O que o ano 2014 promete a moedas mundiais

 Foto: RIA Novosti

O mercado monetário mundial viveu tranquilamente o ano que finda. O ano de 2014 promete consolidação moderada das “moedas de matérias-primas”, uma das quais é o rublo. Mas os peritos não estão unânimes nas opiniões a respeito das unidades monetárias que servem para os ajustes básicos, – o dólar e o euro. Quanto a chamadas “moedas virtuais”, que estão atualmente em voga e ganham cada vez mais a popularidade, os analistas prognosticam que muitas das chamadas “criptomoedas” podem desaparecer.

Os peritos, consultados pela agência Bloomberg, reputam que durante o primeiro semestre a moeda americana vai crescer 8% em relação à europeia. Provavelmente, nos próximos meses o dólar será bastante forte. O conselheiro do presidente da direção do banco YAR-bank Mark Rubinstein supõe que não se deve aguardar o seu enfraquecimento considerável em relação a “moedas de matérias-primas”, uma das quais é o rublo russo.

“O Sistema Federal de Reserva começa a abaixar o programa de suavização quantitativa, isto é, diminui o volume de impressão do dinheiro, o que exerce influência positiva sobre o dólar. Mas, de acordo com as minhas estimativas, o dólar é bastante caro em relação a outras moedas mundiais básicas. É possível que no fim do primeiro semestre de 2014 a cotação do rublo em relação ao dólar varie entre 32.60 e 32.85. O rublo terá ajuda, em primeiro lugar, em forma de elevados preços dos hidrocarbonetos. Além disso, a continuação da queda do ritmo da inflação e o aceleramento do incremento econômico também irão exercer influência positiva sobre a cotação do rublo. Na Rússia vamos ver esta aceleração no segundo trimestre.”

Quanto ao euro, a maioria dos especialistas estima que agora esta moeda é bastante cara em relação ao rublo e ao dólar. Por isso, é provável que nos próximos meses se torne um pouco mais barato o euro, cujo valor é um tanto sobreestimado. O restabelecimento do incremento econômico na Europa apóia a cotação do euro, – prossegue Mark Rubinstein.

“A paridade de 1.35 a 1.375 do euro por dólar continuará em vigor durante o primeiro semestre, pois existem fatores que favorecem e que desfavorecem o par euro-dólar. E quanto ao rublo, creio que esta moeda ficará um pouco mais forte em relação ao euro.”

É muito provável que o iene japonês continuará a enfraquecer em 2014, pois em 2013 o Banco Nacional deste país diminuiu em quase 25% o valor da sua moeda nacional em relação ao dólar. Desta maneira, as autoridades financeiras conseguiram aumentar sensivelmente a atratividade da sua exportação e “melhoraram a saúde” das maiores corporações. Todavia, o número de problemas que a economia japonesa enfrenta não diminuiu. As companhias que pertencem ao setor de tecnologias de ponta continuam perdendo aos seus concorrentes da Coréia do Sul, o crescimento do PIB é muito fraco e a dívida do governo ultrapassou dez trilhões de dólares, o que supera duas vezes o valor de toda a economia do Japão.

É possível que no próximo ano continue o “boom” no setor de moedas virtuais. Pode-se supor com toda a certeza que em 2014 será continuada a discussão a respeito da regularização legislativa da circulação desta espécie de moeda. As criptomoedas e, em primeiro lugar, o chamado “Bitcoin” aparecem frequentemente na cronica criminal internacional. Além disso, os bancos centrais do mundo inteiro não estão interessados no crescimento da concorrência por parte do dinheiro virtual e irão lançar mão de todos os meios a fim de resguardar a população dos investimentos arriscados, restringido, ao mesmo tempo, a circulação destas moedas.

 

 

Fonte: Voz da Rússia

1 Comentário

  1. “É muito provável que o iene japonês continuará a enfraquecer em 2014, pois em 2013 o Banco Nacional deste país diminuiu em quase 25% o valor da sua moeda nacional em relação ao dólar.”
    Será que a falta de competitividade do produto manufaturado brasileiro tem problemas de penetração no mercado internacional apenas por conta de nossa política monetária? Creio que a frase acima responde a questão. O artigo não comenta mas outros países ditos como desenvolvidos tomaram ações muito similares ao Japão nos últimos anos. A maioria se protegendo das medidas econômicas do governo norte-americano.

    Quanto a maquininha louca de produzir dinheiro dos EUA (quantitative easing), não creio que vá deixar de operar tão cedo. Dez anos de guerras inúteis, contra um inimigo que aparentemente virou um fantasma jogado no oceano, provocaram um belo estrago na economia dos EUA. Essa “suavização” me parece discurso vazio para sustentar uma posição que é unanimemente criticada. E ainda tem o Obamacare, centro da estratégia política dos próximos dois anos de Obama na presidência, e que vai custar uma montanha de dinheiro, apesar dos evidentes benefícios a população. Mas que, nesse momento, só está servindo de alvo para o pessoal do Tea Party que preferem ver o país arruinado à mudar, mesmo que levemente, o sistema econômico do país.

    O Euro deve passar por alguns testes interessantes esse ano. A Irlanda, que parece estar se recuperando economicamente, vai realizar referendo popular para aprovar, ou não, a entrada do país na zona do Euro. Aparentemente a população local quer é distancia disso neste momento. O mesmo pode-se dizer da dividida Ucrânia. Aquele conjunto de pequenos países que passaram o diabo nos últimos quatro anos (Portugal, Grécia, etc.), estão vendo suas populações olharem com simpatia a opção de abandonar o Euro. Troika quase virou palavrão em alguns locais. De fato, os únicos países simpáticos a esta moeda são França e Alemanha (pois se beneficiam enormemente da crise dos outros países), mais a turma dos pequenos da antiga cortina de ferro que simplesmente são tragados para dentro dessa estrutura. E ninguém está vendo com muita simpatia a Alemanha como principal (e quase única) beneficiária da moeda única. E tem eleição para a escolha dos representantes no Parlamento Europeu este ano pra jogar mais pimenta na mistura.

    Citando uma frase que li esta semana sobre as eleições para o Parlamento Europeu (link abaixo):
    “Quem, como nós, não tem interesses eleitorais, está na melhor posição para reconhecer a grande importância que terão em 2014 as eleições ao Parlamento Europeu. É fácil prever que na maior parte dos países implicados haverá alta abstenção e significativa afirmação das forças “eurocéticas”, unindo à retórica da “soberania nacional”, a hostilidade contra o euro e contra os “tecnocratas de Bruxelas”. Para nós, não é nada bom.”
    http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/01/quebrar-o-feitico-neoliberal-europa.html

    Pois então a conversa na Europa volta ao velho chavão da “soberania nacional”, essencia do Estado-nação, mas não de uma comundade de países. A existência do Euro me parece em perigo.

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