Forças estratégicas indianas e a Marinha chinesa no Índico

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Foto: EPA

O novo míssil balístico indiano Agni V, assim como o primeiro submarino nuclear porta-mísseis Arihant poderão entrar em serviço já em 2015, informou no início de fevereiro o presidente da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DRDO) indiana Avinash Chander.

A incorporação destes sistemas de armas no serviço ativo pode vir a inaugurar uma nova fase na corrida sino-indiana aos armamentos nucleares que começa a ganhar intensidade.

Ambos os sistemas, que irão ser entregues às forças armadas no próximo ano, se destinam a aumentar a segurança das forças nucleares indianas perante um ataque incapacitante por parte da China. Do ponto de vista militar, a localização geográfica da Índia é extremamente vulnerável em caso de um confronto com a China. Até os mísseis chineses de curto alcance DF-15, posicionados no Tibete, poderão alcançar uma parte considerável do território indiano e algumas cidades grandes no norte da Índia. Quase todo o país está dentro do raio de ação dos mísseis chineses DF-21 e dos mísseis de cruzeiro transportados por bombardeiros H-6K, os quais nem precisarão de passar pela defesa antiaérea indiana.

Do lado indiano, apenas os relativamente pouco numerosos mísseis balísticos de médio alcance Agni podem alcançar com segurança as principais cidades e as forças estratégicas chinesas. O aparecimento do novo míssil Agni V, com um alcance aumentado, permitirá instalar novas bases de mísseis na parte meridional da Índia. Os mísseis que forem aí posicionados poderão ter Pequim como alvo, ficando relativamente em segurança.

Os submarinos Arihant irão possuir, num período inicial após a sua entrada ao serviço, uma importância militar limitada devido ao reduzido raio de ação dos mísseis K-15 (700-750 km com uma carga útil de 1.000 kg), estando porém em curso os trabalhos para o desenvolvimento de novas versões de mísseis com um alcance aumentado. Em perspectiva, os submarinos em serviço no oceano Índico poderão alcançar pelo menos as cidades do sul da China.

A provável resposta da China será a tentativa de bloquear essa ameaça através da sua própria supremacia naval, nomeadamente através de uma frota de submarinos mais numerosa e relativamente moderna. Podemos esperar tentativas para organizar uma vigilância aos poucos submarinos nucleares porta-mísseis indianos e um patrulhamento permanente junto às suas bases, assim como a infiltração de submarinos chineses na áreas do seu patrulhamento.

Outro passo possível poderá ser a criação no oceano Índico de uma força permanente de contratorpedeiros do novo projeto 052D com mísseis de cruzeiro, o que permitirá atacar, se necessário, alvos estratégicos no sul da Índia. Numa perspectiva mais remota, quando a China possuir, provavelmente na próxima década, verdadeiros porta-aviões nucleares, poderemos falar já de grupos de ataque aeronavais equipados com centenas de mísseis de cruzeiro e dezenas de aviões de combate com armas de grande precisão.

Nas novas condições a Índia terá de desenvolver de forma acelerada a sua própria frota de submarinos nucleares. Nessa altura ela terá necessidade tanto de submarinos nucleares caça-submarinos, capazes de proteger os portadores de armas nucleares, como de submarinos equipados com mísseis de cruzeiro pesados para combater os grandes navios de superfície, incluindo porta-aviões.

Fonte: Voz da Rússia

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