Lua: O “sétimo continente” da Terra

Boris Pavlischev

Em meados do século XXI, a Lua se tornará em uma espécie de sétimo continente da Terra, preveem os peritos. Nesse satélite serão exploradas as regiões polares, construídas bases. Não se pode excluir que aí choquem os interesses de diferentes países.

Parte da comunidade científica traça um paralelo entre a plataforma continental do Ártico e a Lua, considerando que também aí se desencadeará uma luta de concorrência. Diferentes países irão tentar dominar as regiões perto dos seus polos, onde se encontram os melhores lugares para a construção de bases residenciais. Foi precisamente nos polos que encontrou uma grande quantidade de gelo. Dele pode-se extrair oxigênio para os astronautas, água potável e hidrogênio, ou seja, combustível para foguetões.

Além disso, o satélite é rico em recursos, nomeadamente metais raros. Ao lado das bases pode-se organizar a sua extração. Extrair metal do solo lunar e transportar para Terra seria, hoje, insuportavelmente caro. Mas, dentro de algum tempo, quando as suas reservas na Terra chegarem ao fim, não haverá alternativas à Lua. Semelhantes são as conclusões dos que acham que a concorrência será inevitável.

Provavelmente, a questão da “divisão” dos polos e dos recursos irá ser resolvida de forma civilizada, considera Vladislav Shevchenko, chefe do Departamento de Estudo da Lua e dos Planetas do Instituto Astronômico Público Shternberg da Universidade Estatal de Moscou:

“Eu não gostaria que tudo isso fosse interpretado como uma luta. Quando se realizou a corrida lunar entre a URSS e os EUA, os americanos não levaram até ao fim o seu programa Apollo. Eles ultrapassaram a União Soviética e acabaram com ele: deixou de ser interessante. Eu conversei com colegas americanos e eles disseram que deveria continuar-se. E se não tivesse tido lugar essa corrida, eles continuariam. Talvez em conjunto com a União Soviética, se chegassem a acordo. Por isso, no futuro, será mais racional não lutar, nem andar à pancadaria, mas agir em conjunto.”

O Tratado sobre o Espaço de 1967 conta que a Lua é um bem de toda a Humanidade. Lá podem demarcar-se territórios, mas isso não terá qualquer força jurídica. E a instalação no satélite da Terra de bandeiras pelos astronautas e estações interplanetárias é simplesmente simbólica. Por isso é incorreto comparar a Lua com o Ártico. A Lua é, antes de tudo, um tesouro de conhecimentos científicos que deve ser conjuntamente explorado, defende Viacheslav Rodin, vice-diretor do Instituto de Estudos Espaciais da Academia das Ciências da Rússia:

“Claro que existirá cooperação internacional. Mas, por enquanto, não há qualquer economia prática. Por enquanto não está claro o que será comercialmente rentável, se haverá cooperação científica conjunta. Os cientistas não podem deixar de falar uns com os outros, de trocar ideias. Considerem que na Terra há uma equipe conjunta para estudar a Lua.”

No que respeita aos homens de negócios, eles, em princípio, poderiam ser autorizados a explorar os recursos lunares, admitem os peritos. Há lugar para todos nos polos da Lua. Porém, para realizar atividade comercial no nosso satélite, deve-se aprovar normas jurídicas internacionais. Não é preciso corrigir o Tratado sobre o Espaço. Ele foi ratificado pela maioria dos membros da comunidade internacional. Não obstante, há países que não assinaram o documento. Ou juntaram-se a ele sem assinatura e ratificação, como a China e a Correia do Norte (na língua jurídica, isso chama-se adesão). É difícil prognosticar até que ponto esses países irão ser agressivos no “sétimo continente”.

 

Fonte: Voz da Rússia

12 Comentários

  1. Viiiixi, já vão começas a inventar moda,pelo que conheço da raça hum,ana, logo descobrem algum mineral raro la, ai o pau quebra kkkk

  2. Além disso, o satélite é rico em recursos, nomeadamente metais raros. Ao lado das bases pode-se organizar a sua extração. Extrair metal do solo lunar e transportar para Terra seria, hoje, insuportavelmente caro. Mas, dentro de algum tempo, quando as suas reservas na Terra chegarem ao fim, não haverá alternativas à Lua. Semelhantes são as conclusões dos que acham que a concorrência será inevitável. ==== Se o criterio p partilhar a lua for bom desempenho em lança/ de VLS estaremos fritos…espero q isso mude ainda em 2014 ,conforme o prometido pela AEB…quem viver verá.Sds.

  3. A agilidade das comunicação atuais, celulares, internet e transportes, são sustentadas por tecnologia espacial. E por não termos nossa própria, pagamos horrores em nossas contas por essa tecnologia estrangeira. Culpa de todo um planejamento estratégico errado do nosso Brasil. E de uma lei e judiciário corruptos que já deviam ter colocado na cadeia muita gente desse nosso propinodutospace. A CIPA incompetente, entre muitos outros mamadores da teta de nossos impostos, da base de Alcântara que o diga com a morte de vários cientistas de forma tola.

    Mas sobre o post acima…
    Claro, que a lonnnnnnnnnnnngo prazo, coisa não para este século, teremos bases permanentes na Lua e em Marte.
    Porém, unicamente se for desenvolvido um novo, seguro e eficiente sistema de energia propulsora, pois acelerar e frear grandes massas no espaço é impraticável com nossa tecnologia de propulsores atuais.
    E só há uma solução viável para esse problema – fusão a frio.
    Enquanto essa tecnologia não for dominada, pois conhecida já é, esses projetos lunares de usinas mineradoras e divisão ou partilha de territórios e crateras são apenas grandes fantasias.

    Entretanto há uma alternativa a fusão a frio… seria no futuro as nações se unirem numa paz permanente, desviando então os atuais trilhões sem fim da indústria armamentista para uma planejada e mútua conquista do sistema solar. A Lua e Marte sendo então apenas trampolins. Provavelmente será no cinturão de asteroides e nas luas de Júpiter que encontraremos tesouros imensos.

  4. O autor já esta no mundo da Lua, essas previsões não se realizam nesse século,estamos longe disso,em 1969 quando supostamente o homem pisou na Lua,surgiram previsões que no ano 2000 as viagens à Lua seriam uma rotina,haveriam colonias e todos teriam acesso ao nosso satélite !
    Estamos em 2014 e nada disso se confirmou,o homem não voltou mais a Lua,eo o mundo ao estilo Jetsons ficou nos desenhos animados !

    • Há previsões que antes de 2020 a NASA e outros governos criem uma base na Lua.

      Em 2022 teremos o primeiro assentamento humano em Marte, só que em uma viagem só de ida.

      Já temos empresas que oferecem viagens em torno da Terra, num futuro não tão distante, elas prometem viagens mais longas.

      Hoje é mais fácil se prever as tecnologias do futuro pois temos meios muito mais precisos do que do século passado.

  5. KKKKKK, Essa e muito boa, os americanos, ficaram desinteressados na Lua, e quase 50 anos, não voltaram porque não tinham interesse na Lua.KKKK essa,
    piada e muito boa. Eu entendo que os nossos amigos americanos nunca foram
    lua, simplesmente por 2 fatores, 1º Não tinham em 1968 e ainda não tem tecno-
    logia p/ tal!. Explico o maior empreendimento humano no espaço sideral hoje
    e a estação internacional espacial, sua orbita esta a +- 420 km da superficie da
    terra, á lua esta em média a 150.000 Km da mesma. 2º Van Halem. rsrsrsrsrs
    sem mais – Abraço a todos

    • Ze Maria

      “Explico o maior empreendimento humano no espaço sideral hoje
      e a estação internacional espacial, sua orbita esta a +- 420 km da superficie da
      terra, á lua esta em média a 150.000 Km da mesma.”!

      O que tem a ver a estação espacial com a viagem à lua?

      “KKKKKK, Essa e muito boa, os americanos, ficaram desinteressados na Lua, e quase 50 anos, não voltaram porque não tinham interesse na Lua.KKKK essa,”

      É claro que ficaram desinteressados, na lua não há nada. Pode até haver alguns minérios mas o custo de sua extração é proibitivo.
      Construir uma base lá seria extremamente caro, por enquanto não tem sentido viajar até a lua. Isso é uma coisa óbvia.

  6. Este post me lembra um filme:

    “Iron Sky”,

    “Um filme de ficção científica e comédia de produção finlandesa, alemã e austrialiana”

    Quem não viu, vale a pena ver , especialmente pelas certeiras ironias com o cinismo e sistema político estadunidense, as quais certamente serão bem entendidas pelo público leitor do PB…

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