Emergente ‘da vez’, México levanta debate sobre crescimento

Pablo Uchoa

Da BBC Brasil em Washington

Atualizado em  25 de fevereiro, 2014 – 05:41 (Brasília) 08:41 GMT
Transporte de cargas no México (Reuters)Ante previsão de expansão da economia, México virou menina dos olhos de analistas de América Latina

Um país que está “fazendo a lição de casa”, na expressão preferida do mercado; que deve se beneficiar diretamente da recuperação da economia americana nos próximos anos e que está menos atrelado à desaceleração chinesa; e que por isso se tornou a menina dos olhos dos analistas de América Latina.

Nadando contra a maré de emergentes que vêm desapontando o mercado, a economia do México tem suscitado entusiasmo apesar de ter crescido apenas 1,1% no ano passado, o pior desempenho desde 2009.

Ainda assim, analistas acreditam que o país terá resultados melhores que seus vizinhos latino-americanos neste ano e no próximo. As apostas são de uma taxa de crescimento de pelo menos 3% em 2014, aproximando-se de 4% em 2015.

As projeções ficam bem acima das que o mercado reserva para o Brasil. Segundo o último boletim Focus, do Banco Central, o setor privado espera expansão de 1,7% e 2% para a economia brasileira neste ano e no próximo, respectivamente.

Já a América Latina como um todo deve crescer 3% e 3,3%, ainda segundo os cálculos do FMI.

“Acreditamos que existem boas razões para crer que (o México) será a estrela da América Latina nos próximos anos”, analisou a consultoria Capital Economics, de Londres, para quem o crescimento mexicano será de 4% ao ano no próximo biênio.

Reformas

O entusiasmo com a economia mexicana vai na rabeira da recuperação da economia dos EUA, principal parceiro comercial do México.

Números que serão divulgados na próxima sexta-feira devem indicar que o PIB americano cresceu a uma taxa anualizada de 2,5% no último trimestre, segundo o mercado.

Mas há outros fatores que contribuem para o otimismo. Comparado a Peru, Chile e Colômbia – economias exportadoras de matérias-primas que também devem crescer acima da média regional latino-americana –, o México está muito pouco atrelado à economia chinesa, atualmente em fase de esfriamento.

No médio e longo prazo, o país deve colher os benefícios de um pacote de reformas aprovado pelo governo do presidente Enrique Peña Nieto.

Entre elas está a do setor energético, que passará a permitir o investimento estrangeiro em uma área altamente estratégica para o país (atraindo US$ 1 bilhão por mês para a economia mexicana, segundo o banco JP Morgan). As mudanças também afetam legislação trabalhista, financeira e de telecomunicações.

Enrique Peña Nieto, presidente do México (Reuters)Pacote de reformas de Peña Nieto deve dar frutos no médio e longo prazo

Analistas calculam que, com elas, o PIB potencial mexicano – a capacidade da economia de um país de crescer sem gerar inflação – salte para perto de 4%, dos atuais 2-3%.

Por esta razão, a agência de classificação de risco Moody’s elevou no início deste mês a qualidade da dívida mexicana. “A aprovação de uma agenda ampla de reformas (…) reflete vontade política para enfrentar problemas estruturais de longo prazo”, disse a Moody’s.

Para a consultoria Economist Intelligente Unit, a aprovação das reformas no primeiro ano da gestão Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional, contrasta com 12 anos de paralisia em dois governos do centro-direita Partido da Ação Nacional.

Ambos as siglas, e mais o Partido da Revolução Democrática, se uniram em um “Pacto pelo México”, que possibilitou a passagem das leis.

Sem esconder o entusiasmo pelas reformas, a revista Time dedicou sua capa ao presidente Peña Nieto, afirmando que o líder mexicano está “salvando” o país.

‘Tirando atraso’

Porém, nem todos os economistas estão deslumbrados com o desempenho da economia mexicana.

Laura Carlsen, diretora de Américas do Centro para Pesquisa e Política Econômica (CEPR, na sigla em inglês), organização com sede em Washington, acredita que o México está apenas tirando o atraso de anos de crescimento insuficiente, enquanto outros países emergentes gozavam de uma expansão mais expressiva.

Entre 2001 e 2013, a média anual de crescimento do PIB mexicano foi de 2,1%, segundo a Moody’s.

Uma avaliação do CEPR atribui ao Nafta – bloco econômico norte-americano integrado por México, EUA e Canadá, que completou 20 anos neste mês – parte do desempenho ruim da economia mexicana nas duas últimas décadas.

Nesse período, a economia mexicana ficou em 18ª colocação entre 20 países latino-americanos pelo critério de crescimento da renda per capita (o Brasil ficou em 13º). O PIB per capita mexicano subiu 18,6% em duas décadas, cerca de metade do aumento da renda regional, apontou o CEPR.

Os níveis de pobreza em 2012 – 52,3% da população mexicana – permaneciam no mesmo patamar de 1994, o que na prática significou um aumento numérico de 14,3 milhões de pobres em 20 anos.

Para o centro de estudos, o desemprego de 5% (comparado a 2,2% em 1994) “subestima seriamente” a deterioração no mercado de trabalho, que viu a perda de 300 mil empregos formais e o aumento de um 1 milhão de empregos informais.

“Hoje o México está melhor que os Brics, o que é uma grande mudança. Mas esse melhor crescimento mexicano vem após duas décadas de crescimento medíocre”, disse Carlsen à BBC Brasil, falando por telefone do México.

“Então agora que outros países estão começando a desacelerar, o México mal está começando a tirar o atraso.”

Modelo questionável

“As estatísticas de expansão econômica e de comércio não estão diretamente ligadas ao bem-estar da população. O crescimento é necessário e o México precisa crescer mais e gerar mais empregos, mas a distribuição e a desigualdade são um grande problema”

Laura Carlsen, diretora de Américas do Centro para Pesquisa e Política Econômica

Para o CEPR, mais que uma questão de desempenho, o caso mexicano levanta um debate sobre modelos de crescimento. Diferentemente do Brasil, que se ancorou no consumo interno – e agora se defronta com o esgotamento do modelo –, o México olhou para fora e buscou se apoiar no livre comércio.

Além de assinar o Nafta, o país integra a aliança de países latino-americanos com saída para o Oceano Pacífico.

Mas “as estatísticas de expansão econômica e de comércio não estão diretamente ligadas ao bem-estar da população”, argumenta Carlsen. “O crescimento é necessário e o México precisa crescer mais e gerar mais empregos, mas a distribuição e a desigualdade são um grande problema.”

O programa mexicano de distribuição de renda – Oportunidades – veio antes do Bolsa Família, mas nunca foi tão abrangente quanto a sua versão brasileira, ela explica.

“Faltou uma política integrada de desenvolvimento nacional. O país passou a se apoiar unicamente no mercado internacional, que é chamado de livre, mas na verdade é altamente manipulado por algumas poucas corporações”, critica Carlsen.

Com as boas perspectivas do México para os próximos anos, concomitante a uma desaceleração nos países que adotaram outros modelos de desenvolvimento, “já se ouvem vozes dizendo que isso é uma prova de que o modelo mexicano de livre comércio funciona”, diz a pesquisadora.

“Isso é ridículo. Durante todo o tempo em que o México crescia a metade do que os outros países latino-americanos cresciam, ninguém queria associar isto ao fato de que o México tinha um modelo de livre comércio, e que outros países estavam mitigando esse modelo.”

Fonte: BBC Brasil

34 Comentários

  1. ” Diferentemente do Brasil, que se ancorou no consumo interno – e agora se defronta com o esgotamento do modelo –, o México olhou para fora e buscou se apoiar no livre comércio.”

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!

    Volto depois!

    “As estatísticas de expansão econômica e de comércio não estão diretamente ligadas ao bem-estar da população.”

    PS: Desejo muita sorte ao povo mexicano…. porque eles vão precisar.

  2. O MODELO DE INCLUSÃO NO CONSUMO ESTÁ ESGOTADO?

    O que a classe média vais comprar em 20014?

    Bens Individuais:

    8,5 milhoões de viagens nacionais

    7,8 milhões de notebooks

    4,5 milões de tablets

    3,9 milhões de smartphones

    3,2 milhôes de viagens internacionais

    Bens Domésticos

    7,8 milhões de móveis para casa

    6,7 milhões de aparelhos de TV

    4,8 milhões de geladeiras

    3,9 milhões de máquinas de lavar

    3,0 milões de carros

    2,5 milhões de casas ou apartamentos.

    Toda hora você vê um economista um político da direita – ou na “nova política”, que anda de mãos dadas com ela – dizendo que o modelo de economia apoiado num forte consumo interno, pela inclusão crescente dos pobres em ascensão econômica está virtualmente “esgotado”.

    Aliás, no mundo em crise, chega a ser estranho que nossa imprensa viva chorando ao dizer que o crescimento do comércio foi “só” de 4,3% e outras coisas assemelhadas.

    Ontem, o Serasa Experian (não consta que seja uma empresa destinada a promover o populismo comunista) e o Datapopular divulgaram e evolução do que, com muito boa vontade, é chamado de classe média no Brasil, num critério que, vá lá, define quem apenas saiu da pobreza.

    os resultados, que você vê no gráfico abaixo, não admitem discussão: em 2003, no início do Governo Lula, os pobres eram 49% da população. No ano passado, caíram para menos da metade: 24% do total. E, em 10 anos, a percentagem estará reduzida para apenas 9%.

    Esse mar de gente consome produtos, serviços e bens imateriais – arte, cultura, informação – aos bilhões e bilhões de reais.
    Você vê no gráfico lá de cima o que esta gente irá demandar em matéria de consumo.

    E não está na conta o que será comprado pelos grupos de maior renda, que também estão crescendo, o pouquinho que os mais pobres conseguem consumir e as exportações que um produção nesta escala permite ser competitiva.

    Quem é que pode dizer que um mercado assim está esgotado?

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=14273

    • Não adianta negarpetralha. O Esgotamento do modelo de consumo é um fato. E nãocusta lembrar que vocês nunca entenderam e jamais vão entender de economia.Como diria a saudosa Margareth Thatcher: “O Socialismo é bom até a horaque acaba com o dinheiro dos outros”

      No mais você apenas mostra mais uma vez aquilo que é ou seja, um infelizmilitante que faz tudo o que o partido manda, inclusive passar vergonha aqui. Muitos vêem em gente como você uma semelhança com os drones. Mas a única semelhança é que são controlados à distância. Ponto. Já as diferenças são todas. Um drone é comandado por um operador. Você, que tira gosto com calabresa frita e cachaça barata, é comandando por um dirigente que se farta com vinhos caros e comida de primeira nos melhores restaurantes. Um drone é um produto de alta tecnologia. Você é um produto de alienação ideológica barata.

      • Putz !!!… lavou a cara do PETRALHA, amigo… pena que o mesmo não tem vergonha em ser desmascarado… como vc disse, é só um militantezinho barato que não sabe de nada, nem sobre quem lhe mexe os fios de marionete… enquanto come farinha seus “donos” passam a caviar em restaurantes franceses… 🙂

  3. Quando o JP Morgan faz previsões de crescimento de um país é porque a sanha do pseudo mercado livre se prepara para a espoliação.

    Infelizmente a matéria não fala das ações que o governo local está tomando para melhorar a vida de seus cidadãos, a não ser a velha cantilena de alterar leis trabalhistas, financeiras, energéticas e de comunicações, coisa que se conhece bem através dos péssimos resultados que causaram ao Brasil.

    Mas é a estratégia do momento do grande capital internacional: demoniza um lado tentando conquistar o outro. Por isso estas patéticas comparações entre México e Brasil; a risível possibilidade de invasão da Austrália pela China; a “evidente” invasão da Ucrânia pela Rússia; a criação da Aliança do Pacífico, que é dada como maior do que o Mercosul, mesmo tendo seus integrantes quase indo as vias de fato por questões fronteiriças.

    E a manada segue alegremente o flautista.

  4. Há um livro de Érico Veríssimo – México, contando de sua estada naquele país, legal de se ler na beira da praia, em esperas de traslados de viagens etc. Totalmente desatualizado, entretanto um ótimo passatempo cultural. Mas, claro, tem quem prefira ficar brincando eternamente com a telinha do celular.


    Quanto ao México, esse grande país terceiro mundista violento e cheio de bandidagem histórica, e sua posição bem ao lado dos USA, acho um ótimo exemplo para nosso Brasil… Sobre o que temos de parar de fazer…

    Percebam que mesmo ele sendo encostado na mais poderosa nação do mundo, é um país subdesenvolvido, ou seja, não conseguiu tirar nenhuma vantagem desse rico fato fronteiriço.

    E o que isso tem a ver conosco… Nosso governo tem que virar as costas para seus vizinhos hispânicos, pois daí só vem bobagens e idiotices atravancadoras do nosso progresso e do deles.
    Acreditar que vamos crescer juntos é asneira.
    Os Estados Unidos, muito vivos e atentos quanto a negócios NO MUNDO TODO, jamais se deixaram cativar por esse vizinho pobre colado em sua fronteira sul (e oeste antigamente). Pelo contrário, até lhe conquistou um bom pedaço de território.
    E é essa lição que temos que aprender… negociarmos COM O MUNDO, e deixarmos de dar mole para nossa vizinhança.

    Ou alguém acredita que um Paraguai, Colômbia, Bolívia etc, vão se transformar em uma França ou Noruega, ao nosso lado?

    O caminho do Brasil se faz no mundo inteiro, e não na América Atrasada Latina e África Sem Rumo.

    É o que certos diplomatas brasileiros de burrice excêntrica deveriam atinar.

    Pode até ser mais fácil fazer negócios por aqui, fretes mais baratos por exemplo, mas isso é limitador eterno de nossa potencialidade.

    Como que a China está com produtos onipresentes no mundo?
    Só na base de preços baixos (com muito trabalho escravo)? NÃO.

    A carta na manga das formigas são mais duas coisas, além dos pequenos preços…
    #Desburocratização das vendas (o cliente não espera, comprou-levou).
    #Oferta de produtos (se não se pode inventar se copia, mas o cliente tem de tudo para escolher).

    Nosso país, tem que fazer uma remodelação na burocracia de comércio exterior e na sua tecnologia industrial.
    Nossa indústria exportadora precisa ter essa criatividade chinesa (de recriar do que já foi criado).
    Licença de exportação só para material militar. O resto o imposto de renda que resolva e arrecade.

    As nossas escolhas são:
    Continuaremos cheios de cuidados de negócios apenas com nossos vizinhos fronteiriço pobres e limitados, ou com o mundo todo?
    Mudaremos nossa burocracia freadora?
    Daremos um basta nesse Merrecosul?

    Ou continuará tudo do jeitinho que está em nosso país?
    Não sei quanto as reformas mexicanas, mas que nosso país precisa de reformas… Ahh! Precisa.

    • Oi ViventtBR

      Mas você não acha que o Canadá, e sua relação histórica com os EUA, seria justamente a prova de que o México foi preterido, descartado? Que os EUA poderiam ter realizado uma política de vizinhança similar com o México?

      • rsrsrsrsrsrsrs… viver de coitadismo não dá camisa a ninguém… produzam mais e estudem mais e serão maiores que os americanos… pena que quem governa esses países latinos não sabem como pensa um anglo-saxão… trabalho antes de diversão… aqui e no México a política de panes et circus vem primeiro… como então querer ser um país desenvolvido com essa mentalidade ???… ainda mais agora que vivemos de bolsas miséria e socialismo barato ???… sem chance… depois é fácil por a culpa nos yankes… falácia…

      • Olá RobertoCR,
        Sim, isso teria sido o ideal em termos de desenvolvimento humano integrador de povos.
        Porém, mais do que a divisão e diferença linguística dos mexicanos com os americanos e canadenses,acredito que os fatos históricos ocorridos no México no século IXX, solidificaram uma grande falta de confiança em seu equilíbrio político…
        …E, para contratos e acordos internacionais de longo prazo isso é extremamente desencorajador.
        Sds!

  5. Não esqueçam que as reservas de petroleo mexicanas são todas maduras.. as brasileiras ainda falta muito para atingir o pico de produção.

  6. PETROBRAS LUCRA R$ 23,5 BILHÕES. ISSO BASTA?

    Maior estatal brasileira apresenta resultados do quarto trimestre de 2013, superando expectativas do mercado; lucro da Petrobras alcançou R$ 6,28 bilhões no 4º trimestre do ano passado, uma alta de 85%, em relação ao três meses anteriores; lucro ao longo do ano representou alta de 11% comparado com 2012; também nesta terça (25), companhia relatou recorde de extração no pré-sal, mas papéis ainda fecharam em queda de 2% na Bolsa de Valores; resultados divulgados nesta noite mostram força da estatal; números serão suficientes para virar opinião fechada e pressão do mercado?
    25 DE FEVEREIRO DE 2014 ÀS 20:25

    247 – O lucro da Petrobras alcança R$ 6,28 bilhões no 4º trimestre de 2013, uma alta de 85% na comparação com o trimestre anterior. No ano passado, o lucro total da empresa foi de R$ 23,57 bilhões, uma alta de 11% em relação a 2012. As projeções para o último trimestre eram mais modestas. Se esperava que o lucro fosse de R$ 4,23 bilhões.

    Continua em http://www.brasil247.com/pt/247/economia/131445/Petrobras-lucra-R$–235-bilh%C3%B5es-Isso-basta.htm

    • Carlos Augusto
      26 de fevereiro de 2014 at 13:41

      Nascimento,
      assistindo o Bom Dia Brasil, com Mirian Leitão(26/02/14), ficou confirmado o que eu havia lhe dito, o Lucro de 23Bi da Petrobras foi com a inclusão de venda de equipamentos da mesma para países como Peru e Uruguai. Equipamentos estes que a Petrobras ira mais para frente repor, outro fato interessante que ela disse foi que se a Petrobras crescer a 7% neste ano estará alcançando o crescimento de 2011, então amigo nada esta tão florido como vc esta apresentando.

      • Eu também informava pelo noticiário do PIG.

        Mas, a paciência acabou quando a Globo noticiou o comício das Diretas Já! como sendo uma comemoração pelo aniversário da cidade de São Paulo. Enquanto isso nas ruas ecoavam os gritos de: “o povo não é bobo, abaixo à Rede Globo” como protesto.

        Quanto a Miriam Leitão! A dos tomates….. sem comentários… ela é motivo de piada na rede.

        Reconheço que há muito a fazer, e tem coisas que discordo neste governo. Mas daí noticiar diuturnamente o caos no país.

        Vai uma diferença muito grande

  7. Carnaval da oposição já entrou na quarta-feira de cinzas
    25 de fevereiro de 2014 | 12:37 Autor: Fernando Brito

    Estava tudo combinado.

    A inflação ia explodir, as contas públicas iam ruir, o dólar ia disparar, a inadimplência decolar, a Petrobras ia falir, porque os poços do pré-sal “vinham secos”.

    Tudo isso aí saiu, repetidamente, nos nossos jornais e nas palavras dos “sabidões” da mídia e do empresariado.

    Mas o problema é que a economia real se move – afetada, mas não invertida – apesar da mídia.

    Só que a inflação, apesar da estiagem, dá sinais de queda, a arrecadação de impostos é recorde – mesmo com desonerações de tributos para a produção de R$ 8,25 bi – e o dólar caiu até mais do que o adequado às exportações brasileiras.
    A Petrobras bate recorde sobre recorde no pré-sal – anote, em março tem outro, e bem maior, com mais um poço gigante funcionando – e vai continuar assim.

    E, para terminar, aí vem água pesada no Carnaval, para ajudar a exorcizar o fantasma de uma escassez de energia. Aliás, já bem mitigado pela correta estratégia do ONS de reter água no Sudeste e e ampliar a produção no Sul, onde a chuva já desaba hoje. Mas até o carnaval, tem água no Sudeste também, quem sabe aliviando a Cantareira, onde a água é menos da metade da das hidroelétricas do Sudeste e o Aécio não fala em “falta de planejamento“.

    Até a comissão de frente da direita, os insanos do Black Block, deu xabu e não arrastam mais que uns grupinhos para a avenida.

    (clique aqui para ver a “multidão” que o “Bloco Tucano” levou no sábado para a Praça da Sé, inclusive com direito a cervejinha grátis)

    E as pesquisas, ah, as pesquisas…Nem com sua boa vontade os institutos conseguem tirar Aécio Campos e Eduardo Neves – puxa, troquei, desculpem – e agora Marina candidata e Joaquim Barbosa no páreo passaram a ser as “esperanças brancas” da turma do “serve qualquer um, menos eles”.
    Claro que o Brasil está cheio de problemas, e imensos.

    A turbulência política e econômica que nos impuseram trouxe prejuízos imensos.
    Mas a força de um Brasil que decidiu crescer é tão grande que não são páginas de jornal e de revistas, em português ou em inglês, que anularão essa realidade.
    Ocultam, mas a verdade sai por debaixo delas.

    Mas o Governo brasileiro tem de parar de achar que vai vencer o “urubulismo” só com bom-mocismo.

    Tem de bater tambor, porque se depender da mídia, tudo vira, no máximo, “meia-boca”.

    Essa turma emenda toda boa notícia com um “mas”, “porém”, “entretanto”, “apesar” e por aí vai.

    E eles vão tentar de novo.

    Está difícil, mas vão.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=14577

      • PIB DE 2,3% FAZ ESTRANGEIRO TROCAR IRONIA POR REALISMO

        Terceiro maior crescimento de PIB entre 13 grandes economias muda para melhor humor de investidores sobre o Brasil; quem fazia piadinhas no início do ano, como Tony Volpon, da Nomura Securyties, agora descarta que país venha a ser rebaixado por agências de classificação de risco; “No quarto trimestre, volume de investimento surpreendeu”, disse ele; o mesmo que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dissera a investidores em Sidney, na semana passada;

        Brasil nunca blefou; Agência Reuters destaca que taxa de 2,3% surpreendeu mercado; país mostra mais uma vez que onda de pessimismo espalhada na mídia familiar não tem respaldo na realidade

        PS: Gostei da marchinha. Porém continuo vendo o copo meio cheio….

  8. Via ”BBC” …claro claro … Brasil ta quebrado .e o do Mexico virou pais de 1 mundo …..e quase um recado direto ao Brasil …”Ta vendo .. e assim q queremos q vc faça.. seguindo a risca nossos interesses …”’ …mais me poupem ne …o Mexico e seus”admiradores’ economistas de quinta e colunistas de revistas (principalmente Britânicas) ..deveriam focar e fazer comparações com a Argentina ..e n com o Brasil …. aos trancos e barrancos a Economia Brasuca vai sobrevivendo.e crescendo . o dia q o Mexico chegar a ter um PIB q corresponda a metade do nosso PIB .. ai poderemos discutir …
    Mexico e mais industrializado q o Brasil ?? n!..( n da nem pra comparar ne ….)
    as possibilidades q o Brasil oferece ,,… são infinitamente maiores q as q os mexicanos podem oferecer …e ja estão no limite …..
    Puro lobby e Marketing de economistas q querem ditar”moda” e impor ….”verdades” … e ate vender ”ilusões” .vender uma imagem de q o modelo adotado pelo governo mexicano q e de ter uma economia voltada .. dependente … submissa … as vontades e condições impostas pelo gov e indústria dos EUA e uma coisa boa e ”super vantajosa” ..quem quiser acreditar ótimo .q seja feliz ..
    Hj o Brasil esta enfrentando dificuldades com o comercio exterior mais devido aos problemas com o Mercosul .. q virou um câncer … um verdadeira atraso de vida …do q outra coisa mais seria … o Brasil precisa de ajustes (diminuir a carga tributaria ..fim da ”burrocracia” …corrupção etc … problemas q se arrastam ja a bastante tempo ) … de um gov serio … pra chegar ao nivel q desejamos ….

    • Disse tudo BrunoFN, marketing total. Parece aquelas notícias que rolam no ‘face’ e que todo mundo sai compartilhando sem pesquisar…. e vai aumenta do a merd@ e os que abraçam e beijam a mesma.

  9. O COMPLEXO DE VIRA-LATA DE AÉCIO

    Por Altamiro Borges

    Aécio Neves, o cambaleante presidenciável tucano, sonha com o retorno da política subserviente de “alinhamento automático” com os EUA, que foi implantada no triste reinado de FHC. Em discursos e artigos, ele vive criticando a postura mais altiva e ativa do Itamaraty a partir de eleição de Lula, em 2002, que permitiu ao Brasil diversificar suas relações comerciais e reforçar os laços de integração da América Latina. Nesta segunda-feira (24), o tucano com complexo de vira-lata publicou mais um texto na Folha sobre a tal “diplomacia à deriva”, condenando as notas da Unasul e do Mercosul em apoio ao governo da Venezuela. O texto parece até ter sido escrito pelo Departamento de Estado dos EUA.

    Para o senador mineiro, o governo brasileiro deveria aproveitar a atual crise política para se afastar da nação vizinha e irmã. “Ao assinar as notas do Mercosul e Unasul que emprestam respaldo ao presidente Nicolás Maduro, o Brasil ignora as respostas que o governo venezuelano tem dado às manifestações de protesto, com flagrante repressão contra toda e qualquer oposição e o cerceamento ostensivo à liberdade de expressão”, afirma, cinicamente, o colonizado político do PSDB. O texto destila ódio contra o “chavismo” e conclui que “o Brasil submete sua política externa às conveniências ideológicas, deixando de representar os interesses permanentes do Estado para defender o ideário do governo de plantão”.

    Se dependesse do cambaleante candidato tucano, o Brasil não romperia apenas as relações diplomáticas e comerciais com a Venezuela. O país também jogaria no fracasso do Mercosul, da Unasul e de todas as iniciativas de integração regional soberana; apostaria as suas fichas na chamada Aliança do Pacífico – uma articulação do império ianque para sabotar a unidade latino-americana –; e voltaria a ser um quintal dos EUA, com a aprovação do tratado neocolonial da Alca. Para Aécio Neves, toda a política externa dos governos Lula e Dilma está errada. “Longe de ser um fato isolado, a posição [sobre a Venezuela] se inscreve no rol de desacertos desde que o governo impôs à atuação da Chancelaria o viés partidário”.

    Ele condena a “aceitação dócil da expropriação das refinarias da Petrobras em Santa Cruz” – talvez preferisse enviar tropas para a Bolívia; a atitude diplomática frente à “deportação dos boxeadores cubanos nos Jogos Pan-Americanos de 2007” e o tratamento dado ao senador mafioso exilado na Embaixada em La Paz. Ele também critica a iniciativa do Brasil e de outros países da região de excluir os golpista do Paraguai do Mercosul. Suas posições sobre política externa, não por acaso, combinam perfeitamente com as ordens dos EUA e as manipulações da mídia colonizada. O tucano não nega o complexo de vira-lata que domina a elite subserviente do Brasil.

    http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/02/o-complexo-de-vira-lata-de-aecio.html#more

  10. “Acreditamos que existem boas razões para crer que (o México) será a estrela da América Latina nos próximos anos”, analisou a consultoria Capital Economics, de Londres…. aí eu parei de ler, sem sacanagem, mas eu não nasci ontem.

    • Detalhe, a pérola: ‘existem boas razões’. Meu filho as vezes tenta me enrolar com estas frases de efeito….kkkkk…. é, eu tinha que ser muito otário pra abraçar estas idéias…..

  11. No México são degolados no mínimo 15 pessoas por dia.
    Nem vou falar de economia, porque é patético.
    Mas o que mais me impressiona, é como a mídia consegue enganar os seres humanos, com mente inferior.
    Como pode, alguém normal, realmente acreditar que o México é exemplo em qualquer área?

  12. O que é isso pessoal? O texto é ótimo, to rindo até agora…
    As melhores piadas;

    “que deve se beneficiar diretamente da recuperação da economia americana nos próximos anos e que está menos atrelado à desaceleração chinesa”
    O próprio EUA estão atrelados a China, se essa economia desacelerar, os EUA vão senti na pele. Como que o México pode está seguro se seu maior parceiro econômico não está?
    É ridículo de mais para acreditar que realmente seja algo serio. E tem quem acredita nisso, meu pai…

    “Diferentemente do Brasil, que se ancorou no consumo interno – e agora se defronta com o esgotamento do modelo –, o México olhou para fora e buscou se apoiar no livre comércio.”

    E essa aqui é de mais…
    Então investir no consumo interno pode ser considerado um erro? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, esses caras são muito bons, serio são melhores que muita revistinha de piadas que tenho aqui em casa kkkkk ótimo kkkk!!!
    Se existe algo certo que o governo fez para a economia foi investir no consumo interno. Não importa as crises de lá de fora, o Brasil estará sempre, um passo ou dois, a frente dos países que são dependentes das exportações, e nas boas fases dos mercados externos também aproveitamos como qualquer outro país. Então falar de “esgotamento do modelo” é pura bobagem, esse modelo é uma espécie de “blindagem” ou “seguro” que funciona com outros mecanismos inclusive de exportação. Tudo o que o Brasil vez foi não depender 100% das exportações para sobreviver.
    Agora se o que eles sugerem é que o Brasil assine acordos comerciais só porque outros o fizerem, paciência… o Brasil deve assinar acordos comerciais sim, mas só quando forem realmente bons para nós, se não deixa “quieto”, seja como for pouco ou muito estamos crescendo e gerando emprego.

    Nãos estou fazendo apologia ao governo, na verdade acho o governo Dilma fraco uma sombra do antigo que empolgou tanto. O ideal, a meu ver, seria uma oposição mais competente obrigando o governo a trabalhar melhor temendo perder o poder, mas ao invés disso demos esses boca abertas que não ameaçam se quer chegarem no segundo turno.

    O país perde muito com essa “confiança” toda que o governo tem em si mesmo.

    • Concordo com você Carl_Carl. Não temos um oposição decente nem competente. E isso faz muito mal ao país pelas razões que você tão bem colocou acima.

    • É isso aí meu caro!
      Piadona mascarada de artigo sério… resultado de jornalistas incultos e despreparados espalhados pelas nas redações do mundo.
      Sds!

  13. El País vê o que a Globo esconde: México e União Européia correm atrás do Brasil para se posicionar em Cuba

    O jornal espanhol El País, publicou duas matérias de colunistas conservadores, vendo um esforço do México em seguir os passos do Brasil na geopolítica de integração latino-americana, reaproximando-se de Cuba.

    O México, que foi o único país latino-americano a nunca romper relações com Cuba, havia se afastado da Ilha na década de 90, com governos neoliberais e com o tratado de livre comércio com os Estados Unidos. As relações diplomáticas azedaram mais ainda durante o governo de Vicente Fox. Agora, o atual presidente mexicano Peña Nieto anulou 70% da dívida cubana, no valor de R$ 828 milhões, como gesto de reaproximação.

    Diferente da TV Globo, que tem uma visão provinciana de ver a América Latina com um olhar a partir de Miami, o El País enxerga o que está por trás do financiamento do BNDES a empresas brasileiras para construir o porto de Mariel e do cancelamento da dívida com o México:

    “… a vontade das duas maiores economias da região de ganhar influência e aproveitar as oportunidades de negócio que se apresentem na ilha em um futuro próximo. (…) E a se situar na primeira linha de saída para aproveitar suas eventuais medidas de liberalização econômica.”

    o latino-americanista do The Economist, Michael Reid, que vê nas duas potências “uma crescente ansiedade por se posicionar diante de uma Cuba pós-castrista, pós-embargo norte-americano e pós-ajuda venezuelana”.

    Cuba tem o maior PIB (Produto Interno Bruto) da América Central, medido em PPC (Poder de paridade de compra). Mais do dobro da Costa Rica com sua fábrica de microprocessadores da Intel. Muito maior do que o Panamá com seu canal. O dobro de Porto Rico que é um Estado Livre Associado aos EUA.

    Cuba tem também a maior população da região, e um alto grau de escolaridade com mão de obra muito qualificada. Passa por reformas econômicas semelhante às da China, e esse conjunto de fatores aponta para um futuro promissor. Tolo de quem virar as costas para Cuba, tanto é que outro ator deseja entrar em cena: a União Europeia.

    Esta semana o presidente Lula visitou Havana a convite do presidente Raul Castro para debater e compartilhar experiências sobre a ampliação do uso de biomassa na matriz energética cubana, aproveitando a vocação do país para a produção de cana-de-açúcar. O senador Blairo Maggi acompanhou Lula, para compartilhar com os cubanos a experiência brasileira de produção de soja, para melhorar a produtividade do cultivo na ilha.

  14. ” Esta semana o presidente Lula visitou Havana a convite do presidente Raul Castro”
    O safado do lula não é ex presidente? Militante procura um psiquiatra. Melhor o Brasil fazer negócios com o Canada, Alemanha

  15. Nascimento,
    o seu amor a esse desgoverno que esta ai é maior do que a nossa nação que é o Brasil penso eu.

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