Por que o “ocidente” errou tanto, ao interpretar o Oriente Médio?

Sugestão: Roberto CR

Mapa das guerras no Oriente Médio e Norte da África(clique na imagem para aumentar.)

Qual é o “estado da nação” – ou mais corretamente, da “nação” do Oriente Médio árabe – no final de 2013? Todos já sabemos que não é bom; e não queremos nos somar à (muitíssimo deslocada) melancolia, listando males (erosão dos seus vários modelos de governança – no Golfo, na Turquia, da Fraternidade Muçulmana (Ikhwani), etc.); a falência de estruturas de pensamento e de instituições nacionais; a implosão das identidades; a disfuncionalidade generalizada dos sistemas de estado; o rompimento do contrato social e o surgimento de insurreições anti-“sistema” de vários tipos. Queremos, isso sim, perguntar “O que se vê aqui?” E tentar descobrir por que o “ocidente” errou tanto ao interpretar o Oriente Médio.
É questão oportuna – sobretudo quando uma sucessão de notáveis figuras “ocidentais”, algumas delas institucionais já dizem (depois de dois anos de guerra e sofrimentos) que a melhor solução na Síria, afinal, pode ser que o presidente Assad permaneça no poder. Por que, afinal, tanta coisa foi tão mal interpretada, com tanta frequência, e com resultados tão danosos?
Para entender melhor o que acontece recentemente, devemos talvez relembrar um momento anterior do trauma regional. Não é comparação ponto a ponto com o que se tem hoje, mas ajuda a explicar, nos parece, a crise atual.
Aquele momento tem a ver com o que os historiadores chamam de “A Grande Transformação” que começou na Europa no século 17. Apoiou-se sobre uma filosofia moral que entendia que o bem-estar humano dependeria da operação eficiente dos mercados. Intimamente relacionada a essa ideia havia outra, tomada dos Puritanos Ingleses, com raízes profundas na história anglo-saxônica. E que via a “mão invisível” da Providência também em ação na política, como na economia; e essa “mão invisível” (se deixada operar por sua conta) interferiria para prover outro efeito “ideal”. Segundo essa noção, a luta e as disputas para contenção política entre as tribos anglo-saxônicas no início de suas sociedades, de algum modo deram origem a uma harmonia espontânea e à ordem política. (Mais mito, que verdade).
 
Puritanos anglo-saxões chegam à América
Mas foi dessa noção de “mercado” político – onde a competição se tornaria ordeira e harmoniosa mediante a intrusão da “mão invisível”, que os Puritanos Ingleses tiraram a crença segundo a qual as instituições e as estruturas democráticas anglo-saxônicas representariam a culminação da liberdade pessoal e da justiça – e de que essas estruturas brotaram espontaneamente.
Essas ideias foram integralmente trazidas para a América, e continuam influentes ainda hoje.
Esse modo de pensar enormemente poderoso dominou a política “ocidental” por mais de 300 anos. E à altura dos anos 1920s, sua penetração no Oriente Médio já levara a região à “beira” do desastre; a região já estava em crise, mantendo-se por um fio. Como na Europa, antes, o duro impacto da engenharia social e do deslocamento de populações, como aquele estilo de pensamento exigia (criar mercados eficientes), foi realmente traumático. A ênfase na industrialização e no deslocamento populacional foi de tal ordem que, no século 19, já havia levado a Europa a revoluções sangrentas. Essas ideias ocidentais, inclusive a noção de que a reforma econômica seria mais plenamente alcançada mediante a secularização, foram abraçadas com zelo de “convertidos” pelos líderes da Turquia, Pérsia e Egito.
 
 Kemal Ataturk
Aproximadamente cinco milhões de muçulmanos europeus foram arrancados das próprias casas entre 1821 e 1922, enquanto o ocidente prestigiava principalmente os cristãos nos estados-nações dominados por cristãos nas antigas províncias ocidentais otomanas. A determinação do [partido] Jovens Turcos [orig. Young Turks] para implantar na Turquia uma cópia da modernização secular “de mercado” custou preço terrível. Morreram 1 milhão de armênios e 250 mil assírios; e 1 milhão de anatolianos gregos ortodoxos foram expulsos. Suprimiu-se a identidade curda, e o Islã foi suprimido e demonizado por Kemal Ataturk. Instituições islâmicas foram fechadas e o califato, instituição que existia há 1.400 anos, foi abolido. Tudo isso para criar um estado-nação centralizado, suficientemente poderoso para implantar uma “moderna” estrutura de mercado liberal.
Menos visível, mas também muito lesivo, foi o desenraizamento de homens e mulheres de suas comunidades, a desincorporação cultural, de laços e valores tradicionais. Desorientados, des-culturalizados e deixados à deriva, muitos deslizaram ou na direção do socialismo radical ou da revolução islâmica.
Reagrupando-se depois da 1ª Guerra Mundial (chamada então “Grande Guerra”, que só passou a chamar-se “primeira”, quando eclodiu a “segunda”[NTs]), as “grandes potências” criaram sistemas de “blocos de poder em competição” (demarcando diferenças étnicas, sectárias ou tribais e empurrando-as umas contra outras) por toda a região, para reforçar a influência europeia. Mas as “autoridades” daí resultantes, sem qualquer base em qualquer coisa que se assemelhasse a alguma forma de contrato social, só puderam ser mantidas no poder mediante o uso massivo de forças de segurança e de repressão contra centros de poder rivais. Não surpreendentemente, nos anos 1920s muitos jovens buscavam pensamento novo – e tornaram-se ferozes opositores do “sistema”.
Ao longo dos últimos 30 terríveis anos, o “ocidente” (e, outra vez) seus “interesses” regionais aliados, permaneceram presa de um conjunto igualmente poderoso de ideias – a orientação neoliberal do conservadorismo norte-americano (e a orientação tradicional do conservadorismo norte-americano sempre foi principalmente isolacionista e não intervencionista). Na última década, essas poderosas ideias, buscadas pelo “ocidente” e seus aderentes na região, provaram-se altamente daninhas. Não se trata só dos milhões de refugiados saídos do Afeganistão, Iraque, Palestina e Síria, nem das guerras e sofrimentos, mas, mais significativamente (e outra vez), o que se tem aí é um episódio do pensamento político segundo o qual as pessoas foram “individualizadas”, extraídas da comunidade, dos valores tradicionais, da conexão com o local, das respectivas identidades e, assim, foram separadas das fontes da autoestima.
Esse, de fato, sempre foi um dos principais objetivos da globalização: para conseguir alcançar uma “modernidade” globalizada, os aderentes desse tipo de pensamento deixaram-se levar pelo ímpeto de fazer tabula rasa – varrer, “limpar” –, e “dar um reset” na psicologia humana, enfraquecer o condicionamento pela tradição, para preparar a humanidade para a “modernidade”: daí o interesse por ações de “choque e pavor” e pelos efeitos psicologicamente transformadores da crise.
Diferente do período 1820-1920, que foi mais estrutural e físico, essa “transformação” mais recente (pela qual ainda estamos passando) não visava a ser tão física (embora ainda seja, para os milhões de refugiados), mas, mais, “uma marca feita a fogo” na consciência, disparada por mudanças transformatórias, que mudam a vida (por exemplo, no Iraque) – e disparada também pela “narrativa”, com o uso dos meios e veículos da imprensa-empresa.
 Oliver Cromwell
No caso do Oriente Médio, a narrativa preferencial passou a ser a da “democracia” e da “liberdade” (as duas “grandes ideias” d’A Grande Transformação promovida pelos velhos puritanos europeus. Cromwell usou exatamente a mesma narrativa no Parlamento Inglês em 1658).
Mas um dos problemas aqui é que, naquele momento, as noções de “democracia” e “liberdade” foram rapidamente subsumidas dentro da “doutrina Carter” (segundo a qual os EUA não admitiriam a emergência, no Oriente Médio, de governo não amigável). Assim, de fato, pouca coisa mudou: os oligarcas reinantes tipo Sykes-Picot simplesmente continuaram o serviço – sustentados por forças de segurança muito fortes (e partidarizadas).
Essencialmente, portanto – desde os anos 1920s – não há qualquer tipo de real contrato social entre povos e governantes, ou vice-versa. Mais que isso, não se viu qualquer esforço para organizar nações ou sociedades. Isso é especialmente verdade para o Golfo, onde a abundância de petrodólares faz as vezes, como arremedo, da construção da nação. Problemas resolvem-se com dinheiro, soluções compram-se. Assim, em toda a região, emergiu uma elite imensamente rica, que se separou, ela mesma, das raízes e comunidades nativas, para melhor mergulhar na comunidade “virtual”, desculturada, dos realmente ricos. A clássica doutrina dos benefícios econômicos em cascata [orig.   trickle down’ economic benefit] simplesmente jamais sequer foi tentada, no Oriente Médio.
A experiência a partir da qual o presidente Putin da Rússia está desenvolvendo uma ideologia conservadora antissistema não é muito diferente dessa (resultado, lá, da própria experiência da Rússia, primeiro com uma “modernidade” marxista desenraizadora; e, depois, com uma “modernidade” neoliberal para o globalizamento).
Em recente discurso ao Parlamento russo, Putin falou da necessidade de um novo “conservadorismo”. Esse conservadorismo deve ser definido, numa nova abordagem, segundo Fyodor Lukyanov, com bases no “fato de que todo e qualquer progresso, hoje, trará necessariamente resultado negativo”. Em outras palavras: a busca da modernidade por abordagem neoliberal tornou-se daninha em todo e qualquer lugar – além de levar a resultados estrategicamente incoerentes.
 
 Vladimir Putin discursa no Parlamento da Rússia
Putin argumenta que a disparidade entre (a) os valores tradicionais [dos russos], um senso de ser [russo], de valores familiares herdados, de modos de criar os filhos; e (b) os novos “espaços de valores” europeus que emanam hoje do “universalismo” já é grande demais; e que os valores locais devem ser protegidos. Em outras palavras: cada nação e cada cultura é única, com seus valores; sobretudo, a específica identidade.
De fato, Putin está sugerindo um novo conservadorismo estratégico que recusa o globalismo liberal – e que retoma a dimensão nacional em seus conceitos principais, de legitimidade e soberania. Chama esses valores de “conservadores”, mas não no sentido de que impeçam o progresso e, sim, como meio para impedir uma regressão, com queda do abismo moral. “Progresso” nessa definição não é o progresso da modernidade, [1] mas mais, um desejo de voltar ao humano. Ou, como Baudelaire escreveu [2] “Progredir, para eles, não é avançar, nem conquistar, mas voltar e encontrar […] O progresso, pois, o único progresso possível, consiste em desejar reencontrar a Unidade perdida”. (EmDeDefensa.org, ofereço discussão mais completa sobre as implicações das ideias de Putin [em francês]).
 Patrick Buchanan
Num certo sentido, Putin pôs o dedo na natureza da crise no Oriente Médio (apesar de estar falando sobre a Rússia). Patrick Buchanan (“conservador” norte-americano, mas não da gangue dos neoconservadores neoliberais [3]), em artigo intitulado Is Putin One of US?, observa que [Putin] está procurando redefinir o conflito mundial futuro do “nós vs eles” – como conflito no qual os conservadores, tradicionalistas e nacionalistas de todos os continentes e países levantam-se para resistir ao imperialismo cultural e ideológico do que, como Putin o vê, é um ocidente em declínio, cujos valores de globalização provocam “desconforto” em muitos locais.
“Não atacamos interesses de ninguém” – disse Putin. – “Nem queremos ensinar os outros a viverem a própria vida”. O adversário de Putin não é os EUA onde nascemos, mas os EUA onde vivemos” [Buchanan escreve], “que, para Putin, são EUA pagãos e progressistas selvagens. Sem nomear país algum, Putin atacou as “tentativas para impor modelos de desenvolvimento mais progressivos” a outras nações, que já levaram a “declínio, barbárie e muito sangue”: ataque direto às intervenções dos EUA no Afeganistão, Iraque, Líbia e Egito” – Buchanan sugere.
Buchanan não chega a dizê-lo. Mas a formulação “conservadora” de Putin é antipolar, antissistema – e será reconhecida por muitos na região como posição de resistência.
O presidente Assad ou Sayyed Hassan Nasrallah aplaudirão. Não é preciso pensar muito para ver o quanto essas ideias soarão significativas e atraentes no Oriente Médio: elas dão a base para uma nova plataforma regional em torno da qual os estados poderão reunir-se – e que darão direção clara à política russa.
Noutra direção, essas ideias ressoam desde já como um início precoce do debate do século 21: sobre como o Oriente Médio (ou os muçulmanos em geral) vivem no mundo contemporâneo, sem perder a própria comunidade, a localidade, seus valores, tradição e identidade. (Os levantes árabes foram profundamente focados na perda de valores na política e na economia, e nas consequências disso sobre o tecido social). É questão que também surgiu à tona na Europa, sobre a “grande transformação” do sul da Europa, conhecida como “doutrina da austeridade” (como o demonstram, por exemplo, os protestos antissistema que acontecem agora, na Itália. Há ali, subjacente, o sentimento de que as elites europeias são responsáveis pela decomposição do contrato social europeu).
 
 Protestos de estudantes italianos mcontra  a “austeridade” em 15/12/2013
Ninguém tem respostas para isso (é mais fácil formular “um retorno ao modo de vida humano”, que apresentar essa noção como algo realmente político). Mas, ainda assim, a questão é essa.
O caminho à frente vem povoado de diferentes víboras. Alguns farão literalmente qualquer coisa, para preservar o status quo; alguns, para instituir um Islã assertivo; alguns, para instituir um secularismo assertivo; alguns, para instituir a revolução; e alguns para pôr fogo no sistema. É preciso coragem para sugerir que, disso tudo, brotarão a estabilidade e a ordem nos próximos anos.
A questão das “narrativas”: a questão da imprensa-empresa
Tudo isso considerado, por que o “ocidente” erra tão frequentemente ao interpretar o Oriente Médio? Sugerimos aqui que o processo tenha a ver com “a narrativa” – a narrativa da “democracia”, a narrativa da “liberdade” – ou, mesmo, com a narrativa de “a derrubada do presidente Assad não é questão dese: é questão de quando’’.
Essas “narrativas”, como argumentamos, tem pedigree Puritano de vários séculos, profundamente enraizado. Mas o pensamento político da ala dos conservadores norte-americanos conhecida como “neoconservadores” foi fortemente desestabilizado pela ambiguidade dos jovens americanos contra a guerra, desde a guerra dos EUA no Vietnã.
Retomando o pensamento originalmente articulado por Carl Schmitt e, depois, pela Escola de Chicago, esses pensadores concluíram que nenhum estado que aspire a manter o poder e a posição que tenham pode suportar tal amplitude de ambiguidade moral: a resposta, concluíram então, seria “narrar o inimigo” como tão completa e absolutamente “outro”, como tão completo e absoluto “mal”, que aquela ambiguidade moral se tornaria impossível. Daí a insistência numa narrativa única – sempre idêntica a ela mesma e sempre repetida.
A “narrativa”, desse ponto de vista, torna-se a mais poderosa arma de guerra (na que passou a ser chamada guerra de quarta geração). A “narrativa” foi convertida em “a realidade” que nós próprios “construímos” (como se ouvia de alguns “conservadores”/ neoliberais em 2003).
 
 Manchetes de jornais dos EUA sobre a Síria 
[jornais brasileiros são meras cópias (mal) traduzidas]
O poder dessa narrativa é imenso, sem dúvida (p.ex., veja-se a Síria), mas essa insistência numa narrativa simplória, simplista, ou branco ou preto (embora seja ferramenta efetiva de guerra psicológica), é faca de dois gumes. Porque ela também elimina da paisagem do pensamento todos os demais aspectos de qualquer conflito. Eles são simploriamente desautorizados –  porque comprometem o sucesso de uma narrativa que não pode ser questionada.
No frigir dos ovos, políticos, jornalistas e “especialistas” passam a acreditar na própria narrativa (caem na sua própria armadilha) – até que os eventos (como na Síria) afinal, e dolorosamente, expõem a falsidade da própria narrativa.

Notas dos tradutores
[1] O “progresso” da modernidade fica bem exemplificado, por contraste, na definição de Baden-Powell, o criador do escotismo (“Aquele adulto idiota, de calças curtas, sempre seguido de várias crianças idiotas, de calças curtas”, na definição de Millôr Fernandes): “Parar não ajuda ninguém. É preciso escolher entre progredir ou regredir. Assim, portanto, “SEMPRE AVANTE!” com um sorriso nos lábios”. (risos, risos).
[2] Orig. [P]rogresser, pour eux, ce n’est pas avancer, ni conquérir, mais revenir et retrouver… […] Le progrès donc, le seul progrès possible, consiste à vouloir retrouver l’Unité perdue.” (Oeuvres posthumes et correspondances inédites / Charles Baudelaire ; précédées d’une étude biographique, par Eugène Crépet (…), Quantin (Paris)-1887.
[3] No Brasil não prosperou a palavra “neoconservadores”; em vez dela, sempre se usou aqui a palavra “neoliberais”. De fato, as duas palavras, no Brasil, designam o mesmo grupo desde o primeiro governo FHC-Clinton,  (PSDB + DEM + Ruralistas + Grande Finança Internacional + USP + imprensa-empresa).
Parece haver aí em operação um interessante “golpe narrativo”, que bem merece ser melhor estudado (embora seja difícil identificar QUE BLOCO POLÍTICO-INTELECTUAL ATIVO NO BRASIL HOJE, teria interesse político em estudar e fazer-ver a ABSOLUTA identidade de pensamento, propostas e táticas, por aqui, entre “neoliberais”, “neoconservadores”, “fascistas” e “éticos-ecológicos-bonzinhos”, feito a INSUPORTÁVEL Marina Silva).
É essa absoluta identidade, aliás, que levou a imprensa-empresa, no Brasil, a apresentar como “neoliberais” alguns perfeitos, totais,  “fascistas”. A opção pela palavra “neoliberais”, no jornalismo de propaganda (praticamente o único que se pratica no Brasil), reforça otraço economicista pseudo-liberal; e ajuda a esconder o traço conservador políticofascistizante.

7 Comentários

  1. Se o tal “ocidente” real/ quiser ajudar a resolver “o” motivo de tanta bagunça no OM, basta o Obaobaabama cabar de x c os enclaves judeuss nas terras Palestinas…afinal, e seu último mandato. e c certeza, nunca + irá retornar a casa branca como presidente. E se kiser entrar p a história mundial é esse o caminho….Quem viver verá.Sds.

  2. Esse texto merece ganhar o prêmio Framboesa de Ouro na categoria comédia pastelão por sua apologia histérica ao déspota Putin.

    • Se o querido operador das duas agências, CIA e Mossad está a espernear, é por ser o texto ótimo.

      O texto é muito bom, pois Tireless não gostou!

      😀

  3. KKKKKKKKKk

    Apologia histérica HMS!?!?!?!?

    O que aconteceu é que você não entendeu nada do que está escrito.

    O autor classifica Putin de “conservador”, dentro do sentido moral do conceito, avesso as mudanças que são conhecidas como “modernidade”. É uma crítica, não um elogio. E o que ele percebe, e você não consegue ver ou entender, é que esse conservadorismo de Putin está lhe dando vantagens, no jogo político do Oriente Médio, sobre a ideia de “modernidade” vendida pelo Ocidente pois é um conservadorismo clássico, todos conhecem e não tem medo dele. De fato, são simpáticos a ideia. Simples assim. A modernidade (democracia, Liberalismo, direito individual, livre arbítrio, etc.) é algo que o Ocidente criou e não está conseguindo vender ao Oriente Médio.

    Para quem se interessar pelo tema “A Grande Transformação”, há um ótimo livro, de mesmo título, escrito por Karl Paul Polanyi e que é referência em política econômica e social.

    • “… Patrick Buchanan (“conservador” norte-americano, mas não da gangue dos neoconservadores neoliberais [3]), em artigo intitulado “Is Putin One of US?”, observa que [Putin] está procurando redefinir o conflito mundial futuro do “nós vs eles” – como conflito no qual os conservadores, tradicionalistas e nacionalistas de todos os continentes e países levantam-se para resistir ao imperialismo cultural e ideológico do que, como Putin o vê, é um ocidente em declínio, cujos valores de globalização provocam “desconforto” em muitos locais.”

      Tradução via Google e com alguns erros…Do citado texto (em negrito) de Patrick Buchanan:
      …………………………….

      É PUTIN UM DE NÓS??

      17 de dezembro de 2013

      By Patrick J. Buchanan

      É Vladimir Putin paleoconservador?

      Na guerra de cultura pelo futuro da humanidade, ele é um de nós?

      Embora tal questão pode ser blasfema em círculos ocidentais, considerar o conteúdo do estado do presidente russo do endereço da nação.

      Com a América claramente em mente, Putin declarou: “Em muitos países hoje, as normas morais e éticas estão sendo reconsideradas.”

      “Eles estão agora exigindo não apenas o reconhecimento adequado da liberdade de consciência, opiniões políticas e da vida privada, mas também a obrigatoriedade de aviso da igualdade do bem e do mal.”

      Tradução: Embora a privacidade e a liberdade de pensamento, de religião e de expressão sejam direitos acarinhados, equiparar o casamento tradicional e o casamento de mesmo sexo é igualar bem com o mal.

      Sem confusão moral aqui, esta é a clareza moral, concordar ou discordar.
      Presidente Reagan certa vez chamou o antigo império soviético “o foco do mal no mundo moderno.” O presidente Putin está insinuando que a América de Barack Obama pode merecer o título no século 21

      .
      Nem é ele sem um argumento quando refletimos acerca do abraço do aborto, do casamento homossexual, da pornografia, da promiscuidade, e toda a panóplia de valores de Hollywood, sobre a América.

      .
      Nossos avós não reconheceriam a América em que vivemos

      .
      Além disso, Putin afirma, a nova imoralidade foi imposta de forma antidemocrática

      .

      A “destruição dos valores tradicionais” nestes países, segundo ele, vem “de cima” e é “inerentemente antidemocrático, porque se baseia em idéias abstratas e vai contra a vontade da maioria do povo.”

      Será que ele não tem um ponto de?

      Juízes não eleitos declararam o aborto e atos homossexuais, como direitos constitucionalmente protegidos. Juízes têm sido a força motriz por trás da imposição de casamento do mesmo sexo. O procurador-geral Eric Holder se recusou a cumprir a Lei de Defesa do Casamento.

      América foi de-cristianizada na segunda metade do século 20 por ordem do tribunal, apesar das objeções veementes de uma grande maioria de um país que era esmagadoramente cristã.

      E o casamento do mesmo sexo é realmente uma idéia “abstrata” não enraizada na história ou tradição do Ocidente. De onde é que ela vem?

      Povos de todo o mundo, afirma Putin, estão apoiando a defesa da Rússia dos “valores tradicionais”, contra um “chamado de tolerância”, que é “sem gênero e infértil.”

      Embora sua posição como defensor dos valores tradicionais tenha atraido a zombaria de meios de comunicação ocidentais e das elites culturais, Putin não está errado em dizer que ele pode falar por grande parte da humanidade.

      O casamento do mesmo sexo é suportada pela América jovem, mas a maioria dos estados ainda resistem a ela, com os pastores negros visíveis na vanguarda da contra-revolução.

      Na França, um milhão de pessoas foram às ruas de Paris para denunciar imposição do casamento homossexual dos socialistas.

      Apenas 15 nações, entre mais de 190 o reconheceram.

      Na Índia, a maior democracia do mundo, a Suprema Corte derrubou uma decisão de primeira instância que fez o casamento do mesmo sexo um direito. E o parlamento nesta nação socialmente conservadora de mais de um bilhão de pessoas, não é provável que em breve o tribunal superior reverta .

      Nos quatro dezenas de nações que estão predominantemente muçulmana, que compõem a quarta parte da Assembléia Geral da ONU e um quinto da humanidade, o casamento homossexual não está nem mesmo sobre a mesa. E o Papa Francis reafirmou a doutrina católica sobre a questão há mais de um bilhão de católicos.

      Embora grande parte dos meios de comunicação norte-americanos e ocidentais o definam como um autoritário e reacionário, um retrocesso, Putin pode estar vendo o futuro com mais clareza do que os americanos ainda presos em um paradigma da Guerra Fria.

      À medida que a luta decisiva, na segunda metade do século 20 era vertical, Oriente x Ocidente, a luta do século 21 pode ser horizontal, com os conservadores e tradicionalistas em todos os países organizados contra o secularismo militante de uma elite multicultural e transnacional.

      E apesar de que as elites dos Estados Unidos podem ser encontradas no epicentro de anti-conservadorismo e anti-tradicionalismo, o povo americano nunca foi mais alienado ou mais dividido culturalmente, socialmente e moralmente.

      Somos dois países agora.

      Putin diz que sua mãe o batizou secretamente quando bebê e professa ser um cristão. E o que ele está falando aqui é ambicioso, mesmo audacioso…

      .
      Ele está tentando redefinir a “Us vs Them” conflito mundial do futuro, como aquele em que os conservadores, tradicionalistas e nacionalistas de todos os continentes e países levantar-se contra o imperialismo cultural e ideológico do que ele vê como um ocidenta decadente

      .

      “Nós não infringimos os interesses de ninguém “, disse Putin”, ou tentamos ensinar alguém a viver. “O adversário que ele identificou não é a América que cresceu, mas a América em que vivemos, que Putin vê como pagã e descontroladamente progressista.

      Sem nomear qualquer país, Putin atacou “as tentativas de impor mais modelos de desenvolvimento progressistas” a outras nações, que levaram a “decadência, barbárie e muito sangue”, um tiro certeiro nas intervenções dos EUA no Afeganistão, Iraque, Líbia e Egito.

      Em seu discurso, Putin citou o filósofo russo Nicholas Berdiaev, a quem Solzhenitsyn tinha saudado por sua coragem em desafiar seus inquisidores bolcheviques. Embora nenhuma palavra de casa, Berdiaev está favoravelmente conhecido no Centro de Russell Kirk para a Renovação Cultural.

      O que levanta a questão: Quem está escrevendo as matérias de Putin?
      ——————————————–

      • No começo do texto, está traduzido pelo Google assim:

        “Embora tal questão pode ser blasfema em círculos ocidentais, considerar o conteúdo do estado do presidente russo do endereço da nação.”

        Creio que embora não seja exata, a tradução faça mais sentido na forma abaixo:

        “Embora possa ser blasfemia em círculos ocidentais, levar em consideração o conteúdo do presidente de estado da nação russa.”

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