Defesa & Geopolítica

É pouco, ou quer mais!

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É pouco, ou quer mais!

Breve introdução por, Gérsio Mutti

Pergunta: Qual seria a reação de um esquerdista brasileiro de carteirinha, se o Brasil tivesse investido em 2013 somente 7% (US$ 15,5 milhões de dólares) do seu orçamento anual na melhoria da infraestrutura dos portos brasileiros e ao mesmo tempo, uma segunda infraestrutura no montante de 71% (US$ 682 milhões de dólares) tivesse sido aplicada, ao longo de três anos, com uma média anual de US$ 227,4 milhões de dólares,  na construção de um novo porto, por exemplo, nos EUA e com a sua inauguração prevista para fins de janeiro de 2014. Além disso, digamos que o Presidente da República Federativa do Brasil estivesse por demais ansioso para estar presente na inauguração desse novo porto americano, quando a tantos gargalos na infraestrutura brasileira que estão, ou foram relegados ao “enésimo plano”?

Resposta: Seria de uma verborragia em coro, sem fim!  Correto? Correto!!!

Pasmem Caros Comentaristas do Blog Plano Brasil, isso de fato ocorrerá, mas não nos EUA, e sim, adivinhem onde? Quem arriscou a Cuba dos irmãos Castro acertou em cheio!  Mais! A nossa “Presidenta” está incontida em si mesma até a data da inauguração, talvez como um, ou o marco da sua realização à frente do Governo Brasileiro no seu primeiro mandato.

Nas páginas 70 e 71 da Revista Veja desta semana (*), podemos ler os seguintes parágrafos:

 “Em 2014, o Brasil vai perder 22% da riqueza gerada pela maior safra de soja da história, de 55 milhões de toneladas. A causa disso são os gargalos da infraestrutura portuária brasileira e da perda de carga em acidentes de caminhões nas péssimas estradas. Isso significa que o governo brasileiro dedicou a essa questão a prioridade máxima, investindo o máximo possível na melhoria das estradas e dos portos brasileiros? Não. Apenas 7% dos 218 milhões de dólares previstos para ser investidos nos terminais brasileiros em 2013, ou 15,5 milhões de dólares, foram aplicados. O maior investimento brasileiro em portos nos últimos anos foi feito onde? Em Cuba.

No fim de janeiro, a presidente Dilma Rousseff vai à ilha dos irmãos Castro inaugurar o Porto de Mariel. O governo brasileiro investiu 682 milhões de dólares nos últimos três anos na construção de um terminal em Cuba, onde a ditadura de Fidel e Raul Castro, perdoem a repetição, vive sua fase terminal. O Porto de Mariel terá capacidade 30% superior à do Porto de Suape, o principal do Nordeste brasileiro. O descalabro é obra de Lula. Foi no governo dele, em 2008, que o BNDES decidiu financiar 71% do orçamento da construção do porto. Para entendermos o senso de prioridade do governo do PT, o BNDES emprestou aos cubanos três vezes mais do que destinou a melhorias e ampliações no Porto de Suape desde a sua inauguração, em 1983. Cuba não pode esperar. O Brasil pode.”

Para uma análise mais acurada, favor ler toda a matéria abaixo. Obrigado!

Isso que é camaradagem!

(*) Veja, Edição 2355, 08/01/2014

Leonardo Coutinho

 Enquanto os portos brasileiros não atendem à demanda, Cuba vai inaugurar um, novinho, feito com investimento do BNDES que é mantido sob sigilo pelo governo petista

Uma potência agrícola com portos tão inadequados é uma Ferrari com um reles motor 1.0. A exuberância fica empacada. É o caso do Brasil. 0 principal porto brasileiro, o de Santos, está assoreado e isso impede que os cargueiros de última geração, que exigem profundidades superiores a 14 metros, atraquem no terminal. As obras de dragagem ali avançam, mas em ritmo cubano. Opa! Quem nos dera! Em Cuba, com dinheiro do povo brasileiro, as obras de infraestrutura progridem velozmente.

Em 2014, o Brasil vai perder 22% da riqueza gerada pela maior safra de soja da história, de 55 milhões de toneladas. A causa disso são os gargalos da infraestrutura portuária brasileira e da perda de carga em acidentes de caminhões nas péssimas estradas. Isso significa que o governo brasileiro dedicou a essa questão a prioridade máxima, investindo o máximo possível na melhoria das estradas e dos portos brasileiros? Não. Apenas 7% dos 218 milhões de dólares previstos para ser investidos nos terminais brasileiros em 2013, ou 15,5 milhões de dólares, foram aplicados. O maior investimento brasileiro em portos nos últimos anos foi feito onde? Em Cuba.

No fim de janeiro, a presidente Dilma Rousseff vai à ilha dos irmãos Castro inaugurar o Porto de Mariel. O governo brasileiro investiu 682 milhões de dólares nos últimos três anos na construção de um terminal em Cuba, onde a ditadura de Fidel e Raul Castro, perdoem a repetição, vive sua fase terminal. O Porto de Mariel terá capacidade 30% superior à do Porto de Suape, o principal do Nordeste brasileiro. O descalabro é obra de Lula. Foi no governo dele, em 2008, que o BNDES decidiu financiar 71% do orçamento da construção do porto. Para entendermos o senso de prioridade do governo do PT, o BNDES emprestou aos cubanos três vezes mais do que destinou a melhorias e ampliações no Porto de Suape desde a sua inauguração, em 1983. Cuba não pode esperar. O Brasil pode.

Acrescente-se aos dados acima o fato de que o negócio com a ditadura cubana transcorreu sob segredo de Estado. Em junho de 2012, o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento e Comércio Exterior, classificou o conteúdo do contrato como “secreto”, com validade até 2027. A justificativa foi proteger “informações estratégicas”. Acabava de entrar em vigor a Lei de Acesso à Informação quando Pimentel decidiu classificar o negócio com os cubanos como secreto.

O BNDES financia obras de infraestrutura em quinze países, mas apenas três contratos — dois com Cuba e um com Angola — são considerados secretos. Um documento arquivado na biblioteca do Senado antes da blindagem feita por Pimentel e o relato de um funcionário público familiarizado com as negociações em torno do empréstimo para o Porto de Mariel dão uma pista do tipo de informação que o governo tenta esconder. A única garantia exigida pelo empréstimo foi a abertura de uma conta em uma agência do Banco do Brasil nos Estados Unidos na qual Cuba se compromete a manter um saldo equivalente a três parcelas do pagamento da dívida com o Brasil, cujo desembolso começará apenas em 2017. Em caso de atraso no pagamento, o Brasil, teoricamente, poderia sacar os valores da conta de Havana no BB. Teoricamente, pois os termos do contrato secreto são desconhecidos e podem conter cláusulas ainda mais favoráveis aos ditadores de Cuba. Por exemplo, o valor das três parcelas pode ser irrisório.

A promessa dos cubanos é depositar na agência do BB nos Estados Unidos parte da receita de suas exportações de açúcar. Como Cuba produz hoje menos açúcar do que há 55 anos, quando os Castro substituíram a ditadura de Fulgencio Batista pela deles, não há nenhuma garantia. Havana pode simplesmente deixar de depositar o dinheiro. O porto estará prontinho. E estará dado o calote — aliás, recorrente nos negócios com Cuba. Nem ao falecido Hugo Chávez o Brasil ofereceu tanta facilidade. Uma das razões para não ter vingado a participação da petroleira PDVSA na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, foi o fato de o BNDES ter exigido que o venezuelano buscasse junto a bancos privados as garantias necessárias para a liberação do crédito. Chávez queria a mesma mamata dada pelo PT aos cubanos. Ofereceu dar como garantia uma conta a ser abastecida com as divisas geradas pelas exportações de petróleo. Não funcionou.

“Cuba é conhecida pelos calotes. Os contribuintes brasileiros podem considerar esse dinheiro como uma doação de seu governo para a manutenção de uma ditadura”, diz José Azel, professor do Instituto de Estudos Cubano-Americanos da Universidade de Miami. Em 2004, o governo do México recorreu à Justiça italiana para embargar 40 milhões de dólares de uma conta da empresa de telefonia de Cuba, na tentativa de reaver parte de um empréstimo de 500 milhões de dólares. Em novembro passado, o México acabou perdoando 70% da dívida e parcelou o saldo de 150 milhões de dólares em dez anos. O mesmo foi feito pelo Japão, que abriu mão de 80% de uma divida de 1,4 bilhão de dólares.

Cuba já pleiteia um novo empréstimo do Brasil. Desta vez para construir uma zona industrial ao redor do Porto de Mariel. Em novembro passado, Rodrigo Malmierca, ministro do Comércio Exterior cubano, esteve no Brasil para convencer empresas brasileiras a se instalarem na ilha. Malmierca prometeu isenção fiscal e o fim do confisco de metade do salário pago aos trabalhadores — um dos itens da legislação escravocrata implantada pelos comunistas. Nenhuma empresa brasileira topou. Vai ver, Malmierca já acertou tudo em segredo com o governo brasileiro.

O monopólio dos militares

Em 2006, o total de empresas registradas em Cuba era de 3519. Em setembro passado, quando o Escritório Nacional de Estatísticas e Informação de Cuba divulgou o mais atual levantamento empresarial da ilha, apenas 2491 empreendimentos estavam com as portas abertas. Uma redução de 29%. 0 fracasso da indústria, do comércio e do setor de serviços nada tem a ver com o embargo americano, até porque nada impede Cuba de fazer negócios com o restante do mundo. Trata-se, isso sim, do resultado da crescente concentração das atividades econômicas nas mãos de oficiais das Forças Armadas, um processo que começou em 1994, quando o país comunista “se abriu” a investimentos externos. Como as empresas estrangeiras não podiam ser 100% donas do negócio, associaram-se aos militares. Em 2012, as empresas das quais eles eram sócios ou únicos donos – desde lojas de roupas e sapatarias até a Almacenes Universales S.A., que controla toda a importação e exportação de produtos – movimentaram 80% do PIB do país. A administração do Porto de Mariel será feita pela Almacenes, que também será a sócia compulsória de quem se aventurar a investir no parque industrial previsto para as proximidades. No Brasil, a filial da empresa foi aberta em 2010 por Fidel Castro Puebla, que vive no bairro dos Jardins, em São Paulo, e cujo nome é uma homenagem da mãe, a general Esther Puebla, ao ditador cubano e ex-companheiro de guerrilha. Sob o nome de Comercial Brasraf Importação e Exportação Ltda., a filial da Almacenes faz a intermediação do comércio entre Brasil e Cuba.

Fonte: Veja, Edição 2355, 08/01/2014 via Ministério do Orçamento, Planejamento e Gestão (MPOG)

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EFE

São Paulo – O governo cubano solicitou um novo crédito ao Brasil para a construção de infraestruturas na Zona de Desenvolvimento Especial da ilha, uma área dedicada a fomentar os investimentos estrangeiros para impulsionar sua economia, informou nesta quinta-feira o ministro de Comércio Exterior cubano, Rodrigo Malmierca.

Malmierca se reuniu hoje com um grupo de empresários em São Paulo para buscar investidores interessados em seu “megaprojeto” do porto de Mariel, onde será instalada a primeira Zona de Desenvolvimento Especial.

“O porto de Mariel já recebeu um importante volume de recursos que estão bem investidos. Nos reunimos na segunda-feira e na terça-feira e a parte cubana pediu crédito, não para o porto, mas para a Zona de Desenvolvimento Especial”, destacou o ministro na sua visita à Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Malmierca afirmou que o crédito, que não teve o seu valor revelado, já foi solicitado, porém ainda não foi concedido.

“Agora as autoridades analisarão o assunto e nos comunicarão no momento adequado a decisão. Temos uma relação muito bem-sucedida e pensamos que continuará sendo assim no futuro”, acrescentou Malmierca, que adiantou que é muito provável que sejam empresas brasileiras as encarregadas de executar as obras previstas.

De acordo com a diretora do escritório regulador da Zona de Desenvolvimento Especial, Ana Teresa Igarza, encarregada de analisar as propostas de investimento, mais de 50 empresas de Espanha, França, Itália e Brasil fizeram contato com o órgão para manifestar seu interesse em investir na área.

Segundo explicou a Fiesp, o Brasil é um dos principais investidores do projeto cubano para ampliar o porto de Mariel, com uma contribuição de US$ 682 milhões (cerca de R$ 1,57 bilhão).

A 45 quilômetros ao oeste de Havana, a região oferece maiores facilidades que o restante da ilha para o estabelecimento de empresas estrangeiras. Entre as vantagens estão isenções tributárias e alfandegárias e mais agilidade no trâmite e avaliação dos projetos que se apresentem.

A região de Mariel ocupará uma extensão total de 465,4 quilômetros quadrados. A previsão é de que as obras sejam concluídas em meados de 2014 graças a um investimento de US$ 900 milhões (cerca de R$ 2 bilhões), vindos da iniciativas privada e pública.

Fonte: EFE via Exame, 21/11/2013 

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