EUA descartam volta ao Iraque após tomada de Fallujah

o secretário de Estado americano, John Kerry

John Kerry descartou que tropas americanas voltem ao Iraque: ‘esta luta é deles’

O secretário de Estado americano, John Kerry, disse neste sábado que os Estados Unidos vão ajudar o Iraque “no que for possível” a lutar contra a Al-Qaeda, mas descartou que tropas americanas voltem a pisar no país árabe.

Em declarações feitas quando partia de Jerusalém para Jordânia e Arábia Saudita, Kerry disse estar confiante de que o primeiro-ministro iraquiano, Nouri Maliki, pode derrotar os militantes, que no sábado ocuparam a cidade estratégica de Fallujah, a oeste de Bagdá.

“Vamos apoiar o governo do Iraque e todos os outros envolvidos em minar os esforços (dos militantes) de desestabilizar (o país)”, afirmou Kerry, em visita ao Oriente Médio para acelerar o passo das negociações de paz entre israelense e palestinos.

E acrescentou: “Não estamos cogitando enviar tropas. Esta luta é deles.”

No sábado, o governo do Iraque anunciou ter perdido o controle de Fallujah. Uma fonte do setor de segurança do país disse à BBC que o Estado Islâmico do Iraque e o Levante, ambos grupos ligados à Al-Qaeda, controlam a parte sul da cidade.

Um repórter iraquiano que está em Fallujah informou que o resto da cidade está sob controle de milicianos tribais ligados também à Al-Qaeda e militantes.

Neste domingo, atentados a bomba na capital Bagdá deixaram ao menos 19 mortos. Segundo fontes médicas e da polícia, o ataque mais sério matou nove pessoas e feriu 25 no distrito xiita de Shaab.

Os confrontos não se limitam apenas a Fallujah e ocorrem também em Ramadi

As duas cidades ficam na província de Anbar (oeste do país) e os combates envolvem membros da organização sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante, ligada também à Al-Qaeda.

Os choques começaram depois que os soldados do governo desmantelaram um acampamento de manifestantes árabes sunitas na cidade de Ramadi, na segunda-feira.

Os sunitas acusam o governo, liderado pelos xiitas, de marginalizá-los no Iraque.

Os sunitas também afirmam que a comunidade, que é minoria no país, está sendo alvo das medidas contra o terrorismo implementadas para acabar com a violência sectária.

O premiê iraquiano afirmou que o Exército não vai recuar até eliminar todos os grupos militantes na província de Anbar.

“Não vamos recuar até acabar com todos os grupos terroristas e salvar nosso povo em Anbar”, disse o premiê segundo o canal de televisão estatal Iraqiya.

‘Tomada pacífica’

Na terça-feira o primeiro-ministro Nouri Al-Maliki concordou em retirar o Exército de cidades da província de Anbar para permitir que a polícia retomasse o controle da segurança.

Mas, assim que os soldados saíram de seus postos, militantes ligados à Al-Qaeda apareceram em Ramadi, Fallujah e Tarmiya, invadindo delegacias, libertando prisioneiros e apreendendo armas.

No dia seguinte, Maliki reverteu a decisão e enviou os soldados de volta à Anbar.

Mas, na quinta-feira, os militantes em Ramadi e Fallujah hastearam bandeiras negras em prédios e usaram os sistemas de som das mesquitas para convocar os habitantes da cidade a se juntar à luta e apoiar uma “tomada pacífica”.

Nos últimos meses os militantes sunitas aumentaram o número de ataques em todo o Iraque. Os grupos xiitas, por sua vez, começaram a realizar represálias violentas, o que aumenta o temor de um conflito sectário no país.

A ONU diz que o ano passado foi o mais violento no Iraque desde 2008. Em 2013, pelo menos 7.818 civis e 1.015 membros das forças de segurança foram mortos em ataques sangrentos no país.

Fonte: BBC Brasil

10 Comentários

  1. por LUCENA
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    Os EUA aos poucos estão deixando de lado aquela região e colocando esta aos “cuidados” dos sauditas.
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    Para eles,é o Pacífico que lhes chamam mais atenção,porque grande parte do comércio mundial passam por ele e deixar isso cair nas mão dos Chineses e Russos é o pior dos pesadelos da vaca-sagrada.

  2. “Essa Luta é deles”

    Hipocrisia é pouco pra definir essa frase!!

    SE NÃO FOSSE A INVASÃO DO PAÍS PELO EXÉRCITO AMERICANO ESSA LUTA NÃO EXISTIRIA…

    Foi a invasão o fator de desestabilização do Iraque, todo o resto é consequencia direta desse fato gerador…

    E depois dizem que “Procuram o Marco Zero” ou “Foco Primário” pra resolver problemas… sim… sim.. como não??

  3. Como eu disse á mais ou menos uns 03 anos atrás: O Iraque ainda nem começou a dar problema ainda! a VERDADEIRA GUERRA DO IRAQUE VAI ACONTECER QUANDO OS EUA SAÍREM DO PAÍS, E SERÁ ESSA A VERDADEIRA GUERRA!!! O oriente médio, instável como está hoje, deveu-se principalmente as aventuras de Bush, Rumsfeld e Rice!!!

    Esta luta é deles???

    Depois de terem feito m%$#@ agora varrem sujeira pra baixo do tapete……

  4. Francoorp.: “Essa Luta é deles”…

    Hipocrisia é pouco pra definir essa frase!!

    SE NÃO FOSSE A INVASÃO DO PAÍS PELO EXÉRCITO AMERICANO ESSA LUTA NÃO EXISTIRIA…

    Foi a invasão o fator de desestabilização do Iraque, todo o resto é consequencia direta desse fato gerador…

    E depois dizem que “Procuram o Marco Zero” ou “Foco Primário” pra resolver problemas… sim… sim.. como não?? ===== E poderá se espalhar até p OM,espero q ñ…quem viver verá.Sds.

  5. Parabéns aos Americanos (Bush e Cia. Ltda.) por mais esta C..gada !!! Mentiras, manipulação de informações, desrespeito à ONU, destruição da infraestrutura do Iraque, assassinato do Saddam, interesses petrolíferos (somente) e por aí vai…. criaram o verdadeiro CAOS naquela região, dominada agora por grupos radicais, terroristas, mercenários e por aí vai…. aquilo nunca mais vai se estabilizar… e onde está o tribunal de Haia agora ?????
    Não só os civis que morreram naquela país mas os próprios soldados americanos que morreram ou foram mutilados naquele lugar … e PRA QUÊ ?? !!!!
    Isso sem contar a Líbia, Egito e agora a Síria….. não adianta querer levar “democracia” a culturas que não aceitam democracias ao estilo ocidental, países tribais e com clãs que podem se matar por qualquer coisa só permanecem íntegros com regimes totalitários (infelizmente)… o resto é conversa pra boi dormir.
    O fato é que estão querendo criar um monstro no Oriente Médio que sairá de controle em breve e se algum radical, por conta desta bagunça nestes países, conseguir colocar as mãos em armas de destruição em massa…. o ocidente que se prepare.
    Abraço,

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