A imprescindível modernização do aparato defensivo brasileiro

espaco aereo brasil ninjaSugestão: Cel. Paulo Ricardo Rocha Paiva

“Sem possuir armas próprias, nenhum principado estará seguro; estará, antes, à mercê da sorte, não existindo virtude que o defenda nas adversidades” (Maquiavel)

O Brasil é país guiado por sentimento de paz. Não abriga nenhuma ambição territorial, não possui litígios em suas fronteiras nem, tampouco, inimigos declarados. Toda ação por ele empreendida nas esferas diplomática e militar busca, sistematicamente, a manutenção da paz.

Porém, tem interesses a defender, responsabilidades a assumir e papel a desempenhar no tocante à segurança e defesa, em níveis hemisférico e mundial, em face de sua estatura político-estratégica no concerto das nações.

O primeiro objetivo de nossa política de defesa, portanto, deve ser a de assegurar a defesa dos interesses vitais da nação contra qualquer ameaça forânea. Não se pode precisar, a priori, a fronteira entre os interesses vitais e os interesses estratégicos. Os dois devem ser defendidos com ênfase e determinação. Essencialmente, os interesses estratégicos residem na manutenção da paz no continente sul-americano e nas regiões que o conformam e o rodeiam, bem como os espaços essenciais para a atividade econômica e para o livre comércio (Setentrião Oriental, Costão Andino, Cone Sul e Atlântico Sul).

Fora desse âmbito, o Brasil tem interesses que correspondem às responsabilidades assumidas nos Fóruns Internacionais e Organismos Multilaterais e ao seu status na ordem mundial. Este é conformado por combinação de fatores históricos, políticos, estratégicos, militares, econômicos, científicos, tecnológicos e culturais. Sem defesa adequada, a segurança nacional e a perenidade desses interesses estarão seriamente comprometidos e, consequentemente, não poderão ser assegurados. Daí, ressalta-se a imperiosa necessidade de contarmos com Forças Armadas preparadas, suficientemente poderosas e aptas ao emprego imediato, capazes de desencorajar qualquer intenção de agressão militar ao país, pela capacidade de revide que representam.

Essa estratégia é enfatizada para evitar a guerra e exige, como corolário, o fortalecimento da expressão militar do poder nacional, além de impor excelente grau de aprestamento e prontificação das Forças Armadas, desde o tempo de paz, através da realização de treinamentos, exercícios operacionais dentro de cada força singular, não sendo excluída a necessidade de planejamento e do treinamento de operações conjuntas e combinadas no âmbito das FFAA.

O estudo da História, particularmente da História Militar de uma nação, conduz a conclusões e realça aspectos capazes de influir na expressão militar de seu poder nacional. O estudo das campanhas militares, com seus erros e acertos, o respeito às tradições, o culto aos heróis etc, trazem reflexos à formulação da doutrina, ao moral e à estrutura militares.

As tradições históricas e militares constituem, ainda, fatores de influência sobre a expressão militar. Essas tradições, que cumpre cultuar e manter, não devem, por outro lado, apresentar obstáculos intransponíveis à evolução, ao desenvolvimento e à tecnologia militares. No equilíbrio entre essas idéias, às vezes opostas, está o acerto que revigora a expressão militar.

Assumem, também, papel de destaque, os aspectos qualitativos dos recursos humanos; o apoio em maior ou menor grau da opinião pública nacional e mesmo internacional; a coesão interna e a vontade nacional. E, nesse contexto, ressalta a fundamental importância do povo – expressão máxima das forças vivas da nação – como verdadeiro esteio das Forças Armadas, quando a elas se une, nelas se apóia e com elas se confunde. A população traduz sua indispensável solidariedade à expressão militar através da opinião pública, que deve constituir, sem dúvida, preocupação constante quando se pretende manter em alto nível aquela expressão do poder nacional. Nesse sentido, é imperioso o esforço para conservar integrados o homem militar e o homem civil, sem discriminações de qualquer natureza, sem privilégios, embora respeitadas suas diversas, mas naturais, destinações.

O papel que caberá às Forças Armadas brasileiras nas próximas décadas é multifacetado e deve estar calcado em amplo debate, cujo resultado deverá sertão satisfatório quanto maior for o desenvolvimento da sociedade.

O esboço de qualquer arranjo de defesa, em Estado democrático, para que possa contar com recursos, deve estar respaldado por base de legitimidade.

Entendemos que, para a consecução desses objetivos, devem ser consultadas personalidades representativas de diferentes espectros de opinião: ministros de Estado, acadêmicos, analistas políticos, economistas, diplomatas, militares, jornalistas, todos com reconhecida competência na área de defesa e alguns críticos do atual sistema de defesa nacional. Evidentemente, não se trata de deixar em mãos desses pensadores a formulação de políticas e estratégias militares. Trata-se, tão-somente, de ouvi-los e de reunir novos conceitos e idéias que permitam oxigenar antigos preceitos e identificar referenciais para a defesa do país, as quais estejam mais em sintonia com os desafios dos novos tempos e consentâneos com a realidade nacional.

Tais contribuições, depois de avaliadas por setores competentes do Ministério da Defesa, poderão ou não ser incorporadas no planejamento estratégico.

Indubitavelmente, para a consecução dessa tarefa, mister se faz uma conjunção de esforços. Nesse sentido, somam-se, num processo sinérgico, o imprescindível apoio do presidente da República, a compreensão do Congresso Nacional, a efetiva colaboração do Ministério da Defesa e de outras áreas do governo, a confiança e o respaldo dos comandantes das Forças e a ativa participação de todas as forças vivas da nação.

Temos plena consciência de que não se pode justificar a hipertrofia das Forças Armadas em prejuízo do processo de desenvolvimento da nação, mas não se pode admitir, por ilógico e temerário, que a expressão militar do poder nacional seja colocada em plano inferior – vivenciando processo gradual de sucateamento e de desmantelamento devido à crônica insuficiência de recursos financeiros -, na falsa concepção de que a prioridade absoluta deve ser dada ao desenvolvimento. Não existem nações desarmadas, porque nenhuma delas seria capaz de desfazer-se de sua expressão militar para merecer, por esse ato ingênuo, o respeito e a simpatia de todos os países. Não há fórmula miraculosa capaz de manter a paz sem ameaças de conflitos internos ou de guerra entre os povos.

A benfazeja e oportuna aquisição de 36 aeronaves de caça Gripen NG, da empresa sueca Saab, após 12 anos de sofrida espera, nos contempla com um certo alívio no que concerne à operacionalidade da FAB, mas não diminui as nossas preocupações com relação ao imprescindível equilíbrio de forças que deve existir no cenário geopolítico sul-americano.

Torna-se imperativo e oportuno conferir mais prestígio às Forças Armadas e racionalizar, modernizar e fortalecer o aparato defensivo brasileiro. Lembremo-nos das sábias palavras do insigne Barão do Rio Branco – o Chanceler da Paz – que, habitualmente, enfatizava a imperiosa necessidade de possuirmos um bom sistema de armas para respaldar as nossas proposições no concerto das nações.

Manuel Cambeses Júnior

Coronel-aviador reformado, conselheiro do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica e conferencista especial da Escola Superior de Guerra (ESG)

13 Comentários

  1. Parabéns, que estas sábias palavras sigam para todos brasileiros, que seja dada a elas, as legítimas interpretações.
    Fiquem atento, que a mídia gosta de distorcer; distorções vendem jornal.
    Também que as Forças cumpram seu valioso papel. Sejam íntegras, que o caso dos carros pipas do sertão nordestino – ano 2013, conforme denúncias, seja apurado, não fique no esquecimento, pois o exército não pode ficar com mais esta pecha, alias não pode ter nenhuma. Que seja dado ampla divulgação das apurações realizadas e das punições realizadas. Automóvel doméstico e Moto puxando água no sertão nordestino é inadmissível, crime pior ou no mínimo, comparado com espionagem.
    O maior valor de nossa Defesa está no espírito do brasileiro, que só se conquista e é valorizado, se a estima do povo por está Defesa for alta, por isso deve sempre dar melhor exemplo.

  2. “Sem possuir armas próprias, nenhum principado estará seguro; estará, antes, à mercê da sorte, não existindo virtude que o defenda nas adversidades” (Maquiavel)
    ==== E q n ‘ortori//’ ñ deixem de ler tbm Sun Tsú, e percebam a fragili// de n FAs..e tome medidas p ‘diminuir ‘ a cidições de sucatea/ de n FAs…p ontem.Sds.

  3. Ué? Este post de novo? Por quê?
    Mas td bem! Vamos cá mais uma vez…

    O artigo acima se trata de uma lavagem cerebral arquitetada por doutrina cínica engendrada pelo lobo alfa do norte para os militares e governantes tupiniquins há várias décadas. Ela está baseada no seguinte paradigma militar para o Brasil colocado na última frase do penúltimo parágrafo do texto acima:
    “ao imprescindível equilíbrio de forças que deve existir no cenário geopolítico sul-americano.”

    Ora bolas! Desde que foram desenvolvidos bombardeiros e mísseis intercontinentais não existe mais isso de inimigo de porta, de fronteira.

    Além disso talvez queiram que um gigante econômico, populacional e geográfico, nada mais nada menos que o quinto país em tamanho, sétimo em riquezas, fique medindo suas forças com países, a sua volta, todos muito menores e de fracas expressões econômicas? Se é isso, sinto muito, mas esses proponentes são todos vendidos ao lobo alfa, ou panacas, idiotas, não patriotas, abobados e coisas mais em termos de geoestratégia necessária para uma das maiores nações do globo terrestre… o Brasil.

    Lamentabilíssima a forma medíocre e pior, submetida a interesse do estrangeiro, como o Cel. Manuel Cambeses Júnior conclui suas ideias de Defesa acima.
    E se alguém que deveria estar de olhos na proteção VERDADEIRA do nosso país no mundo, pois ganha para isso, raciocina de forma externamente manipulada, só podemos lamentar e muito o presente e futuro dessa nossa Defesa de mentira.

    Mais uma vez: Triste…Triste demais!!!!!!

    • Grande ViventtBR!

      Também achei a mesma coisa…. não menciona em nenhum momento as bases Inglesas (OTAN-EUA) no meio do Atlântico.

      Estou pondo parte de uma matéria retirada do viomundo sobre o mesmo tema… veja a diferença de abordagem.

      Lá no final. Valeu!

  4. por LUCENA
    .
    .
    .
    “(…)O Brasil é país guiado por sentimento de paz. Não abriga nenhuma ambição territorial, não possui litígios em suas fronteiras nem, tampouco, inimigos declarados. Toda ação por ele empreendida nas esferas diplomática e militar busca, sistematicamente, a manutenção da paz. (…)”
    .
    .
    Muitos,como se pode verificar,vêem essa condição da geopolítica brasileira como empecilho para o seu desenvolvimento militar,no que tange a sua capacidade de ser independente as tecnologia de defesa.
    .
    Muitos,como se pode verificar,vêem a política pacifista brasileira como um erro,para este mais antes se fosse um política expansionista e que fossemos sempre colocado a prova pelos inúmeros inimigos fabricados por essa política expansionista e agressiva,como é a característica de toda política expansionista.
    .
    Ainda bem que o Brasil é rodeado por uma vizinhança mais dada a paz que se vê lá no Oriente Médio e na Ásia,onde a nossa sociedade n~e é beligerante e nem militarista,está mais para Atenas do que para Esparta,graças á Deus.
    .
    O que muitos vê como defeito.eu vejo como virtude e assim,o Brasil tem mais tempo para investir na sua ciência e tecnologia e na edução,para que assim fiquemos mais livres em termos nossa própria solução para os nossos problemas.
    .
    Sem inimigos potências,a não ser o crime organizado e a corrupção na nossa sociedade,o Brasil não precisa fazer compras a toque de caixa ou colocar os escassos recursos,destinados a problemas sociais urgente para uma guerra ou corrida armamentista,como muitos sem noção querem,desejam e fazem.
    .
    Para bens Brasil por aderir a paz !!!
    .
    .
    Brasil,coração do mundo e pátria do evangelho.

  5. Reproduzindo meu comentário sobre este texto, feito em outro blog.

    “Entendemos que, para a consecução desses objetivos, devem ser consultadas personalidades representativas de diferentes espectros de opinião: ministros de Estado, acadêmicos, analistas políticos, economistas, diplomatas, militares, jornalistas, todos com reconhecida competência na área de defesa e alguns críticos do atual sistema de defesa nacional.”

    E o povo que paga impostos e, em última instância, é quem deve dar direção aos conceito de “Defesa Nacional” deve ficar só olhando? O mania de elitizar as coisas!

    E que negócio é esse de que as forças armadas estão “hipertrofiadas” nos últimos 15 anos? O sistema de defesa brasileiro ruiu junto com o resto do país porque não teve suporte econômico desde a década de 1970, período em que o tal “milagre econômico” brasileiro se mostrou uma farsa e fomos de pires na mão pedir dinheiro mundo afora, criando uma dívida externa monstruosa associada a crescentes déficits na balaça comercial. O país estava quebrado e só se recuperaria, lentamente, à partir da década de 1990. Acho incrível quando falam sobre a História do Brasil e citam argumentos pela metade.

    E, pra variar, dá-lhe citação de Maquiavel. Como se o que ele escreveu servi-se de alguma maneira para estruturas republicanas. A frase citada no início do artigo se refere a uma condição em que “O Príncipe” despótico deve criar um exército para intimidar aqueles que se sintam feridos frente as ações deste. E para mandar um recado também aos fãs do “Príncipe” que, se saírem da linha, também podem se tornar alvo da sua “virtu”, que não tem nada a ver com o conceito de “virtude” usualmente adotado hoje em dia. Por isso a própria palavra “virtude” na frase citada não pode ser entendida como algo associado a inteligência, sabedoria ou benevolência, mas ao que é necessário fazer para que alguém, ou um grupo, se mantenha no poder a qualquer custo. Daí a criação de exércitos nacionais. Maquiavel foi praticamente o criador dos conceitos que deram aos reis europeus do século XV e XVI, a justificativa para serem governantes absolutistas e totalitários. É desse período que surge a denominação na História de “Monarquias Absolutistas” que aprendemos na escola,

    Outra é essa coisa de achar que militar é colocado no “plano inferior” de uma escala de prioridades. A diplomacia brasileira tem muita competência, mas não poderia chegar ao ponto em que está hoje se não houvesse o necessário respaldo das estruturas militares. E o militar deve satisfação sim aqueles que foram escolhidos através do sufrágio. O erro do povo só pode ser corrigido pelo próprio povo, não por um grupo de “excepcionais”, como queria justamente o citado Maquiavel.

    Vivemos em uma República. Mas aparentemente muitos ainda não se deram conta disso.

    • Meu caro Roberto, brasileiros como você enriquecem os ignorantes com sua cultura e sabedoria, e impelem muitos como eu na reflexão sobre como as manipulações de conteúdo são tratadas. Como supra sumo da intelectualidade, mas induzem ao erro e ajudam na afirmação das falácias e dos ignorantes que fazem uso delas.

  6. Apesar disto, o controle militar do Atlântico Sul segue em mãos das duas grandes potências anglo-saxônica.

    A Grã- Bretanha mantém um cinturão de ilhas e bases navais através do Atlântico Sul, que lhe conferem uma enorme vantagem estratégica no controle da região.

    E os EUA dispõem de três comandos que operam na mesma área: o USSOUTHCOM, criado em 1963, o AFRICOM, criado em 2007, e a sua IV Frota Naval criada durante a II Guerra Mundial, e reativada em 2008, com objetivo explícito de policiar o Atlântico Sul.

    Além disso, as duas potências anglo-saxônicas controlam em comum, a Base Aérea da Ilha de Ascenção, onde operam simultaneamente, a Força Aérea dos EUA, a Força Aérea do Reino Unido e forças dos países da OTAN.

    Na mesma Ilha de Ascenção estão instaladas estações de interceptação de sinais e bases do sistema de monitoramento global, denominado Echelon, que permite o monitoramento e controle de todo o Oceano Atlântico.

    Caracterizando-se uma enorme assimetria de poder e de recursos entre as forças navais e aéreas, das potencias anglo-saxônicas e da OTAN, e a dos demais países situados nos dois lados do Atlântico Sul.

    Neste ponto o Brasil não tem como enganar-se: possui a capacitação econômica e tecnológica para explorar os recursos oferecidos pelo oceano, mas não possui atualmente a capacidade de defender a soberania do seu “mar interior”.

    A capacitação naval do Brasil foi inteiramente dependente da Grã Bretanha e dos Estados Unidos, pelo menos até a década de 70, e o Brasil segue sendo um país vulnerável do ponto de vista da sua capacidade de defesa de sua costa, e de sua plataforma marítima.

    E este panorama só poderá ser modificado no longo prazo, depois da construção da nova frota de submarinos convencionais e nucleares que deverão ser entregues à marinha brasileira, entre 2018 e 2045, e depois que o Brasil adquira capacidade autônoma de construção de sua própria defesa aérea.

    De imediato, entretanto, o cálculo estratégico do Brasil tem que assumir esta assimetria de poder como um dado de realidade e como uma pedra no caminho de sua política de projeção de sua influência no continente africano, e sobre este seu imenso “mar interior”.

    Matéria completa no link abaixo.

    http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/fiori-eua-e-gra-bretanha-seguem-controlando-mar-interior-do-brasil.html

  7. Amigo Nascimento,
    Ótimas informações e poderações,
    Que tratam diretamente, pois estão na nossa cara, ao nosso redor, de um grande desequilíbrio real de ameaças na América do Sul.

    Então fica a pergunta:
    A quem interessa essa doutrina mentirosa para o Brasil de manter um equilíbrio de forças (desproteção) com um grupo de países pequenos e fracos, totalmente desproporcionais a nós? Mascarando uma assimetria escancarada do nosso lado.

    Como que profissionais de nossas armas, altos oficiais, podem desconsiderar totalmente em suas explanações sobre Defesa essa assimetria de forças (várias bases anglos) aqui no nosso cone sul? Serão vendidos, não patriotas, levianos, cínicos? Ao adotarem essa doutrina mentirosa como regra básica para nossa estratégia de defesa a longo prazo.
    Pois brasileiros inteligentes e cheios de informações são com certeza.

    Contudo há quem acredite que vivemos numa ilha da fantasia, que nossa nação é de paz e vive num recanto de harmonia.
    Mesmo tendo droga, viciados e traficantes pululando nas nossas fronteiras e aqui dentro.
    Mesmo o banditismo político e tráfico de influências sendo praga que esfola o povo, nos nossos vizinhos e em nós mesmos.
    Mesmo cerca de 6 pessoas por hora, 137 pessoas por dia, 50.000 pessoas por ano, sendo assassinadas em nossas famílias brasileiras sem parar.
    Mas sim somos uma região e país de paz e harmonia, sem desequilíbrios sociais e miséria e doenças degradantes por todo lado, não é mesmo?
    Tudo tão legal, que a própria classe média se atira a saques do comércio sem escrúpulos e vergonhas (como se viu na Argentina e no Chile em tempos recentes).
    Somos tudo gente boa e da paz não é mesmo?


    Enquanto formos cinicamente dominados e perturbados por baixo dos panos. Pela fácil dominação de nosso povo sem orgulho real de sua força e possível autodeterminação…
    Continuaremos, num país abençoado por Deus, pagando preços absurdos por ligações de celulares, internet, carros, alimentos, escola, saúde etc. Pois afinal quem é que bota o satélite lá no espaço? quem é que diz que as commodities agrícolas ou minerais valem tal e tal preço? Quem é que arranja o grau de investimento de tal e tal país?

    Como se dá um basta é essa gangrena infinita? Dizendo NÂO, porém não se pode dizer não tendo um trabuco a décadas nas costas.


    Vejo com bons olhos essa nossa vontade de erguer uma poderosa indústria bélica nacional, nos tirando dessa fraqueza e dominação estrangeira absoluta atual, porém também vejo falhas. Mas isso é conversa para outra hora.

    Sds!!!

  8. Nascimento.

    Excelente matéria.

    …EUA e Grãn Bretanha seguem controlando mar interior do Brasil…

    Esta é a mais pura verdade.
    E chegamos a este nível devido ao descaso de sucessivos governos que foram omissos com a segurança do Brasil.
    Hoje devido à descoberta das enormes riquezas do pré-sal o fato da insegurança do nosso mar tornou-se de conhecimento do cidadão comum.
    Em caso de um conflito, não teríamos capacidade de proteger nossas rotas marítimas e poderíamos ser facilmente estrangulados economicamente devido a não podermos escoar nossos produtos.
    Nossa marinha, a exemplo do que aconteceu com a FAB, e com exceção do programa dos submarinos, vem sendo gradativamente sucateada.
    As embarcações que temos não fazem frente aos modernos navios Aéges, Fremm, …entre outros.
    Alguns ainda se iludem pensando que nas atuais circunstancias o Brasil vai conseguir operar de maneira adequada o porta aviões São Paulo.
    Não temos escoltas modernas e adequadas e o nosso porta aviões não pode se defender sozinho contra as modernas ameaças aéreas e submarinas.
    Nossa aviação de patrulha deu um salto grandioso com a aquisição dos P-3 Órion, mas se temos os olhos, não temos as armas que poderiam dissuadir possíveis aventuras de potencias colonialista.
    Apesar de termos uma área de influencia marítima enorme e com grandes tesouros, não temos caças de longo alcance que poderiam enfrentar um inimigo nos limites de nossas águas, e nem aviões de reabastecimento em condições para dar suporte aos fracos e obsoletos F-5, que na verdade, já deveriam estar em um museu.
    Nossa marinha como já mencionei, não é páreo para algumas das marinhas que rondam o Atlântico Sul. Nossa força de submarinos apesar da bravura e adestramento de suas tripulações, é pequena em numero de embarcações e em qualidade de equipamentos, e os reforços ainda vão demorar para chegar.
    A situação é crítica.
    É a FAB vislumbrando a possibilidade de sair do buraco negro, e a gente já observa o atoleiro que esta se abrindo à frente da nossa marinha de guerra.
    Se fala em aquisições para a marinha, mas como acreditar, se para adquirir míseros 36 caças para a FAB, o governo levou mais de uma década.
    Com certeza, nossa força de superfície não aguentaria tanto quanto aguentou a FAB.
    Precisamos de forças armadas fortes.
    Se não podemos vencer uma guerra, pelo menos temos que ter capacidade de causar tantas baixas e estragos na força adversária a ponto de esta não querer correr o risco de nos enfrentar, pois saberia que suas baixas seriam insustentáveis se comparadas com os ganhos que teriam.
    Isto se chama dissuasão.
    Hoje o Brasil não tem esta capacidade.

    • Infelizmente GilmarJose concordo com você…. espero que nada aconteça nos próximos 10 ou 20 anos. Para que possamos nos reequiparmos…

      Preocupante!

      Valeu!

Comentários não permitidos.