a realizar o julgamento.
De acordo com um porta-voz do TPI, os Estados só podem pedir à corte para investigar uma série de eventos, não um indivíduo em particular. A decisão de processar esta pessoa tem de partir de um promotor do TPI.
Um mandado de prisão foi expedido em nome de Yanukovych, que está desaparecido desde a semana passada. Relatos dão conta que ele foi visto em Balaklava, na península da Crimeia, no domingo passado.
Eleições
As novas eleições presidenciais foram marcadas para 25 de maio. Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição, confirmou que será candidato. Ele enfrentará Mykhaylo Dobkin, chefe da administração regional da cidade de Kharviv, que apoiava o ex-presidente Yanukovych.
“Está em curso um ataque aos direitos da população que fala russo e estão sendo adotadas leis que ameaçam todos aqueles que não aceitam o fascismo e o nazismo”, disse Dobkin ao explicar porque decidiu ser candidato.
Um porta-voz de Yulia Tymoshenko disse que ela ainda não decidiu se concorrerá.
“Está em curso um ataque aos direitos da população que fala russo e estão sendo adotadas leis que ameaçam todos aqueles que não aceitam o fascismo e o nazismo”, disse Dobkin ao explicar porque decidiu ser candidato. ===== Tymoshenko está mt certa em ñ pagar essa pato ,e destruir se carisma;essa canoa tá furadissima. Se a Ucrânia ñ pagar o q deve , terá o seu gás cortado, e o subsidio acabou ou chegará ao fim.Como a UE ñ vai dar grana p socorre-los , só os parcos U$700 milhões de dólares. e como os Russos cortou à ajuda de U$15 bilhões de dólares,importância bem >, alguém vai ter q pedir arrego, e ou implementar medidas extrema/ duras , impopulares e c mt perda de empregos,quebra de empresas…q Deus os ajude.Sds.
Tomara que não, mas se tratando de Europa, separatismo e dissolução de países é algo recorrente por lah.
A Otan irá anexar a Ucrânia?
Com uma oposição aliada a neo nazi-fascistas e uma indústria que inegavelmente precisa da Rússia para sobreviver, levar a Otan até os limites da fronteira russa vale todo o caos na Ucrânia?
A eterna “terra de fronteira”, a Ucrânia é disputada pelos países da OTAN (esq.) e pela Rússia (dir.)
Qualquer um que acredite que Washington está profundamente enamorado pela “democracia” na Ucrânia, devem ir ao site do eBay, onde as armas de destruição em massa de Saddam Hussein foram encontradas e estão à venda pela maior oferta.
Ou preste atenção às “negações sem negar” da administração Obama, que diariamente jura que não há um retorno à Guerra Fria – nem guerra entre terceiros – na Ucrânia. Em resumo, a política bipartidária de Washington quanto à Ucrânia sempre foi anti-Moscou. Isso significa mudança de regime sempre que necessário. Como a União Europeia (UE), não passa de um anexo da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) – geopoliticamente falando –, o que importa é a Otan estender suas fronteiras até a Ucrânia, ou, pelo menos, até o oeste da Ucrânia – o que serviria como um valioso prêmio de consolação.
Isso é um jogo militarmente centrado. A lógica de todo o mecanismo decidido, em última análise, em Washington, não em Bruxelas. É sobre a expansão da Otan, não “democracia”. Quando a neoconservadora funcionária do Departamento de Estado, Victoria Nuland, teve recentemente seus 15 segundos de fama, o que ela quis realmente dizer era “Nós somos a Otan, F***-se a UE”. Assim sendo, não é surpresa nenhuma que haverá nessa quarta-feira (26) uma reunião de emergência da Otan com seus respectivos ministros da Defesa, em Bruxelas, centrada na Ucrânia. Ninguém nunca vai ler sobre isso na mídia corporativa dos EUA, ou até em artigos acadêmicos – o professor de Harvard, Francis Boyle, falando com a Voz da Rússia ou o recente artigo para o The Nation, do professor de Princeton, Stephen Cohen, são raras exceções.
Qualquer analista informado sabe que o grande arquiteto dessa “política”, desde a década de 1970, é Zbigniew “O Grande Enxadrista” Brzezinski. O Dr. Zbig foi o mentor do presidente Barack Obama em Columbia e é o Talleyrand (diplomata francês famoso por seu instinto de sobrevivência política) da máquina de relações exteriores da administração Obama.
Ele pode ter se tornado mais manso nos últimos tempos, dizendo que apesar dos EUA dever permanecer a potência suprema por toda Eurásia, a Rússia e a Turquia devem ser seduzidas pelo Ocidente. No entanto, sua histórica russofobia nunca diminuiu.
A “Santa” Yulia está de volta
Como o mundo se encontra (novamente) no caminho para a mudança de regime na Ucrânia, não chega a ser tão ruim o investimento de apenas cinco bilhões de dólares – valor que a própria Nula voluntariamente juntou -, comparando com outras pródigas aventuras no estrangeiro de Bush e Obama, do Afeganistão ao Iraque para a Síria. Mas grandes obstáculos se encontram à frente.
Os habitantes geração Google – possivelmente mais progressista, assim como alguns raivosos de direita – do oeste da Ucrânia e em Kiev, parecem gostar da ideia de que o país, com uma mudança de regime, ser aceito como um membro da UE; já que irão conseguir um passaporte da UE e encontrar um bom trabalho na Europa, assim como fizeram os encanadores poloneses e os gerentes de restaurante romenos.
Bem, na realidade, não. Se eles apenas pudessem embarcar em uma aeronave da EasyJet, enxergariam com seus próprios olhos o que está acontecendo no sul da Europa, ou até mesmo em Londres, todos terrivelmente assustados com a horda de europeus do Leste chegando para roubar seus empregos.
Quanto aos ultranacionalistas e publicamente neofascistas – totalmente anti-UE – a única coisa que eles querem saber é de se livrar do abraço do Urso Russo. E depois o que?
No ardor ocidental pela “democracia”, é muito fácil esquecer que os ucranianos do oeste do país foram alinhados com Hitler contra a União Soviética. São os seus descendentes que foram para a linha de frente no núcleo pesado da violência na semana passada. E o Setor Direito ainda insiste que eles irão continuar a “protestar”. Nesse sentido, talvez não sejam os fantoches favoritos de Washington; são apenas, momentaneamente, úteis bodes expiatórios.
Quanto à antiga primeira-ministra Yulia Tymoshenko – agora elevada no Ocidente ao status de uma Madre Teresa loira –, ela chamou os protestos da Praça Maidan (Independência) de “liberadores”. Eles poderão até mesmo se libertar dela – após a incrivelmente corrupta “Santa” Yulia concorrer à presidência em maio.
A Ucrânia que funciona – no leste e ao sul – é feito de províncias historicamente russas, pense na Carcóvia, no Mar Negro e na Crimeia. O PIB do país está em cerca de 157 bilhões de dólares. Isso é um quinto comparado ao da Turquia (que pode vir a se tornar o próximo Paquistão). Assim como está, a Ucrânia não possui nenhum valor econômico real para o Ocidente (muito menos ainda caso se torne a próxima Síria). A única parte “positiva” seria a OTAN alcançar, de maneira torta, seu objetivo estratégico.
Qualquer um que acredite que uma União Europeia atolada em crises irá tirar a Ucrânia de seu próprio caos econômico poderia novamente entrar no leilão da eBay pelas armas de destruição em massa do Saddam Hussein. Ou alguém consegue imaginar o Congresso norte-americano entregando 15 bilhões de dólares para aliviar a dívida externa da Ucrânia como Moscou fez em dezembro passado? Isso sem mencionar a redução na importação de gás.
Diga olá para o meu míssil Iskander
A pergunta de “multibilhões de dólares” agora é o que o presidente russo, Vladimir Putin, fará. Alguém deve estar rindo muito pelos corredores do Kremlin.
Para começo de conversa, Putin irá decidir se compra ou não os eurobonds ucranianos – valendo 2 bilhões de dólares – após um novo governo assumir em Kiev. Tal governo não vai conseguir absolutamente nada de Moscou até que prove que o novo regime vai dançar com a música, sob o interesse de manter o país unido.
A “santa” Yulia, por sinal, foi primeiramente presa por conta de um acordo sobre o gás que foi negociado – em desvantagem – com Moscou. Indo diretamente aos fatos: a Ucrânia não pode sobreviver sem o gás natural russo e a indústria ucraniana não pode sobreviver sem o mercado consumidor russo.
Quem quiser, pode misturar todas as variações de Revolução Laranja, ou Tangerina, ou Campari, ou Tequila Sunrise, e jogar dentro dos requisitos para correção do FMI de “ajustamento estrutural” – mas esses fatos não irão mudar. E esqueça sobre a UE livrando a cara da Ucrânia.
A gangue da revolução alaranjada – dos mestres aos servos – pode ainda apostar na guerra civil, ao estilo Síria. Vislumbres de anarquia – provocados por neofascistas. Cabe aos ucranianos rejeitá-los. Uma boa solução seria um referendo. Deixe a cargo das pessoas escolherem uma confederação, uma divisão (correrá sangue) ou manter o status quo.
Esse seria um cenário possível: o leste e o sul da Ucrânia se tornando parte da Rússia novamente, e Moscou certamente aceitaria. E a Ucrânia Ocidental seria pilhada, bem ao estilo capitalista, pelas corporações financeiro-mafiosas do Ocidente – enquanto ninguém ganha qualquer passaporte da UE. Quanto à Otan, eles conseguem suas bases, “anexando” a Ucrânia, mas também ganham – de camarote – a visão dos mísseis russos super precisos, os Iskander.
Parabéns ao “avanço estratégico” de Washington.
Sebastopol é uma importantissima base aero-naval Russa eu duvido que a OTAN vai levar essa e pago pra ver se a Russia entrar na Ucrania se a OTAN vai peitar.
O que a Europa Ocidental e os EUA fazem é isso imflamarem póvos para derramarem o proprio sangue por puro interesse se eu fosse o Putin invadia a Ucrania e dava uma banana pra eles e o povo Ucraniano que se ferra-se.
Eles não pensam no povo pensam apenas em interesses proprios e atraz dessa mascara democratica embutem seus objetivos.
1maluquinho,
Uma invasão a um país soberano é tudo o que os russos não precisam agora, pois isso invariavelmente reconduziria a um rearmamento da Europa e uma ampliação da presença dos EUA no continente, em direção ao leste… Seria uma volta a Guerra Fria, com a diferença de que não tem mais Pacto de Varsóvia ( e o escudo que os países do leste representavam ) e muito menos as bases econômicas da URSS…
Se a Ucrânia decidir seguir os passos da UE, então creio que não haverá muito que os russos possam realmente fazer; tal como aconteceu com os Países Bálticos ( todos membros da OTAN )…
“se eu fosse o Putin invadia a Ucrania e dava uma banana pra eles e o povo Ucraniano que se ferra-se.”
Que comentário infeliz! Como um cidadão tem coragem de escrever uma besteira dessas!!!
Isso é puro recalque e inveja dos americanos.
O cara torce por uma guerra com milhares de mortes só pq sua vontade foi contrariada. Que fanatismo estúpido, que só reflete a burrice e a intolerância desses comunistas de Mcdonalds.
Defender a Rússia é defender o capitalismo selvagem e a corrupção extrema, é exatamente o oposto de se defender o socialismo ou comunismo. Embora eu não goste da veja ela estava completamente certa quando disse que muitos brasileiros tem inveja dos EUA.
Incrível! A Rússia se afunda na própria incompetência política e diplomática e as pessoas insistem em culpar os EUA.
Sempre as mesmas bobagens…
Provavelmente os russos irão fazer mais chantagens e ameaças fazendo com que o povo ucraniano se revolte contra eles ainda mais. Como eu já disse antes: se os russos continuarem com essa diplomacia burra e agressiva serão isolados do mundo cada vez mais.
“Eles não pensam no povo pensam apenas em interesses proprios e atraz dessa mascara democratica embutem seus objetivos.”
Como você tem coragem de desejar uma guerra e ainda dizer que eles não pensam no povo? Parece que eles pensam mais no povo do você?
Quem está fazendo a revolução é próprio povo, que sabe muito bem o que é melhor para eles.
Vai se acostumando, Piradinho, ainda veremos os russos quebrarem a cara muitas vezes e com certeza eu vou rir muito do seu recalque.