Moniz Bandeira: O Brasil e as ameaças de projeto imperial dos EUA

Sugestão: Lucena

A definição do Brasil como alvo de espionagem dos EUA não é de hoje, diz o historiador e cientista político Moniz Bandeira, em entrevista à Carta Maior.

Marco Aurélio Weissheimer

Arquivo

 Em 2005, o cientista político e historiador Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira apontou em seu livro “Formação do Império Americano” as práticas de espionagem exercidas pelas agências de inteligência dos Estados Unidos. Uma prática que, segundo ele, já tem aproximadamente meio século de existência. Desde os fins dos anos 60, diz Moniz Bandeira, a coleta de inteligência econômica e informações sobre o desenvolvimento científico e tecnológico de outros países, adversos e aliados, tornou-se uma prioridade do trabalho dessas agências.

Em seu novo livro, “A Segunda Guerra Fria – Geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos – Das rebeliões na Eurásia à África do Norte e Oriente Médio” (Civilização Brasileira), Moniz Bandeira defende a tese de que os Estados Unidos continuam a implementar a estratégia da full spectrum dominance (dominação de espectro total) contra a presença da Rússia e da China naquelas regiões. “As revoltas da Primavera Árabe”, afirma o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que assina o prefácio do livro, “não foram nem espontâneas e ainda muito menos democráticas, mas que nelas tiveram papel fundamental os Estados Unidos, na promoção da agitação e da subversão, por meio do envio de armas e de pessoal, direta ou indiretamente, através do Qatar e da Arábia Saudita”,

Nesta nova obra, Moniz Bandeira aprofunda e atualiza as questões apresentadas em “Formação do Império Americano”. “Em face das revoltas ocorridas na África do Norte e no Oriente Médio a partir de 2010, julguei necessário expandir e atualizar o estudo. Tratei de fazê-lo, entre e março e novembro de 2012”, afirma o autor. É neste contexto que o cientista político analisa as recentes denúncias de espionagem praticadas pelos EUA em vários países, inclusive o Brasil.

A definição do Brasil como alvo de espionagem também não é de hoje. Em entrevista à Carta Maior, Moniz Bandeira assinala que a Agência Nacional de Segurança (NSA) interveio na concorrência para a montagem do Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), pelo Brasil, e assegurou a vitória da Raytheon, a companhia encarregada da manutenção e serviços de engenharia da estação de interceptação de satélites do sistema Echelon. Na entrevista, o cientista político conta um pouco da história desse esquema de espionagem que, para ele, está a serviço de um projeto de poder imperial de proporções planetárias.

Moniz Bandeira defende que o Brasil, especialmente a partir da descoberta das reservas de petróleo do pré-sal, deve se preparar para defender seus interesses contra esse projeto imperial. “As ameaças existem, conquanto possam parecer remotas. Mas o Direito Internacional só é respeitado quando uma nação tem capacidade de retaliar”, afirma.

Carta Maior: O seu livro “Formação do Império Americano” já tratava, em 2005, do tema da espionagem praticada por agências de inteligência dos Estados Unidos. Qual o paralelo que pode ser traçado entre a situação daquele período e as revelações que vêm sendo feitas hoje?

Moniz Bandeira: Sim, em “Formação do Império Americano”, cuja primeira edição foi lançada em 2005, mostrei, com fundamento em diversas fontes e nas revelações pelo professor visitante da Universidade de Berkeley (Califórnia), James Bamford, que o sistema de espionagem, estabelecido pela National Security Agency (NSA), começou a funcionar há mais de meio século. O objetivo inicial era captar mensagens e comunicações diplomáticas entre os governos estrangeiros, informações que pudessem afetar a segurança nacional dos Estados Unidos e dar assistência às atividades da CIA.

Com o desenvolvimento da tecnologia eletrônica, esse sistema passou a ser usado para interceptar comunicações internacionais via satélite, tais como telefonemas, faxes, mensagens através da Internet. Os equipamentos estão instalados em Elmendorf (Alaska), Yakima (Estado de Washington), Sugar Grove (Virginia ocidental), Porto Rico e Guam (Oceano Pacífico), bem como nas embaixadas, bases aéreas militares e navios dos Estados Unidos.

A diferença com a situação atual consiste na sua comprovação, com os documentos revelados por Edward Snowden, através do notável jornalista Gleen Greenwald, que mostram que a espionagem é feita em larga escala, com a maior amplitude.

Desde os fins dos anos 60, porém, a coleta de inteligência econômica e informações sobre o desenvolvimento científico e tecnológico de outros países, adversos e aliados,  tornou-se mais e mais um dos principais objetivos da COMINT (communications inteligence), operado pela NSA), dos Estados Unidos, e pelo Government Communications Headquarters (GCHQ), da Grã-Bretanha, que em 1948 haviam firmado um pacto secreto, conhecido como UKUSA (UK-USA) – Signals Intelligence (SIGINT). Esses dois países formaram um pool – conhecido como UKUSA – para interceptação de mensagens da União Soviética e demais países do Bloco Socialista, a primeira grande aliança de serviços de inteligência e à qual aderiram, posteriormente, agências de outros países, tais como  Communications Security Establishment (CSE), do Canadá, Defense Security Directorate (DSD), da Austrália e do General Communications Security Bureau (GCSB), da Nova Zelândia. Essa rede de espionagem, chamada de Five Eyes e conhecida também como ECHELON –  só se tornou publicamente conhecida, em março de 1999, quando o governo da Austrália nela integrou o Defence Signals Directorate (DSD),  sua organização de  SIGINT.

Carta Maior: Qual sua avaliação a respeito da reação (ou da falta de) da União Europeia diante das denúncias de espionagem?

Moniz Bandeira: Os serviços de inteligência da União Europeia sempre colaboraram, intimamente, com a CIA e demais órgãos dos Estados Unidos. Os governos da Alemanha, França, Espanha, Itália e outros evidentemente sabiam da existência do ECHELON e deviam intuir que o ECHELON – os Five Eyes – trabalhasse também para as corporações industriais. As informações do ECHELON, sobretudo a partir do governo do presidente Bill Clinton, eram canalizadas para o Trade Promotion Co-ordinating Committee (TPCC), uma agência inter-governamental criada em 1992 pelo Export Enhancement Act e dirigida pelo Departamento de Comércio, com o objetivo de unificar e coordenar as atividades de exportação e financiamento do dos Estados Unidos. Corporações, como Lockheed, Boeing, Loral, TRW, e Raytheon, empenhadas no desenvolvimento de tecnologia, receberam comumente importantes informações comerciais, obtidas da Alemanha, França e outros países através do ECHELON.

O presidente Clinton recorreu amplamente aos serviços da NSA para espionar os concorrentes e promover os interesses das corporações americanas. Em 1993, pediu à CIA que espionasse os fabricantes japoneses, que projetavam a fabricação de automóveis com zero-emissão de gás, e transmitiu a informação para  a Ford, General Motors e Chrysler. Também ordenou que a NSA e o FBI, em 1993, espionassem  a conferência da Asia-Pacific Economic Cooperation (APEC), Seattle, onde aparelhos foram instalados secretamente em todos os quartos do hotel, visando a  obter informação relacionada com negócios para a construção no Vietnã, da hidroelétrica Yaly. As informações foram passadas para os contribuintes de alto nível do Partido Democrata. E, em 1994, a NSA não só interceptou faxes e chamadas telefônicas entre o consórcio europeus Airbus e o governo da Arábia Saudita,  permitindo ao governo americano intervir  em favor da Boeing Co, como interveio na concorrência para a montagem do SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia), pelo Brasil, e assegurou a vitória da Raytheon, a companhia encarregada da manutenção e serviços de engenharia da estação de interceptação de satélites do sistema  ECHELON, em  Sugar Grove.

Carta Maior: Um dos temas centrais de seus últimos trabalhos é a configuração do Império Americano. Qual é a particularidade desse Império Americano hoje? Trata-se de um Império no sentido tradicional do termo ou de um novo tipo?

Moniz Bandeira: Todos os impérios têm particularidades, que são determinadas pelo desenvolvimento das forças produtivas. Assim, não obstante a estabilidade das palavras, o conceito deve evoluir conforme a realidade que ele trata de representar. O império, na atualidade, tem outras características, as características do ultra-imperialismo, o cartel das potências industriais, sob a hegemonia dos Estados Unidos, que configuram a única potência capaz de executar uma política de poder, com o objetivo estratégico de assegurar fontes de energia e de matérias primas, bem como os investimentos e mercados de suas grandes corporações, mediante a manutenção de bases militares, nas mais diversas regiões do mundo, nas quais avança seus interesses, através da mídia, ações encobertas dos serviços de inteligência, lobbies, corrupção, pressões econômicas diretas ou indiretas, por meio de organizações internacionais, como Banco Mundial, FMI, onde detém posição majoritária. As guerras, para o consumo dos armamentos e aquecimento da economia, foram transferidas para a periferia do sistema capitalista.

É óbvio, portanto, que o Império Americano é diferente do Império Romano e do Império Britânico. Ainda que informal, isto é, não declarado, os Estados Unidos constituem um império. São a única potência, com bases militares em todas as regiões do mundo e cujas Forças Armadas não têm como finalidade a defesa das fronteiras nacionais, mas a intervenção em outros países. Desde sua fundação, em 1776, os Estados Unidos estiveram at war 214 em seus 236 anos do calendário de sua existência, até dezembro de 2012. Somente em 21 anos não promoveram qualquer guerra. E, atualmente, o governo do presidente Barack Obama promove guerras secretas em mais de 129 países. O Império Americano (e, em larga medida, as potências industriais da Europa) necessita de guerras para manter sua economia em funcionamento, evitar o colapso da indústria bélica e de sua cadeia produtiva, bem como evitar o aumento do número de desempregados e a bancarrota de muitos Estados americanos, como a Califórnia, cuja receita depende da produção de armamentos.

Ademais do incomparável poderio militar, os Estados Unidos também detém o monopólio da moeda de reserva internacional, o dólar, que somente Washington pode determinar a emissão e com a emissão de papéis podres e postos em circulação, sem lastro, financiar seus déficits orçamentários e a dívida pública. Trata-se de um “previligégio exorbitante”, conforme o general Charles de Gaulle definiu esse unipolar global currency system, que permite aos Estados Unidos a supremacia sobre o sistema financeiro internacional.

Carta Maior: Qual a perspectiva de longo prazo desse império? 

Moniz Bandeira: Os Estados Unidos, como demonstrei nesse meu novo “A Segunda Guerra Fria”, lançado pela editora Civilização Brasileira, estão empenhados em consolidar uma ordem global, um império planetário, sob sua hegemonia e da Grã-Bretanha, conforme preconizara o geopolítico Nicholas J. Spykman, tendo os países da União Européia e outros como vassalos. O próprio presidente Obama  reafirmou, perante o Parlamento britânico, em Westminster (maio de 2011) que a “special relationship” dos dois países (Estados Unidos e Grã-Bretanha), sua ação e liderança eram indispensáveis à causa da dignidade humana, e os ideais e o caráter de seus povos tornavam “the United States and the United Kingdom indispensable to this moment in history”. Entremente, o processo de globalização econômica e política, fomentado pelo sistema financeiro internacional e pelas grandes corporações multinacionais, estava a debilitar cada vez mais o poder dos Estados nacionais, levando-os a perder a soberania sobre suas próprias questões econômicas e sociais, bem como de ordem jurídica.

O Project for the New American Century, dos neo-conservadores  e executado pelo ex-presidente George W. Bush inseriu os Estados Unidos em um estado de guerra permanente, uma guerra infinita e indefinida, contra um inimigo assimétrico, sem esquadras e sem força aérea, com o objetivo de implantar a full spectrum dominance, isto é, o domínio completo da terra, mar, ar e ciberespaço pelos Estados Unidos, que se arrogaram à condição de única potência verdadeiramente soberana sobre a Terra, de  “indispensable nation” e “exceptional”.

O presidente Barack Obama  endossou-o, tal como explicitado na Joint Vision 2010 e ratificado pela Joint Vision 2020, do Estado Maior-Conjunto, sob a chefia do general de exército Henry Shelton. E o NSA é um dos intrumentos para implantar a full spectrum dominance, uma vez que monitorar as comunicações de todos os governantes tanto aliados quanto rivais é essencial para seus propósitos. Informação é poder

Carta Maior: Qual o contraponto possível a esse império no ambiente geopolítico atual?

Moniz Bandeira: Quando em 2006 recebi o Troféu Juca Pato, eleito pela União Brasileira de Escritores “Intelectual do ano 2005”, por causa do meu livro “Formação do Império Americano”, pronunciei um discurso, no qual previ que, se o declínio do Império Romano durou muitos séculos, o declínio do Império Americano provavelmente levará provavelmente algumas décadas. O desenvolvimento das ferramentas eletrônicas, da tecnologia digital, imprimiu velocidade ao tempo, e a sua queda será tão vertiginosa, dramática e violenta quanto sua ascensão. Contudo, não será destruído militarmente por nenhuma outra potência. Essa perspectiva não há. O Império Americano esbarrondará sob o peso de suas próprias contradições econômicas, de suas dívidas, pois não poderá indefinidamente emitir dólares sem lastros para comprar petróleo e todas as mercadorias das quais depende, e depender do financiamento de outros países, que compram os bonus do Tesouro americano, para financiar seu consumo, que excede a produção, e financiar suas guerras.

É com isto que a China conta. Ela é o maior credor dos Estados Unidos, com reservas de cerca US$ 3,5 trilhões, das quais apenas US$ 1,145 trilhão estavam investidos em U.S. Treasuries. E o  ex-primeiro-ministro Wen Jiabao  previu o “primeiro estágio do socialismo para dentro de 100 anos”, ao afirmar que o Partido Comunista persistiria executando as reformas e inovação a fim de assegurar o vigor e vitalidade e assegurar o socialismo com as características chinesas, pois “sem a sustentação e pleno desemvolvimento das forças produtivas, seria impossível alcançar a equidade e justiça social, requesitos essenciais do socialismo.”

Carta Maior: Na sua opinião, o que um país como o Brasil pode fazer para enfrentar esse cenário?

Moniz Bandeira: O ministro-plenipotenciário do Brasil em Washington, Sérgio Teixeira de Macedo, escreveu, em 1849, que não acreditava que houvesse “um só país civilizado onde a idéia de provocações e de guerras seja tão popular como nos Estados Unidos”. Conforme percebeu, a “democracia”, orgulhosa do seu desenvolvimento, só pensava em conquista, intervenção e guerra estrangeira, e preparava, de um lado, a anexação de toda a América do Norte e, do outro, uma política de influência sobre a América do Sul, que se confundia com suserania.

O embaixador do Brasil em Washington, Domício da Gama, comentou, em 1912, que o povo americano, formado com o concurso de tantos povos, se julgava diferente de todos eles e superior a eles. E acrescentou que “o duro egoísmo individual ampliou-se às proporções do que se poderia chamar de egoísmo nacional”. Assim os Estados Unidos sempre tenderam e tendem a não aceitar normas ou limitações jurídicas internacionais, o Direito Internacional, não obstante o trabalho de Woodrow Wilson para formar a Liga das Nações e de Franklin D. Roosevelt para constituir a ONU. E o Brasil, desde 1849, esteve a enfrentar a ameaça dos Estados Unidos que pretendiam assenhorear-se da Amazônia.

Agora, a situação é diferente, mas, como adverti diversas vezes, uma potência, tecnologicamente superior, é muito mais perigosa quando está em declínio, a perder sua hegemonia e quer conservá-la, do que quando expandia seu império. Com as descobertas das jazidas pré-sal, o Brasil entrou no mapa geopolítico do petróleo. As ameaças existem, conquanto possam parecer remotas. Mas o Direito Internacional só é respeitado quando uma nação tem capacidade de retaliar. O Brasil, portanto, deve estar preparado para enfrentar, no mar e em terra, e no ciberespaço, os desafios que se configuram, lembrando a máxima “se queres a paz prepara-te para a guerra” (Si vis pacem,para bellum)

Créditos da foto: Arquivo

44 Comentários

    • O problema colega é que o brasileiro gosta de lutar contra o brasileiro, e, como Jesus disse, a casa dividida não subsistirá!

      Acorda Brasil!

  1. Excelentes e perfeitas as colocações deste Moniz, mas quanto ao nosso país estar preparado para retaliar…só em uma realidade em que nossa política de defesa mude da água para o vinho, o que é triste, pois nu.a eventual intervenção norte americana, seriamos massacrados sem nenhuma chance de defesa.

  2. Perfeitas analises.
    Mas no Brasil as principais preocupações dos brasileiros de fato, devem ser depositadas na observação permanente sobre os nacionais sem identificação cívica e de cidadania com o próprio país. E temos sido pródigos na proliferação destes, que usam o disfarce das ideologias para camuflar seus espíritos vassalos e colonos além de justificar suas poucas aptidões para compromissos com a pátria.

  3. Um texto de caráter magistral que nós mostramos a verdade que realmente existe um governo ou um sub-Governo ou ainda pior um Governo oculto diferente daquele que os Americanos da maior democracia do mundo querem nós mostrar pura enganação, querem para si à hegemonia global e para isso farão de tudo para mante-lá com as mais sujas jogadas não duvido nada que tenham ICBM´s apontados para as principais cidades Brasileiras esperando uma rebelião Brasileira aos desmandos de Washington que Deus nos Ajude!

  4. Outro Pseudointectual dotado de prosa prolixa e ideologicamente viciada, e que não possui puder algum em ser vassalo de russos e chineses.

    • por LUCENA
      .
      .
      Essa é boa…hahahahah…um americanófilo criticando os outros de vassalo…hahahahah…..é o cúmulo da hipocrisia…hahahahahah…

  5. A definição do Brasil como alvo de espionagem dos EUA não é de hoje, diz o historiador e cientista político Moniz Bandeira, em entrevista à Carta Maior. ===== Há + de 50 anos nos espionando e nada foi feito até hoje…eles estão certos, errados estamos nós q temos políticos e política de Estado Ineficiente até p autodefesa….Sds.

  6. Alguns fan boys do tio san, estrebucham e tem chiliques de indignação quando se diz a verdade de que: Os EUA não são confiaveis..

    O trecho abaixo demonstra bem porquê…E os testemunhos são de longa data!

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    “O ministro-plenipotenciário do Brasil em Washington, Sérgio Teixeira de Macedo, escreveu, em 1849, que não acreditava que houvesse “um só país civilizado onde a idéia de provocações e de guerras seja tão popular como nos Estados Unidos”. Conforme percebeu, a “democracia”, orgulhosa do seu desenvolvimento, só pensava em conquista, intervenção e guerra estrangeira, e preparava, de um lado, a anexação de toda a América do Norte e, do outro, uma política de influência sobre a América do Sul, que se confundia com suserania.

    O embaixador do Brasil em Washington, Domício da Gama, comentou, em 1912, que o povo americano, formado com o concurso de tantos povos, se julgava diferente de todos eles e superior a eles. E acrescentou que “o duro egoísmo individual ampliou-se às proporções do que se poderia chamar de egoísmo nacional”. Assim os Estados Unidos sempre tenderam e tendem a não aceitar normas ou limitações jurídicas internacionais, o Direito Internacional, não obstante o trabalho de Woodrow Wilson para formar a Liga das Nações e de Franklin D. Roosevelt para constituir a ONU. E o Brasil, desde 1849, esteve a enfrentar a ameaça dos Estados Unidos que pretendiam assenhorear-se da Amazônia.”

    • Confiáveis, meu caro, certamente são os chineses e russos… agora, pergunto, porque se alinhar a quem nunca fez nada por nós a não ser inseminar durante décadas agentes desestabilizadores vermelhos entre nós ???… e certamente os russos respeitam MUITO o direito internacional… ME ENGANA QUE EU GOSTO…

    • Alvez:

      E algum país, quando está na defesa dos seus interesses (legítimos ou não) é confiável? Você realmente acha que russos e em especial chineses são confiáveis?

      • Qualquer comerciante com um mínimo de experiência, sabe que deve se cercar de garantias nos seus negócios com os outros e como diz o conhecido ditado: “Amigos, amigos, negócios a parte!”

        Então, esta pergunta sobre se os “outros” (sejam pessoas ou países…) são confiaveis…É chover no molhado!

        E capciosa, porque tenta ocultar o fato de que apesar de que os cuidados e precauções devem ser um padrão com todos, em se tratando de negócios e mais ainda na relação entre países, não se pode esquecer que os padrões de cuidados e precauções são alterados quando se trata com indivíduos (ou países) com reiterados e comprovados maus antecedentes em negócios e relacionamentos mantidos no passado.

        E o EUA tem uma vasta folha corrida de ingerências criminosas contra os países Sul e centro americanos, assassinatos, guerras, invasões,conspirações, golpes de estado, enfim, não preciso fazendo uma lista aqui, mesmo porque o artigo acima de Moniz Bandeira, já o faz magistralmente…

        Então meus caros, o EUA, assim como um criminoso contumaz, se diferencia sim de outros países que tem um currículo “normal” em suas relações conosco.

        Por isto, em negócios com pessoas comuns, sem antecedentes criminais, prudentemente desconfia-se e tomam-se as precauções de praxe, más com alguém que já te passou a perna, que aplicou golpes em todo mundo, a torto e a direito, o pé atrás, A DESCONFIANÇA é inevitável e justificadamente , muito maior!

        Ou será que Israel tem o mesmo nível de desconfiança (ou confiança…) com o Iran e com seu aliado EUA? Porque pela pergunta de vocês, sub-entende-se que Israel deva conceder níveis de desconfiança iguais em seus relacionamentos com persas e estadunidenses, por exemplo…

        Por isto na América do Sul, nos dias de hoje, mais do que para qualquer outro país..É justo dizer: O EUA NÃO É CONFIÁVEL!

        E isto não quer dizer, em absoluto, que se deva abandonar os cuidados e precauções padrões nas relações com os outros países…

  7. “Desde os fins dos anos 60, diz Moniz Bandeira, a coleta de inteligência econômica e informações sobre o desenvolvimento científico e tecnológico de outros países, adversos e aliados, tornou-se uma prioridade do trabalho dessas agências.”

    “Corporações, como Lockheed, Boeing, Loral, TRW, e Raytheon, empenhadas no desenvolvimento de tecnologia, receberam comumente importantes informações comerciais, obtidas da Alemanha, França e outros países através do ECHELON.”

    “O presidente Clinton recorreu amplamente aos serviços da NSA para espionar os concorrentes e promover os interesses das corporações americanas. Em 1993, pediu à CIA que espionasse os fabricantes japoneses…”

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    Esta espionagem, em conjunto com sua agressiva politica de patentes, ajudou o EUA a se tornar o maior repositório de conhecimento do século XX.

    Conhecimento algumas vezes comprado, outras roubado, e em seguida patenteado…Com isto conseguindo simultaneamente se desenvolver e dificultar (através das patentes) o desenvolvimento tecnológico das nações atingidas pela espionagem.

    Os chineses compreenderam muito bem esta estratégia estadunidense e passaram a copiá-la com perfeição, com muita espionagem e engenharia reversa..

    E o Brasil ingênuo, sempre foi bom cumpridor das leis internacionais…

  8. Pode até existir quem não goste da opinião do caro Moniz Bandeira, mas alguém se atreve a dizer que ele está mentindo?
    Suspeitávamos que os EUA nos espionavam a muito tempo, mas só agora foi confirmado e ainda assim tem quem “duvide” das safadezas daquele governo. E diferente do que alguns chegaram a dizer (kkkkk) que os EUA nos espionavam para nos proteger, essa nação de bandidos e assassinos querem na verdade é o obvio que é roubar tudo que for possível. Mas acordem brasileiros, assim como eles tem coragem de nos espionam eles também tem para subornar políticos, militares, jornalistas e até mesmo comentaristas de blogs para evitar mancharem seu “bom” nome de nação justa e cumpridora de leis e claro levantar uma onda anti-americana mundial que seria realmente péssimo para os negócios… Reparem que sempre que existe uma denuncia séria sobre essa nação de bandidos e assassinos existe quem defenda, mesmo quando o crime é absurdamente indefensável.
    Se o Brasil tem um inimigo, esse com toda a certeza são os EUA, mas não só nosso, essa nação de bandidos e assassinos é inimiga de todo o planeta.
    Tomara que esse império de assassinos cai mesmo, e antes que venham me dizer “a mas a China…” por pior que os chineses sejam não vão conseguir superar os EUA em sua maldade, simplesmente porque o mundo não vai ser da China ou da Russia ou de qualquer outro, o mais provável é que exista um equilíbrio no poder mundial o que pode ser muito bom para quem vive nessa planeta.

    • Ele mente sim, talves vc com sua limitada capacidade de observaçao nao sabe que ha como dizer uma grande mentira contando algumas VERDADES, eque por tras destas noticias requentadas ha uma intençao de distorcer a real ameaça a esta desgraça chamada brasil ,,seus idolatrados cumunas,enchem os bolsos e mandam a grana para JERSEY, cumunas brasileiros seriam fuzilados no camboja, este munis presta este desfavor ao manter cabeças de estrume vermelhas distraidas kkkkkkkk

    • “por pior que os chineses sejam não vão conseguir superar os EUA em sua maldade”… rsrsrsrsrsrsrs… o que a esquerdopatia fez com mentes como esta foi um feito insuperável até para religiões orientais… feito digno de um estudo acadêmico sério…

      • teropode e Blue Eyes, Na Resistência

        Dessa vez não vou baixar até o nível de vc, mas vou pedir argumentos.
        Por que ele é comunista?
        Por que eu sou comunista?
        Onde foi que ele distorceu algo?
        Onde foi que ele mentiu?
        Por que os chineses seriam pior que os EUA em um mundo onde eles não seriam os senhores como é o caso dos EUA?

        Bem, os senhores não se jugam tão “espertos”, pois muito bem, usem argumentos ao invés de jargões bobos e cansativos. Respondam de maneira convincente se puderem :)…

      • vc ta ficando assombrado atoa, pergunte a quem viveu na polonia na epoca da urss oque era arrogancia sovietica eos tibetanos oque eh arrogancia chinesa , vcs esquerdopatas tem que colocar nestas cabeças que arrogancia eh algo natural em que em quem DOMINA ,entao a arrogancia americana eh natural de quem eh PLAYER ,mas latrinos nunca irao entender isto !

      • Deixa de bobeira sr carl , somos homens para reagir de maneira grosseira quando deparamos com ideias absurdas( legitimas mas passiveis de constetaçoes ) navego por estes blogs e ainda ta pra existir um democratico como o PB, a questao nao eh ser baixo ou alto, ha diferenças na forma de expressar opnioes . E em relaçao as suas perguntas, eu respondo com colocaçoes simples, munis nunca escreveu textos falando sobre atitudes arrogantes chinesas em relaçao ao tibet ocupado, nunca apontou os problemas de cuba, a certeza deque a china sera no minimo pior doque os EUA baseia-se na observaçao da forma que tratam tibetanos e as outras minorias etnicas dentro da china , sem contar que ate o ano de 2008 os chineses cultuavam a hipotesi de nao serem descendentes do homo sapiens , eles acreditavam piamente que descendiam do homo erectus, um homideo que chegou na asia a 1 milhao de anos atras e nao do homo que chegou ao continente 100 mil anos, como pode-se perceber ,eles nao comungam a ideia de serem descendentes dos nossos ancestrais surgidos na africa ,um exame de dna nos chinas de varias regioes provou que estao geneticamente mais proximos dos negroides doque dos caucasoides , a tristesa foi geral ,pra bom entendedor isto basta pra saber o futuro dos seus dominados !

      • Ai sim… mas é para regalo de gente que sabe dar valor as coisas boas da vida… o resto acha que churrasco na lage com cerveja “estrúpidamente” gelada é que é vida… sem falar naquele pagode do maninho da vila ou no som dos Mc’s Mcdeumau e Mcferrou-se… rsrsrsrsrsrsrsrsrs… e chamam isso de “gosto”… rsrsrsrsrsrs… eu chamo de “desgosto”…

    • Carl:

      O que os Russos fizeram nos seus satélites da cortina de ferro durante a Guerra fria, o que governos aliados de Moscou fizeram e fazem com opositores, A maneira pela qual a Ucrânia vem sendo coagida e intimidada e o que os chineses fizeram no Tibete e com seu próprio povo deixa EUA e aliados no chinelo…

      • HMS_TIRELESS e teropode

        Pessoal eu não estou defendendo os russos ou os chineses, aliás, ninguém está. Dizer que os crimes americanos são absurdos não é defender outra nação. Eu sei bem que durante o período que a União Soviética (Rússia com outro nome bonitinho) roubaram e mataram milhões a historia da China é também é coberta de sangue , todos nós sabemos disso. Mas nem a Rússia nem a China promovem tanto mal ao mundo como os EUA, pelo menos nos dias de hoje.
        O senhor Moniz, poderia falar dos terríveis crimes chineses ou dos russos até mesmo de Cuba, mas quem não sabe deles? Agora os crimes americanos são muito bem escondidos e ainda bem que existe alguns com coragem suficiente para denunciar esses bandidos.
        Não entendo porque tanta vontade de defender bandidos da espécie dos EUA, esse governo é responsável por sequestros , roubo, assassinatos, genocídio, tortura e vários outros crimes. Atenção, não estou dizendo que agentes do governo dos EUA comentem esses crimes por contra própria (como acontece aqui) estou dizendo que o próprio governo é responsável por esses crimes o que é absurdo.

  9. Quanta novidade , alias este senhor munis nao passa de um inrustido , o bom disto tudo eque esta velha deve durar apenas mais uns 10 anos , nao terah o prazer de ver a queda ( que segundo as bestas de esquerda ) vai ocorrer com a AMERICA , no mais uma observaçao :Sabedores da mania de bosbilhatar americana, porque estes imbecis esquerdobananas nao agiram para evitar que os americanos descobrissem a s senhas das contas da suiça dos estelionatarios do pt $ Isto so prova o quanto estes idiotas so utilizam do anti-americanismo somente para cooptar idiotas uteis e desavisados , positron , pe de cao , e mais alguns trilobitas se encaixam neste grupo !

  10. o texto muito bom ,e correto !!!
    só os vira-latas separatistas e traidor da pátria que vao tentar defender o indefensável
    os estados unidos é mais sujo do que pau de galinheiro ,e pelas mãos dos políticos desse pais estão guerras fome e pestes em armas biológicas espalhadas pelo nosso planeta
    deus ira coloca-los de joelhos e para isso ira dar poder aos humildes do planeta !!!

    • Quer dizer que para ser realmente patriota tem que ser débil mental como vc ???… então tá difícil para mim… e antes que me esqueça. um aviso: não use o nome Dele em vão, uma vez que, para ser esquerdalha vc tem que necessariamente ser materialista, ou ateu, no popular… mas aqui sempre temos incongruências… o lucenático e vc são exemplos disso: falam em Deus e são socialistas materialistas, crentes em marx e darwin… vai entender !!!…

  11. “e antes que venham me dizer “a mas a China…” por pior que os chineses sejam não vão conseguir superar os EUA em sua maldade, simplesmente porque o mundo não vai ser da China ou da Russia ou de qualquer outro”

    Não precisam ser donos do mundo para serem piores do que os EUA. Rússia e china já assassinaram, torturaram e escravizaram mais gente do própio povo do que os Estados Unidos em toda a sua história de guerras, mesmo incluindo os massacres dos povos indígenas norte americanos.

    Carl, você não tem a mínima noção das imensas tragédias que russos e chineses ainda podem fazer com suas armas nucleares. Não tente prever o futuro.

  12. O texto do aludido cientista político, provavelmente mais um acadêmico que não consegue tirar o seu rabo do fundo da cadeira na universidade, é que ele usa toda essa retórica e citações históricas não para reclamar ao Brasil uma postura mais ativa e assertiva no mundo mas sim para levar a cabo o velho expediente esquerdista de acusar os EUA por todos os males no mundo ao mesmo tempo em que faz apologia à Rússia e China. Mas ele convenientemente omite que a primeira é uma mafiocracia corrupta (125ª no mundo. O Brasil está em 70ª lugar e a Noruega lidera o ranking segundo a transparência internacional) governada por um déspota ao passo que a segunda é um regime totalitário onde as garantias individuais mínimas do cidadão não são respeitadas.

    E como todo texto de “intelectuais” de esquerda ele deixa subentendido que o Papel do Brasil no mundo resume-se a ser caudatário destas duas nações. Ele não advoga ao Brasil um papel de destaque no mundo mas apenas o de coadjuvante nos projetos geopolíticos de Moscou e Pequim.

    Outro aspecto interessante é que o autor do texto defende a ideia de que o domínio científico e tecnológico dos EUA se deveria apenas em função de espionagem e apropriação via invasões de territórios e outros expedientes. Nada mais falso. Os EUA são um país que investe pesadamente em ciência e tecnologia. Os prêmios Nobel conferidos a pesquisadores americanos ou que desenvolveram suas pesquisas lá atestam isso. Como se vê o reducionismo barato do autor não possui chances de prosperar.

    Por fim é interessante notar que quem prefaciou o livro foi Samuel Pinheiro Guimarães, mentor intelectual do Megalonanico e um dos principais idealizadores da política externa dos atabaques. E um patológico antiamericano e antiisraelense.

  13. Quando e que vamos ler sobre o projeto imperial do Brasil?
    Sim porque só se abusa, de quem e abusável.
    Chega de politica coitadista de pires na mão, o mundo não e um lugar seguro para chorões.

  14. Ha unica coisa certa de toda esta hítoria é que nós Brasileiro temos que nos preparar com todas as armas pociveis que podermos construir o que estiver ao nosso alcance pois é fato conhecido de todos que o pior inimigo não é aquele que vem de fora para nos atacar mas sim aquele que nos lidera e não nos da condições de reação é aquele que por miseras cifras nos vendem.ESPERO QUE TENHAM ME ENTENDIDO.desejo a todos SAUDE,FELISCIDADE, SABEDORIA ,E PROSPERIDADE,realmente desejo do fundo de meu coração pois o povo Brasileiro merece.

  15. As pessoas, evidentemente, me refiro as brasileiras, deveriam ficar atentas para não cair na esparrela cultural do colonismo, que se traduz nessa discussão infrutífera e pueril sobre a preferência pelo melhor dominador. Esse doutrinamento tem feito com que muitos de nós BRASILEIROS nos acomodemos aceitando prevalências externas, abdicando de discutir nossos próprios interesses que inibindo nossas potencialidades, fazendo isso fortalecemos esse sentimento de inferioridade de forma quase imperceptível.
    Acredito que nós sejamos capazes de aspirar ser parte, sem sermos seguidores, aspirar significando contribuir sem submissões a nenhuma outra nação considerada mais poderosa no planeta.
    Sou Brasileiro e quero ver minha cidadania independente e soberana, onde possamos conviver com outros países e cidadanias com base no respeito mutuo.

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